Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A melodia das Marés
A melodia das Marés
A melodia das Marés
E-book72 páginas45 minutos

A melodia das Marés

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Daniel, impetuoso jovem de vinte e três anos, ama os oceanos.


Tendo completado o curso de mergulho, parte para suas primeiras aventuras no fundo do mar a bordo do barco “Cajuru” com um velho conhecido, Tio Ed.


Em um dos mergulhos, inesperadamente, tem a impressão de ouvir algo inusitado: uma música!


A origem do mistério o levará a uma intrigante descoberta, cuja solução contribuirá para seu próprio amadurecimento.

IdiomaPortuguês
EditoraObook
Data de lançamento7 de fev. de 2024
A melodia das Marés

Relacionado a A melodia das Marés

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de A melodia das Marés

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A melodia das Marés - Roberto Schima

    Ficha do Livro

    A melodia das Marés,

    Roberto Schima

    © 2024, Obook

    Capa: Obook

    Imagem da capa: Leonardo IA

    Diagramação: Obook

    Identificador: PS001OB24

    Publique-se!

    Projeto criado e publicado pela Obook em https://obook.com.br qualquer reprodução deste conteúdo fora do site ou sem as devidas autorizações, será considerada crime digital. Para contato, use o e-mail: contato@obook.com.br

    Sumário

    FICHA DO LIVRO

    AQUELE QUE ESPERA

    DANIEL

    O MERGULHO

    A SUJEIRA DOS HOMENS

    BIZARRA MELODIA

    PAUSA INESPERADA

    ENJÔO

    NA BEIRADA DO ABISMO

    O PIANO

    O BRASÃO DE ARMAS

    MARIA THERESIA TALER

    SOMBRA

    LEVADO PARA O ABISMO

    INVESTIGAÇÃO MEIA BOCA

    ESPÍRITOS DO MAR

    O EPÍLOGO, AFINAL

    Aquele que espera

    O vulto de linhas retas estava lá fazia muito tempo.

    No ocaso perene que o rodeava, ele aguardava.

    Sob o frio

    Sob o tempo.

    Sob a escuridão.

    Não esperava por alguém que o tocasse, mas que o ouvisse, escutasse a sua lastimosa história, seu drama, sua tragédia. Havia uma ansiedade reprimida sob os sedimentos que o cobria, um desejo de narrar suas desventuras antes que um impulso mais forte da corrente lançasse-o garganta abaixo às profundezas do abismo.

    E agora, não tão paciente após cerca de um século e meio, suas notas soaram.

    Sob redemoinhos molhados, a música melancólica esparramou-se em todas as direções, dissipando-se na obscuridade da distância até juntar-se à densa escuridão.

    Falava de campos verdejantes e sorrisos no frescor ensolarado da juventude. Cais apinhados de gente. Muitas cargas. Vários idiomas. Despedidas e fugas. Velas desfraldadas. Riquezas. Motins e infortúnios.

    Mas o vulto ereto sentia, ele sabia.

    Cedo ou tarde, alguém ouviria seu lamento.

    Ainda que sua voz fraquejasse, um espírito investigativo, cedo ou tarde, descobriria.

    Da surpresa, corações passariam ao temor enquanto escutassem a suave melodia ao sabor da corrente.

    E, do interior da escuridão profunda, algo mais se mostraria para trazer solidez ao pavor de suas almas.

    Daniel

    O Cajuru era um pequeno barco pesqueiro. Suas tábuas gastas imploravam descanso. Quanto ao motor trôpego, não estava em melhor forma, mas funcionava numa luta orgulhosa.

    A âncora coberta por uma pintura nova não conseguia disfarçar sua crosta de ferrugem. Foi lançada num borrifar de espuma. O ruído monótono da corrente durou quase um minuto.

    — Finalmente, chegamos! — desabafou o jovem, entediado. — Eu não aguentava mais.

    Ao seu lado, o velho marinheiro aposentado sorriu, deixando a roda do leme. A bem da verdade, alcançara a patente de Primeiro-Sargento, contudo, nunca se sentira preso às formalidades, muito menos agora. Deu uma boa tragada no cachimbo, expelindo a fumaça espessa que o vento rapidamente tratou de dispersar. Teria seus sessenta e tantos anos, porém, a pele curtida de sol fazia-o aparentar mais idade. Mas que ninguém se deixasse enganar pela força daqueles braços rijos feito aço temperado, moldados por décadas de trabalho nos oceanos. Usava um boné surrado, cuja aba protegia seus olhos da claridade do alto, embora não daquela refletida no mar. Costurado nele, havia a figura de uma mulher da cintura para cima, nua, cabelos esvoaçantes, mãos atrás da nuca e seios empinados; abaixo dela, lia-se: Pegue-me! Provocou:

    — A paciência é uma arte que precisa ser aprendida, moleque.

    — Não para mim, Seu Edivaldo, eu tenho pressa de viver!

    — Bah! — Cuspiu para além do costado. — E eu não tenho nenhuma de morrer...

    Ambos riram.

    Daniel, o jovem, completara o curso de mergulho fazia pouco tempo. Ruivo de cabelos cacheados, descendia de irlandeses e pernambucanos, tinha vinte e três anos e crescera ouvindo histórias sobre navios naufragados e tesouros no fundo do mar. Desde cedo formara uma considerável coleção de conchas que apanhara na praia ou entre os rochedos do Morro do Careca. Desconhecia seus nomes populares, o que não era incomum, pois ninguém entre os residentes na baixada dera-se ao trabalho de nomeá-las — exceto no caso

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1