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Um Conto: um mistério envelopado
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Um Conto: um mistério envelopado
E-book90 páginas1 hora

Um Conto: um mistério envelopado

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Sobre este e-book

Uma estória leve e engraçada que permeia o mistério de um assassinato no interior do Brasil. Entrelaçando o cotidiano dos personagens ao longo da saga, o leitor irá se encantar com os personagens e suas personalidades, comportamentos e anseios, associados aos acontecimentos que se entrelaçam até o final da estória que, descontraída, prende a atenção do leitor até o final.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de out. de 2022
ISBN9786553553668
Um Conto: um mistério envelopado

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    Um Conto - Rodrigo T. F. Filártiga

    capaExpedienteRostoCréditos

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    UM CONTO

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Agradeço a Deus por esta Graça.

    Agradeço à minha esposa, Sabrina, a meus filhos, Giovana e Pedro, bem como aos meus Pais, Miguel e Sonia, pelo apoio recebido nesta nova empreitada, em particular, à Sabrina e a minha mãe, Sonia, por lerem esta obra em primeira mão, opinando a seu respeito e me encorajando.

    Torço para que todos que a leiam gostem, pois foi elaborada com muito gosto e prazer, pensando realmente em proporcionar um pouco de alegria e divertimento.

    UM CONTO

    É setembro de 1865. Faz calor. O dia mal tinha nascido e já mostrava que seria mais um daqueles, onde a única esperança de frescor era a brisa que vinha do mar, cortando a cidade e trazendo alguma esperança para quem quer que a chuva venha, e apascente o mormaço que o sol desta época do ano traz.

    A cidade acorda. Próspera, com suas casas em estilo colonial e suas ruas pavimentadas, a Vila da Morraria tem um ar romântico, incrustada entre a serra e o oceano.

    No fundo da venda do Senhor Nicolau, Clarisse desperta, incomodada pelo suor que está em volta de seu pescoço e com a camisola que começa a colar em seu corpo. Está abafado. Seria bom se chovesse.

    Clarisse é bem branca, como uma porcelana, com olhos e cabelos bem pretos. O corpo é magro, mas com os costumeiros contornos da mulher brasileira, cintura fina e bunda grande. Filha de pai português e mãe cabocla, a beleza nasceu num dia de muita chuva e dera muito trabalho para sair, como dizia sua mãe, Dona Maria. A menina era um doce, no auge dos seus 15 anos, estava entre as mais interessantes criaturas da cidade, atraia olhares dos mais variados. Para alguns o desdém e a inveja, para outros o desejo e o amor, o que incomodava e preocupava o Senhor Nicolau, seu pai.

    Nicolau da Silva Pereira, português de Lisboa, dizia que tinha vindo só para espiar e foi ficando.

    Ficou um dia, uma semana, um mês, um ano e opa! Conheceu Dona Maria. Maria Deosdete de Souza. A paixão foi rápida, e a vontade de se deitar com aquela mulher, só não foi mais rápida que a pressa do futuro sogro em casá-la. E lá foi ele. Trinta dias após conhecê-la já estava casado. Uma paixão avassaladora como diziam.

    Viviam muito bem. Ele abriu um comércio e logo prosperou. Vendia de tudo. Fumo, corda, vela, farinha, açúcar, feijão, cachaça, cachaça, cachaça, enfim, uma venda como qualquer uma daquela época. Certo dia Dona Maria chegou para ele e disse:

    - Tô prenha.

    O rapaz, na época com 21 anos, deu um pulo da cadeira. Que felicidade!

    Então que veio ao mundo a sua florzinha.

    Mas pararam por aí. Tiveram apenas Clarisse, pois quando do parto a dificuldade para tirar a pequena foi tamanha, que Dona Maria não quis mais filhos. Para o velho Nicolau estava tudo bem, a menina era a sua paixão, apesar de pensar às vezes em como seria ter um moleque.

    Clarisse se levanta e troca em seguida a roupa, já ensopada de suor, que passara a noite.

    - Que calor.

    Abre a janela.

    - Meu Deus!

    A brisa percorre seu corpo molhado trazendo frescor.

    - Água. Preciso de água.

    A menina vai em direção ao banheiro para se lavar, quando na passagem vê sua mãe na cozinha preparando o café.

    _ Que cheiro bom!

    O aroma do café preenche a casa com seu perfume. Já pensando no café de sua mãe, a menina acelera. Com pressa enche a mão de água e se refresca. Lava-se e volta à cozinha.

    - Bom dia!

    Beijando o rosto da mãe.

    - Bom dia! Dormiu bem? Quer café? Tem pão de milho que seu pai trouxe.

    - Dormi, mas acordei com o calor. Tava toda suada. Dormi com a janela fechada porque o maruim estava atacando, mesmo com o mosquiteiro.

    - É eu sei. Mas vá comer. Vosmecê precisa se arrumar que vamos receber gente aqui hoje. Para o almoço.

    - Quem vem?

    - O Coronel Bastião.

    - Humm.

    - O que foi? Parece que vosmecê não gostou muito?

    - Humm.

    - Clarisse! Deixa de besteira. Se seu pai sabe desse seu jeito, não vai prestar.

    - Eu sei que essa visita é pra falar do casamento. Só que eu não gosto do Gusmão. Nem o conheço direito.

    - Mais um motivo pra não ficar de prevenção. Receba o rapaz. Vosmecê precisa pelo menos prosear com ele. Depois decide se gosta ou não, e ai a gente vê com o seu pai. É bom se lembrar que já tem quinze anos e tá na hora de casar. E não tá fácil conseguir um bom partido.

    ___________________________________________________________

    Na Venda, com as portas semi-abertas, o Senhor Nicolau está nervoso. Atrás de seu balcão, faz as contas, já apressado para o almoço.

    - Seis, sete, oito, nove. Não está certo.

    Recomeça a contar.

    - Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove. Está sobrando um, como pode ser. Nheco!

    Nheco é seu funcionário, Manoel da Silva. Um negro magro, baixo, já meio careca, muito prestativo, mas com alguns parafusos a menos, como dizia o Senhor Nicolau. Tinha sido comprado há dez anos quando chegara da África.

    - Pronto Sinhô. O que foi?

    - Quero qui me explique uma coisa? Como pode ser, termos nove rolos de fumo, se ontem tínhamos apenas oito. Deu cria esse rolo?

    - Podi sê, não entendo muito de fumo.

    - Não sei purque perco tempo contigo. Fechaste as portas?

    - Ainda falta uma, que está encostada.

    - Pois tá. Vá fechá-la e volte aqui, que

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