Um amor envenenado
De Olivia Gates
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Sobre este e-book
Aram Nazaryan apenas precisava de uma coisa para conseguir o cargo que ambicionava: uma esposa adequada. Ainda que o multimilionário estivesse disposto a tudo para voltar a Zohayd, o país do deserto que era a sua casa, casar com a princesa Kanza Aal Ajmaan era um preço demasiado alto. Ou pelo menos era isso que pensava até ter conhecido Kanza...
Quando pediu a mão da sua princesa, tudo parecia correr sobre rodas. Mas, entretanto, Kanza descobriu a verdade. Embora ela se tivesse casado por amor, os votos dele estavam contaminados pela ambição.
Olivia Gates
USA TODAY Bestselling author Olivia Gates has published over thirty books in contemporary, action/adventure and paranormal romance. And whether in today's world or the others she creates, she writes larger than life heroes and heroines worthy of them, the only ones who'll bring those sheikhs, princes, billionaires or gods to their knees. She loves to hear from readers at oliviagates@gmail.com or on facebook.com/oliviagatesauthor, Twitter @Oliviagates. For her latest news visit oliviagates.com
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Um amor envenenado - Olivia Gates
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2013 Olivia Gates
© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Um amor envenenado, n.º 1280 - Dezembro 2015
Título original: Conveniently His Princess
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7456-5
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
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Capítulo Um
– Queres que case com Kanza o Monstro?
Aram Nazaryan arrepiou-se ao ouvir a sua própria voz.
Shaheen Aal Shalaan fizera-lhe mais do que uma proposta inaceitável ao longo da sua vida, mas a última não podia ser descrita com palavras em nenhuma das quatro línguas que conhecia.
O seu melhor e único amigo transformara-se num insuportável casamenteiro nos últimos três anos. Parecia que, depois do seu feliz casamento com Johara, a irmã mais nova de Aram, não tinha nada melhor para fazer do que tentar tirar o cunhado daquela «vida vazia» que, segundo ele, levava.
Aram pensara que Shaheen passara pelo seu escritório para uma simples visita rotineira, mas nos dez minutos que passaram a falar já o tinha submetido a uma autêntica chantagem emocional.
Sem mais nem menos, começara por pedir-lhe que voltasse para casa, em Zohayd.
Ele respondera-lhe que Zohayd já não era a sua casa, mas Shaheen não se deu por vencido e fizera-lhe uma proposta difícil de recusar. Nada menos do que ser ministro da economia de Zohayd!
Ele rira-se no início, pensando que Shaheen estava a brincar com ele. Só um zohaydiano de linhagem real poderia assumir esse cargo e ele era um simples americano de origem franco-arménia.
Mas Shaheen não estava a brincar. Tinha um plano. Um plano descabido para conseguir fazer com que Aram se tornasse um membro da realeza: casar com uma princesa de Zohayd.
Ainda não tinha conseguido levantar qualquer objeção e já o cunhado lhe tinha revelado a identidade da candidata que considerava perfeita para ele. Isso foi a gota de água.
– Perdeste a cabeça, Shaheen? Não faço a mínima intenção de casar com esse monstro, de maneira alguma.
– Não sei de onde é que tiraste essa ideia. A Kanza que eu conheço não é nenhum monstro.
– Então há duas Kanzas diferentes. A que eu conheço, a Kanza Aal Ajmaan, princesa de linhagem real pelo lado materno, conquistou essa alcunha a pulso. Essa e mais algumas.
Shaheen ficou a olhar fixamente para ele como se estivesse louco.
– Só há uma Kanza… e é encantadora.
– Encantadora? – exclamou Aram, com ironia. – Está bem, mesmo admitindo que o seja, estás no teu juízo perfeito para me propor uma coisa dessas? Ainda é uma criança!
– Uma criança? Tem quase trinta anos!
– O quê…? Não é possível. A última vez que a vi devia ter pouco mais de dezoito anos.
– Sim, mas isso foi há mais de dez anos.
Passara assim tanto tempo?, perguntou-se Aram. A última vez que a vira fora naquela fatídica festa, poucos dias antes de ele ter deixado Zohayd.
– Em todo o caso, os onze ou doze anos de diferença que há entre nós não diminuíram com o passar do tempo.
– Parvoíces! Eu sou oito anos mais velho do que a Johara. Há dez anos, a vossa diferença de idade poderia ter sido um obstáculo, mas agora não.
– Oh, por favor, não podes estar a falar a sério! Essa mulher é um monstro, garanto-te.
– E eu garanto-te que estás muito enganado.
– A Kanza que eu conheço era uma criatura sinistra, que fazia com que as pessoas fugissem dela a sete pés. Aliás, cada vez que cravava os olhos em mim, tinha a sensação de que me fazia dois buracos no corpo no sítio onde fixava aquele olhar negro e penetrante.
– Pelo que vejo, deixou-te uma grande impressão. Passados mais de dez anos, ainda conservas uma recordação muito viva dela, capaz de suscitar-te essas reações tão intensas.
– Intensas? Intensamente desagradáveis, quererás dizer. Já é suficientemente mau que me estejas a propor um casamento de conveniência, mas ainda para mais com essa… criatura aterradora que me punha os cabelos em pé só de a ver…
– Aterradora? Não achas que estás a exagerar?
