Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Educação de Jovens e Adultos em Movimento
A Educação de Jovens e Adultos em Movimento
A Educação de Jovens e Adultos em Movimento
E-book224 páginas2 horas

A Educação de Jovens e Adultos em Movimento

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

EJA é uma modalidade de ensino destinada a jovens, adultos e idosos que não puderam acessar a educação regular na idade correspondente segundo o regime escolar nacional. A obra organizada por Darlene Vieira, Laísse Lemos, Lorenna Costa e Maria Angélica Peixoto, tematiza a EJA a partir de diversas reflexões que contemplam a experiência docente, os estudos e pesquisas sobre essa modalidade educacional, o problema da permanência e êxito em casos concretos, a questão identitária, a relação com a pandemia e ensino remoto emergencial, a questão das políticas estatais. Assim, trata-se de uma obra rica em reflexões sobre a EJA, seus dilemas, suas promessas, suas possibilidades, a partir de diferentes ângulos analíticos e informativos. É uma obra de interesse para todos que trabalham, pesquisam, refletem, ou se relacionam com a EJA.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de fev. de 2023
ISBN9786586705386
A Educação de Jovens e Adultos em Movimento
Autor

Maria Angélica Peixoto

Maria Angélica Peixoto – Socióloga, Graduada em Ciências Sociais (UFG); Especialista em Aprendizagem e Diferenças (UFG); Especialista em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão (UNB); Mestre em Sociologia(UnB); Doutora em Sociologia (UFG); Professora do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Campus Inhumas. Autora do Livro Inclusão ou Exclusão? O Dilema da Educação Especial (Goiânia, Edições Germinal, 2002) e vários capítulos de livros.

Relacionado a A Educação de Jovens e Adultos em Movimento

Ebooks relacionados

Métodos e Materiais de Ensino para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de A Educação de Jovens e Adultos em Movimento

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Educação de Jovens e Adultos em Movimento - Maria Angélica Peixoto

    _____________

    DARLENE VIEIRA

    LAÍSSE LEMOS

    LORENNA COSTA

    MARIA ANGÉLICA PEIXOTO

    (Organizadoras)

    A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM MOVIMENTO

    COLEÇÃO MOSAICO

    02

    1ª edição 2022

    Goiânia, Go

    Edições Redelp

    _____________

    © By Edições Redelp, 2022

    Conselho editorial

    Dr. Adrián Piva – UBA (Universidade de Buenos Aires)

    Dr. Amaro Braga – UFAL

    Dr. Carlos Guimarães – UFMG

    Dr. Cleito Pereira dos Santos – UFG

    Dr. Cristiano Bodart – UFAL

    Dr. Diego Marques dos Anjos – IFGoiano

    Dr. Edmilson Marques – UEG

    Dra. Eliani Coven – PUC-GO

    Dr. Erlando Reses - UnB

    Dr. Iuri Reblin – EST

    Dr. Ivonaldo Leite – UFPB

    Dr. José Henrique Faria – UFPR

    Dr. José Santana da Silva – UEG

    Dr. Lisandro Braga – UFPR

    Dr. Lucas Maia dos Santos – IFG

    Dr. Luiz Antonio Groppo - UNIFAL

    Dr. Marcus Vinicius Costa da Conceição – IFGoiano

    Dra. Maria Angélica Peixoto – IFG

    Dr. Nildo Viana – UFG

    Dr. Renato Dias de Souza – UEG

    Dr. Ricardo Golovaty - IFG

    Dr. Ricardo Musse – USP

    Dr. Rodolfo B. M. L. da Costa – UFPR

    Dr. Rodrigo Czajka – UFPR

    Dra. Veralúcia Pinheiro – UEG

    Dr. Waldomiro Vergueiro - USP

    _____________

    © Edições Redelp

    Todos os direitos reservados.

    Nenhuma parte desse livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escritos dos editores e autores.

    Capa

    Ediney Vasco

    Diagramação

    Rodrigo Dutra

    Ficha catalográfica

    V658e Vieira, Darlene; Lemos, Laísse; Costa, Lorenna; Peixoto, Maria Angélica (orgs.).

    1. ed.

