Uma Joia Imperfeita
De Dawn Brower
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Sobre este e-book
Pieretta embarca em um navio sem saber que Thor está esperando para sequestrá-la e finalmente poder se vingar do seu avô. Será que o amor intervirá e alterará esse curso?
Pieretta Carlyle tinha perdido o pai, e ficou sozinha no mundo, exceto por seu grand-père, o Comte Renard Dubois. O comte insiste que ela vá para a França viver com ele. Pieretta não quer deixar Charleston e o único lar que já tinha conhecido. Seu avô era o seu guardião, e ela deveria fazer o que ele mandava.
Thor já tinha determinado o seu curso, e Pieretta era a chave para a sua vingança. Ele se tornou um pirata de forma involuntária depois que o sócio tentou assassiná-lo. Ele tinha que conseguir Pieretta de qualquer jeito, e não se importava em ter que saquear um navio para tê-la.
Quando Pieretta e Thor se encontram, sentem uma atração instantânea, mesmo que este fato vá contra os seus melhores julgamentos. Pieretta está enojada com as ações do pirata. Thor sabe em que Pieretta acredita, mas segue em frente com o seu plano. Ela é apenas um meio para um fim. O que acontecerá dependerá da necessidade de Thor por vingança e da habilidade de Pieretta de perdoá-lo por seus atos covardes.
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Uma Joia Imperfeita - Dawn Brower
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Epílogo
Um Anjo de Cristal
Uma Joia Imperfeita
Família Marsden Livro 1
––––––––
Dawn Brower
Dedicatória
Minha irmã postiça, Amanda, me encorajou a escrever um livro, e em menos de um dia eu já estava com um rascunho, em menos de uma semana um conto já estava pronto para ser lido. Se ela não tivesse me incentivado, este livro não existiria.
Obrigada à Melanie por ler meu primeiro (e horroroso) rascunho – eu sei que ele era uma bagunça completa, para Hailey por suas palavras de sabedoria e por me apontar muito erros com leveza, e finalmente à Victoria por apontar que eu estava com um pouco de sede de sangue e por responder minhas infinitas perguntas. Se não fosse pelo encorajamento e a ajuda de vocês, eu estaria perdida. Vocês três me ajudaram mais do que posso expressar. Obrigada por serem a minha rocha quando tudo o que eu queria era me esconder debaixo de uma. Amo vocês, meninas.
E acima de tudo, gostaria de dedicar este livro ao meu pai. Ele sempre acreditou que eu deveria escrever um livro, mas nunca acreditei que teria paciência para isto. Gostaria que ele tivesse me visto chegar lá. Sinto saudade, papai.
Capítulo Um
––––––––
3 de Março de 1861
—Você precisa respirar um pouco mais fundo, senhorita Pieretta.
Tully, a sua criada pessoal puxou e amarrou as cordas do espartilho de Pieretta o mais apertado que conseguiu. Uma das muitas coisas tortuosas que uma dama tinha que suportar para ficar na moda. Era trabalho dela aprontar Pieretta para a maior viagem da sua vida. Não havia nada que Pieretta quisesse mais do que ficar na plantação onde tinha crescido, mas sua presença foi requisitada na propriedade do seu grand-père, na França. Não deseja ir a lugar algum. Tudo o que conhecia estava em Charleston. Não tinha escolha a não ser ir viver em um país do qual não sabia nada.
Tully puxou mais uma vez as cordas, apertando as costelas de Pieretta dentro de seu peito. Ela lutava para respirar. Pieretta se contorceu em um esforço para afrouxar o aperto. —Senhorita Pieretta, por favor, precisamos apertar este espartilho um pouco mais, ou você não caberá no vestido que encomendou com a costureira. Todos sabemos que você está apenas criando empecilhos para não ter que sair da plantação. O seu grand-père está esperando por você, e você precisa embarcar naquele navio.
—Oh, cale-se, Tully. Os cadarços estão apertados demais. Ajuste-os antes que eu não possa mais respirar. — A estúpida criada sabichona pensava que podia mandar nela. Já era ruim o bastante o fato de toda a sua vida estar prestes a mudar. Agora tinha que lidar com Tully dando ordens. —O vestido vai servir e eu ainda conseguirei enviar ar para os meus pulmões. Preocupe-se com os seus problemas e faça o que eu disse, — Pieretta ralhou com ela.
Como uma belle do sul, não tinha que fazer nada além de organizar festas e ajudar o pai com o funcionamento da casa. Grande parte das viagens que tinha feito era para ir a piqueniques e a soirées nas plantações vizinhas. Nunca tinha ficado há mais de quinze milhas de casa. A ideia de navegar até à França – Pia detestava admitir, mas a aterrorizava.
Pieretta nunca tinha entrado em um navio e agora esperavam que ela fizesse uma viagem muito longa. Ela, ao menos, tinha visto um ou dois navios enquanto estava no porto de Charleston, mas nunca passou por sua mente que algum dia os olharia mais de perto. Não era uma experiência que esperava ter.
