Mynews Explica Pesquisas Eleitorais
()
Sobre este e-book
Relacionado a Mynews Explica Pesquisas Eleitorais
Ebooks relacionados
Manual Rápido de Pesquisa de Opinião e Eleitoral Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre Para Ganhar: Como Vencer Qualquer Eleição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Campanha de Bolsonaro e a Sociedade do Espetáculo: Uma Análise Sobre a Vitória Bolsonarista em 2018 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEleições no Brasil: Manual Compacto de Campanha Negativa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCampanha decide voto:: o papel da campanha política no resultado da eleição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSondagens, Eleições e Opinião Pública Nota: 4 de 5 estrelas4/5Como Ser Eleito Em Um Mundo Conectado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMarketing Político na Televisão Brasileira: Um estudo sobre as campanhas presidenciais de 1989 a 2002 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA eleição disruptiva: Por que Bolsonaro venceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrise de representação dos Partidos Políticos no Brasil (2000 a 2015): Uma perspectiva comparada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMídia e Eleições no Brasil: Disputas e Convergências na Construção do Discurso Político Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPensamentos Coletivos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Novo Jogo Eleitoral Brasileiro: PT e PSDB na Democracia de Público Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Uso da Informação no Desenvolvimento Político Eleitoral Brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Direito à Liberdade de Expressão Eleitoral em Tempos de Fake News Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNovo manual de marketing político Nota: 2 de 5 estrelas2/5Entre sociologias - percursos do cenário de pesquisa recente: Volume 1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComunicação Política: O oxigênio da democracia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMovimentos sociais e políticas públicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMyNews Explica FakeNews na Política Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLideranças políticas no Brasil: características e questões institucionais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJuventudes e o mal-estar na contemporaneidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFake News e as Eleições de 2018 no Brasil: Como Diminuir a Desinformação? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs políticas da política: Desigualdades e inclusão nos governos do PSDB e do PT Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reforma política: O debate inadiável Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMais transparência: desvendando os dados abertos da Câmara dos Deputados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRepresentação além das eleições: Repensando as fronteiras entre estado e Sociedade Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Política para você
A Arte da Guerra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO CAPITAL - Karl Marx: Mercadoria, Valor e Mais valia Nota: 4 de 5 estrelas4/5Política: Para não ser idiota Nota: 4 de 5 estrelas4/5O príncipe, com prefácio de Paulo Vieira Nota: 4 de 5 estrelas4/5Por que o Brasil é um país atrasado?: O que fazer para entrarmos de vez no século XXI Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como ser um conservador Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Príncipe: Tradução direta do original italiano do século XVI Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Riqueza das Nações - Adam Smith: Vol. I Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Livro Urgente da Política Brasileira, 4a Edição Nota: 4 de 5 estrelas4/5Cancelando o cancelamento: Como o identitarismo da militância tabajara ameaça a democracia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA corrupção da inteligência Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Contrato Social Nota: 4 de 5 estrelas4/5Churchill e a ciência por trás dos discursos: Como palavras se transformam em armas Nota: 4 de 5 estrelas4/5O capital - Livro 1 - Vol. 1 e 2: O processo de produção do capital Nota: 4 de 5 estrelas4/5LIBERALISMO: Roberto Campos em sua melhor forma Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bitcoin Para Iniciantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO príncipe Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLIBERALISMO - Adam Smith: Formação de Preços e a Mão invisível Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pare de acreditar no governo: Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado Nota: 5 de 5 estrelas5/5A ARTE DA GUERRA Maquiavel Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÉtica e pós-verdade Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bolsonaro: o mito e o sintoma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTratado sobre a Tolerância Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMarxismo: Uma ideologia atraente e perigosa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Comunismo E A Família Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO CAPITAL - Livro 2: O Processo de Circulação do Capital Nota: 5 de 5 estrelas5/5Regime fechado: Histórias do cárcere Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Mynews Explica Pesquisas Eleitorais
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Mynews Explica Pesquisas Eleitorais - Denilde Holzhacker
1. Opinião Pública, Atitudes e Comportamento
Desde os filósofos gregos se analisam os efeitos dos sentimentos populares como fator importante no debate político. Platão respeitava as visões do público, no entanto, na sua perspectiva, somente pessoas educadas tinham condições de entender os assuntos públicos e eram, dessa forma, capazes de opinar. Apesar de demonstrar desconfiança sobre a capacidade de influência da opinião pública nos assuntos de governo, Aristóteles tinha uma posição mais otimista que Platão sobre o papel da opinião pública junto ao governo.
Séculos depois, outros pensadores, como Locke e Rousseau, analisarão a influência da população nos assuntos públicos. Jean Rousseau, como Locke, defende a importância dos direitos individuais e a participação popular nos assuntos públicos. Esses pensadores pressupõem uma sociedade livre e interessada em controlar as ações dos governos.
Nos séculos 18 e 19, com a ampliação da participação e alargamento das bases sociais, aumenta o debate conceitual sobre a natureza da opinião pública. Tocqueville, em Democracia na América, aponta como o público afeta as políticas nos Estados Unidos. Na concepção de Tocqueville, para se evitar que os costumes da maioria destruíssem os desejos das minorias, seria importante fortalecer as instituições democráticas baseadas na soberania popular. Com isso, os desejos e os sentimentos de todos estariam presentes nas decisões governamentais.