    A Educação de Jovens e Adultos em Movimento / Darlene Vieira; Laísse Lemos; Lorenna Costa; Maria Angélica Peixoto (orgs.). 1. ed. – Goiânia: Edições Redelp; 2022.

    188 p.; 23 cm. – (Coleção Mosaico, v. 2)

    Inclui bibliografia.

    ISBN: 978-65-86705-37-9

    978-65-86705-38-6 (edição digital)

    1. Educação. 2. Educação de Jovens e Adultos. 3. Políticas Educacionais. 4. Produção de Saber. 5. Docência. I. Título. II. Série.

    CDD: 374

    CDU: 37

    Índice para catálogo sistemático:

    1. EJA: Educação de Jovens e Adultos.

    2. Educação: Práticas Educacionais.

    http://edicoesredelp.net

    editorial@edicoesredelp.net

    _____________

    Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!

    Paulo Freire

    É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.

    Paulo Freire

    PREFÁCIO

    ___________

    Adelson Moreira Santos*

    * É mestrando no Programa de Mestrado em Gestão, Educação e Tecnologia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Pesquisador na UEG, Grupo GEGC - Pesquisa Interdisciplinar em Educação, Gestão e Cultura Regional – UEG/ Luziânia; Pesquisador no Instituto Federal de Brasília, no Grupo GEOTECER: Geografia, Território, Ensino e Cerrado - IFB (Riacho Fundo). Especialista em Ensino de Humanidades e Linguagens/IFB; Especialista em Inovações em Mídias Interativas, Universidade Federal de Goiás; Especialista em Docência e Gestão da Educação Superior/ UEG. Especialista em Educação Infantil com Ênfase em Séries Iniciais, Faculdade Integrada de Araguatins (FAIARA). Licenciado em Informática/ UEG; Pedagogo/ FAIARA; Licenciado em História/ UEG. Docente no Curso de Pedagogia UEG/ Silvânia. Docente-tutor Centro de Ensino e Aprendizagem em Reder CEAR/ UEG.

    O surgimento do tema dos movimentos sociais a partir da segunda metade do século passado levou ao crescimento de interesse da Sociologia pelo estudo e compreensão dos fenômenos ligados aos atores sociais produtores dos movimentos sociais, novos na opinião de uns e reformulados para outros, mas que gravitam em torno dos direitos civis, para a maioria. Os novos rumos da Sociologia passam agora a incorporar o estudo da totalidade social fruto das relações desenvolvidas no interior da sociedade capitalista.

    Foi com grande satisfação que aceitei o convite da organização desta obra para escrever este texto de abertura. Destaco aqui minha admiração pela iniciativa e fico honrado com essa oferta, espero poder atender com no mínimo o necessário dinte da grandiosidade da proposta. Os temas abordam a modalidade de ensino denominada de Educação de Jovens e Adultos, mais conhecida por sua sigla (EJA), que possibilita a inserção no processo educativo de pessoas que não puderam o fazer comumente na idade estabelecida por lei, por diversos motivos.

    A educação é a engrenagem que movimenta a sociedade e a estimula a avançar nos horizontes sociais e econômicos, dentre outros, gerando conhecimento e riquezas, conhecimentos para os alunos em sua formação e atendimento às necessidades desta própria sociedade e riquezas para as almas destes alunos que descobrem que a sua realidade até então limitante não é definitiva e conseguem transformá-la de forma positiva. Na EJA presenciamos momentos ricos de alegrias e transformação social, quando um jovem e/ou um adulto, consegue vencer os obstáculos que a vida lhe apresentou e alcançam a formação, seja na leitura de uma placa, seja na construção de um texto com suas ideias, seja no auxílio aos demais colegas e familiares em atividade em que a leitura e a escrita necessitam sem empregadas. Parecem situações pequenas e corriqueiras para os leitores e escritores do dia a dia, mas, para uma pessoa que procurava ajuda na verificação de um itinerário de um ônibus que se precisa tomar, é uma transformação profunda.

