Um novo nascer: Ainda há esperança para a humanidade?
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Sobre este e-book
O amor, porém, prevalece, mostrando que há, sim, solução para o mundo e esperança para a humanidade. Apesar dos entraves apresentados no cotidiano, sempre temos uma oportunidade de recomeçar, de ter "UM NOVO NASCER".
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Um novo nascer - Blenio Oliveira
Agradecimentos
Aos meus pais, Geraldo Gomes de Oliveira, in memoriam, e Josefa Nunes de Oliveira e à minha tia, Rita Nunes Leão, que sempre me inspirou a escrever.
Aos meus irmãos queridos Norma Lúcia, in memoriam, Marconi Nunes, Diana Nunes de Oliveira e Clenio Nunes.
À minha amada esposa, Doriluce Alves, que sempre me apoiou e esteve ao meu lado.
Aos meus filhos, Everton Alves e Karine Alves, que trabalharam muito para que este livro se tornasse uma grande realização minha.
Ao meu genro e colaborador, Paulo Dimas, que tenho como filho.
Aos meus amigos, Maximiniano Tito e Vilma Canazart.
Ao meu Prof. º e escritor, Josué Euzébio Ferreira, e ao amigo Flavio Pontes.
A muitos outros que sempre estiveram juntos no meu coração.
Prefácio
O livro Um novo nascer é uma história fantástica que reporta relações sociais, ganância e questão ambiental. O que o ser humano é capaz de fazer? Há limites? Há esperança para a humanidade?
A obra traz uma trama instigante que vai nos prendendo capítulo a capítulo. Valendo-se de escrita bem simples e leitura fluida, o autor nos faz refletir sobre as condutas, ações e atitudes do ser humano e a importância quanto à preservação do nosso meio ambiente.
O mal não pode vencer o bem. Se as atrocidades nos impactam, a banalização da violência nos assusta e a devastação da natureza prejudica a todos; precisamos ir além. É preciso amar o outro e respeitar, cuidar, da natureza, nem que para isso seja necessário "Um novo nascer".
Vilma Canazart
Capítulo I: Final do século XX
Wilson, quando você vai viajar? A companhia só está dependendo do fechamento desse pedido para contratar o pessoal que vai derrubar aquele pedaço escondido de mata. O seu pai vai ficar uma fera com você se não for logo – disse seu Jurandyr, homem de confiança do pai de Wilson.
Wilson Carlos Nogueira tinha 25 anos, era formado em administração de empresas e filho mais velho do sr. Walter Arantti Nogueira, dono de uma grandiosa madeireira em Castanhal, pequena cidade do Pará, numa região cheia de rios e lagos. Comandava a extração de madeira em quase todo o estado e em parte de outras regiões da Amazônia e do Mato Grosso.
— Onde a floresta ainda está praticamente intacta e o homem teima em derrubar ou queimar suas árvores, causando grandes devastações – disse seu Jurandyr.
Os seus negócios nem sempre estão dentro da lei, porém muito dinheiro e influência sobre autoridades e políticos da região sempre conseguem tudo que ele quer, até mesmo derrubar florestas inteiras sem a interferência de ninguém.
Wilson saiu sem responder, parecia estar com muita pressa. Estava saindo de um dos escritórios da empresa em Santarém, onde havia aeroporto e o deslocamento era fácil para qualquer lugar, ainda mais com o dinheiro que tinha.
Foi direto para sua casa no centro da cidade, pois tinha um encontro com a bela Susiane, jovem dos seus sonhos por ser muito recatada e de família muito religiosa. Seus objetivos com ela eram mais que desrespeitosos para sua religião e ele tentava todas as maneiras a fim de conquistá-la, mesmo que isso fosse contra a vontade dela. Iria tentar pela última vez sem usar a força, como era de costume fazer com aquelas que não queriam servi-lo; então a convidou para um jantar em sua residência.
Ela, muito ingênua e achando que ele tinha boas intenções, confirmou o jantar, se embelezou toda à sua maneira de moça de classe média. Ao chegar à mansão dos Nogueiras, Susiane tinha uma infinita pureza no olhar.
Wilson dispensou quase todos os empregados naquele dia, ficando apenas o pessoal da cozinha e o mordomo. O sr. John Pierre, atendeu a porta à primeira batida.
— Pode entrar mademoiselle, Susiane. O sr. Wilson a espera na sala de jantar.
Susiane caminhou até a sala de jantar e lá estava Wilson com um largo sorriso no rosto e, puxando uma cadeira, fez com que ela sentasse ao seu lado.
Jantaram, conversando com muito entusiasmo e alegria. Passaram-se vários minutos até que Wilson a convidou para um cafezinho na sala de estar.
Enquanto conversavam, os demais criados também foram embora, ficando apenas o mordomo em seu quarto, rezando para que não acontecesse nada à senhorita.
— Você está cada vez mais bonita, Susi, e estou muito feliz por você ter aceitado meu convite para jantarmos aqui na minha casa.
— Eu não poderia recusar um convite como este, Wilson. Muitas moças aqui da cidade sonham em um dia poder entrar nessa mansão e conhecê-la assim de perto. Na verdade, até eu também tinha esse sonho. Aqui é verdadeiramente lindo.
