Medo de amar-te
De Tara Pammi
3/5
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Sobre este e-book
Riya sempre tinha vivido à sombra do esquivo Nathaniel Ramírez, o filho do seu pai adotivo. Decidida a reconciliar a família e a conseguir que o passado ficasse para trás, conseguiu que Nate regressasse a casa tentando-o com a única coisa que ele sempre desejara: a quinta familiar.
Embora se sentisse revoltado por Riya o ter feito enfrentar o passado, Nate não podia renunciar ao que ela lhe oferecia. O único vislumbre de esperança era a atração que via a arder nos olhos de Riya. Utilizaria todas as armas de sedução do seu considerável arsenal para reclamar o que era dele e conseguir metê-la na sua cama...
Tara Pammi
Tara Pammi can't remember a moment when she wasn't lost in a book, especially a romance which, as a teenager, was much more exciting than mathematics textbook. Years later Tara’s wild imagination and love for the written word revealed what she really wanted to do: write! She lives in Colorado with the most co-operative man on the planet and two daughters. Tara loves to hear from readers and can be reached at tara.pammi@gmail.com or her website www.tarapammi.com.
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Medo de amar-te - Tara Pammi
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2015 Tara Pammi
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Medo de amar-te, n.º 1665 - Fevereiro 2016
Título original: The Man to Be Reckoned With
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7713-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Epílogo
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Prólogo
«Podia morrer neste momento ou podia fazer os cem anos. Não está nas nossas mãos.» Nathaniel Ramírez olhou para os picos nevados das montanhas e respirou fundo. Apesar de todos os anos que tinham passado, continuava a recordar perfeitamente as palavras que o cardiologista dissera à mãe e que ele ouvira sem que nenhum dos dois se apercebesse. O ar frio arrefeceu-lhe a garganta e fez com que os pulmões se expandissem para o receber.
Teria chegado o dia?
Elevou o rosto para o céu até a visão esclarecer e conseguiu fazer com que o coração voltasse a bater com normalidade.
Em algum momento da escalada, apercebera-se de que não chegaria ao topo naquele dia. Não sabia se era porque, depois de estar doze anos a cortejar a morte, finalmente se cansara de jogar às escondidas ou, simplesmente, porque naquele dia estava mais cansado do que o habitual.
Durante uma década, percorrera o mundo, sem criar raízes em lado nenhum, sem regressar a casa, a fazer negócios em lugares diversos e a ganhar milhões com eles.
A imagem das rosas do jardim que a mãe tanto amara, ali, na Califórnia, com a sua cor vermelha viva e as pétalas tão delicadas em que o proibira de tocar, percorreu-lhe o pensamento.
A saudade apoderou-se dele enquanto avançava pelo caminho gelado. Quando chegou à cabana de madeira em que vivera desde que fechara o acordo Demakis na Grécia há já seis meses, estava completamente encharcado em suor. No entanto, a inquietação apropriou-se dele.
Sabia o que aquilo significava. A jaula que construíra estava a começar a desaparecer. Sentia-se sozinho. Os milhares de anos da evolução humana impulsionavam-no a construir um lar e a procurar companhia.
Precisava de procurar um novo desafio, um acordo imobiliário ou a conquista de um canto do mundo em que ainda não tivesse gravado o seu nome. Felizmente para ele, o mundo era muito grande e os desafios que apresentava eram numerosos.
Ficar num lugar era a única coisa que o enfraquecia, que o fazia ter muito mais saudades do que era possível ter.
Acabara de tomar um duche quente quando o seu telemóvel começou a tocar. Só um punhado de pessoas podia entrar em contacto com ele através daquele número. Passou a mão ao longo cabelo e viu quem ligava.
O nome que apareceu no ecrã causou-lhe um sorriso instantâneo.
Aceitou a chamada e o som da voz de María, a governanta do seu lar na infância, encheu-o de um calor de que sentira a falta durante muito tempo. Depois da morte da mãe, María transformara-se no seu ponto de apoio.
De repente, apercebeu-se de que sentia a falta de muitas coisas da sua casa. Esmagou aquele desejo estúpido antes de se transformar na única coisa que desprezava.
O medo.
– Nathan?
– María, como estás?
Sorriu enquanto María usava alguns nomes carinhosos em espanhol e lhe perguntava como estava como se ainda continuasse a ser um menino pequeno.
– Preciso que venhas a casa, Nathan. O teu pai... Há muito tempo que não se veem.
Da última vez que Nate o vira, o pai fora o exemplo perfeito de um canalha egoísta em vez de se comportar como um marido triste ou um pai protetor. Apesar dos dez anos e dos milhares de quilómetros que Nathan interpusera entre eles, a amargura e a raiva que sentia por ele continuavam tão vivas como sempre.
– Volta a estar doente, María?
– Não. Recuperou da pneumonia. Eles, pelo menos, a filha dessa mulher, cuidaram bem dele.
Os elogios que María fazia da «filha dessa mulher», tal como ela a definira, significavam que a filha da Jackie cuidara muito bem do seu pai.
Nathan franziu o sobrolho. A lembrança da única vez que vira a filha da amante do pai deixara-lhe um sabor amargo de boca. Mesmo então, mostrara-se amável.
Naquele dia, na garagem, com o sol de agosto a brilhar gloriosamente no exterior, apesar de o mundo de Nathan se ter desmoronado por completo. A tristeza com a perda da mãe já se diluíra, mas o medo, o punho que lhe apertava o peito ao pensar que podia morrer a qualquer momento como ela, continuava presente. A menina que aparecera nervosamente à porta da garagem fora a testemunha silenciosa dos soluços que tinham embargado o seu corpo.