Com a evolução dos estudos sociológicos e a maior penetração da impressa de massa já no início do século 20, temos uma nova geração de estudos e pesquisas sobre a opinião pública. No seu modelo de opinião pública, Gabriel Tarde⁴ argumenta que os jornais de grande circulação são centrais para influenciar as conversas políticas, informando o público e esclarecendo posições que serão centrais para a definição das escolhas eleitorais. Esse modelo sofreu várias críticas, pois ele representaria uma visão unidimensional da formação da opinião pública. Outros modelos foram utilizados para explicar a formação da opinião e dos sentimentos que influenciam as decisões públicas. Esses estudos não queriam apenas entender a formação da opinião pública, ou como influenciam as decisões, mas sim mensurar a opinião pública. O desenvolvimento de técnicas estatísticas e métodos de coleta de informação permitiram que se fosse além dos estudos conduzidos até então.
A chamada era das sondagens, como novas técnicas e métodos estatísticos, trouxe evidências sobre o comportamento político a partir de entrevistas, estruturadas, com número expressivo de cidadãos. Considera-se que o primeiro experimento de pesquisa foi realizado em 1824 pelo jornal Harrisburg Pennsylvanian. O jornal entrevistou cidadãos da cidade de Wilmington, com o intuito de mensurar as preferências de voto na eleição presidencial. Os resultados indicavam a vitória de Andrew Jackson com 70% das preferências (335 votos), enquanto o secretário de Estado John Quincy Adams tinha 23%. O candidato Henry Clay aparecia na pesquisa com 4%, e William Crawford com apenas 2%. O resultado eleitoral confirmou a vitória Jackson, que obteve 77 mil votos a mais que Adams. No entanto, como nenhum candidato obteve a maioria dos votos, a eleição foi decidida na Câmara dos Deputados e Adams saiu vitorioso⁵.
O método utilizado pelo jornal Harrisburg Pennsylvanian é chamado votação prévia (straw poll), que consiste em uma enquete não probabilística. Entre 1900 e 1920 foram realizadas aproximadamente 20 pesquisas no modelo votação prévia. Em 1916, a revista Literary Digest passou realizar as sondagens com o método straw poll em larga escala. Em geral, os jornais e revistas enviam por correio cédulas para suas bases de assinantes e potenciais eleitores. Por exemplo, em 1923, no período de eleição para prefeito de Chicago, o jornal Chicago Tribune computou mais de 85 mil entrevistas, que foram realizadas um mês antes da eleição⁶. Esse método foi largamente utilizado pelos jornais e institutos de pesquisa até final dos anos 1930.
Os entusiastas das pesquisas de opinião viam as pesquisas com uma nova forma, mais sistemática, de compreensão do comportamento político e atitudes da sociedade. No entanto, os mais críticos avaliavam que a falta de modelos e padronização dos estudos fomentavam análises inconsistentes e que não cobriam todas as facetas do fenômeno social. Apesar do número de entrevistas, as pesquisas divulgadas na imprensa apresentavam resultados de pouca confiabilidade.
A revolução behaviorista – com a introdução de técnicas estatística – buscou sanar esse problema, e as pesquisas ganharam uma nova dimensão. A partir de 1935, George Gallup e Elmo Roper passaram a conduzir um outro tipo de pesquisa, baseada em modelos estatísticos para definição da amostra. Os novos estudos entrevistavam um número muito menor de pessoas, em comparação com aquelas conduzidas pelos jornais e revistas. Os entrevistados eram selecionados por critérios como local de residência, sexo e renda, proporcionalmente de acordo com a representação na população em geral.
O teste entre os dois modelos de pesquisa ocorreu na eleição presidencial nos Estados Unidos em 1936. Nessa eleição, a Literary Digest previu a vitória de Alf Landon (57%) sobre Franklin Roosevelt (43%) e foi contestada pelo Instituto Gallup, que previu a vitória com 55,7% dos votos. O método de amostragem mostrou-se mais eficiente do que o do Literary Digest. A diferença entre o método do Gallup e o da revista foi a escolha dos entrevistados. Enquanto o Gallup sorteou os entrevistados por método aleatório, a Literary utilizava várias listas, entre elas de seus assinantes e, por exemplo, registro de proprietários de carros, em geral pessoas com alto poder aquisitivo. A revista enviava a enquete solicitando que as pessoas indicassem a sua preferência na eleição. Com 2 milhões de respondentes, a Literary não conseguiu prever o resultado da eleição⁷.
Além de não prever o resultado da eleição, o estudo da Literary Digest evidenciou alguns dos problemas presentes nas pesquisas eleitorais: em primeiro lugar, as listas utilizadas concentravam-se em grupos sociais de maior poder aquisitivo, distorcendo, dessa forma, os resultados. Em segundo lugar, das 10 milhões de pessoas que receberam o questionário por correio, 20% retornaram suas respostas, o que aumentou ainda mais a distorção da