    Nesta rica obra contamos com sete capítulos que abordam desde ajustes na prática docente, passando pela análise bibliométrica dos assuntos sobre a EJA; a permanência e o êxito no processo de formação; a educação crítica à luz do método dialético, que dialoga com a Pedagogia Histórico-Crítica; o movimento da relação com o saber dos sujeitos que cursam a EJA em sua dimensão identitária e epistêmica e por fim, a realidade que se apresentou por meio da pandemia de COVID-19, nos anos de 2019 a 2021 e que impactou todo o processo de educação, e consequentemente a EJA também, e a estratégia do ensino remoto emergencial, necessário para que se minimizasse os prejuízos educacionais.

    São assuntos que nos auxiliam a pensar o direito, básico, constitucional de que todo cidadão brasileiro possui, o direito à educação pública, gratuita e de qualidade. A legislação determina que políticas públicas necessitam ser pensadas e implementadas para alcançar todos os jovens e adultos de maneira que tenham acesso e consigam finalizar com êxito seu processo formativo. Porém, percebemos, conforme nos aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em 2019, último ano em que a pesquisa foi realizada, que ainda não tiveram acesso a escolarização cerca de 11 milhões de cidadão, (6,6%) da população do país. Uma situação lamentável, já que se tinha como meta de número nove do Plano Nacional de Educação (2014-2024) a erradicação do analfabetismo no ano de 2024.

    A pandemia da COVID-19, iniciada em 2019, gerou diversas situações que impactaram educação e que trará reflexo futuros, iniciativas como a desta obra, nos permite esperançar que podemos superar mais estes desafios e também nos possibilita pensar estratégias para que avancemos nesta modalidade de educação.

    Agradeço aos autores de cada capítulo, alunos, professores, que ousaram em uma seara não muito explorada, e que tenham sucesso em suas trajetórias lembrando que muitos de nossos contemporâneos, ainda não poderão fazer a leitura dos textos, aqui apresentados, pois, não tiveram acesso à educação formal, mas que muitos outros foram alcançados e são indiretamente homenageados nestas páginas.

    Sugiro a você leitor, que inicie a leitura e se sinta como eu, esperançoso de que podemos mudar a realidade de muitos de nossos jovens e adultos por meio da educação, transformadora e humana. Então! Leia todos os capítulos e lute conosco para que a Educação seja essencial, prioridade e sobretudo fonte de vitórias pessoais e sociais.

    Parabéns ao Instituto Federal de Goiás (IFG) e às organizadoras, sucesso e muita luta para que consigamos um país realmente, harmônico, igualitário, cidadão e principalmente educado. Obrigado.

    Eternamente grato, professor Adelson Moreira Santos

    EU, DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (?!): NARRATIVA REFLEXIVA, UMA ALTERNATIVA PARA UMA AUTOAVALIAÇÃO

    ___________

    Rita Rodrigues de Souza*

    * Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, docente em língua espanhola e membro do Núcleo de Pesquisa em Informática na Educação (NINE) no Instituto Federal de Goiás.

    NARRATIVA PROFISSIONAL: CONSTITUIÇÃO DE IDENTIDADE(S)

    Ao narrar, colocamos em jogo o passado, o presente e o futuro.

    Maria Betânia Silva

    Narro aqui, em tom quase informal, parte da minha trajetória docente. Narrar a própria trajetória profissional constitui uma atividade ímpar. Na perspectiva de Silva (2020), essa ação nos coloca em um jogo em que passado, presente e futuro constituem mais que tempos de narração e projeção. Eles possibilitam a emergência do feito, do que se faz e do que ainda pode ser feito. Impactam, portanto, na constituição das identidades dos sujeitos. No âmbito da docência, esse tipo de narração representa um encontro com a superação de desafios e, também, com desafios a serem superados. É uma prática necessária. Traz à tona, no entanto, uma mistura confusa de sentimentos: ora de satisfação, ora de vazio, ora de tristeza, ora de alegria. É preciso coragem!

