No ardor da paixão
De Penny Jordan
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Sobre este e-book
Ricardo Salvatore odiava mulheres ambiciosas e isso era precisamente o que Carly parecia. Segundo os rumores, estava disposta a fazer qualquer coisa por dinheiro. Ricardo planeava ficar com a empresa que ela administrava, assim… porque não ficar também com ela e depois abandoná-la quando tivesse obtido o que desejava?
A inocente Carly sofrera de solidão e de falta de amor, em criança, e, depois, não permitira que ninguém se aproximasse dela… sobretudo um homem poderoso e atraente como Ricardo Salvatore. Contudo agora tinham de trabalhar lado a lado e viajar juntos para os locais mais maravilhosos do mundo… e a atracção começava a tornar-se incontrolável.
Penny Jordan
After reading a serialized Mills & Boon book in a magazine, Penny Jordan quickly became an avid fan! Her goal, when writing romance fiction, is to provide readers with an enjoyment and involvement similar to that she experienced from her early reading – Penny believes in the importance of love, including the benefits and happiness it brings. She works from home, in her kitchen, surrounded by four dogs and two cats, and welcomes interruptions from her friends and family.
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No ardor da paixão - Penny Jordan
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2005 Penny Jordan
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
No ardor da paixão, n.º 2163 - dezembro 2016
Título original: Bedding His Virgin Mistress
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2007
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9198-2
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
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Capítulo 1
Carly lançou uma olhadela discreta à pequena festa que estava a fiscalizar, como directora de uma das empresas mais prestigiadas de organização de eventos de negócios. Perguntava-se quando poderia ir-se embora. Tratava-se da celebração do quadragésimo aniversário de um banqueiro e ele próprio escolhera a discoteca CoralPink de Londres. Carly nunca teria escolhido aquele lugar, mas o cliente tem sempre razão e não ia discutir aquela decisão.
A esposa do seu cliente não estava muito contente com a atenção que o marido estava a dar a algumas raparigas. Havia quase uma dúzia de garrafas de champanhe Cristal na mesa e um dos convidados estava a falar com uma jovem que passara por ela, para convidá-la a juntar-se a eles. A libido dos homens e o aborrecimento das esposas estava a aumentar tanto como a temperatura do lugar, pensou Carly preocupada.
Tentou resistir àquele trabalho, porque sabia que aquilo não era para ela. Preferia os eventos como o que fiscalizara naquele fim-de-semana: uma adorável festa surpresa de octogésimo aniversário que uma família dera a uma avó com demência senil. Carly gostava de dar tudo o que os clientes quisessem, apesar de o orçamento ser reduzido e, assim, poder sentir-se orgulhosa do resultado final.
A esposa de Mike Lucas ia explodir se o marido não parasse de seduzir a rapariga que conseguira agarrar. Carly levantou-se rapidamente e dirigiu-se a ele para tentar controlar a situação, antes que lhe escapasse das mãos.
Ricardo perguntava-se porque é que se deixou convencer em ir à festa. O interesse dele pela possibilidade de fazer um negócio esgotara-se. Odiava tudo o que acontecia ali e que podia resumir-se em homens ricos imorais a serem perseguidos por mulheres ambiciosas amorais, pensou com cinismo.
Alguma coisa atraiu a sua atenção: um grupo de quarentões barrigudos, a suar devido à combinação do calor do lugar e a multidão de raparigas, com pouca roupa, que andavam pelo clube, partilhavam a mesa com as suas esposas e namoradas, algumas mais jovens do que eles, mas nenhuma tão jovem como a rapariga para quem estavam a olhar. Era mais nova do que as outras, mas era uma mulher, não uma menina. Enquanto Ricardo olhava para ela, esta levantou-se e contornou a mesa até ao outro lado, onde um dos homens começara a apalpar uma morena de pernas compridas, a quem acabara de pedir uma garrafa de champanhe.
– Mike – disse Carly, sorrindo, enquanto se inclinava para ele, colocando-se estrategicamente entre este e a rapariga desconhecida.
– Olá, linda! Queres champanhe?
Mike Lucas puxou-a e sentou-a nos seus joelhos, enquanto lhe punha uma mão no peito.
Carly ficou gelada e percebeu que Mike estava demasiado bêbado para interpretar os olhares de raiva que lhe lançava. Ainda a rir-se, Mike puxou a outra rapariga e sentou-a da mesma forma.
