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Qualidade de vida e saúde: perspectivas contemporâneas - Volume 4
Qualidade de vida e saúde: perspectivas contemporâneas - Volume 4
Qualidade de vida e saúde: perspectivas contemporâneas - Volume 4
E-book204 páginas2 horas

Qualidade de vida e saúde: perspectivas contemporâneas - Volume 4

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Sobre este e-book

"Qualidade de Vida e Saúde – Perspectivas Contemporâneas" é uma obra que oferece uma visão abrangente e atualizada sobre diversos aspectos da saúde, abordando desde o uso inovador da telemedicina até questões psicológicas relacionadas a condições como doença celíaca e disfunção erétil. Com oito capítulos que exploram temas como auditoria em saúde, doenças negligenciadas e acesso à saúde para pacientes oncológicos, este livro proporciona insights valiosos para profissionais da área e interessados em saúde e bem-estar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de mar. de 2024
ISBN9786527023715
Qualidade de vida e saúde: perspectivas contemporâneas - Volume 4

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    Qualidade de vida e saúde - Ariomester Nascimento Daniel

    REFLEXÃO SOBRE O USO DA TELEMEDICINA PARA ACOMPANHAMENTO DOS SINAIS VITAIS ASSOCIADO À INTERNET DAS COISAS MÉDICAS (IOTM)

    Enrique Pokulat

    Mestrando em Envelhecimento Humano

    http://lattes.cnpq.br/1933608226513937

    https://orcid.org/0000-0001-8648-3100

    pokulatmestrado@mail.com

    Marcelo Trindade Rebonatto

    Doutor em Ciência da Computação

    https://orcid.org/0000-0003-1199-8753

    rebonatto@upf.br

    Adriano Pasqualotti

    Doutor em Informática na Educação

    https://orcid.org/0000-0001-7544-9425

    pasqualotti@upf.br

    DOI 10.48021/978-65-270-2374-6-C1

    RESUMO: Neste texto propusemos iniciar um processo de reflexão sobre o uso da telemedicina com telemonitoramento dos sinais vitais utilizando dispositivos médicos vestíveis (wearables) associados à internet das coisas médicas (IoTM). Realizamos uma busca na literatura selecionando algumas produções científicas cujas palavras indexadas foram: telemedicina, telemonitoramento e internet das coisas médicas. Selecionamos um conjunto de artigos relacionados à evolução da telemedicina, uso de internet das coisas médicas, dispositivos vestíveis, telemedicina e telemonitoramento. Os resultados apontam que a evolução da medicina só foi possível associada às tecnologias. Os dispositivos médicos evoluíram ao longo da história e trouxeram grandes avanços para os cuidados de saúde das pessoas nas mais diversas áreas, incluindo o campo de telediagnóstico, prontuários eletrônicos, teleconsulta, rastreio, telemonitoramento, redução de custos e teleducação. Este avanço se deu em grande parte com o crescimento da internet, tecnologia que viabilizou a difusão de conhecimentos entre países, reduzindo tempo e custos para o desenvolvimento de novas ferramentas, iniciando uma nova fase na área da saúde. A monitorização em tempo real, uso de tecnologias na saúde, internet das coisas, inteligência artificial, big data e robótica, fazem parte desta nova fase da saúde, a chamada tecnologia 4.0. Como reflexão principal compreendemos que os dispositivos médicos estão presentes no dia a dia dos profissionais de saúde há vários séculos, com modelos e aplicações variadas, demostrando serem ferramentas essenciais para o auxílio no cuidado aos pacientes. Com os novos dispositivos vestíveis, internet das coisas e demais tecnologias, é possível disseminar serviços de saúde e cuidado a localidades distantes, dar assessoria especializada entre profissionais e melhorar a qualificação destes por plataformas de ensino. Por fim, apontamos ainda a existência de melhorias a serem feitas tanto nos serviços públicos como privados, além de leis que venham a regulamentar esses serviços.

    Palavras-chave: Evolução da telemedicina; Dispositivos médicos; Telemonitoramento; Internet das coisas médicas.

    INTRODUÇÃO

    A Medicina é uma das ciências mais antigas do mundo. Segundo relatos históricos, Hipócrates em 460 a.C. foi considerado o pai da Medicina. Contudo, já existiam evidências de trepanações ocorridas em crânios há mais de 10.000 anos (UCPEL, 2024, APUD). Desde aquela época a medicina evoluiu muito, chegando no século XX até a telemedicina, termo cunhado na década de 1970 e, que significa literalmente cura à distância, utilizando tecnologias de informação e comunicação para melhorar o resultado do atendimento aos pacientes, aumentando o acesso aos cuidados médicos e disponibilizando serviços na área de diagnóstico (WHO, 2009). Para que esta evolução pudesse ocorrer de forma contínua, a medicina contou com a evolução de equipamentos, também chamados de dispositivos. Conforme os Descritores em Ciência da Saúde (DECS, 2023, s.p.) dispositivos médicos são [...] equipamentos consumíveis e não consumíveis, suprimentos, aparelhos e instrumentos que são utilizados em procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, terapêuticos, científicos e experimentais. Estão presentes na rotina dos profissionais de saúde e, consequentemente, quase todos os pacientes já tiveram contato com pelo menos um deles em algum momento de suas vidas (ALBUQUERQUE et al., 2017).

