Palavras perdidas

De Simone Malacrida

"Palavras perdidas" é uma coleção de poemas, fragmentos, pensamentos e contos, divididos em vinte e uma seções diferentes.

• Idioma: Português
• Editora: Simone Malacrida
• Data de lançamento: 9 de fev. de 2023
• ISBN: 9798215483916

Simone Malacrida

Simone Malacrida (1977) Ha lavorato nel settore della ricerca (ottica e nanotecnologie) e, in seguito, in quello industriale-impiantistico, in particolare nel Power, nell'Oil&Gas e nelle infrastrutture. E' interessato a problematiche finanziarie ed energetiche. Ha pubblicato un primo ciclo di 21 libri principali (10 divulgativi e didattici e 11 romanzi) + 91 manuali didattici derivati. Un secondo ciclo, sempre di 21 libri, è in corso di elaborazione e sviluppo.

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Palavras Perdidas

SIMONE MALACRIDA

Palavras perdidas é uma coleção de poemas, fragmentos, pensamentos e contos, divididos em vinte e uma seções diferentes.

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Simone Malacrida (1977)

Engenheiro e escritor, atuou em pesquisa, finanças, políticas energéticas e plantas industriais.

ÍNDICE ANALÍTICO

I – ANO SABICO

II – RASCUNHOS

III-LUGARES

IV – VERSOS SOLITÁRIOS

V - PENSAMENTOS

VI - PREVER

VII – A RODA GRANDE

VIII – DIA PASSAGEIRO

IX – FRAGMENTOS

X – AMBIENTES

XI – ODI MARINHA

XII - AÇÕES

XIII – LEMBRAR

XIV – A PEQUENA AMPULHETA

XV – AGORA FUGACIOSO

XVI – DITHIRAMBI

XVII – ESPAÇOS

XVIII – CANÇÕES MERIDIANAS

XIX – TEMPOS

XX – RETORNAR

XXI – AETERNITAS

I

ANO SABICO

22 de julho

Os pensamentos de ontem estão, portanto, esquecidos: hoje já se abrem novos horizontes e novos destinos, olhei para cima, encontrei o caminho nestes acontecimentos tão próximos de mim.

Um novo ciclo cósmico está prestes a começar, enquanto o mesmo está prestes a terminar: tudo em nome da mais absoluta e plácida continuidade.

Aqui está finalmente o objetivo desejado!

Depois de tal dia esta visão me dá força como se meu único alimento fosse esta parede compacta e escura com aromas evocativos das mais profundas origens vitais.

A noite cai: bem-vindo!

Até amanhã.

Talvez esta hora tenha parado.

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23 de julho

A proa que corta as ondas é mais melancólica e, portanto, muito mais bem-vinda do que uma rápida viagem de transferência, muitas vezes desgastada.

Deixo-me acariciar suavemente pelos raios quentes do verão enquanto minha mente vagueia sem parar.

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24 de julho

Como eu gostaria de gritar meu retorno ao vento.

Eu estou aqui! Nada será como antes.

A visão quase matinal, mas ainda envolta na escuridão da noite, talvez tenha abafado minhas emoções, mas quando amanhece... meu Deus!

Chega de palavras!

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3 de agosto

Muitas vezes paro para pensar como todas as situações, acontecimentos e até mesmo ideias estão ligados a momentos particulares de nossas vidas.

Tanta coisa pode acontecer durante um ano, tanto que tudo parece tão diferente e distante.

Pouco pode acontecer durante um ano, tão pouco que em uma noite tudo fica tão próximo e inalterado.

Onde está a verdade entre essas duas antíteses?

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17 de agosto

Por que não posso pensar e sonhar com o eterno?

Meus sentidos entorpecem quando eu tento e inevitavelmente caio no chão exausto.

Um grito de dor sai de minha mente e penetra em meus membros, um guincho infernal destrói meus ossos, nuvens negras espreitam em meu coração.

O que me leva a fazer isso, sabendo muito bem o resultado final?

Admirando daqui novos panoramas, procuro um cume para ver além até ver a linha do horizonte em que nasce uma lua sangrenta e fulva, oval e escura.

Noite sem fim, continue!

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1º de setembro

O que resta no curso dos acontecimentos de nossas ações, se ninguém guarda a memória deles?

Como um andarilho solitário eu vago pelas ruas agora escuras, sem destino preciso, em busca do que perdi para sempre.

Eu gostaria de poder responder às perguntas, mas tudo é em vão.

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4 de setembro

É evidente aos meus olhos a primazia que a filosofia assumiu durante muito tempo sobre a minha forma de viver e ver os acontecimentos.

A filosofia é a expressão máxima do pensamento e da racionalidade humana: supera em muito toda a literatura e também a poesia que, apesar de ter características de sublimidade e síntese, não revela o esquema lógico da mente humana sendo concebida para ser apreciada em um instante sem deixando qualquer coisa para raciocinar.

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9 de setembro

Ainda não sei por que a poesia lírica é capaz de tocar tão fortemente as cordas da alma em apenas um punhado de palavras: um único verso pode encerrar o sentido da vida, pode expressar o máximo ritmo e a máxima musicalidade do pensamento escrito.

O que pode dar à pessoa humana mais do que um único e conciso poema?

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13 de setembro

O que está escondido atrás do véu que nos impede de compreender profundamente a alma e os pensamentos das pessoas mais próximas e queridas de nós?

Assim, por toda a cidade, amedrontado, vago pelas trevas.