— Se eu soubesse que você tinha um sonho como este, a teria convidado há muito mais tempo! Vamos conhecer o resto da casa, Susi. Tem muitas coisas que você precisa conhecer ainda – disse Wilson com maus pensamentos.
Susiane ficou um pouco cismada com o olhar do rapaz, mas levantou-se e o acompanhou. Foram primeiro à biblioteca, onde era grande o acervo de livros, um verdadeiro achado, já que a moça tinha hábito de ler bastante e ficou muito encantada.
— Quantos livros maravilhosos vocês tem aqui! Olha a coleção de Machado de Assis completa, que lindo! Queria poder um dia ler alguns que ainda não tive oportunidade, principalmente esses que são muito raros – falou ela apontando em direção a alguns livros em separado.
— Tenho certeza de que não vai ser problema. Você terá acesso a todos logo, logo. Assim que eu estiver terminando alguns trabalhos para a empresa e puder parar um pouco mais aqui na cidade, com certeza vou avisá-la e poderemos ler muito aqui, nós dois. Também gosto muito de ler certas obras de arte – falou ele com o seu olhar malicioso.
Pouco depois seguiram para a antessala, onde ele começou a aproximar-se dela com malícia e quase ao seu ouvido falou:
— Vamos conhecer lá em cima, há muitas coisas a serem vistas também por lá...
Sem preocupação, pensando estar na companhia de um ótimo rapaz, ela subiu as escadas que chegavam a um corredor bastante comprido com várias portas de banheiros e quartos.
Aproximaram-se de um dos quartos e ele abriu a porta dizendo:
— Este é o meu quarto... Entre, ele também é muito bonito.
Pressentindo o perigo, ela relutou para não entrar.
— Não, Wilson. Além do mais, não fica bem uma moça como eu entrar sozinha no quarto de um rapaz solteiro. Vamos descer, já vi o quanto é lindo aqui em cima.
Ele, então, a pegou pelo braço e puxou-a para dentro do quarto com força.
— Agora não tem mais como voltar atrás, Susiane. Tenho sede de possuí-la há muito tempo, só não tive oportunidade, mas hoje você não escapa.
— Não, Wilson! Confiei em você, não faça isso comigo, seria o mesmo que me matar. – E, de repente, começou a correr dentro do quarto tentando escapar das garras do rapaz. Ela conseguiu chegar ao banheiro, porém não teve tempo de fechar a porta, pois com o pé ele a interceptou. Pegou-a mais uma vez pelos braços e arrastou-a para fora do banheiro. Ela começou a gritar e chorar ao mesmo tempo. No seu quarto o mordomo escutava ao longe os gritos da moça, mas nada podia fazer, era muito obediente ao patrão. Botou o travesseiro em cima da cabeça escondendo-se, tentando abafar o som e não escutar nada do que estava acontecendo.
No quarto ele a pegou e tentou beijá-la à força. Ela se debatia e gritava feito louca quando ele a jogou em cima da cama, levantando seu vestido e tirando sua calcinha. Ele tirou o cinto e abaixou as calças com apenas uma mão, segurando a moça com a outra, então a possuiu com todo prazer. Ela parou de gritar ao sentir que não podia fazer mais nada. Toda uma vida estava saindo dela naquele momento, seus preceitos, sua religião, suas virtudes, tudo indo embora.
Depois de satisfeito, saiu de cima dela com olhar de vitória, indo direto para o banheiro. Depois se aproximou de novo e disse:
— Poderia ter sido bem mais fácil, pois eu a quero muito e ficaríamos muito tempo felizes, mas você tornou tudo mais difícil. Sei que você não vai querer me ver por um longo tempo, mas aos poucos vou conquistá-la e você será minha.
Ela parecia que não ouvia. Olhava para o teto como se estivesse paralisada. Só depois de algum tempo, levantou-se e foi saindo do quarto sem sequer vestir a calcinha que estava no chão ao lado da cama. Toda desarrumada deixou a casa ainda meio débil, chamando a atenção das pessoas na rua, que olhavam admirados aquela cena.
Não emitiu uma só palavra até chegar à casa, quando desabou a chorar. Todos ficaram desesperados com o estado da moça e sem entender o que se passava. Então ela correu para o banheiro e começou a tomar um banho desesperado. Parecia querer tirar o couro de tanto se esfregar. Todos tentavam descobrir alguma coisa. Sua mãe, d. Lindalva, batia à porta pedindo para que ela abrisse, no entanto ela não ouvia nada, só se banhava. Depois de alguns minutos de muitas tentativas vãs, conseguiram arrombar a porta e lá estava ela toda encolhida num canto do banheiro, a água escorrendo e ela ainda se esfregando. Sua mãe fechou a torneira enrolou-a numa toalha e a levou para seu quarto, onde começou a enxugá-la. Nesse momento notou um filete de sangue escorrendo pelas pernas da moça e não conteve o grito; não podia imaginar o que aconteceu com a filha.
Vestiu as roupas de dormir na moça e a deitou, ficando ao seu lado quase toda a noite. Vez ou outra acordava com ela tendo pesadelos, gritando muito durante os sonhos, sempre pedindo para parar, dizendo que não fizesse aquilo, e sua mãe foi suspeitando que algo muito