Possessive Boss
De Nay Dada
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Possessive Boss - Nay Dada
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dada, Nay
Possessive boss [livro eletrônico] / Nay
Dada. -- 1. ed. -- Joinville, SC : Ed. da Autora, 2023.
ISBN 978-65-00-66561-1
1. Romance brasileiro I. Título.
23-150994
CDD-B869.3
Índices para catálogo sistemático:
1. Romances : Literatura brasileira B869.3
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
PRÓLOGO
Nova York
Passado
Carol
Hoje fui chamada pela Hennigs & Associates, a maior firma de advocacia de Nova York. Adam Hennigs era uma lenda viva e só de ter a perspectiva de conhecê-lo sentia minha pele arrepiar!
Entro tão nervosa que eu mal vejo quem está no meu caminho, e caminho pelo hall de entrada do edifício com uma confiança fingida, enquanto sigo elevador a dentro. As pessoas ali são tão elegantes que eu me sinto quase forçada dentro da saia lápis cinza e a blusa de seda branca. Finalmente chego na recepção do andar em que acontecerão as entrevistas e anuncio minha chegada. Sento na recepção e vejo outras caras como a minha. Todos tão nervosos quanto. Todos tão bons quanto.
Mas eu sou melhor que eles, e eu não posso esquecer disso!
, sorrio para mim mesma.
Depois de uma longa espera, um homem com cara de poucos amigos chega com várias pastas nas mãos e diz, sucinto:
- Eu farei os testes de vocês, por favor, sigam-me!
Olho para todo aquele ambiente e rio internamente. Eu cheguei. Eu finalmente cheguei aqui!
, penso, com emoção.
Agora era só deixar bem claro para que estava ali!
***
Olho o relógio: 20 horas! Havia chegado ali as 10 da manhã e ainda estava na bateria de testes. Um associado júnior para a Hennigs era coisa séria, eles só queriam os melhores e por isso eu queria tanto essa vaga! Eu queria estar entre os melhores. Eu almejei isso desde que entrei para direito de Harvard! Garanti as melhores notas, as melhores referências, tudo! Absolutamente tudo!
- Carolina Parker!
Sigo a voz até o final do corredor e dou de cara com uma mulher de aproximadamente 60 anos, muito bem vestida.
- Prazer, meu nome é Arlete. Sente-se!
Eu me sento e pego um copo de água mineral colocado à esquerda da mesa. O dia havia sido duro e eu estava cansada, sequer havia conseguido me alimentar direito e sabia que aquela mulher ali era só o que ainda me separava do meu sonho. Eu nem ia pedir permissão para tomar a água, àquela altura, isso pelo menos eu já havia conquistado o direito!
Aquela sala não era de reunião, ela tinha um quê a mais, a madeira misturada com aço indicava que era de alguém de poder,
alguém que mandava ali, embora não houvesse nenhum nome na porta.
- Porque você merece a vaga, senhorita Parker?
Era só isso?
, sorrio, mas meu sorriso é um pouco amargo.
Depois de um dia estafante, o que eles queriam era a minha sensibilidade? Me poupe
, não consigo deixar de pensar.
- Porque sou a melhor!
Vejo Arlete retesar em sua cadeira e examinar meu rosto.
- E como você pode ter certeza disso?
Dou de ombros.
- Simples, mas vou explicar! Primeiro: vocês me deixaram por último, isso quer dizer que fui impressionante durante o dia, em relação aos demais, ou então teriam me dispensado logo de cara, como os dois primeiros que saíram com menos de cinco minutos de entrevista. Os outros três levaram em média quinze minutos, o que quer dizer que eles foram bons, mas nem tanto e por último, entrevistaram Chris Benson, ele estudou comigo e eu conheço seu perfil: o ordinário necessário, ele executa ordens como ninguém. – Respiro fundo, e continuo - Sei de antemão que são duas vagas, uma para direito tributário, área em que Benson está se especializando. E a outra é para direito empresarial, que eu quero atuar. Mas a questão que realmente importa é que Hennigs deve ter prometido o nome na parede para Lott, ou para Cane, e sendo Lott um às do direito financeiro e tributário, logo fica claro que a segunda vaga é para Cane. Eu já o conheço previamente então ele teria que transformar tudo isso em legítimo, por mais que achasse uma perda de tempo, coisa que ele deve ter te dito várias vezes Arlete, já que você é o braço direito e o esquerdo dele aqui dentro.
