Biografia De Nhá Chica
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Biografia De Nhá Chica - Marco Aurélio Rodrigues Dias
capa
Introdução
O poeta Olavo Bilac, em 1905, escreveu um artigo na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro¹, edição de 26 de janeiro, onde fez a seguinte pergunta: Quem foi Nhá Chica?
E ele mesmo respondeu: Ela foi uma excelente mulher, analfabeta e crente, de alma simples, de coração caridoso, e de esclarecido bom senso, que se supunha inspirada diretamente por Nossa Senhora, quando era simplesmente inspirada pela sua própria bondade e pelo seu próprio critério. Em todas as situações difíceis da vida, os que procuravam Nhá Chica iam nela achar um conselho prudente, uma palavra de animação, de carinho, de esperança. Graças a esse conselho e a essa animação, e graças ainda ao extraordinário tino com que a Santa resolvia os mais difíceis problemas, a sua fama cresceu, e afirmou-se a sua santidade. Abençoavam-na os ricos, que lhe deviam o consolo; abençoavam-na os pobres, que lhe deviam o pão; e admiravam-na todos, pela sua virtude exemplar, pelo seu incansável altruísmo, pela sua nunca desmentida caridade
(Bilac).
Depois, Olavo Bilac pergunta se Nhá Chica era santa, e, novamente, ele mesmo responde:
Era uma Santa, a Nhá Chica? Era, decerto. Santas são todas as almas que desconhecem o egoísmo e a maldade, e que só sabem espalhar em torno de si os benefícios, o conforto material e moral, o alívio dos sofrimentos
(Bilac).
Em outro trecho o poeta descreve e explica quem foi Nhá Chica:
Nhá Chica, quando morreu, era uma velhinha mirrada, de corpo consumido pelos jejuns, só pele e ossos. Morreu em junho, em pleno inverno mineiro, inverno seco e rigoroso. Tudo isso bastaria para explicar a conservação do seu corpo, quatro dias depois da sua morte. Mas para que dizer isso à boa gente, que acredita em milagres? Em torno do nome de Nhá Chica, já se formou uma suave lenda poética, que não convém destruir. As lendas poéticas são tão úteis e tão necessárias, como o pão que se come e o ar que se respira: elas elevam e purificam as almas, apuram a imaginação, e consolam das misérias e das amarguras da vida real
(Bilac).
Enfim, o poeta Olavo Bilac foi um dos primeiros escritores a se interessar pela vida de Nhá Chica.
Quero externar aqui o meu agradecimento ao poeta, porque passei a conhecer a existência de Nhá Chica através do seu artigo publicado no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro.
Então, a partir da pergunta que ele colocou no jornal, resolvi pesquisar a vida dessa mineira, e o resultado dos meus estudos publiquei neste livro.
¹ Jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, edição de 26 de janeiro de 1905.
Deixando S. João D. Rei
Nhá Chica nasceu em São João Del Rei.
Mudou-se, mais tarde, para Baependi.
Foi assim o dia da mudança:
Numa rigorosa manhã de inverno, com ventos cortantes, Isabel (a mãe) e Nhá Chica (a filha) botaram o pé na Estrada Real.
A data da mudança pode ter sido entre 1818 e 1843².
A madrugada havia sido gelada; temperaturas abaixo de zero grau; até geou.
Uma camada de gelo cobria as ruas e os pastos.
A neblina espessa, de doer o nariz, mal deixava ver algo adiante dos olhos, e Nhá Chica, apesar do frio, se divertia soprando o vapor que saía da boca.
Amanheceu; a claridade ensaiou o alvorecer.
Dezenas de galos comemoravam a vida, com seus cantos repetidos e altos.
Duas mulas deixaram São João Del Rei.
Por entre residências simples e casarios da arquitetura barroca, mãe e filha se despediram de São João Del Rei.
Estavam de mudança para Baependi.
Elas sabiam que seria definitiva a mudança, e, de fato, nenhuma das duas jamais retornou ao local de origem.
Queriam mudar de vida.
Durante a viagem, elas viram passar muitas mulas com jacás carregados de ouro, de propriedade da Coroa Portuguesa.
Enroladas em casacos, iam Isabel e Nhá Chica.
Há anos, alimentavam esse sonho.
Isabel não andava bem de saúde. Temia que sua filha ficasse sozinha em São João Del Rei, caso viesse a falecer por lá. Precisava protegê-la.
Procurou a companhia de seus filhos mais velhos, Teotônio Pereira do Amaral e Maria do Amaral.
Os dois foram fazer vida em Baependi, anos antes.
Teotônio, já estabelecido no povoado, até financeiramente bem estruturado, insistia com Isabel para que fosse morar com ele naquele município.
Até comprou uma casa, com terreno amplo, onde as duas foram morar quando se estabeleceram em Baependi.
É muito provável que Teotônio as tenha ajudado financeiramente durante os primeiros meses na nova residência.
A vida não era fácil em São João Del Rei. Mas elas não estavam sozinhas no mundo.
Então, naquela data desconhecida, decidiram fazer a mudança para Baependi.
Deus sempre ajuda!
Estavam, por isso, na Estrada Real, carregando poucos pertences e a fé em Deus.
Os sinos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário badalaram, chamando os fiéis para a primeira missa da manhã.
Sentiram aperto no coração.
Pararam.
Isabel olhou para trás e viu