– Olhem o que eu consegui – disse em voz alta aos amigos, enquanto mantinha uma mão no peito de Carly e outra no da rapariga desconhecida. – O que vos parece para um trio?
Ricardo continuou a olhar para a cena desagradável. A visão de mulheres a venderem os seus corpos não era novidade para ele, que crescera nos bairros mais pobres de Nápoles. Mas aquelas mulheres, aquelas convencidas, mimadas e preguiçosas mulheres da alta sociedade, com os seus vestidos de marca e jóias Cartier, eram, do seu ponto de vista, muito mais desprezíveis do que as prostitutas dos becos de Nápoles.
Levantou-se da mesa e deixou algumas notas, em cima desta. O homem que o convidara, estava a falar com alguém, ao balcão, mas Ricardo não se preocupou em ir até lá, para se despedir dele. Ser milionário permitia-lhe não seguir as convenções sociais.
Ricardo deu uma olhadela a um dos jornais que uma das suas assistentes pessoais deixara em cima da sua secretária. Leu-o enquanto bebia uma segunda chávena de café simples que bebia sempre. Alguns gostos podem adquirir-se, mas outros nunca poderão eliminar-se totalmente. Olhou carrancudo, um olhar agudo, mistura de raiva e orgulho, que brilhou nos seus olhos escuros como o basalto.
Não era um homem bonito, mas chamava a atenção, especialmente a das mulheres, que percebiam imediatamente a sua aura de homem desafiador de um ponto de vista sexual.
Agarrou o primeiro jornal e passou as páginas rapidamente, à procura do que queria. Um sorriso, na verdade, praticamente apenas o aparecimento dos dentes na pele escura que reflectia a sua origem italiana, desenhou-se na boca dele, enquanto os olhos não se afastavam do jornal, onde aparecia a nova «lista actualizada de ricos».
Não teve de ir muito abaixo, para encontrar o seu nome. De facto, podia contar com os dedos de uma mão, os que se encontravam acima dele.
Ricardo Salvatore, multimilionário, fortuna estimada… Ricardo soltou uma gargalhada, enquanto olhava para a notícia que falava da riqueza dele.
Por baixo do nome dele, havia algumas linhas que o descreviam, cingindo-se à verdade, como um solteiro de trinta e dois anos e, mentindo, que tinha feito a sua fortuna a partir da herança de um tio. Numa outra linha informavam que, em reconhecimento dos seus donativos de beneficência a diferentes causas, corriam os rumores que ia ser nomeado sir.
Ricardo sorriu de verdade.
Sir Ricardo! Grande sucesso para alguém que ficara órfão com a morte da mãe italiana e pai britânico, num acidente de comboio e que, por causa disso, crescera praticamente sozinho no pior dos subúrbios de Nápoles. Fora uma forma dura, até brutal de amadurecer, mas muitas vezes sentia mais respeito e admiração pelos seus companheiros de juventude do que pelas pessoas com quem se relacionava naquele momento.
Os laços familiares e a amizade íntima não eram coisas que tivessem feito parte da vida dele, mas também não sentia falta delas. De facto, gostava da solidão e da liberdade associada a ela. Aprendera desde muito jovem, ouvindo e observando, a sobreviver e a criar as suas próprias regras para viver. Tinha apenas dezoito anos quando fez a primeira aposta arriscada, ganhou e conseguiu comprar o seu primeiro navio mercante.
Deixou o jornal em cima da mesa, levantou um documento assinalado com a frase «Potenciais Aquisições» e leu-o em voz alta. Ricardo estava sempre à procura de novas aquisições para acrescentar à carteira dele e a Prêt a Party ia ficar muito bem dentro dela.
A primeira vez que ouviu falar da empresa, foi quando um contacto de negócios falara nela, de passagem, ao comentar que era amigo da família da mais jovem das suas proprietárias. De facto, conhecendo Marcus Canning como Ricardo conhecia, ficou muito surpreendido que um homem tão astucioso para as finanças como Marcus, não tivesse visto o potencial de negócio que havia ali.
Encolheu os ombros. A razão pela qual Marcus não vira o potencial de negócio da Prêt a Party era porque não lhe interessava. Ricardo era, por natureza, um predador e, como todos os caçadores, gostava da adrenalina da captura da presa, quase tanto como da inevitável morte final.
Prêt a Party podia parecer uma «presa» menor, mas a captura tinha de ser cuidadosamente preparada.
