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Café & Literatura
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E-book244 páginas1 hora

Café & Literatura

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Sobre este e-book

A antologia Café & Literatura reúne um conjunto poemas, contos e crônicas e é o quarto livro do Projeto Antologias, organizado por Douglas Augusto, editado por Alícia Cerdeirinha, revisado por Diego Augusto e contempla as obras de Acídeo Severino, Alberto dos Anjos Costa, Aldair Ribeiro dos Santos, Alessandro Mathera, Bárbara Vilaça Temponi, Cely Soares, Cláudia A. Terehoff Merino, Daniela S. Terehoff Merino, Diego Augusto, Gercimar Martins, Gisele Wommer, Izis Gonçalves, Jackson Matheus dos Santos, Jeferson Ilha, Júnio Liberato, Kátia Surreal, Leonardo Tomais Domingues, Marcelo Gomes Jorge Feres, Marques Bueno, Milene Colin, Nancy, Noi Soul e Simone Magalhães.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de ago. de 2021
Café & Literatura

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    Café & Literatura - Vários Autores

    Café & Literatura

    CAFÉ & LITERATURA

    DOUGLAS AUGUSTO (ORGANIZADOR)

    Acídeo Severino

    Alberto dos Anjos Costa

    Aldair Ribeiro dos Santos

    Alessandro Mathera

    Bárbara Vilaça Temponi

    Cely Soares

    Cláudia A. Terehoff Merino

    Daniela S. Terehoff Merino

    Diego Augusto

    Gercimar Martins

    Gisele Wommer

    Izis Gonçalves

    Jackson Matheus dos Santos

    Jeferson Ilha

    Júnio Liberato

    Kátia Surreal

    Leonardo Tomais Domingues

    Marcelo Gomes Jorge Feres

    Marques Bueno

    Milene Colin

    Nancy

    Noi Soul

    Simone Magalhães

    1ª Edição Quatá / SP

    2021

    Café & Literatura

    Copyright © Douglas Augusto 2021

    ISBN: 9798464299467

    Quatá / SP

    Café & Literatura

    ORGANIZAÇÃO

    DOUGLAS AUGUSTO

    DIAGRAMAÇÃO

    ALÍCIA CERDEIRINHA

    REVISÃO

    DIEGO AUGUSTO

    IDEIA ORIGINAL

    PROJETO: ANTOLOGIAS

    Café & Literatura

    Café & Literatura

    AUTORES PARTICIPANTES

    Café & Literatura

    Café & Literatura

    SUMÁRIO

    A bicicleta do diabo ............................................... 11

    Aero-Porto 21 de abril de 1960 .............................. 18

    Ah, chuva ............................................................... 23

    A profecia .................................................................. 24

    Apenas prometeu ................................................... 33

    Aspiremos ............................................................... 35

    Ca fé ....................................................................... 37

    Café e Literatura ....................................................... 38

    Completude ............................................................ 39

    Conceitos ............................................................... 41

    Depressa ................................................................. 69

    Divergência ............................................................... 72

    Doença mental – eles alegam .................................. 74

    Duelo ........................................................................ 76

    Ensinamentos ........................................................... 78

    Entre devaneios e labirintos ...................................... 79

    7

    Café & Literatura

    Filosofias de mãe ...................................................... 80

    Habitação de soledade ........................................... 86

    Helianthus ................................................................ 88

    Hipocrisia ................................................................. 90

    Idiota romanesco ...................................................... 92

    Inexorável passar dos instantes ................................ 98

    Insônia ................................................................... 99

    Letras e poesias, universos e deuses .................... 100

    Meu botão de Azaléia ........................................... 103

    Nau a deriva .......................................................... 105

    Nirvana da madrugada .............................................. 107

    O Café. Ah o café... ................................................... 109

    O dia em que não aprendi a dirigir ............................ 111

    O menino reprocessado ............................................. 115

    O terrível Malamém .................................................. 118

    Olhos de gato ............................................................ 120

    Onde o amor mora .................................................... 125

    8

    Café & Literatura

    Paulo freire, o grande ............................................... 132

    Pensar ...................................................................... 134

