Em troca da sua felicidade
De Kate Walker
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Sobre este e-book
Traída por um dos seus seres mais queridos, Honoria Escalona devia enfrentar agora o único homem capaz de levar a estabilidade ao mediterrâneo reino de Mecjoria. Um homem frio e duro, que em tempos fora seu amigo, Alexei Sarova, o verdadeiro rei do país.
Mas o tortuoso passado de Alexei convertera-o num estranho. Culpava a família de Ria pelas suas desgraças e, quando lhe ofereceu a sua ajuda, pôs-lhe uma condição: que só aceitaria o trono se ela se convertesse na sua rainha e lhe desse um herdeiro.
Kate Walker
Kate Walker was always making up stories. She can't remember a time when she wasn't scribbling away at something and wrote her first “book” when she was eleven. She went to Aberystwyth University, met her future husband and after three years of being a full-time housewife and mother she turned to her old love of writing. Mills & Boon accepted a novel after two attempts, and Kate has been writing ever since. Visit Kate at her website at: www.kate-walker.com
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Em troca da sua felicidade - Kate Walker
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2013 Kate Walker
© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Em troca da sua felicidade, n.º 1623 - Julho 2015
Título original: A Throne for the Taking
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7078-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
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Capítulo 1
Já chegava. Ria soube pelo som de passos no corredor, passos fortes e enérgicos, passos de sapatos caros de pele no mármore do chão.
Um homem alto avançava com rapidez e impaciência para a divisão onde lhe tinham pedido para esperar. A divisão não se parecia muito com o que imaginara, mas nada do que acontecera ultimamente se parecia muito com o que imaginara, começando por aquele homem. Tinham passado dez anos sem se ver. E, agora, iam ver-se em menos de trinta segundos.
Estava tão nervosa que não sabia o que fazer. Mudou de posição na poltrona. Cruzou as pernas, pensou melhor e descruzou-as para ter os pés bem plantados no chão.
Naquele dia, usava um vestido azul e verde, com estampado de flores, e uns sapatos elegantes e pretos. Elevou uma mão e afastou uma madeixa solta inexistente do seu cabelo loiro escuro. Sabia que o seu penteado estava perfeito. Apanhara-o num coque tenso, precisamente, para que não se soltasse nem um cabelo. Não queria dar uma imagem de frivolidade ou relaxamento.
Estava tão obcecada com esse assunto que, ao princípio, pensou que o vestido era demasiado informal para as suas intenções, mas decidiu-se por ele porque era tão comprido que umas calças não teriam coberto as suas pernas muito melhor. Além disso, o casaco preto de linho acrescentava um toque de seriedade ao conjunto.
A sala onde estava era elegante e luxuosa. Numa das paredes havia uma pequena amostra de fotografias de edifícios e paisagens, todas a preto e branco, que lhe chamaram a atenção. Eram magníficas, o tipo de imagens que tinham dado fama e fortuna a Alexei Sarova. Contudo, Ria achava-as tristes, possivelmente, porque lhes faltava o elemento humano, tão presente na sua obra jornalística. Em nenhuma delas havia pessoas.
Então, os passos pararam. Ria distinguiu um sussurro de vozes junto da entrada e começou a ficar nervosa. Afinal de contas, estava ali por um motivo da maior importância, ia dar-lhe uma mensagem que podia evitar uma guerra civil no seu país.
– Acalma-te – disse, em voz alta. – Tens de manter o aprumo.
Fechou as mãos sobre os braços da poltrona, para que lhe parassem de tremer. Depois, respirou fundo, soltou lentamente o ar e ficou a olhar para o teto branco, enquanto se repetia que o seu nervosismo era ridículo. Estava habituada a relacionar-se com todo o tipo de pessoas, desde chefes de Estado até ministros. Tinham-na ensinado desde menina, porque a família Escalona tinha laços com a família real.
Noutras circunstâncias, aquela reunião ter-lhe-ia parecido rotineira. Conseguia falar de qualquer coisa, incluindo as exportações do seu país e a sua mineração, que ganhara especial importância desde que se encontrou eruminium, um material recentemente descoberto, nas montanhas da Trilesia. Ainda que, em geral, não falasse de minas. Isso era um assunto do seu pai e, até há pouco tempo, do seu segundo primo Felix, príncipe herdeiro de Mecjoria.
No entanto, aquela não era uma reunião como tantas outras. Em primeiro lugar, porque a liberdade do seu país e a sua própria liberdade pessoal dependia do seu resultado e, em segundo, porque Alexei Sarova não era um desconhecido com quem pudesse ter uma conversa tão educada como estritamente política.
A porta abriu-se um instante depois. Alexei ordenou alguma coisa à pessoa com quem estava a falar no corredor e entrou na sala.
Chegara o momento da verdade.
Assim que o viu, Ria ficou com falta de ar. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se vulnerável e perdida. Até sentiu a falta do guarda-costas que a acompanhara durante toda a sua vida.
Infelizmente, já não tinha guarda-costas. Era uma das muitas coisas que lhe tinham tirado, a ela e à sua família, depois do falecimento inesperado de Felix e do escândalo sobre as atividades passadas do pai. As coisas tinham mudado muito e tão depressa que nem sequer tivera oportunidade de refletir sobre as suas possíveis consequências.