    A escolha pela narrativa autobiográfica, para a exposição reflexiva da minha atuação na Educação de Jovens e Adultos (EJA), consiste em uma maneira de pôr em relevo o caminho que percorri nos vinte anos na carreira docente, sendo que nesse trajeto sempre estive em relação direta com o público de jovens e adultos. Por meio

    de narrativas, tem-se a possibilidade de (re)ela-borar questões internas e fortalecer a autoria e a autonomia. A narração não é a descrição fiel do fato, mas como ele foi construído mentalmente pelo narrador. No narrado podemos conhecer mais acerca da subjetividade do narrador do que a verdade em si do narrado (MARQUES; SATRIANO, 2017, p. 372).

    A tessitura dos fios que se entrecruzam nesta narrativa resulta da emergência de fatos e vivências pessoais e profissionais. A organização da narrativa visa evidenciar para os potenciais interlocutores escolhas, experiências, possibilidades e desafios no processo de identificação e formação para o trabalho na EJA. Assim, a construção textual apresentará momentos de narração entrecortados de reflexão e diálogos com diferentes vozes emergentes de práticas na docência e/ou leituras teóricas sejam sobre educação, EJA ou a metodologia (auto)biográfica, que contribuem para a construção identitária tendo em vista que

    o trabalho biográfico não consiste somente em fazer reemergir essas lembranças pertinentes à vista do questionamento que orienta esse tra-balho. [...] É o momento em que se trata de com-preender como essa história articula-se como um processo — o processo de formação — que pode ser depreendido mediante as lições das lembran-ças que articulam o presente ao passado e ao futuro (JOSSO, 2006, p. 378).

    Desobedeço, parcialmente, a proposição a que o título desta narrativa se propõe e início o meu relato a partir das minhas primeiras experiências na docência. Elas são parte importante das decisões que tomei durante a minha trajetória profissional. Agora, tenho consciência disso! Naquele momento, não tinha! Pensar sobre si, sobre sua trajetória, seu percurso, suas experiências, suas relações, permite identificar o fio condutor de sua própria história de vida, uma história em formação (SILVA, 2020, p. 1417).

    A atividade de resgate de lembranças de fatos e experiências iniciais que remontam à EJA me possibilitou revisitar, de modo geral, todo o meu processo formativo. Isso proporciona aperfeiçoamento profissional e desenvolvimento pessoal uma vez que possibilita um movimento intelectual e emocional no narrador participante. Porém, isso exige do profissional ousadia, comprometimento e maturidade para olhar para dentro numa justaposição, nem punitiva nem benevolente (MARQUES; SATRIANO, 2017, p. 382).

    Nesta narrativa autobiográfica, com ênfase na profissionalização para a docência na EJA, considero, na esteira de Bragança (2018, p. 70) que esse tipo de narrativa como uma memória fragmentada, como dialética entre lembrança e esquecimento. Friso ainda que

    Pesquisas que abordam narrativas auto(biográ-ficas) envolvem, necessariamente, relações com a memória. Por sua vez, a memória se conecta à identidade estabelecendo uma interligação entre si. Compreendemos, assim, que a construção da identidade é alimentada pela memória (SILVA, 2020, p. 1409).

    PRIMEIROS PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO… FAMÍLIA E LEITURA

    Os laços de parentesco são, indubitavelmente, os mais evocados nos relatos, quer sejam laços herdados por nascimento, quer sejam laços de aliança.

    Marie-Christine Josso

    Vários acontecimentos, que deixo de mencioná-los, são igualmente importantes aos que cito aqui. Vale destacar, entretanto, que qualquer que seja o relato, de quem o conta ou de quem o vivenciou, será sempre uma versão parcial da história (SILVA, 2020, p. 1412). A seleção é necessária devido ao objetivo dessa autobiografia. Nascida negra em 1974, caçula de uma família numerosa de 11 (onze) irmãos. Meus pais, sem formação escolar, porém muito instruídos pela experiência de vida, me ensinaram desde muito cedo valores como temor a Deus, respeito ao próximo e ter objetivos na vida, bem como trabalhar com persistência para alcançá-los. Essa contextualização é necessária porque a pesquisa narrativa oportuniza o encontro do individual e do coletivo visto que o narrador traz a marca do singular em sua narrativa, ao mesmo tempo em que traz a marca da cultura, da história, do contexto (MARQUES; SATRIANO, 2017, p.377). Apresentar minha origem já ajuda a desvelar oportunidades, ou a falta delas,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1