Vejo surpresa no rosto dela.
- Como eu sei que você é a secretária? De novo, é simples: suas unhas. A sua mão esquerda, o dedo indicador e o dedão estão com os esmaltes desgastados na ponta, onde você repassa o esmalte para esconder a falha por arrancar os grampos dos processos para tirar cópias sem o extrator. Suas mãos estão secas, isso indica que lida muito com papéis, mas além disso, apesar de estar muito elegante, seus saltos são baixos e tem tacos largos, o que indica que anda muito e passa muito tempo de pé, e precisa de todo o conforto que conseguir.
Mais uma respirada:
- Não possui aliança no dedo, mas vi que tinha um quadro de fotos com crianças na mesa da secretária, que suponho que seja seus netos. O que me dá duas opções, ou é viúva, ou separada. Eu aposto na segunda opção. Você ainda é muito bonita, apesar da idade e se veste muito bem, o que indica que se separou porque em algum momento da vida optou pela carreira em vez da família, e isso me faz te admirar ainda mais.
Ela fica alguns minutos em silêncio, só me olhando. Depois de algum tempo eu finalmente pergunto:
- E então... passei?
Uma voz grossa invade a sala, me fazendo virar, rápida:
- Se você tem que perguntar Parker, talvez não seja tão boa quanto diz ser!
Dou de ombros:
- Por isso acho que o tato é uma perda de tempo! Eu sei que passei, só não quis parecer arrogante com a Arlete, afinal, vamos trabalhar muito juntas.
Ele ri.
- Bem vinda ao time Cane!
Sorrio. Uma onda de alívio toma o meu corpo imediatamente.
Eu consegui. Eu consegui!
Tenho vontade de gritar, pular, rir, contar para todos que eu finalmente estou trabalhando na Hennigs & Associates, mas tudo o que digo é:
- Obrigada Cane, juro que não vai se arrepender!
***
CAPÍTULO 1
NOVA YORK
Dias atuais
Carol
- Me poupe, Cane! Eu não sou sua boneca, eu quero que você se foda!
Digo, assim que Kevin tem a cara de pau de dizer que precisa de um favorzinho meu.
Favorzinho é o jeito gentil dele dizer que quer me jogar contra os lobos que querem atacar ele!
Continuo andando em direção a minha sala, com a caneca de café na mão, que já estou arrependida de ter ido buscar e feito me dar de cara com Kevin. Esse homem achava que eu estava aqui para fazer milagres.
- Carol, você sabe que eu não estaria te pedindo isso se não fosse necessário!
Desdenho:
- Se fosse para se livrar de um problema você pediria para eu transar com o Spencer!
Kevin ri, divertido. Jeremy Spencer era o outro advogado sênior da firma de direito CANE & HENNIGS e tinha a fama de ser um escroto babaca acomodado, mas um gênio na área do direito tributário. Na verdade, a nossa empresa tinha o mérito de ter vários profissionais de ponta, mas como seres humanos, nem tanto...
O homem se larga na cadeira de couro, branca, na frente da minha mesa, pegando um dos
- Ok, você tem sua parcela de razão, mas eu jamais deixaria você liberar para o Jeremy!
Reviro os olhos, mas sorrio ao falar, adquirindo um tom mordaz na minha voz:
- Você sabe que apesar de tudo eu gosto dele? Ele me trata com respeito, diferente de você que acha que eu sou um objeto a ser usado! E você não manda em mim, muito menos define com quem eu transo ou não!
Kevin me olha com desdém e diz:
- Ele só baba em você Carol, e você sabe disso! E de todos os sócios seniores, você é a minha predileta, indiferente da sua beleza! O que eu acho incrível em você é o seu cérebro!
Reviro os olhos novamente.
- Kevin, eu já entendi, você quer ajuda, só para de gastar meu tempo e o seu e diz de uma vez o que você precisa!
Vejo ele chegar próximo e dizer:
- Eu preciso que a Pharma Euthropics desista da linha de genéricos deles!
Balanço a cabeça:
- Eles são clientes do Alexsander Lott! Você está aprontando o que? - Entendo no segundo seguinte - Kevin Cane, você finalmente conseguiu a Pharmaceutic European? Seu bastardo desgraçado! Você precisa disso para não haver conflito de interesses!
Ele concorda, rindo.
- Você é a melhor!
Dou de ombros, com um sorriso claro no rosto:
- Sim, eu sou!
Kevin vem e me segura pelos ombros:
- Posso contar com você?