    Os dispositivos médicos são utilizados desde muito tempo na atividade dos profissionais da saúde (CRUZ, 2017). Exemplo é o termômetro, o qual tem sua origem da tentativa de estabelecer uma escala de temperatura, no século II a.C., quando Galeno sugeriu que as sensações quente e frio fossem medidas por uma escala; sendo 4 graus de calor a água fervente, 4 graus de frio o gelo e neutra à mistura de quantidades iguais daquelas duas substâncias (PIRES; AFONSO; CHAVES, 2006). Em 1688, Joachin Dalence afirmou que era preciso duas temperaturas pré-determinadas para se determinar uma escala, estabelecendo o ponto de fusão do gelo e da manteiga. Em 1694, Renaldini trocou o ponto de fusão desta pelo de ebulição da água. Mas, somente em 1702, Ole Roemer (PIRES; AFONSO; CHAVES, 2006), com o uso dos pontos de fusão do gelo e ebulição da água, deu início à criação de escalas semelhantes às que se conhecem hoje, e a de termômetros similares aos atuais. O termômetro eletrônico surgiu em 1970 (PIRES; AFONSO; CHAVES, 2006), representando um forte candidato a substituir o mais antigo, pois o mercúrio pode causar sérios problemas ambientais. Na medicina, esse novo modelo tem mais precisão e requer menos tempo para determinar a temperatura em relação ao de mercúrio.

    O esfigmomanômetro é outro aparelho encontrado diariamente na prática clínica, sendo utilizado na aferição da pressão arterial sistêmica para que seja possível monitorar e identificar algumas variações patológicas. Desde 1500 a.C., há registros da existência do pulso, mas somente em 1834, surgiram as primeiras técnicas para aferir a pressão arterial de modo não invasivo. Esse trabalho consolidou-se pelos esforços de Hérrison e Gernier, que criaram um modelo funcional com uma coluna de mercúrio (PIERIN et al., 2007). O esfigmomanômetro de mercúrio presente nos tempos de hoje foi elaborado por Scipione Riva-Rocci, em 1896, com o uso de um manguito para compressão da artéria do braço, o qual fazia a mensuração da pressão sistólica com o método palpatório. Um dos mais importantes dispositivos médicos é o estetoscópio, já que é usado em várias áreas da medicina, como: cardiologia, pneumologia, gastroenterologia, ginecologia, angiologia, dentre outras. O aparelho tem a função de auscultar sons emitidos pelo interior do corpo que naturalmente são inaudíveis pelo ouvido humano, possibilitando identificar patologias orgânicas por esses ruídos ou ausência deles. Este equipamento teve grandes contribuições desde René Théophile Hyacinthe Laënnec, que enrolando folhas de papel fez um cilindro para melhor auscultar seus pacientes, pois ele sempre se apresentou pouco afeito à prática da ausculta direta, assim se referindo ao método: Constrangedor tanto para o médico quanto para o paciente, é dificilmente aplicável quando se refere à mulher, em muitas das quais o tamanho das mamas é um obstáculo para se empregar o método. Assim como de Charles James Blasius Williams, um dos mais ilustres discípulos de Laënnec, que idealizou em 1829 um modelo de estetoscópio biauricular. Neste, a peça torácica (diafragma) tinha o formato de uma trombeta e sua extremidade ficava presa a um conector em que dois condutores cilíndricos eram conectados. Futuramente, foi adicionado ao estetoscópio o diafragma e então chega-se ao modelo atual contendo tanto campânula quanto diafragma. Em 1961, David Littmann apresentou o modelo de estetoscópio que é atualmente utilizado na prática médica.

