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Prometheus, O Ladrão Do Fogo
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Prometheus, O Ladrão Do Fogo
E-book100 páginas1 hora

Prometheus, O Ladrão Do Fogo

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Sobre este e-book

Uma das figuras mitológicas mais célebres do século dezenove, Prometeu, Filho do Titã Lapetus, irmão de Epimetheus, simboliza a criatividade do homem e ousadia; a compulsão do artista para se levantar para o novo e um novo poder. Hesíodo dedica duas longas passagens ao episódio de Prometheus, o ladrão do fogo. O primeiro ocorre na Theogonia, o segundo em Dos Trabalhos e dos Dias. As duas versões da história não são apenas complementares, mas interligadas na forma de uma alusão, um episódio que é explicitamente descrito no outro (A primeira passagem da história, contada na Theogonia, sobre o artifício de Prometheus, aludido em 1.48 de Dos Trabalhos e dos Dias; e, inversamente, a última parte da história, como disse em Trabalhos, sobre a aceitação de Epimetheus do presente fatal de Zeus aos homens em forma de Pandora, aludido na Theogonia como um prólogo do mito de Prometeu). As duas versões formam assim um todo e devem ser analisadas como tal. Comecemos por fazer uma análise formal da história, considerando primeiro na Theogonia, e depois nos Trabalhos, os agentes, ações e trama. Nós, então, tentaremos comparar os dois textos para descobrirmos a lógica geral da história vista como um todo. No primeiro nível, uma análise formal da história, os agentes na presença de deuses e homens. Por um lado, existe Prometeu; do outro, Zeus, e, como os executores das suas decisões finais, Athena e Hephaistos. Prometeu é definido por seus metis, que significa, seu engano, sua inteligência e sua habilidade em enganar. Zeus é definido por seus metis de um soberano e também como deus e pai, mestre do raio e do céu. Em Trabalhos há, por um lado, Prometeu e Epimetheus, que representam homens. No alto, há Zeus (Assistido por Hephaistos, Charites, Peitho, Afrodite, Athena e Hermes), que representam os deuses. Os metis de Prometheus, um conjunto de esperanças astutas, engano e malogro, acompanhado pela falta de metis em Epimetheus, que não entende nada até que seja tarde demais e que, em todos os aspectos são enganados por tudo. Esse par de irmãos, que são os opostos complementares um do outro, ou seja, essa união de pretensão sutil e miopia estúpida, é característica da condição humana.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de jul. de 2017
Prometheus, O Ladrão Do Fogo

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    Prometheus, O Ladrão Do Fogo - Adeilson Nogueira

    PROMETHEUS  

    O LADRÃO DO FOGO  

    Adeilson Nogueira  

    1

    Todos os direitos reservados.  
    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de  
    qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico,  
    fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a  
    permissão expressa do autor. Sob pena da lei.  

    2

    ÍNDICE  

    INTRODUÇÃO - ...................................................................................04  

    CAPÍTULO I

    O MITO DE PROMETHEUS..............................................07  

    CAPÍTULO II

    SÍMBOLO DO SOFRIMENTO..........................................12  

    CAPÍTULO III

    A MOTIVAÇÃO DO MITO..............................................23  

    CAPÍTULO IV

    A TRAGÉDIA DE ÉSQUILO.............................................32  

    3

    INTRODUÇÃO  

    Uma das figuras mitológicas mais célebres do século dezenove,  

    Prometeu, Filho do Titã Lapetus, irmão de Epimetheus, simboliza  

    a criatividade do homem e ousadia; a compulsão do artista para  

    se levantar para o novo e um novo poder.  

    Hesíodo dedica duas longas passagens ao episódio de  

    Prometheus, o ladrão do fogo. O primeiro ocorre na Theogonia, o  

    segundo em

     

    Dos Trabalhos e dos Dias. As duas versões da história  

    não são apenas complementares, mas interligadas na forma de  

    uma alusão, um episódio que é explicitamente descrito no outro  

    (A primeira passagem da história, contada na Theogonia, sobre o  

    artifício de Prometheus, aludido em 1.48 de Dos Trabalhos e dos  

    4

    Dias; e, inversamente, a última parte da história, como disse em  

    Trabalhos, sobre a aceitação de Epimetheus do presente fatal de  

    Zeus aos homens em forma de Pandora, aludido na Theogonia  

    como um prólogo do mito de Prometeu). As duas versões formam  

    assim um todo e devem ser analisadas como tal.  

