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Revolução Mulher
Revolução Mulher
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E-book78 páginas1 hora

Revolução Mulher

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Sobre este e-book

Feminicídio. Violência Doméstica. Ciclos de violência.  


Histórias sobre isso são mais frequentes do que gostaríamos. 


Você é muito difícil, ninguém vai te amar assim”. “Se não ficar comigo, não ficará com ninguém”. “É porque você é mulher”. “Deve estar de TPM”. “Você é louca”. “Quem pariu Mateus que balance”. “Fechas as pernas, menina”.  


Com certeza você já ouviu uma frase dessas ou sabe de alguma mulher que já ouviu, quem sabe até já falou. Em algum momento toda mulher se sentiu menor, subjugada, violada por ser mulher. 


Grandes violências começam com pequenas violências naturalizadas na cultura patriarcal. 


Vamos falar sobre isso?  

IdiomaPortuguês
EditoraObook
Data de lançamento20 de mai. de 2022
Revolução Mulher

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    Pré-visualização do livro

    Revolução Mulher - Vários Autores

    Ficha do Livro

    Revolução Mulher,

    Vários Autores

    Organizadora: Gisele Hansen

    Capa: Obook

    Imagem da Capa: Pixabay

    Diagramação e Edição: Obook

    Revisão de Texto: Feita pelos próprios participantes

    Copyright desta edição: 2022 © Obook

    Visite nosso site:

    obook.com.br

    1. Antologia 2. Contos 3. Português 4. Brasileira

    1. Título 2. Livro Digital 3. Coleção

    Todos os direitos sobre esta obra são de exclusividade do selo independente Elemental Editoração, para qualquer tipo de informações ou reproduções sobre a mesma, é necessário a autorização antecipada pelo selo assim como pelos autores participantes deste projeto.

    Sumário

    Ficha do Livro

    Prefácio – Gisele Hansen

    O balde – Gisele Hansen

    Até que a morte nos liberte – Paulini Procaci

    Não quero ser mulher – Lua Pinkhasovna

    O esquerdo – Nara Avelar

    Um mergulho para o passado – Danielle Grisi

    A mulher do meu marido – Elaine Araújo Brito

    No meio do caminho tinha uma mulher – Linara Chaves

    Só mais uma história de amor – Glaucia Ank

    À sua imagem e semelhança – Jenny Rugeroni

    Prefácio

    Revolução. Transformação radical.

    O começo precisa ser individual, por dentro, para que aos poucos se expanda ao coletivo, cresça e tome proporções políticas e estruturais.

    A natureza e os seres humanos estão sempre em transformação, nada é eterno e imutável. As grandes violências começam com as pequenas, assim como as grandes revoluções. As pequenas ações determinam as grandes e as pequenas escolhas do dia a dia direcionam os caminhos do viver.

    Escolher ficar ou ir, falar ou calar, fingir que não viu ou gritar aos quatro ventos. Olhar para si mesmo e ter coragem de assumir opiniões, gostos, aversões, desejos e inquietações. Tudo isso é revolução, tudo isso faz com que aos poucos a consciência do feminino se amplie a todos os seres e que o sistema que subjuga, violenta e menospreza o segundo sexo se modifique e se prepare para a grande revolução que desejamos ver um dia se concretizar no mundo: a conquista da igualdade e respeito entre os seres.

    O patriarcado um dia começou e um dia acabará. São as pessoas que fazem os sistemas sociais, e são as pequenas atitudes que mudam hábitos e costumes. Estes, por sua vez, moldam as culturas que são construídas pelo processo histórico. Estamos habituados a ter relações de hierarquia, desigualdade social e discriminação, mas elas podem ser superadas e, cada um fazendo um pouco em sua própria realidade chegaremos à grande revolução.

    As histórias que você encontrará na antologia Revolução Mulher são de superação das pequenas e nem tão pequenas assim, violências contra a mulher. A solução tem nome: sororidade. Ninguém está sozinho, e a ajuda pode vir de um lugar inesperado.

    Gisele Hansen

    organizadora

    O balde

    — Gisele Hansen

    Bom dia mulheres do meu Brasil, você dona de casa com o balde cheio, mãe atrasada para levar as crianças para a escola, empresária estressada com o trânsito da manhã. Vamos parar por alguns segundos? Vem comigo! Com delicadeza, faça movimentos circulares com três dedos, na base do maxilar. Respire fundo. Feche os olhos. Inspire e expire. Sinta o ar entrando e saindo das narinas e circule os dedos. De novo. Mais uma vez. Isso, três vezes no mínimo, ou quantas forem necessárias. Imagine uma luz amarela saindo do centro do seu estômago, uma luz azul celeste caindo sobre você e uma luz branca lhe envolvendo por completo. Está mais calma? Espero que sim! Desejo que você tenha um bom dia, lembre-se de respirar e se não estiver bom, permita-se chutar o balde!

    5h30

    Marina acorda, lava o rosto com água gelada, escova os dentes com pasta sabor menta suave, respira fundo, se estica, coloca uma legging e uma camiseta de banda de rock velha da época de adolescente e sai do quarto na ponta dos pés, descalça. Vai até a cozinha, sente o gelado dos azulejos nos pés enquanto coloca a água esquentar para o café e prepara a mesa com pão, manteiga e doce de frutas, as xícaras combinando com os  pires, facas devidamente postas, esquenta o leite. Ainda descalça vai até a lavanderia, liga o rádio em volume baixo e passa a roupa que o marido usará naquele dia, um dos cinco ternos e camisas brancas, com gravata azul: o uniforme da empresa, devidamente frisado. Leva o traje até o quarto, deixa pendurado na porta e retorna para a cozinha. Coloca o feijão descongelar, frita o alho para o arroz e a carne do dia, corta algum legume e refoga. Monta a marmita para o almoço do marido. Abre as janelas e portas da cozinha para o cheiro não escapar para dentro da casa, o marido odeia acordar com cheiro de comida sendo feita. Busca o jornal do dia no quintal. Ele levanta e depois da higiene vai para a cozinha tomar seu café e ler as notícias calmamente. Marina vai para a lavanderia colocar as roupas para lavar. Às vezes senta no canto e lê alguma coisa enquanto espera que o marido termine seu ritual matutino e saia porta afora para que ela possa tomar seu café da manhã e iniciar o dia. Duas horas de dedicação para que o homem da casa tenha tudo organizado para o seu dia de trabalho.

    07h35

    O marido sai para trabalhar, e após o café da manhã, Marina enche o balde para começar a limpeza da casa, pega vassoura, rodo, pano, espanador e todos os produtos de limpeza que gosta de misturar para sentir que a limpeza está bem feita, para se sentir criativa. O seu balde de paciência já está bem cheio nesse horário e ela precisa esvaziá-lo para poder aproveitar

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