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Baleias, Bromélias e outras naturezas
Baleias, Bromélias e outras naturezas
Baleias, Bromélias e outras naturezas
E-book177 páginas59 minutos

Baleias, Bromélias e outras naturezas

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Sobre este e-book

Em "Baleias, Bromélia e Outras Naturezas", nos deparamos com a extraordinária capacidade de evocar lugares ou nomes célebres como Franz Kafka, Baudelaire e John Cage, que abrem os caminhos para o argumento fulcral da poetisa Kátia Bandeira de Mello. Os pensamentos em versos livres correm torrencialmente sobre o papel, em desabafo e confissão, e procuram chamar a atenção da humanidade não só para questões éticas contemporâneas, mas para a ligação que existe nós e a Natureza — e, sobretudo, para o amor e os estremecimentos entre seres amorosos. Promessas incumpridas, alusões filosóficas: o caminho errático pelos labirintos da existência. Como diz João Nemi Neto, "escrever poesia é se abrir para o mundo" e "falar de poesia é se arriscar e tentar se encontrar nos mundos que poetas tentam nos mostrar". Neste jogo de chiaroscuro, a autora se revela e se esconde através dos textos e das lacunas. Os seus versos lancinantes são por vezes interrompidos por interlúdios narrativos dos quais surgem pensamentos, ora obsessivos, ora apaziguantes: feito vendaval, chuva de verão, intempérie da natureza. Caberá ao leitor desenrolar este novelo de imagens e sensações para descobrir o destino dos poemas, no movimento onda a onda de buscar salvar-se diante da vida, do amor, da Natureza — resgatar a alma e permitir-se assimilar o fulgor da existência.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de mar. de 2022
ISBN9789899069336
Baleias, Bromélias e outras naturezas

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    Pré-visualização do livro

    Baleias, Bromélias e outras naturezas - Kátia Bandeira de Mello

    © Editora Gato-Bravo, 2022

    Não é permitida a reprodução total ou parcial deste livro nem o seu registo em sistema informático, transmissão mediante qualquer forma, meio ou suporte, sem autorização prévia e por escrito dos proprietários do registo do copyright.

    Editora Paula Cajaty

    Coordenação editorial António Carlos Cortez

    Revisão Daria Rosa

    Projecto gráfico Bookxpress, Danielle V. Cardoso

    Ilustração Passeios Lisboetas 5, Paula Calleja

    Título

    Baleias, bromélias e outras naturezas

    Autora

    Kátia Bandeira de Mello

    Colecção Claro Enigma

    volume 4

    Impressão

    Europress Indústria Gráfica

    ISBN 978-989-9069-32-9

    e-ISBN 978-989-9069-33-6

    1ª edição: Agosto, 2022

    Depósito legal: 504129/22

    GATO BRAVO

    rua Veloso Salgado 15A

    1600-216 Lisboa, Portugal

    tel. [+351] 308 803 682 | 910 215 733

    editoragatobravo@gmail.com

    editoragatobravo.pt

    Índice

    Prefácio

    A arte da poética amorosa

    Baleias, Bromélias

    Outras Naturezas

    Prefácio

    João Nemi Neto

    Quando dois estranhos – strangers –, estrangeiros se encontram em um espaço que muitos chamam de cidade coisas mudam. Seja uma borboleta ou uma bromélia. Seja neste plano ou em alguma outra dimensão. Pessoas se reconhecem através da linguagem, seja ela visual, táctil, ou simplesmente pelas palavras. Esses dois estranhegeiros começamos a conversar porque as ideias eram muitas e os canais não eram suficientes. E durante estes anos todos, entre tantas coisas que conversamos, a paixão pela escrita em papel, cadernos, folhas soltas e outras tecnologias nos aproximou.

    Eu me lembro quando eu estava na escola, eu gostava de copiar citações nos meus cadernos. Sempre que eu lia alguma coisa que me encantava, eu copiava com canetinhas coloridas. Quando eu li Baleias, Bromélias e Outras Naturezas, um verso ficou comigo: por juntar, compreenda-se fusionar / dois corpos num mundo sem métrica, / porém colocá-los em ritmo pendular / ama não ama ama não ama, diz que ama! Aquele poema me fez chorar. Havia algo naqueles versos que gritava para mim. Eu anotei no meu caderninho e deixei guardado para um futuro em que aquelas linhas virassem livro.

    Escrever poesia é se abrir para o mundo. Falar de poesia é se arriscar e tentar se encontrar nos mundos que poetas tentam nos mostrar. Kátia abre o livro com a sua arte da poética amorosa. Talvez pessoas se reconheçam pela forma de amar, ou de doer. Os poemas neste livro propõem soluções científicas que, em um primeiro momento, podem parecer imaginárias, mas não há nada de particular no verso. A escrita é coletiva e este livro nos apresenta reações para que voltemos a ser os mesmos mesmo transformados. O livro é o jogo infinito dos objetos pedintes do eterno. As patáforas nestes poemas são verdades lúdicas que precisam doer. Katia nos pergunta se temos língua para lamber a constelação que brilha rarefeita no seu céu de gengiva. Eu não sei, mas ela sabe. A poeta deste livro nos anuncia o recomeço, nos guia pela vontade, por um desejo sem medo de ser erótico e sem medo de pedir ajuda.

    O mundo está acabando, ou como disse Ailton Krenak, para os povos originários, o fim do mundo aconteceu no século XVI. O planeta está no final, nós destruímos o nosso chão. É um absurdo o mundo que vivemos, ou fizemos dele um contrassenso em que a vida perdeu importância. Ficam as vozes, como as desta poeta, que nos alertam sobre o desastre ecológico que criamos. Se o mundo já acabou ou não, só não percebemos os que não lemos os versos deste livro.

    Pelos cinco dedos das nossas mãos, a mente poética nos alerta: não é só a baleia que está prestes a se extinguir, somos todos nós. Os ursos, as bromélias, o solo, todos já sabem. Os poemas deste livro nos avisam do que destruímos. Porém, talvez em algum canto do livro esteja a chave – ou ferida em segredo – da nossa humanidade patética. Se isso for verdade, nos resta esse processo pacífico de ir morrendo onda a onda...

    Baleias, bromélias e outras naturezas sugere uma ecologia poética que nos faz enfrentar os absurdos do nosso caos cotidiano, da nossa vida perdida desde o momento em que abandonamos as baleias à deriva. Katia propõe, também, uma ecologia da linguagem. Os poemas de Katia se encaixam em uma chamada para a mudança. A linguagem perde a sua sensualidade sem uma proposta ecológica. Aqui, a poeta tenta resgatar o que ainda nos resta de sexualidade a partir de versos.

    A ecologia, portanto, é um possível fio condutor que se apresenta no domínio do real absurdo. É um fio condutor que acompanha o leitor à medida que os poemas se revelam. É uma ligação com a ideia de um cosmopolitismo ecológico. O livro, como um objeto é um ecossistema autônomo que, nós leitores, invadimos e tentamos habitar. A leitura desatenta tentaria civilizar ou conquistar

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