Ricardo não gostava da forma convencional de obter informação detalhada sobre as empresas: por um lado, podia desvendar a outros caçadores quais eram os seus interesses e, por outro lado, preferia os seus próprios métodos e o seu instinto.
A primeira coisa que queria fazer era arranjar um informador, que lhe dissesse como ia o negócio: como era a sua eficiência, rentabilidade e o quão vulnerável seria a uma fusão. A melhor pessoa para dizer-lhe aquilo era, claro, a proprietária, Lucy Blayne, mas era esperta de mais para fornecer essa informação a um potencial comprador. Por isso, decidiu pôr-se na posição de potencial cliente. O típico cliente susceptível, que quer conhecer cada detalhe de como vai gastar o seu dinheiro antes de o entregar. O tipo de cliente que insiste em conhecer as capacidades da Prêt a Party em organizar eventos.
É claro que para poder levar a cabo todas aquelas «excentricidades», tinha de oferecer a Lucy Blayne uma cenoura muito grande e suculenta.
E era exactamente isso que ia fazer.
– Carly! Graças a Deus que estás de volta. Isto está um caos!
Enquanto entrava no pequeno e sempre caótico escritório da Prêt a Party, na rua Sloane, uma das melhores zonas de Londres, Carly pensou que se a doce Lucy Blayne, antiga colega de escola e, naquele momento, sua chefe, disse que as coisas estavam caóticas, é porque devia ser verdade.
Uma rapariga nova, bonita, mas de olhar aterrado, corria de um lado para o outro, tentando atender o telefone que não parava de tocar, enquanto outras duas, não tão novas, garantiam aos clientes que estava tudo pronto para os seus grandes eventos.
– Estamos tão incrivelmente ocupadas: o jantar que organizámos para a super-mulher da cadeia de joalharias, saiu na Vogue e Nick está a trazer-nos demasiado trabalho – disse Lucy com entusiasmo.
Carly não disse nada. Fazia todos os possíveis para que Lucy não percebesse o quanto Nick não gostava dela. Além do mais, não havia forma de dizer à amiga qual era a causa. Lucy estava profundamente apaixonada pelo seu novo marido e Carly tinha consciência do mal que faria à amiga, saber que Nick insinuara, há uns dias atrás, que Lucy ia gerir a empresa.
– Oh! – a rapariga quase deixou cair o telefone da mão. – É o duque de Ryle – disse a Lucy, imitando a forma de falar da nobreza, – e quer falar contigo.
Lucy revirou os olhos.
– Não desapareças, preciso de falar contigo sobre uma coisa importante – disse a Carly, antes de atender alegremente. – Tio Charles, que alegria. Como está a tia Jane?
Sorrindo, para tranquilizar a rapariga nova que tinha corado, Carly foi até ao escritório dela, suspirando ao entrar, como se tivesse encontrado um lugar de paz.
Descobriu uma nota na mesa e sorriu quando a leu:
Atenção: Lucy é prisioneira do pânico.
Jules.
As três, Lucy, Julia e Carly, tinham andado juntas na escola e Carly sabia que Jules duvidara, tanto como ela, quando Lucy lhes falou do projecto dela, de montar uma empresa para organizar eventos.
Mas Lucy podia ser muito persuasiva quando queria e, naquele momento, nenhuma delas tinha outro trabalho e Lucy, graças à herança que recebeu, podia ao mesmo tempo manter o negócio e pagar-lhes um salário razoável. Por isso, não puderam recusar a oferta.
Três anos depois, Carly, para seu próprio espanto, viu-se obrigada a admitir que o negócio de Lucy começara a parecer ter potencial para transformar-se num grande sucesso se continuassem a manter-se firmemente agarradas à realidade e a controlar os custos.
– Olá!
– Jules!
– Como foi ontem à noite?
Carly fez uma careta.
– Bom, digamos apenas que o jornalista que fotografou Mike Lucas, com uma mão debaixo do vestido da honrada Seraphina de Ordley Matthew Williamson e a outra no peito do meu respeitável vestido Armani em segunda mão, se deu conta do seu pecado: «Não fotografarás a sobrinha de um dos maiores accionistas da indústria têxtil numa pose que mais parece de uma concorrente do Big Brother»
– Ordley? – murmurou Jules. – Então, também é uma Harlowe – como era neta de um conde, Julia conhecia, de uma ponta à outra, a nobreza de