Odiava o que acontecera naquele dia.
– Lamento muito que a tua mãe tenha morrido. Se quiseres, posso partilhar a minha contigo – sugerira aquela menina, num tom fraco.
E, em troca, magoara-a com as suas palavras.
– Vai casar-se, Nathan – disse María, ansiosa, tirando-o dos seus pensamentos. – Essa mulher... – acrescentou. Recusava-se a pronunciar o nome de Jacqueline Spear. O ódio que sentia por ela era evidente, mesmo através da linha telefónica. – Finalmente, vai ter o que sempre quis. Onze anos a viver em pecado com ele...
Ao ouvir as blasfémias que María dedicava a Jacqueline Spear, sentiu uma amargura profunda ao pensar que era a amante do seu pai, a mulher com quem ele começara uma nova vida, mesmo antes de a mãe de Nathan falecer.
– É a vida dele, María. Tem todo o direito de a viver como quer.
– É óbvio, Nathan... Mas essa mulher está a pensar em vender a casa da tua mãe. Há apenas dois dias, pediu-me para esvaziar o quarto da tua mãe e para ficar com o que quisesse. Os pertences da tua mãe, Nathan... Todas as suas joias estão lá. Vai vender a quinta inteira com todo o seu conteúdo. Se não regressares, tudo se perderá para sempre.
Nathan fechou os olhos. A imagem da mansão de tijolo ergueu-se diante dele. Uma raiva estranha embargou-o. Compreendeu que não queria que essa casa se vendesse.
Passara uma década a viver a vida de um ermitão e, de repente, a imagem da casa de que fugira causou um efeito estranho nele.
– Não tem o direito de a vender.
– Ele ofereceu-lha, Nathan.
As náuseas apoderaram-se dele. O seu pai era o responsável pela morte da mãe, tão claramente como se a tivesse assassinado com a sua aventura repugnante. Vivera naquela casa com a amante e, depois... Agarrou com tanta força no telemóvel que os nódulos ficaram brancos.
Não o toleraria.
– Vai dar-lhe como presente de casamento?
– A Jackie não, Nathan. À filha dela. Não sei se a conheces. O teu pai redigiu as escrituras há uns meses, quando esteve doente.
Nathan franziu o sobrolho. Quer dizer, a filha de Jackie ia vender a casa que pertencera à mãe de Nathan. Uma determinação selvagem apoderou-se dele. Chegara o momento de regressar a casa. Não podia permitir que a casa da mãe caísse nas mãos de um desconhecido.
Despediu-se de María e ligou o computador.
Em poucos minutos, estava a conversar com Jacob, o seu agente virtual. Deu-lhe ordens para que se ocupasse de encontrar alguém para cuidar da cabana, para lhe comprar um bilhete de avião para São Francisco e para procurar toda a informação que conseguisse encontrar sobre a filha da amante do seu pai.
Capítulo 1
– Ouvi dizer que os investidores venderam a empresa a um multimilionário que não gosta de publicidade.
– Alguém dos Recursos Humanos disse-me que só a comprou por causa das patentes do software. E que tem a intenção de nos despedir a todos.
– Não me tinha apercebido de que valíamos o suficiente para atrair alguém dessa índole.
De que índole estavam a falar? De que multimilionário?
Riya Mathur esfregou as têmporas com os dedos para tentar silenciar as especulações inúteis que estava a ouvir à sua volta. O que mudara na semana que estivera ausente pela primeira vez nos dois anos que tinham passado desde que Drew e ela tinham fundado a empresa? O que estava a esconder-lhe?
De repente, uma janela de chat abriu-se no ecrã do seu computador. Riya viu-se obrigada a concentrar-se no que dizia. Era uma mensagem de Drew. Vem ao meu escritório, Riya.
Ela sentiu um nó no estômago. Há seis meses que as coisas iam de mal a pior entre Drew e ela, desde o Ano Novo, para ser exata. Riya não soubera como fazer com que melhorassem. Limitara-se a baixar a cabeça e a fazer o seu trabalho.
Saiu do pequeno cubículo que ocupava e que estava separado das mesas do resto dos empregados por um biombo. Dirigiu-se muito ansiosamente para o escritório do diretor. Passara toda a manhã à espera, a ignorar os comentários e a tentar encorajar os outros a concentrar-se no seu trabalho enquanto a porta de Drew permanecia fechada.
Ao chegar à frente da porta do escritório, secou as mãos nas calças e bateu. Então, sem esperar resposta, abriu a porta. O coro de vozes dissonantes que ouvira do outro lado transformou-se num silêncio mortal quando as pessoas que estavam no escritório se aperceberam da sua presença.
Riya deu um passo à frente e fechou a porta.
O sol que entrava pelas janelas destacava o corpo esbelto de Drew contra a linha do horizonte, formada pelos arranha-céus de São Francisco. Abriu a boca para falar, mas voltou a fechá-la. Com o coração acelerado, Riya deu outro passo à frente. Drew ficou rígido e inclinou a cabeça.
Aquela sensação de desconforto estivera presente em todas as suas conversas.
– Os rumores estão na boca de todos... – comentou ela, enquanto parava a poucos passos de Drew. – Sejam quais forem as nossas divergências pessoais, trata-se da nossa empresa, Drew. Estamos juntos nisto.
– Foi a vossa empresa até aceitarem o capital inicial de um investidor – anunciou alguém atrás dela. Todas as suas palavras estavam marcadas pela troça e pela ironia.
Riya virou-se e