Uma noite com um desconhecido
De Maisey Yates
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Sobre este e-book
Alexios Christofides não tinha problemas em misturar a vingança com o prazer. Estava decidido a arrebatar o império Holt ao seu inimigo… mesmo que para isso tivesse de seduzir a sua namorada!
Rachel Holt passara anos a interpretar o papel de filha abnegada, anfitriã, namorada perfeita… e não tinha cometido falhas. Até que uma única e eletrizante noite com um estranho permitiu-lhe saborear uma liberdade desconhecida…
Mas aquela noite acabou por ter importantes consequências para ambos… sobretudo quando Rachel descobriu a verdadeira identidade de Alex!
Maisey Yates
New York Times and USA Today bestselling author Maisey Yates lives in rural Oregon with her three children and her husband, whose chiseled jaw and arresting features continue to make her swoon. She feels the epic trek she takes several times a day from her office to her coffee maker is a true example of her pioneer spirit. Maisey divides her writing time between dark, passionate category romances set just about everywhere on earth and light sexy contemporary romances set practically in her back yard. She believes that she clearly has the best job in the world.
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Uma noite com um desconhecido - Maisey Yates
Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2014 Maisey Yates
© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.
Uma noite com um desconhecido, n.º 1613 - Junho 2015
Título original: One Night to Risk It All
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-6899-1
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Epílogo
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Capítulo 1
O olhar de Rachel Holt viu-se atraído para a mesa de cabeceira. Para o anel que estava ali, à luz do candeeiro. Levantou a mão esquerda e olhou para o dedo onde o brilhante estivera há apenas algumas horas.
Era estranho vê-lo nu, depois de o usar durante tanto tempo. Mas não lhe parecera justo usá-lo. Pegou no anel e segurou-o por um instante no ar, antes de se virar para olhar para o homem que continuava a dormir ao seu lado. Tinha um braço por cima da cabeça e os olhos fechados. As madeixas escuras caíam-lhe sobre o rosto. Era como um anjo. Um anjo caído e maravilhoso que lhe mostrara uma série de coisas deliciosamente pecaminosas.
Não era o homem que lhe dera o anel. Não era o homem com quem supostamente se casaria no mês seguinte. E isso significava um problema.
Contudo, era tão bonito que lhe parecia difícil pensar nele como um problema. Alex, com os seus lindos olhos azuis-escuros e a sua tez de um moreno dourado. Alex, que conhecera naquela mesma tarde, há menos de vinte e quatro horas, no cais.
Olhou para o relógio. Conhecera-o há oito horas. Só precisara de oito horas para mudar anos de comportamento formal e impecável. Para esquecer o seu anel de noivado.
Em que estivera a pensar? Aquele comportamento não tivera nada a ver com o seu habitual. Nada. Ela não era suficientemente ingénua para deixar que os sentimentos ou a paixão se impusessem ao bom senso e ao decoro.
E não houvera decoro naquela noite.
Desde que o vira a lavar a coberta do barco, sentira-se completamente cativada. Fechou os olhos e regressou àquele momento. E foi fácil recordar o que a fizera perder a cabeça... E a roupa.
Desde que tinham chegado a Corfu, não estivera um tempo tão esplêndido como aquele. Rachel e Alana tinham acabado de almoçar. A amiga devia dirigir-se para o aeroporto para voltar a Nova Iorque, enquanto ela ficaria para representar a família Holt num ato de beneficência. Aquelas férias eram a sua última alegria antes do casamento no mês seguinte. A sua oportunidade de se divertir, antes de se comprometer de corpo e alma com outra pessoa para o resto da sua vida.
– Mais sapatos? – perguntou Alana, apontando para a pequena loja, do outro lado da rua empedrada.
– Penso que não – indicou Rachel, enquanto desviava o olhar para o mar, com os iates e veleiros atracados no cais.
– Estás doente?
Riu-se e aproximou-se do cais, apoiando-se no corrimão.
– Talvez.
– É o casamento, não é? – inquiriu Alana.
– Não devia ser assim. Esperava-o há séculos. Conhecemo-nos há seis anos e estivemos noivos durante a maior parte desse tempo. A data do casamento foi marcada há quase onze meses.
– Sabes que ainda podes mudar de ideias – recordou-lhe Alana.
– Não. Não vou fazê-lo. Imaginas? O casamento será o acontecimento social do ano. Finalmente, Ajax vai casar-se com a herdeira Holt. Finalmente, o meu pai vai tê-lo como filho, que é o que ambos querem.
– E o que tu queres?
– Eu... Quero estar com Ajax.
– Ama-lo?
O seu olhar captou um movimento num dos iates: um homem estava a lavar a coberta. Vestia uns calções que pendiam da sua cintura estreita. O sol destacava o desenho dos músculos perfeitamente delineados. A vista deixou-a com falta de ar. E, de repente, toda a paixão, todo o calor, todo o desejo profundo que estivera tão convencida de ter perdido por causa daquele desengano horrível e antigo... Varreu-a como uma onda.
– Não – declarou, sem desviar o olhar do homem do iate, – não o amo. Quero dizer que não estou apaixonada. Amo-o, sim, mas não... Dessa maneira.
Não era uma revelação. Mas, acompanhada daquela corrente súbita de sensações, era mais inquietante do que o habitual.
Ajax não era um homem apaixonado. Com ela, nunca mostrara paixão alguma. De facto, mal lhe tocara. Depois de todos os anos que tinham passado juntos, o máximo que fizera fora beijá-la. Dera-lhe um beijo bonito e longo algumas vezes, enquanto descansavam juntos no sofá do seu apartamento. Mas sem sequer tirar a roupa.
