Autoestrada Do Horror

De Vários Autores

Caro leitor, você acredita em fantasmas, demônios e seres sobrenaturais? E que por algum motivo esses seres nos observam? Estas são perguntas frequentes no imaginário popular e de tempos em tempos são milhares os relatos de contatos com seres de outro mundo... A antologia Autoestrada do Horror traz autores de todo o Brasil e variados contos de terror que não irão te deixar dormir... Boa Leitura

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 17 de dez. de 2020

Pré-visualização do livro

AUTOESTRADA DO

HORROR

DOUGLAS AUGUSTO (ORGANIZADOR)

Alícia Cerdeirinha

Douglas Augusto

Gisele Wommer

Kamila C. Moraes

Lucas G. R. Stefanuto

Luiz de Saovagão

Rangel Elesbão

1ª Edição

Quatá / SP

2020

Copyright © Douglas Augusto 2020

ISBN: 9798582406075

Quatá / SP

ORGANIZAÇÃO

DOUGLAS AUGUSTO

DIAGRAMAÇÃO

ALÍCIA CERDEIRINHA

REVISÃO

DIEGO AUGUSTO

IDEIA ORIGINAL

PROJETO: ANTOLOGIAS

A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido.

H. P. Lovecraft

AUTOESTRADA DO HORROR

SUMÁRIO

ADELAIDE................................... 9

A FAZENDA ............................... 13

CAIPORA. ................................ 29

DESGRAÇA ................................ 34

EPIFANIA ................................ 37

NATAL NO ASFALTO FEROZ .................. 55

O DIÁRIO ................................ 69

O JAZIGO ................................ 76

O MÍMICO ................................ 86

O PALHAÇO DA ENCRUZILHADA...............113

Sobre os autores ....................... 116

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AUTOESTRADA DO HORROR

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AUTOESTRADA DO HORROR

ADELAIDE

Douglas Augusto

Hoje é sábado, o dia de ficar cara a cara com a garota que conheci a pouco mais de três meses na internet. Acordei tão feliz, certamente nada me abalará hoje...

Frenético, pulei da cama, tomei um banho. Marquei um almoço com a linda Adelaide no centro

da

cidade.

Comprei

flores...

mais

precisamente um buque de rosas acompanhado de uma bela cesta de chocolates brancos (os seus favoritos).

Abro a porta do meu apartamento e me deparo com uma cena estranha: um casal de vizinhos, senhor e senhora Vasconcelos choravam demasiadamente. Dei um bom dia, perguntei o que havia, porém aparentemente me ignoravam, como se eu não estivesse ali. Bom, como disse, isso não me abalaria, afinal hoje conheço Adelaide. Ao sair do prédio vejo varias viaturas e um homem alto

sendo

preso.

Nunca

o

havia

visto

anteriormente.

9

AUTOESTRADA DO HORROR

Com o buque e os chocolates ando feliz, apesar da curiosidade. Cumprimento as pessoas e sequer olham em meu rosto. De repente começo a sentir uma terrível dor no peito e na barriga.

Dei pouquíssima importância ao acontecimento, haja vista que na noite passada comi um pão com três hambúrgueres e certamente se tratava de uma gastrite.

Continuo tentando contato com as pessoas e as mesmas reações de desprezo continuam. Olho um cãozinho abandonado, que começa a latir ferozmente para mim. A dor continua a piorar, mas continuo meu caminho.

Chego ao restaurante e olho ao redor.

Não encontro Adelaide e a tristeza toma meu peito. A dor aumenta consideravelmente. Antes que eu pudesse retornar para casa, uma mão toca minhas costas... é Adelaide e ela é tão perfeita!

Veste um longo vestido branco, maquiagem forte e um olhar penetrante. Seu perfume é fraco, mas cheira muito bem...

Tento adentrar o restaurante, todavia ela me interrompe. Disse que prefere me levar a um local de sua preferência. Esperei três meses para conhece-la pessoalmente, jamais iria recusar 10

AUTOESTRADA DO HORROR

esse pedido.

A

conversa

com

Adelaide

é

muito

agradável. Contou-me sobre sua vida, seus falecidos pais, ex-relacionamentos e sua fixação pelo cinema clássico preto e branco. Conforme caminhava-mos as minhas dores aumentavam.

Repentinamente ela para...

_Chegamos ao local, amor...

Era o cemitério. Um vento forte e quente se inicia. Olho para o lado esquerdo e posso perceber ao longe um grupo que caminha para um enterro. Fico perplexo, pois vejo em meio à multidão, meus familiares choram abraçados. Qual membro da minha família faleceu e ninguém me avisou?

De repente tudo começa a fazer sentido na minha mente: as pessoas me ignorando, meus vizinhos chorando, meus familiares, o homem sendo preso, o cemitério e Adelaide...

Adelaide olha direto nos meus olhos, a dor aumenta e ajoelho no chão. Levanto minha camiseta e posso ver cinco buracos em meu corpo, sendo dois no peito e três na barriga. O sangue começa a jorrar incessantemente. Volto meus olhos para Adelaide e um sorriso tenebroso toma seu 11

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rosto...

_Vamos?

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A FAZENDA

Kamila C. Moraes

Essa é a história da fazenda Nascer do Sol. Ninguém sabe ao certo onde essa fazenda está, nem mesmo seus moradores saberiam aponta lá no mapa e não pela sua falta de estudo. A comida sempre era entregue de manhã. Todas comemoravam seus aniversários em uma mesma data. No dia 15 de setembro, mas como não sabiam que ano era, não poderiam dizer quem era a mais velha ou a mais nova, suspeitava se de que eram gêmeas, mas como poderia uma única mulher ter dado a luz a tantas pessoas em uma única vez? A história começa

justamente

em

um

aniversário,

justamente com a mais velha: Tefi, que apesar de não saber a sua idade se sentia mais responsável e por tanto era a primeira a levantar. Todas ali dormiam tranquilamente em suas camas de ouro e lençóis de seda enquanto a garota de cabelos castanhos abria as janelas. Ninguém reclamava da claridade 13

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emitida, estranhamente não reclamavam de nada, não podiam. As histórias de como era o mundo fora da fazenda aterrorizavam os funcionários quem dirá garotas que nunca tiveram o menor treinamento de sobrevivência.

Como sempre a senhorinha que cuidava dos tratos de todas as garotas ali apareceu. Era com certeza uma mulher com mais de