    Comecemos por fazer uma análise formal da história,  

    considerando primeiro na Theogonia, e depois nos Trabalhos, os  

    agentes, ações e trama. Nós, então, tentaremos comparar os dois  

    textos para descobrirmos a lógica geral da história vista como um  

    todo. No primeiro nível, uma análise formal da história, os agentes  

    na presença de deuses e homens. Por um lado, existe Prometeu;  

    do outro, Zeus, e, como os executores das suas decisões finais,  

    Athena e Hephaistos.  

    Prometeu é definido por seus metis, que significa, seu engano, sua  

    inteligência e sua habilidade em enganar.  

    Zeus é definido por seus metis de um soberano e também como  

    deus e pai, mestre do raio e do céu.  

    Em Trabalhos há, por um lado, Prometeu e Epimetheus, que  

    representam homens. No alto, há Zeus (Assistido por Hephaistos,  

    Charites, Peitho, Afrodite, Athena e Hermes), que representam os  

    deuses.  

    Os metis de Prometheus, um conjunto de esperanças astutas,  

    engano e malogro, acompanhado pela falta de metis em  

    Epimetheus, que não entende nada até que seja tarde demais e  

    que, em todos os aspectos são enganados por tudo. Esse par de  

    irmãos, que são os opostos complementares um do outro, ou seja,  

    essa união de pretensão sutil e miopia estúpida, é característica  

    da condição humana.  

    Toda a história diz respeito a um duelo de astúcia - cada um  

    tentando enganar o outro - entre o Titã dotado de metis e o  

    olímpico rei dos deuses, o primeiro metionis.  

    5

    Na Theogonia, o duelo é travado diante de deuses e homens que  

    ainda estão unidos, e o resultado do duelo é determinar a  

    atribuição de ações e honras entre eles e corrigir seus respectivos  

    timai (ações) e moirai (honras).  

    Em Trabalhos, deuses e homens são apresentados como já  

    separados, e a razão entre os seus respectivos heróis (Zeus  

    representando  

    os  

    deuses,  

    Prometheus/Epimetheus  

    representando homens) é para alguns a extensão de uma  

    conclusão entre os dois lados. Nos textos, as ações de Prometheus  

    e Zeus são estritamente comparáveis.  

    Na Theogonia, cada episódio é introduzido por uma expressão que  

    indica o tempo e a sequência que a liga ao episódio anterior.  

    6

    CAPÍTULO I
    O MITO DE PROMETHEUS  

    O suplício como metáfora da tragédia associada à libertação do  

    destino humano pela conquista do conhecimento é um dos mais  

    poderosos mitos de todos os tempos e conta a tragédia do titã que  

    roubou o fogo do Olimpo para dá-lo aos homens. Simboliza o  

    eterno combate pela liberdade e o conhecimento  

    Para os antigos gregos, a conquista do fogo estava intimamente  

    ligada à luta pela liberdade. Basta ver como eles contavam a  

    história do domínio do fogo

    num dos mais poderosos mitos já  

    criados pelo homem. Existia no Olimpo, a montanha em que  

    moravam os deuses, um titã (deus gigante) muito brincalhão,  

    7

    chamado Prometeu (que significa o que pensa antes),  

    descendente do casamento de Urano, o céu, com Gea, a Terra.  

    Eles tiveram, entre outros filhos, Japetos, que viria a ser pai de  

    Prometeu. Como Zeus, a divindade suprema, era filho de Cronos,  

    o tempo, irmão de Japetos, Zeus e Prometeu eram primos. Ora,  

    Prometeu vivia fazendo artes e piadas. Uma de suas brincadeiras,  

    justamente, foi criar o ser humano, ou melhor, só o homem, o  

    sexo masculino, e colocar nele uma centelha do fogo divino, a  

    alma. Os homens assim criados assumiram o compromisso de  

    homenagear Zeus com sacrifícios animais. Em troca, podiam usar  

    o fogo, até então considerado exclusivo das divindades.  

    Mas pouco depois Prometeu fez outra brincadeira: escondeu a  

    carne de um animal sacrificado, de modo que Zeus ficou só com  

    os ossos e a gordura. Irritado ao descobrir o engano, Zeus retirou  

    o fogo dos homens e proibiu que eles o utilizassem novamente.  

    Os homens começaram a passar frio e fome, pois não podiam mais  

    usar o fogo nem para se aquecer, nem para cercar a

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