– Está bem, talvez essa não seja a palavra correta. Talvez fosse melhor dizer… perturbante. Não sabes o medo que me provocou quando a vi uma vez com o cabelo roxo, o corpo todo pintado de verde e lentes de contacto cor-de-rosa. Noutra ocasião, parecia um coelho albino, com o cabelo branco e os olhos vermelhos. E a última vez que a vi tinha o cabelo azul e maquilhagem de zombie. Foi algo realmente assustador.
Shaheen esboçou um sorriso indulgente como se estivesse perante uma criança pequena.
– E para além da estranheza da maquilhagem e da cor do cabelo e dos olhos, o que mais te desagradava nela?
– A forma como costumava pronunciar o meu nome. Era como se me estivesse a lançar uma maldição. Sempre tive a impressão de que alojava dentro dela algo como… um duende.
– Não me digas mais nada. Acho que ela é exatamente aquilo que precisas. Estás há mais de vinte anos sem te sentires realmente vivo, como se estivesses metido num frigorífico. Já está na altura de alguém te descongelar.
– Posso meter-me diretamente numa incineradora. É mais rápido e indolor.
Shaheen olhou para o cunhado e amigo com pena, disposto a tirá-lo da vida estéril na qual estava mergulhado há tanto tempo.
– Não olhes para mim com essa expressão de pena – acrescentou Aram. – Estou muito bem e sinto-me feliz tal como estou… Sou um homem adulto e maduro.
– A Johara acha-te frio e distante. E eu também. Os teus pais estão desesperados. Sentem-se culpados por teres ficado em Zohayd e sacrificado tudo para tentar ajudá-los a salvar o casamento.
– Ninguém me obrigou a nada. Decidi voluntariamente ficar com o meu pai porque sabia que ele não conseguiria lidar sozinho com a rutura com a minha mãe.
– E quando finalmente se reconciliaram, tu já tinhas sacrificado os teus desejos e ambições. Desde então, fechaste-te na tua carapaça e ficaste a observar as nossas vidas desde a tua solidão.
– A decisão foi minha e ninguém deve sentir-se culpado por nada. Estou feliz com a minha solidão. Agradeço a tua preocupação, mas gostaria que te ocupasses das tuas coisas e me deixasses em paz.
– Assim farei depois de considerares seriamente a minha proposta.
– Não tenho nada para considerar.
– Dá-me uma boa razão para isso. E não te ponhas a enumerar coisas do arco da velha sobre a Kanza de há mais de dez anos.
– Está bem. Procuraremos uma mais atual. Ela tem agora… vinte e oito anos…
– Vai fazer vinte e nove dentro de alguns meses.
– E imagino que ainda não se tenha casado, estou certo? Claro. Que homem se atreveria?
– Não, não se casou – respondeu Shaheen, esquivo. – Nem sequer está noiva.
Aram sorriu, satisfeito.
– Com a idade dela, segundo a tradição de Zohayd, já deveria estar fossilizada.
– Isso não foi muito simpático da tua parte, Aram. Pensava que eras um homem de ideias avançadas. Nunca pensei que discriminasses uma mulher pela sua idade e muito menos que considerasses isso como um problema.
– Sabes muito bem que não partilho nenhuma dessas parvoíces. O que estou a tentar dizer é que o facto de nenhum homem se ter aproximado dela, sendo uma princesa, é uma prova evidente de que todos a veem como um bicho estranho e não como um ser humano.
– Isso também poderia ser dito de ti.
– Ouve-me com atenção – disse Aram, – porque só vou dizer isto uma vez e não o voltarei a repetir. Não vou casar. Não pretendo fazê-lo, nem para me tornar cidadão de Zohayd, nem para ser teu ministro da Economia. Mas se realmente precisares de mim, sabes que tanto Zohayd como tu podem sempre contar com os meus serviços.
– Se aceitasses o cargo, a dedicação teria que ser completa. Terias que viver em Zohayd.
– Como sabes, tenho o meu próprio negócio…
– Sim, mas está tão bem organizado e formaste os teus colaboradores e diretores com tanta eficácia que a empresa funciona quase sozinha. Apenas precisariam da tua presença física de vez em quando. Essa tua capacidade para te fazeres rodear das pessoas certas e conseguir aproveitar o melhor delas é exatamente o que preciso em Zohayd.
– Tu nunca tiveste uma dedicação completa ao teu trabalho – indicou Aram.
– Porque o meu pai me tem ajudado desde que abdicou. Mas agora está a pensar afastar-se por completo da vida pública. Mesmo com a ajuda dele, não me foi nada fácil conciliar o trabalho com a família. E agora que temos outro bebé a caminho, ser-me-á ainda mais difícil. Por outro lado, a Johara está a envolver-se cada vez mais em projetos humanitários que também requerem a minha atenção. Sinceramente, não sei como poderei coadunar tantas atividades.
– E, por isso, devo sacrificar a minha vida para tornar a tua mais fácil, não é assim?
– Não terias que sacrificar nada. O teu negócio seguiria como até agora.