Contudo, porque Ajax era um homem muito bonito, Rachel chegara a pensar que o problema, se podia chamar-se assim, era também dela. Como se a sua própria paixão tivesse ficado estrangulada por anos de controlo férreo. Depois de ter deixado que aquela paixão a arrastasse para a beira do abismo, só para se salvar no último momento, tornara-se muito consciente do destino de que escapara. Desde então, controlara-se muito. O que os transformara no casal ideal ou, pelo menos, era o que ela pensava.
Contudo, não era verdade. Naquele momento, apercebia-se disso. Num relâmpago deslumbrante de lucidez, soube. Ela tinha paixão. A paixão continuava presente. Sentia desejo.
– O que vais fazer agora? – perguntou Alana, já num tom de maior preocupação.
Rachel corou.
– Hum... Sobre o quê?
– Não o amas.
Oh! É óbvio, Alana não estava dentro da sua cabeça e não sabia que o seu mundo acabara de ser sacudido por um homem que estava a mais de cinquenta metros dela. Fez um gesto de indiferença com a mão.
– Sim, mas isso não é nada de novo.
– Ficaste a olhar para aquele homem.
– Eu? – Rachel pestanejou várias vezes.
– Evidentemente. Vai falar com ele.
– O quê? – virou-se para olhar para ela. – Queres que vá falar com ele?
– Sim. O meu avião só sai dentro de algumas horas, portanto, se precisares de ajuda, estarei aqui. Mas não quero intrometer-me.
– Queres que vá falar com ele e depois?
Seduzir, viver perigosamente, desfrutar do momento... Tudo isso fazia parte de um passado tão longínquo que era como se pertencesse a outra pessoa. A Rachel que se humilhara já não existia. Uma nova Rachel escapara daquele acidente. E a nova Rachel era uma amante das regras. Estava sempre a favor da corrente e fazia o possível para manter toda a gente contente. Certificava-se de que não ultrapassava o limite para não perder a rede de segurança que o pai lhe proporcionava.
Mas, por alguma razão, enquanto estava ali de pé, ao sol, a pensar na segurança que o pai lhe proporcionara e na estabilidade que tinha com Ajax, teve uma sensação de sufoco. Como se tivesse um nó corrediço a apertar-lhe o pescoço... «Estás a exagerar, Rachel», pensou. «É um casamento, não uma execução.»
E no entanto a sensação era a mesma. Porque o casamento se apresentava com uma total e absoluta certeza sobre o seu futuro. Um futuro como esposa de Ajax. Como a nova Rachel, a que nunca partiria um prato, para o resto da sua vida.
– Tens de ir falar com ele – insistiu Alana. – Coraste assim que o viste. Coraste a sério. Como se estivesses a arder por dentro.
– Nota-se assim tanto?
– Até agora, não disse nada sobre o teu noivado com Ajax. Limitei-me a observar. Como tu própria disseste, não estás loucamente apaixonada por ele. E qualquer pessoa que tenha olhos pode aperceber-se.
– Eu sei – reconheceu Rachel, com um nó na garganta.
– Olha, sei que somos umas velhas aborrecidas. E sei que, no liceu, cometemos algumas tolices...
– Isso não serve para descrever o que fizemos.
– Mas também penso que abusaste um pouco em sentido contrário.
– A alternativa não era muito boa.
– Talvez não. Mas penso que talvez este futuro também não seja.
– Que outra coisa posso fazer, Alana? – perguntou Rachel. – O meu pai teve de me tirar imensas vezes de apuros e estiquei tanto a corda que, no fim, ameaçou deixar-me sozinha. E, agora, estamos muito unidos. Sente-se orgulhoso de mim. E, se Ajax é o preço que tenho de pagar por tudo isso, então... Aceito.
– Mas, pelo menos, faz-te sentir como se estivesses a arder por dentro?
Rachel voltou a olhar para o homem do iate.
– Não – a palavra ficou presa na garganta.
– Então, penso que deves divertir-te com um homem que seja capaz de o fazer.
– Portanto... Devia falar com ele? Queres apostar que me amaldiçoa em grego e continua a trabalhar como se nada fosse?
Alana riu-se.
– Isso não acontecerá, Rach.
– Como sabes? – Rachel pestanejou várias vezes. – Talvez não goste de loiras.
– Vai gostar de ti porque és o tipo de mulher que enlouquece os homens.
– Já não – seduzir e brincar acabara mal para ela há onze anos.
– Isso não é verdade – contradisse Alana, fazendo um gesto com a mão. – Vive perigosamente, querida. Antes de parares de viver por completo.
Rachel não conseguia desviar o olhar daquele homem, nem sequer para olhar para a amiga, que era o que devia estar a fazer.
– Leste isso num bolinho da sorte? – perguntou à amiga.
– Queres saber se alguma vez tive um orgasmo com um homem? Sim. De modo que...
Ao ouvir a palavra «orgasmo», Rachel corou. Não, ela não. Oferecera-os algumas vezes, mas nunca experimentara um.
– Está bem. Vou falar com ele – declarou. – Falar. Mas não haverá orgasmos. E não me olhes assim.
– Está bem. Estarei por aqui. Já sabes, se precisares de qualquer coisa, manda-me uma mensagem.
– Tenho um spray – indicou Rachel. – Ajax insistiu nisso.
Fez uma careta ao mencionar o nome do seu noivo. Ainda que, na verdade, não tencionasse fazer nada. Só ia falar com o marinheiro sem camisa. Não ia fazer nada indecente.
Só se tratava de um instante. Só um instante. Uma oportunidade de ser ousada e imprudente, nada a ver com a Rachel