Meu Mineiro amor e outros contos
()
Sobre este e-book
Meu Mineiro amor e outros contos é um livro de contos, no qual o principal trata do amor entre dois jovens de mundos distintos; nos outros contos, a autora relata a bondade humana, fala de superação e do talento existente em cada criatura de Deus. Falando, principalmente, sobre o amor.
Relacionado a Meu Mineiro amor e outros contos
Ebooks relacionados
História Sem Cores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Conto: um mistério envelopado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre corações Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Amor Mora No Céu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCasa da lareira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSaga Italiana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTantas Vidas Nota: 0 de 5 estrelas0 notas19. A Dama Das Orquideas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Opção Pode Ser A Escolha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNas Terras Do Sul Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuatro Ases e um Coringa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Menino Caipira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinhas Histórias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA estrada que leva ao céu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMistério na chácara 23: Suspense/Terror/Horror Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Diário De Samantha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Defunto Bissexual Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManinha em Paris Nota: 5 de 5 estrelas5/5Lembranças! pra que te quero? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCinderela e o sapatinho de cristal: Contos de fadas clássicos, #1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVirada Do Destino Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJejuí Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConfidências Ao Meio Dia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Lua Cheia E A Estrela Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Espera De Um Resgate Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmor Nascido Na Guerra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDivisas Do Amor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGisella Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMaranguiola - Da Coroa Ao Caldeirão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTudo Tem Um Propósito Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Contos para você
Só você pode curar seu coração quebrado Nota: 4 de 5 estrelas4/5Procurando por sexo? romance erótico: Histórias de sexo sem censura português erotismo Nota: 3 de 5 estrelas3/5A bela perdida e a fera devassa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Novos contos eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos pervertidos: Box 5 em 1 Nota: 4 de 5 estrelas4/5Os Melhores Contos de Franz Kafka Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Melhores Contos de Isaac Asimov Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPara não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Homens pretos (não) choram Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos de Edgar Allan Poe Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Contos Guimarães Rosa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Rua sem Saída Nota: 4 de 5 estrelas4/5Meu misterioso amante Nota: 4 de 5 estrelas4/5SADE: Contos Libertinos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Quando você for sua: talvez não queira ser de mais ninguém Nota: 4 de 5 estrelas4/5Todo mundo que amei já me fez chorar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmar e perder Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPrometo falhar Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Espera Nota: 5 de 5 estrelas5/5Safada Nota: 4 de 5 estrelas4/5O DIABO e Outras Histórias - Tolstoi Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO louco seguido de Areia e espuma Nota: 5 de 5 estrelas5/5O homem que sabia javanês e outros contos Nota: 4 de 5 estrelas4/5TCHEKHOV: Melhores Contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFelicidade em copo d'Água: Como encontrar alegria até nas piores tempestades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDono do tempo Nota: 5 de 5 estrelas5/5MACHADO DE ASSIS: Os melhores contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Meu Mineiro amor e outros contos
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Meu Mineiro amor e outros contos - Anna Oliveira
Agradecimentos
À minha avó querida, Maria Leonarda Brito; ao meu avô querido, Francisco Rodrigues Machado.
Ao meu pai, Francisco José Ribeiro, e à minha mãe, Elisabete Brito.
Aos meus tios, Antônio Monteiro Rodrigues e Juarez Sousa.
E às minhas filhas, Andreza, Lauza e Lara.
Aos meus leitores e amigos.
Sobre a autora
Anna Machado de Oliveira nasceu em 23 de agosto em Fortaleza, Ceará. Quando criança, na escola primária, sua redação foi escolhida como a melhor do colégio, porém fora o amor de sua avó materna que despertou na autora o gosto pela literatura. Ficava na fazenda Capão do Maxixe a ler literatura de cordel para Dona Maria Leonarda Brito.
Meu mineiro amor
O galo nem tinha cantado quando Mineiro seu café com broa já tinha tomado. A calça de brim, a camisa azul, os sapatos engraxados. Pegou a estrada com seus cacarecos, um sorriso nos lábios e o pensamento:
— Desta vez eu me supero! Vou vender todas as minhas mercadorias.
Suas mercadorias eram: panelas, penicos, bacias, toalha, ferro, toalha de mesa, lamparina, funil, corda, lampião, lanterna, lençol etc. Era tanto cacareco que não sei como Mineiro conseguia carregar. Pegou a carroça para depois pegar o trem.
— Eita, que hoje o Sol vai nascer lindo, não choverá não.
A cigarra anunciou:
— O Sol vai estar brabo como boi.
E o mineiro lá se foi. O trem atravessando a mata, o mineiro cochilando, o passageiro roncando e a criança berrando. Eita, que hoje o dia vai ser longo!
Mineiro zelava pelo seu ganha-pão; chegou ao destino, descarregou o restante das bagagens e alugou uma carroça.
Chegou à pensão de dona Lili, a velhinha correu para abraçá-lo.
— Meu filho, você voltou!
— Sim, dona Lili; e trouxe muita mercadoria boa.
Mineiro almoçou e foi logo mostrando para d. Lili as belezuras de mercadorias.
