A Mulher que não Existia
De Samara Nunes
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Sobre este e-book
Dá para crê que tal mulher jamais existira?
Você precisa conhecer essa mulher!
Ambientado na década de 50, com todo o glamour daqueles “Anos Dourados”, o romance fala das fantasias e lendas extraordinárias que costumavam, tão facilmente, dominar o imaginário feminino.
Será possível desvendar esse mistério?
Eu o convido a conhecer... “A Mulher que não Existia”
Boa leitura!
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A Mulher que não Existia - Samara Nunes
A Mulher que não Existia
Copyright 2016 por Samara Nunes FBN/DA: 015533_1/6
Esta é uma obra de ficção sem nenhum compromisso com a realidade.
Todos os direitos reservados ao autor
PUBLICADO por
Capa
Ilustração
Diagramação
SandrA motta
Samaranunes.escritora@gmail.com
E-Book ISBN: 978-3-96028-968-5
GD Publishing Ltd. & Co KG, Berlin
E-Book Distribution: XinXii
www.xinxii.com
Nota do Autor
Intencionalmente, em alguns momentos, foram empregados termos e gírias atuais em meio ao falar da época, para dar ao texto um toque de modernidade e aproximá-lo um pouco mais do leitor.
Homenagens
Este conto foi inspirado pela composição de meu primo Newton Nazareth, Valsinha em Preto e Branco
, música que ele compôs em homenagem à sua gata de estimação, a Lady.
A você, meu amado primo, dedico essa obra.
Aproveito para dedicá-la também a toda família Nazareth, na qual me inspirei ao criar algumas das personagens.
Em especial, dedico à memória de nossas estrelas da família: meu tio-bisavô Ernesto Nazareth, meu primo Bené Nunes, à minha mãe e amiga Dionéa Nazareth, e à minha tia querida, Maria de Lourdes Nazareth.
Agradeço a Deus porque vocês existiram.
Samara Nunes Nazareth
A Mulher que não existia
Samara Nunes
2016
D
izem que, em uma rua de um determinado bairro de uma cidade, em um estado de certo país, havia um casarão antigo, mas muito bem tratado, onde morava, dizem, uma mulher. Mas tal fato era tão confuso que, dizem, tal mulher jamais existira. Dá para crer? Tal mulher jamais existira?! Essa história começa assim:
Maria Antônia, professora do ensino médio na tal cidade, morava no mesmo bairro e na mesma rua da tal moça. Dia desses, apressada, com seus passinhos curtos e ritmados, Maria Antônia descia a rua para tomar o lotação que a levaria ao trabalho. Como de costume, passava em frente ao tal casarão. Qual não foi seu espanto ao perceber algo que jamais havia visto antes. O varal do casarão estava repleto de roupas a secar ao sol. Eram toalhas de banho e de rosto, guarnições de lençóis, vestidos, blusas e... pasmem... até calcinhas!
__Isso mesmo, meninas! Calcinhas! Eram calcinhas a secar ao sol! __contou Maria Antônia a suas duas amigas de trabalho, Vera Lúcia e Adriana.
__Então, quem mora no casarão de certo é uma mulher! __retrucou Adriana ao ouvir o relato da amiga.
__Diga, Maria Antônia, percebeu se os lençóis eram de solteiro? __Vera Lúcia, que era mais observadora, queria saber se a tal moça era casada...
__Ahhhh... não reparei!
__‘’Bola fora’’, amiga! Bola fora
!
__Na volta para casa, vou reparar nesse detalhe.
__Ô Maria Antônia, acorda! Com certeza à hora em que voltares a tal mulher já haverá recolhido toda a roupa!
__É verdade, Adriana! Mas... e agora... o que eu faço?!
__Paciência, amiga. Paciência... de nada adiantam chorumelas. Aguarde com prudência e atenção pela próxima oportunidade. Não desista, Maria Antônia! Não desista!
__Tem toda razão, Vera Lúcia! Eu não desistirei.
__Maria Antônia, você está tão entusiasmada com essa história de que alguém habita o tal casarão, que nem pude lhe contar uma novidade! Estamos motorizadas!
__Como assim, Adriana?
__Adriana comprou um automóvel. __disse Vera Lúcia em tom de reprovação.
__Nossa! Que espetáculo! Agora você é uma mulher moderna, Adriana! Já tirou a carta?
__Sim, claro! __Estou louca para vir ao trabalho com meu automóvel!
__Venha amanhã, Adriana! Mal posso esperar para vê-la guiando! __exclamou Maria Antônia eufórica com a novidade.
Maria Antônia descia a rua para mais um dia de trabalho, quando quase foi atropelada por uma enorme bicicleta, pedalada por uma moleca que mal aguentava com o peso da mecânica engenhoca. A menina, para não atropelar Maria Antônia, acabou se desequilibrando e bamboleando nas gigantes rodas, a tal ponto que tombou ao chão, ralando os joelhos e os cotovelos.
__Eu sabia!... Eu sabia, Néia, que um dia você ia cair dessa coisa enorme! Você desce a rua nesta bicicleta achando que os paralelepípedos são feitos de borracha! Você já é uma moça, Néia!... Tem que parar de andar por aí como uma moleca... Ainda mais nessa bicicleta de homem. Essa bicicleta é de homem, Néia! Você não vê? Ora bolas!
__Eu sei, professora. Desculpe! Eu não quis trombar na senhora e acabei me desequilibrando...
__Está bem, Néia. Está bem. Também não precisa chorar, viu? Vá para casa limpar esses machucados que não estão com um bom caráter
! Vá, ande! E lembre-se de parar de andar por aí com essa bicicleta de homem, viu?! Você já é uma moça, Néia! Uma belezura
de moça, viu?!
Néia constatou que, com a queda, alguns raios da roda se empenaram e a corrente partira, o que a deixou sem condições de passear naquela manhã.
__Pronto, Néia! Por hoje a brincadeira acabou! Agora chispa daqui! Hoje à tarde quero te ver