Políticas Públicas de Segurança, Participação Popular e o Sistema Único de Segurança Pública Brasileiro (Susp)
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Políticas Públicas de Segurança, Participação Popular e o Sistema Único de Segurança Pública Brasileiro (Susp) - Fabio Alves de Castro Vilela
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
À minha esposa e às minhas Anas, pelo apoio ao esforço dedicado ao desenvolvimento deste trabalho e compreensão pelas horas de ausência.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos docentes e aos discentes do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFG (PPGCP), aos que incentivaram a desenvolver este trabalho e aos verdadeiros parceiros da jornada que agora se converge neste livro.
Apresentação
Nos anos mais recentes a produção acadêmica brasileira na área de Políticas Públicas tem se fortalecido e se intensificado. Se até alguns anos aquela não era uma agenda de pesquisa tão consolidada, hoje temos um cenário bastante diverso com uma vasta gama de pesquisas bastante robustas e muitas publicações resultantes desse esforço de vários pesquisadores que adotam diferentes perspectivas teóricas e metodológicas. O caráter multidisciplinar dessa área de pesquisas é também outro elemento que merece destaque e tem sido apontado, de forma recorrente, pelos estudiosos. È na esteira dessa tendência que este livro de Fábio A. de C. Vilela mostra sua relevância e contribuição,
Em primeiro lugar a relevância de estudos que adotam como tema central as políticas públicas de segurança se justifica sobremaneira dada a importância do tema não só para a comunidade acadêmica, mas também devido a sua centralidade na agenda política brasileira. Acrescente-se ainda os enormes desafios que temos para o enfrentamento dessas questões na sociedade brasileira, Certamente esta obra contribui para avançar no conhecimento desse tema tão candente e atual.
Gostaria também de chamar atenção para outro aspecto relevante deste livro, a discussão sistemática e a distinção entre políticas públicas de segurança, políticas de segurança pública, os ciclos que as compõem e os desdobramentos dessa diferenciação.
Por último, acredito que o aspecto mais importante, inovador e a principal contribuição de Vilela reside na análise sobre o papel e a importância das instituições de participação social no processo de discussão e elaboração da política pública de segurança. No bojo dessa análise o autor retoma a discussão sobre democracia e participação política, remontando ao importante debate sobre o papel dos mecanismos de participação política direta no processo decisório e no processo de implementação e avaliação das políticas públicas de segurança e seu papel crucial para o funcionamento da democracia.
Diante do exposto, o livro representa uma contribuição importante para a compreensão das políticas públicas de segurança na cena política.
Boa leitura!
Goiânia, abril de 2020.
Professora Dra. Denise Paiva
Universidade Federal de Goiás
prefácio
Com a promulgação da Constituição Cidadã, foram previstas formas de a sociedade civil cooperar com o poder público de diversas maneiras, como nas audiências públicas, em mesas temáticas de negociação, conselhos ou conferências de políticas públicas.
Estudos contemporâneos sobre instituições participativas têm acumulado vasto relato de experiências sobre dimensões categorizadas por inclusão e representatividade, desenho institucional, momento deliberativo, contextos e ambiente institucional ou atores e estratégias, fornecendo um suporte teorético que ampara a centralidade das instituições participativas como causa-motriz, nas mais diversas áreas de atuação estatal, tais como saúde, previdência, educação, dentre outras.
Todavia, ainda que recentes pesquisas de opinião política e estudos de comportamento político apontem insegurança e criminalidade dentre as preocupações atuais de nossa sociedade, ainda não são suficientes as pesquisas que investigaram o encontro entre organizações participativas com as instituições de segurança pública. A novidade deste trabalho é a escolha, pelo autor, deste mote.
O texto tem como pano de fundo a efetividade de instituições participativas na esfera da segurança e manutenção da ordem pública, quando objetiva avaliar os efeitos causais de deliberações da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (1ªConseg) na atividade legislativa do Congresso Nacional, quando da formulação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
O autor explica como práticas gerenciais de segurança pública envolvem uma série de tarefas complexas. Tais tarefas, demandam táticas e ferramentas multifatoriais que não só exijam investimentos na estrutura e funcionamento dos órgãos mas que efetivamente proporcionem a concretização de direitos sociais como educação, saúde, lazer, esporte, cultura, além do próprio direito à segurança. Ao alinhar essas práticas com instituições participativas de segurança pública, a administração pública demonstra transparência e credibilidade e dialoga com os próprios destinatários dessas políticas.
O autor encerra com um estudo de caso com os dispositivos normativos da lei do Sistema Único de Segurança Pública (Lei nº 13.675/2018) que guarda similaridade temática com as diretrizes deliberadas na 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (1ªConseg), a qual tive a honra de executar a partir da Secretaria Nacional de Segurança Pública, como Secretário. Para tanto, exerce um juízo de afinidade temática entre o documento resultante da conferência e os textos oriundos do arcabouço legislativo produzido, aplicando filtro com uso de processamento de corpos linguísticos e de marcadores que resultaram em coincidência textual entre ato normativo analisado e alguma(s) diretriz(es). Depois, destaca os dispositivos da lei do SUSP consoantes com o que foi deliberado com atos normativos - programas, projetos e ações governamentais - que guardaram similaridade temática com as diretrizes da conferência.
O autor encontrou resultados que indicaram uma significativa correlação entre os princípios e as diretrizes deliberados na 1ª Conseg e os artigos, os parágrafos, os incisos e as alíneas da lei do SUSP, assim como para os atos normativos produzidos pelo Congresso Nacional, durante o