A senhora ficou com três panelas de ferro e uma toalha de mesa. Indicou três amigas para comprarem também.
— Ajude o rapaz, Neusinha! Ele vai se casar – falou d. Lili.
Mineiro passou o dia percorrendo a cidade e suas redondezas. Com sua caderneta viu quem devia e quem era bom pagador. Deu um presente para dona Lídia, a senhora viúva sempre pagava em dia e ganhou uma linda toalha do Mineiro.
Já eram 09h30min e Mineiro ainda não havia retornado à pensão. Dona Lili estava preocupada, pois havia aparecido um ladrão vindo de Goiás que roubava e matava as vítimas.
Mineiro chegou à pensão às 20h30min, estava estropiado de tanto andar, vendera muito e recebera o restante do dinheiro. Apenas um calote do Nestor, o homem era um trapaceiro sem pudor.
D. Lili colocou a janta de Mineiro, deu doce de jaca que era seu preferido. A amizade dos dois já durava cinco anos, regada pelo afeto e respeito.
Nessa noite, Mineiro tivera um sonho esquisito. Sonhara que estava com a noiva em um lindo jardim todo rodeado de flores brancas. Ouvia um barulho da cachoeira e ia se banhar, quando a noiva gritara para ele:
— Não! Tu ainda não estás pronto!
Foi um grito tão feio e tão longo, que Mineiro quase levou um tombo. Acordou assustado e suado e foi à cozinha beber um pouco de água. Ficou refletindo sobre o sonho, seria algum aviso?
Não, deve ser o casório que se aproxima, estou nervoso. Voltou para cama, entretanto não conseguiu mais dormir.
Passadas algumas horas, ouviu d. Lili bater nas panelas. Ela estava a preparar o desjejum para os hóspedes que naquela manhã eram apenas oito. O Mineiro partiu, dessa vez foi para uma tristeza louca. Dessas que arregaçam a alma e sangram o coração.
Estava o Mineiro com 26 anos, todo faceiro, todo medonho e as coisas já tinha comprado. A casa ganhara de herança do avô Geraldo. Uma casinha feia, toda desenxabida, esfolada, sem brilho, apagada. Mineiro, caprichoso que só, chamou Toinho pintor e disse:
— Amigo, me ajude, quero transformar esta casa num palácio da alvorada!
Toinho franziu a testa, mordeu os lábios e disse:
—Vai dar trabaio, Mineiro, a casa está despencando!
Pegaram cimento, cal, terra etc. Foram tapando os buracos, ajeitando aqui, ajeitando acolá, consertando as paredes. Uma mão de cal e depois a tinta branca, cobrindo as feiuras da casa.
As janelas desgrenhadas e a madeira apodrecida foram substituídas por madeira novinha, trazida de Alagoinha. Mineiro sorria:
—Tá ficando bom, Toinho, tá ficando bom, homem de Deus!
Em trinta e um dias se acabou tudo. Os dois amigos estropiados se deitaram no alpendre da casa no chão e foram prosear:
— Ficou uma belezura, não é, Toinho?
— Dessa vez, compadre, tenho que confessar, pensei que a casa feia fosse despencar. Cada vez que mexia, alguma coisa desabava, mas o alicerce dela é bom, aguentou o repuxo.
— Ficou muito bom o conserto!
Mineiro pagou o Toinho, que não queria receber:
— Oxe, homem, é meu presente de casamento.
— Deixe de loucura, tu tens seis filhos para criar e a comadre precisa de dinheiro.
— Está certo, Mineiro, entretanto vou te dar uma ovelha do meu pequeno rebanho. – Mineiro aceitou.
— Glória! Glorinha! Vem cá, amor!
— Já estou indo, meu sonho, meu amor. – Glória foi ver a casinha onde os dois iriam morar. Quando chegou e viu a casa branquinha de alpendre, as janelas de madeira nova pintadas de azul-marinho, vasos de flores enfeitando a entrada, luminárias na frente, ficou tão entusiasmada, que disse:
— Caso amanhã mesmo se quiseres, meu Mineiro amor.
— Então, querida, vou botar os papéis no cartório amanhã mesmo.
Tudo corria tranquilo, os fazendeiros esperando a colheita do café, outros esperando ter bom lucro com a venda dos queijos e leite. D. Diocina, a doceira do Ceará, esperando lucrar na festa de Nossa Senhora dos Desesperados. A cidade pequenina de Minas Gerais estava toda sabendo que mineiro caixeiro-viajante e Glória professora de História iriam se casar.
O pai de Glória mandara fazer o vestido em São Paulo, por uma grande costureira: Laurinda Monteiro Colher. Os docinhos foram feitos por D. Diocina. Seria um casamento muito lindo.
O vestido de Glória era branco, rendado e comprido. Uma linda tiara de pedras preciosas o padrinho Moraes mandara fazer. Moraes era o fazendeiro mais rico das Minas Gerais, tinha terra que a vista não alcançava e um imenso amor fraternal por Glória.
O pai preferia um doutor para casar-se com Glória, mas Mineiro era muito inteligente e trabalhador, cativara o seu sogro e a sogra. Mineiro herdara uma chácara e uma casa do avô. Então, o pai de Glória se