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1º de outubro

O segredo mais profundo e íntimo de cada ser humano está escondido em seu passado, em suas escolhas, em seu caminho que o tornou tal; olhando para quem e o que está à sua frente, você encontrará todas as respostas possíveis.

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24 de outubro

Gostaria de ver o fim da massa de terra sem qualquer intervenção humana supérflua.

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3 de novembro

Às vezes é estranho pensar que o famoso demônio de Sócrates nunca havia sugerido ao grande pensador a simplicidade do momento, ao invés do mais pomposo conhece-te a ti mesmo.

Até porque, sabendo que não se sabe, é melhor agarrar o que vem do que conjecturar sobre o ser.

Quantos realmente compreenderam esta exortação, entre todos os que a leram e meditaram, não se sabe: certamente poucos, dados os resultados.

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11 de novembro

Muitas vezes acaricio o vento que roça furtivamente a minha pele, que sensações estranhas me saem da mente naquele momento!

Quem sabe quantas outras pessoas você já tocou, vento que tudo leva, mas que tudo traz de volta, vento que encerra em você o som de mil vozes, vento de sabores e cheiros distantes.

Toda a alma se estremece com a tua passagem, o meu corpo é como que transparente para ti, quem poderá dizer de onde nasces e onde acabas?

Quando então, durante o início da primavera ou no final do outono, você traz uma sensação de mudança dentro de você, você infunde todas as coisas com uma nova esperança. O vento limpo de uma noite de final de outubro, quando o céu é dominado por uma lua brilhante, é um dos espetáculos mais fascinantes e fascinantes que a Natureza pode nos oferecer.

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16 de novembro

O que a vida nos reserva momento a momento?

Como sabemos que destino sombrio permeia a nossa existência, assumindo que esse destino sombrio existe, assumindo que é escuro, assumindo que tudo tem que fazer sentido; porque é isso que queremos: encontrar sentido no que foi e no que está acontecendo.

Muitas perguntas se acumulam sobre esses argumentos, poucas são as certezas de fato, temos poucos elementos para entender.

A memória, o passado é certamente algo mais tangível, mas o que nos garante que a nossa chave interpretativa sobre os acontecimentos ocorridos seja a mais provável (já que ninguém possui a verdade em si)?

Mesmo aqui muito pouco para a fome de saber que um ser humano tem: devemos, portanto, concluir que o máximo que nos é dado é conhecer uma pequena parte do passado, ignorando a maior parte, não aproveitando o momento, fazendo previsões duvidosas para amanhã?

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25 de novembro

Este é um tempo em que uma mente sábia deve saber esperar melhores resultados futuros, não com a intenção de adormecer ou ceder à ociosidade e lisonja deste sistema, mas para preparar a ação que se seguirá de forma mais adequada .

A reflexão, mesmo forçada neste período, será bastante útil quando não houver tempo para refletir, quando as ações forem tão densas e contínuas que o ser poderá aparecer à mercê dos acontecimentos.

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2 de dezembro

Caímos do fundo da animalidade para as alturas sublimes das ideias.

Atrás de cada esquina está o futuro, além de cada porta está escondido; um sentimento de medo, e ao mesmo tempo esperançoso, permeia aquele que se atreve a cruzar a soleira.

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10 de dezembro

Enquanto chamas doces e lânguidas se aproximam por um momento e, tocando minhas mãos, liberam seu calor poderoso e frívolo em uma exalação envolvente, não posso deixar de respirar intensamente aquele perfume inebriante, muito semelhante ao cheiro de um dia em que, tendo incinerado os restos de o que na noite anterior havia de ser apagado para sempre, voltamos à vida por uma nova causa, porém, ainda tendo em mente a fumaça acre do passado.

O poder evocativo do fogo é muito dominado pelo significado de queimar: alimenta-se de tudo o que lhe colocamos à disposição, liberta forças novas e ocultas, nas suas cinzas é sempre mais fácil reconstruir como se nelas apenas contivessem a essência positiva daquilo que uma vez existiu.

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28 de dezembro

Vistas majestosas despontam no horizonte desta tarde: nascer ou sol do novo mundo! Crescer novas gerações de diferentes pensamentos e ações!

Onde está aquela joie de vivre, aquele sim impetuoso de quem prometeu e não cumpriu, de quem não soube criar as condições ideais para uma nova experiência?

Não, já não é tempo de esperar pelos indecisos, pelos que não se distanciaram desta sociedade insípida e pusilânime: esperamos apenas um sinal de alguém que nos reconduza definitivamente ao verdadeiro sentido da vida.

A multidão espantada se pergunta o que eles estão procurando: e se não a realização de seus sonhos, a confirmação efetiva de suas esperanças tantas vezes frustradas?

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21 de janeiro

Esperando um novo pensamento.

Amigo fiel, andando sozinho por um caminho estranho, o que você está pensando agora?

O que o leva a mover sua pessoa passo a passo em direção a um futuro desconhecido?

A situação atual é tão indecifrável que nem dá para prever o mínimo, ainda pode acontecer tudo.

O equilíbrio é tal que torna cada decisão ao mesmo tempo resoluta para um certo tipo de evolução, mas também anula essa resolutividade com um leve aceno de cabeça.

Nesse estado, semelhante a um caos primordial, é muito fácil mudar de rumo sem perceber e, sobretudo, é muito difícil manter a identidade com as próprias convicções o maior tempo possível e mais difícil ainda é o caminho