    Qual a mágoa do andarilho? ..................................... 136

    Quem dera... ............................................................. 138

    Rosa Linda ............................................................... 139

    Saudades .................................................................. 140

    Sentimentalismo ...................................................... 142

    Ser diferente ............................................................ 143

    Soneto da vontade de viver ...................................... 145

    To publish or not to publish ..................................... 146

    Treinando o desapego ............................................... 149

    Um dia nada relaxante .............................................. 152

    Um mundo inteiro .................................................... 165

    Uma pausa para novas ideias .................................... 167

    Universos infindos e arredias poesias ....................... 169

    Velho de asilo ........................................................... 172

    Volp ......................................................................... 174

    Sobre os autores ....................................................... 177

    9

    Café & Literatura

    10

    Café & Literatura

    A bicicleta do diabo

    Marcelo Gomes Jorge Feres

    No dia 17 de setembro de 1944, na operação militar chamada Market Garden, um soldado paraquedista inglês fora laçado, juntamente com sua bicicleta, sobre a cidade de Nimegue, nos Países Baixos.

    Seu nome era Charles Wesley. Tinha dezenove anos e era noivo de uma tal Jessica Smith. Fazia parte de uma tropa treinada para avançar em terrenos acidentados utilizando a ajuda de bicicletas; era um Paratrooper. Sua missão: matar alemães e seus aliados e ajudar a ocupar pontes, ou a destruí-las, na preparação da invasão da Alemanha pelas tropas Aliadas.

    Charles trazia um retrato de sua amada noiva embutido em um broche atado a uma corrente de ouro, ao redor de seu pescoço. Quase chegando ao solo, em sua descida de paraquedas, e na qual vislumbrara lindas paisagens, ficara preso aos galhos de uma árvore - quando esta corrente de ouro enroscara em seus galhos -, e ocorreu do peso de sua bicicleta, que havia de modo inexplicável ficado presa a seus pés, levado o infeliz soldado a morrer enforcado.

    Em julho de 1948, já finda a Segunda Guerra,

    11

    Café & Literatura

    algumas centenas de holandeses fundaram uma cooperativa agropecuária em uma antiga fazenda, em Paranapanema, no estado de São Paulo, no sudeste do Brasil. Entre esses imigrantes, havia um, de nome Kaspar Gastman, que trouxera ao Brasil, consigo, uma bicicleta desmontável que, segundo ele mesmo contava, havia encontrado abandonada em um campo de batalha, durante a segunda guerra mundial.

    Conta-se ainda hoje, na região de Paranapanema, que, em uma noite de sexta-feira, noite de lua cheia, no ano de 1950, houve uma aposta feita em uma mesa de pôquer em um bar da cidade, na qual um imigrante holandês apostou uma rara e cara bicicleta, da segunda guerra, contra uma noite de amor com a mulher de um tal Chico.

    Conta-se, ainda, que o tal Chico perdeu no jogo de pôquer a sua mulher, por uma noite, e que cumpriu com a sua palavra, entregando a mulher a outro homem, mas que, no dia seguinte, uma vez já paga a aposta e cumprida a sua palavra dada, matou a facadas a própria mulher e, ainda, que teria matado também a facadas um imigrante holandês e, depois, que teria se matado também, bebendo veneno de rato.

    Renato é filho de Matias. Matias enriquecera lá pelas bandas do sul. Dizem que trabalhava com compra e venda de coisas antigas. Mas o fato é que Matias enriquecera e seu filho, Renato, gozava, agora, no início dos anos setenta, da ótima situação financeira da família.

    12

    Café & Literatura

    Morava, a família, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro.

    Mistério, mesmo, era a origem daquela bicicleta.

    Chamava a atenção de todos por sua aparência e por sua peculiar antiguidade. Vendê-la, Matias dizia que jamais a venderia. Com muita relutância, emprestava-a, às vezes, a Renato, seu filho, mas sempre sob a promessa, deste, de tomar o máximo cuidado com a bicicleta e de, havendo o que houvesse, sempre devolvê-la. Matias era, sim, por demais ciumento com aquela bicicleta.

    E foi por causa dos ciúmes de Matias que Renato morrera. Não a entregara ao bandido que quis tomá-la dele quando, ao cair da noite, Renato dava volta à Lagoa, pedalando e chamando a atenção de todos pela elegância em que, juntos, ele e aquela bicicleta - linda! - se apresentavam, em uma espécie de ritual de beleza e leveza que se estabelecia nas pedaladas do jovem. Mas Renato morrera e, segundo as duas testemunhas que se apresentaram

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