– Boa tarde!
A voz de Alexei era tão firme como severa. Ria, que estava de costas para a entrada, disse-se que tinha de se virar e olhar para ele nos olhos, mas não conseguiu mexer-se.
– Menina…
Ria fez um esforço e virou-se. Sabia que Alexei se transformara num homem impressionante. Vira muitas fotografias dele nos jornais, mas, em pessoa, era simplesmente avassalador. Alto, de ombros largos e olhos tão pretos como o seu cabelo, usava um fato cinzento e um casaco que lhe davam aspeto de homem de negócios. Não se parecia nada com o rapaz rebelde que conhecera há dez anos.
– Boa tarde! – conseguiu dizer, tensa. – Suponho que és Alexei Sarova.
Ele ficou atónito ao reconhecer Ria.
– Tu? – perguntou, com hostilidade.
Alexei tentou sair da sala e Ria pensou que aquilo ia ser mais difícil do que imaginara. Não esperava que a recebesse com os braços abertos, mas também não esperava uma rejeição tão absoluta.
– Por favor… – rogou. – Por favor, não te vás embora.
– Não queres que vá?
Olhou para ela com frieza durante uns segundos. Depois, abanou a cabeça lentamente e esboçou um sorriso tão gelado que Ria tremeu.
– Não me vou embora – continuou Alexei. – Tu é que vais.
Ria amaldiçoou a sua sorte. Não esperava que Alexei a reconhecesse tão depressa. Dez anos era muito tempo e ela deixara de ser uma criança. Nos dez anos que tinham passado, deixara de ser uma menina baixa e gordinha e transformara-se numa mulher alta e esbelta. Além disso, o cabelo era mais claro: já não era castanho, mas loiro escuro. Infelizmente, reconhecera-a. E não queria ouvi-la.
– Não – declarou ela, abanando a cabeça. – Não me vou embora.
Os olhos de Alexei brilharam com fúria. Ria quase recuou, mas recordou-se que as duquesas não recuavam, mesmo que tivessem perdido a sua posição social.
– Não? – perguntou.
Ela ficou em silêncio.
– Lembro-te de que sou o dono deste edifício e que posso fazer o que quiser aqui. Se ordenar que te vás embora, irás – continuou.
– Não queres saber porque vim?
Se Ria tivesse atirado uma pedra para uma estátua, não teria conseguido menos. De facto, a sua pergunta só serviu para que o olhar de Alexei se tornasse mais feroz e a sua atitude, pelo menos na aparência, mais impassível.
– Não – respondeu ele. – Só quero que te vás embora e não voltes.
Na verdade, Alexei teria desejado outra coisa: que Ria não tivesse aparecido. Mas o mal já estava feito. E sentia-se como um tigre enjaulado, não por causa das paredes do quarto, mas por causa das lembranças de uma época muito difícil para ele.
Não esperava voltar a ver ninguém de Mecjoria e muito menos ela. Esforçara-se muito para prosperar e dar à mãe a vida que merecia. Demorara muitos anos, mas conseguira. Agora, tinha mais dinheiro do que quando era príncipe e não precisava que lhe recordassem a sua antiga ligação com a família real de Mecjoria e com o próprio país, do qual já não queria saber nada.
– Vais-te embora? Ou tenho de chamar a segurança? – ameaçou-a.
Ria franziu o sobrolho e devolveu-lhe um olhar tão frio como o dele. Já não era uma mulher assustada, mas uma aristocrata.
– Queres que os teus valentões me expulsem? Desculpa-me, mas não ficaria muito bem nos jornais. O que dirão as pessoas quando publicarem que um mulherengo de fama internacional se viu obrigado a pedir ajuda para se livrar de uma mulher pequena?
– Pequena? Não és precisamente pequena – contradisse, olhando para ela de cima a baixo. – Cresceste… Medes mais cerca de quinze centímetros desde a última vez que te vi.
Alexei pensou que crescera em mais do que altura. Apercebera-se quando entrara na sala, antes de a reconhecer. Era uma mulher verdadeiramente impressionante, de pernas intermináveis, figura esbelta e pele de porcelana. Já não tinha a cara arredondada daquela menina que tanto o divertia, mas um rosto de maçãs bem marcadas e lábios sensuais que enfatizavam a beleza dos seus olhos verdes.
Ao vê-la, desejou-a com todas as suas forças. Mas o desejo desaparecera, transformado em frustração e incredulidade, quando se apercebera de que estava à frente de Ria, que já não era a amiga e confidente que fora, mas a herdeira da família que os traíra e os expulsara do país.
– Bom, tenho a certeza de que a imprensa se mostrará mais interessada no facto de expulsarem a grã-duquesa Honoria Maria Escalona da sede da Sarova International. Imagina o que dirão, as coisas que serão capazes de inventar.
– Já não sou grã-duquesa. Bom, nem grande nem pequena, porque já não sou duquesa – troçou Ria.
– Como?
Ele ficou confuso durante uns segundos. Franziu o sobrolho e inclinou a cabeça como fazia naquelas circunstâncias quando eram crianças, ou melhor, quando ela era uma criança, porque Alexei era seis anos mais velho.
– Por favor, Lexei…
Ria não tinha intenção de o chamar