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A estrada que leva ao céu
A estrada que leva ao céu
A estrada que leva ao céu
E-book51 páginas26 minutos

A estrada que leva ao céu

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Sobre este e-book

O cheiro de fogão a lenha, limpo com ramas de alecrim, aromatizava o ambiente. Ana limpava com esmero as panelas de ferro, enquanto o tacho borbulhava com doce de goiaba. Naquela tarde de agosto de 1956, os ipês estavam floridos e tudo parecia calmo. Até que os gritos da fazenda ao lado irromperam as porteiras, vindos das terras de Joaquim. Cavalos e um carro veloz deixavam poeira alta. Joaquim passara dentro de um carro e meu coração apertara. O que acontecera? O silêncio que se seguiu era diferente, com cheiro de chuva fina. Os pastos amarelos, castigados pelas geadas, pareciam saber que algo sério haveria de mudar os rumos dessas bandas. Eu saí correndo como quem quer alcançar, mas não quer saber. O coração palpitava, as pernas corriam, mas estavam bambas. Minha respiração foi molhada por lágrimas e seca pela poeira. O mundo pode ser tão lindo como esses ipês e tão cruel como as despedidas. Não tenho medo da morte, tenho medo das despedidas.
Adentre o mundo de Luiza e permita-se viver um mundo que vem ficando para trás, mas ainda tem muito a nos ensinar.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento22 de mar. de 2024
ISBN9786525472362
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    A estrada que leva ao céu - Régis Vieira

    Agradecimentos

    Agradeço a Deus pela oportunidade de escrever e à minha família, em especial a meus pais, José Luiz e Lúcia, e minha amada esposa, Nara. Sem vocês nada seria possível.

    Prefácio

    As crônicas que compõem a Estrada que leva ao céu são uma obra de ficção, ainda que permeadas por nomes conhecidos, que eu fiz questão de homenagear, e alguns relatos baseados em fatos, ainda assim trata-se de uma obra estritamente de ficção.

    Quis trazer um pouquinho do cheiro de Aiuruoca a todos os leitores e, aos conterrâneos, o pertencimento a uma linda história. As histórias de Luiza nos transportam a um Brasil profundo, com aroma de casa de vó, e assim espero encantá-los.

    Àqueles que não nos conhecem, venham a Aiuruoca. Aos apaixonados por poesia, conheçam Dantas Motta. Aos apaixonados por cuidar sem medidas, visitem a vida de Dr. Júlio Sanderson.

    Sem mais delongas, leiam, leiam sem pressa!

    A correria tomou conta da praça; 24 de dezembro de 1956, o Fórum da cidade estava repleto de carne. O prefeito, uma vez ao ano, sempre no Natal, mata alguns animais e deixa as carnes na escadaria do Fórum. A multidão se alvoroça, é uma correria sem fim. Perguntei ao papai se poderia pegar, ele olhou com atenção em meus olhos, pareciam dizer: não repita

    Fomos embora após a missa, cansativa, um rito em latim. O padre estava de costas e eu não entendia nada. Dormi, acordei e parecia estar sempre no mesmo ponto. Insistia em olhar a Dona Firmina cantando alto e desafinado. Meu Deus! Ninguém fala a esta senhora que definitivamente não sabe cantar.

    As crianças deveriam ser privadas de missas em latim, deveríamos ir direto à pracinha, Sr. Lolorico vendendo pipoca, o bar Central e sua baleira giratória de vidros. Ah! Meu Deus! Ficaria mais feliz, eu creio! 

    Fomos caminhando para casa sem carne, sem balas, mas felizes após a missa. Chegamos corridos Paulo, Francisco e eu. Morávamos na fazenda, cerca de 4 quilômetros do centro da cidade. Papai era grande, tinha passos largos, um bigode grosso, face de quem é gentil, mas sempre sério. Nunca vi papai dar grandes gargalhadas. Seu irmão, João, um beberrão

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