    Com isso, o estetoscópio tornou-se um equipamento quase obrigatório na rotina de contato rápido do médico e indispensável em seu consultório. Ele permaneceu de uma maneira quase inalterada desde à sua concepção, porém nas últimas duas décadas, vem sendo aprimorado com a possibilidade do uso de estetoscópio eletrônico ainda no formato tradicional, mas já com a possibilidade de conexão com computadores através de cabo USB ou então via a tecnologia de Bluetooth. Este modelo é muito utilizado para captar sons quase imperceptíveis com os modelos mais simples, mas tem o inconveniente de poderem sofrer interferências de outros equipamentos e serem mais bem utilizados em ambientes mais silenciosos. Alguns destes novos modelos trazem uma forma mais prática de uso por não utilizarem os tubos para transmissão dos sons. São portáteis e cabem no bolso. Mas, o custo deste tipo de equipamento é alto e limita a sua utilização de uma forma homogênea entre os profissionais (FERRAZ et al., 2011).

    INÍCIO DA TELEMEDICINA

    Segundo o Atlas de História da Telemedicina (DUMANSKYY et al., 2013), o telemonitoramento e a telemedicina já são aplicados desde o século XIX com o uso do Telégrafo na Guerra Civil nos Estados Unidos de 1861-1865. Posteriormente em 1905, na cidade de Leiden, Holanda, Wilhelm Einthoven e Johannes Bosscha, transmitiram dados de um paciente submetido a um eletrocardiograma do Hospital Acadêmico de Leiden até o Laboratório de Fisiologia de Einthoven a 1500 metros de distância. Em 1906 eles viriam a publicar na Revista Arquivos de Fisiologia Internacional sobre Tele-ECG (RIVERA-RUIZ; CAJAVILCA; VARON, 2008).

    Os médicos da antiga Grécia Hipocrática já tinham conhecimento de que o uso da tecnologia de maneira adequada precisava passar por uma análise das suas atribuições no quesito técnico e dos princípios éticos adequados que direcionavam o seu uso (FREITAS, 2014). Foi então no séc. XX que as invenções tecnológicas entraram em uma nova etapa, revolucionando os hospitais e centros de tratamento, locais onde os pacientes, profissionais de saúde e novas tecnologias se encontram. Dessa forma, tornou-se possível a existência de dispositivos médicos de diagnóstico e tratamento dos quais a prática clínica dos médicos depende diariamente. Um exemplo foi em 1877, nos Estados Unidos, quando médicos de áreas vizinhas criaram a primeira central telefônica para se comunicar com farmácias locais, visto terem sofrido com a terceira epidemia de cólera no ano de 1866 (STARR, 1982).

    Em vista disso, o progresso tecnológico aliado aos investimentos, cada vez mais vultosos, na área médica, favoreceram a sua evolução, bem como o surgimento de instrumentos inovadores e modernos. Essas ferramentas imprescindíveis no cotidiano da medicina, também chamados de dispositivos, compreendem produtos, tecnologias, aparelhos (eletrônicos ou não), os quais possuem uma função auxiliar complementando o exame, prevenção, diagnóstico ou tratamento associado a um paciente. Além desses empregos, eles são utilizados para medir, detectar ou corrigir uma função, característica ou estrutura do corpo que seja de interesse do avaliador durante o atendimento (FREITAS, 2014).

    Estes dispositivos podem englobar desde as luvas utilizadas em uma consulta até o sistema de software empregado para a prescrição do receituário médico (ALBUQUERQUE et al., 2017). No geral, qualquer aparelho criado ou adaptado na intenção de promover a saúde se classifica como um dispositivo médico, como os equipamentos de proteção individual, termômetro, estetoscópio, balança e fita métrica, monitor de sinais vitais, cama hospitalar, cadeira de rodas, seringas e agulhas, instrumentos cirúrgicos, máquinas de ressonância magnética, tomografia computadorizada, incubadora, desfibrilador cardíaco, entre outros (ALBUQUERQUE et al., 2017). Estão presentes nos mais diversos processos relacionados à saúde e ao cuidado, tornando-se essenciais em cada uma das etapas de atuação para bem-estar do paciente. Sua necessidade tanto para resguardar a segurança e precisão durante o atendimento, quanto para contribuir com a eficácia da assistência médica auxilia substancialmente a ação médica. Nesse sentido, essas ferramentas integram o ambiente de cuidado em vários setores, desde a atenção primária até o atendimento mais especializado, sendo importantíssimos na rotina dos profissionais de saúde e, consequentemente, contribuindo com as demandas de seus atendidos.

    REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E EVOLUÇÃO DA INTERNET DAS COISAS

    Toda pessoa que já precisou de atendimento clínico já esteve em contato com um dispositivo médico, percebendo ou não, eles estão presentes na rotina diária destes profissionais e dos pacientes que com eles consultam. A tecnologia por sua vez, está sempre evoluindo e consequentemente os dispositivos se aprimoram com ela. Conectam-se através de redes de informações, a chamada internet, que é considerada uma das maiores invenções da revolução tecnológica. Esta rede se resume em um conjunto de redes de computadores conectadas de forma integrada que é capaz de viabilizar a conexão independentemente do tipo

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