Ergo a sobrancelha, levemente irritada por ele questionar meu trabalho, e digo:
- Alguma vez eu te desapontei?
Vejo ele vagar com os olhos pelo meu rosto, como se procurasse algo, e me dizer:
- Nem sequer uma vez!
Viro as costas e saio da sala dele:
- Até o final do dia eu vou te dar o que você quer, e aí Cane, nós vamos conversar sobre meritocracia!
Ele apenas concorda em silêncio e eu saio mandando um tchauzinho para Arlete, secretária faz-tudo do Kevin.
***
Eu sei que sou incrível no que eu faço, por isso estou aqui, de frente para Harvey Shatner, CEO da Pharma Euthropics conversando o porquê de se livrar de todo um segmento relativamente lucrativo. E eu tenho um plano montado nos rendimentos dos últimos meses, que eu fiz em algumas horas.
Por isso vou poder arrancar um rim do Kevin depois!
, sorrio.
- Eu tenho que dizer: seu plano de ação é louvável! Ele previu todos os poréns... É surpreendente!
Eu sorrio:
- Sim, eu sou!
Vejo dúvida no olhar:
- Desculpe, não entendi sua colocação!
Eu alargo meu sorriso:
- Incrível, é isso que você está pensando, que eu sou incrível!
Ele ri e diz:
- Ok, eu concordo com você! Obviamente o fato de não ser o Lott que está aqui me faz acreditar que é uma jogada direta do Cane!
Não confirmo nada, optando por ficar em silêncio.
- Sua fama lhe precede, todo mundo sabe que você é o braço direito de Kevin Cane!
Sorrio, convencida:
- Eu gosto de pensar que sou o braço esquerdo. Sou canhota, e acho a esquerda muito desvalorizada!
Ele ri novamente.
- Ok, Parker! Vejo ele assinar o documento e me entregar. -
Até a próxima Carol!
Ele me olha de forma tão ardente que me obrigo a colocar uma distância saudável.
- Não haverá próxima, Shatner! A partir de agora você volta a lidar exclusivamente com o Lott!
O sorriso que estende em seus lábios me assusta, ele é bonito demais para o bom juízo de qualquer mulher:
- Veremos Parker, veremos.
Saio rapidamente em direção ao nosso escritório. Hoje é dia de arrancar até as calças dele, penso, sorrindo internamente!
Você me deve e muito Cane, e hoje eu vou cobrar!
Entro no elevador com o maior sorriso sacana possível estampando minha cara.
***
CAPÍTULO 2
Nova York
Escritório Cane & Hennigs
Kevin
Eu sabia que não tinha outra pessoa para conseguir o que eu precisava, e eu não podia sujar as mãos, então eu fui direto nela, e agora, dois dias depois ela tinha o contrato na mão, me entregando toda cheia de orgulho, em sua sala de sócia sênior.
Ela conseguiu bater meu recorde, se tornou sênior aos 28 e agora eu sei que ela estava atrás do nome dela na parede. Eu podia sentir isso. Ela tem uma fúria e só sossega quando consegue o que quer!
Carol era a única mulher sênior da firma, os demais eram todos homens e eles não eram metade da força que ela era.
Eu era louco por ela, profissionalmente falando, é lógico! Ela tinha apenas 32 anos e estava na frente da corrida para se tornar sócia nominal. Os outros eram mais velhos e menos eficientes.
Ela era um furacão!
- Você é boa!
Ela sacode a cabeça e ergue os ombros:
- Você fala como se isso fosse uma surpresa!
Antes mesmo de eu responder, um Lott muito puto entra berrando na sala dela e me faz ir para cima, mas ela me retém com o braço e apenas deixa ele falar:
- PORQUE VOCÊ FOI FALAR COM O MEU CLIENTE PELAS
MINHAS COSTAS, PARKER?
Ela diz, simples:
- Foi preciso, Lott!
- VOCÊ ESTÁ REDONDAMENTE ENGANADA SE ACHA QUE ISSO VAI PASSAR BATIDO!
Vejo ela sacar dois ingressos da bolsa e entregar para ele:
- E não vai mesmo Alexsander, por isso eu consegui isso aqui!
- O que é isso?
Ele pega com raiva da mão dela e muda o semblante na mesma hora. E o tom! Parece mágica!
- Como você conseguiu isso? Ou melhor, como você sabia?
Ela sorri, e ergue as sobrancelhas daquele jeito irritante.
- Eu sei