Seus momentos mais felizes foram em Charleston, no coração do único lar que conheceu até hoje.
Pieretta não queria deixar tudo para trás. Era difícil entender por que o avô tinha insistido para que ela fosse viver na França. O fato de não ter nenhum parente homem vivo em Charleston não deveria importar. Deveria cuidar da plantação e lidar com o capataz. Seu pai se certificou de que ela entendesse todos os aspectos de tomar conta de uma plantação. Ela teve a melhor educação possível. Ele acreditava que as mulheres tinham o direito de aprender mais coisas do que apenas a tomar conta da casa e as regras de etiqueta.
Oh, papai, sinto tanto a sua falta...
Uma punhalada de dor atingiu o seu peito. Ela se lembrou novamente da morte do pai há pouco mais de um mês. Cada dia sem ele era mais insuportável que o anterior. Pieretta não podia acreditar que teria que viver em um mundo onde ele não estava. A morte dele foi tão repentina – tinha sido em um sopro. Foi tão devastador perceber que alguém poderia morrer sem qualquer aviso.
Pieretta estava completamente sozinha no mundo.
Não tinha irmãos ou irmãs, e seu único parente vivo era o avô. Então, foi com o coração pesado que ela se preparou para ir viver com ele na França.
A mãe tinha morrido quando Pieretta nasceu, e o pai nunca casou novamente. Ele amava tanto a mãe que nunca imaginou a vida com outra pessoa. As únicas mulheres com quem passava tempo eram as criadas. Sem o benefício da influência materna, Pieretta tinha mais ideia masculinas sobre o futuro. Teria dado tudo certo se pudesse ficar e conduzir a plantação, mas não nasceu homem, e, sendo mulher, não tinha voz sobre a própria vida até atingir a maioridade.
Até lá, o grand-père, Comte Renard Dubois, tinha o direito de dizer a ela o que fazer da vida.
Por nunca ter estado na França, não sabia o que encontraria quando chegasse lá. Grand-père tinha lhe contado histórias sobre sua propriedade e o quão grande ela era, mas nunca pensou que teria oportunidade de visitá-la. Ele descreveu os muitos jardins e a diferente vegetação que havia lá. Pieretta ansiava para andar em meio às rosas e contar as muitas espécies que o jardineiro cultivava.
Ela nunca tinha visto uma rosa de verdade, mas a descrição do avô fez soar como se elas fossem as flores mais bonitas da Terra. Diziam que as flores tinham um odor aromático que provocavam o nariz. Os botões de rosa floresciam em uma variedade de cores indo desde a cor do rubor das bochechas das noivas aos vários tons do pôr-do-sol que via pela janela da sua sala de estar. Mesmo com o atrativo de ver as rosas pela primeira vez, ainda não tinha desejo de viajar tal distância.
Todos os seus baús foram arrumados e já estavam a bordo do navio. A única coisa que precisava fazer agora era se aprontar, entrar na carruagem e ir até às docas.
Pieretta queria espernear, mas isso não seria típico dela. Mesmo que o pai a mimasse, nunca foi dada aos chiliques. Ocasionalmente deixava que o seu desprazer fosse conhecido, mas na maior parte das vezes era capaz de segurar a vontade de gritar. Respirou fundo e soltou o ar lentamente, preparando-se para o que quer que a jornada lhe reservasse.
Ficou de pé enquanto Tully terminava de atar os cordões do espartilho. Não queria ficar parada mais tempo que o necessário e esperar até que os laços do seu vestido fossem atados.
Em sua mente, lugar contra o inevitável não ajudaria em sua situação. Os criados precisavam se certificar de que ela chegasse ao navio. Mesmo não querendo se mudar para a França, aproveitaria a situação ao máximo. Sua vida na plantação era muito repetitiva – nada nunca mudava.
Em vez de ver o lado ruim das coisas, poderia ver a viagem forçada como uma aventura.
—Quase lá, senhorita Pieretta.
—Parece que não vai acabar nunca, — ela grunhiu. Às vezes ser mulher era uma chateação. Com certeza não levava tanto tempo para um homem se vestir.
—Tudo ficará pronto antes que você perceba e então embarcaremos no navio rumo à França.
Tully tinha que lembrá-la disso?
Tully terminou de atar os cordões e o espartilho se agarrou a cada curva do seu torso. Ela se afastou e pegou o vestido de Pieretta e o abriu para que ela o vestisse. Assim que estava com ele no corpo, Tully o ajeitou e iniciou o longo processo de prender todos os ganchos. Escolheu não usar nenhuma anágua ou crinolina, seria ridículo usá-los em um espaço tão pequeno quanto seria a sua cabine no navio. Seu traje de viagem era feito da mais fina lã preta.
A lã Negra era tão enfadonha e fastidiosa, mas Pia não se importava de vesti-la em honra ao pai. Sentiria falta dele até o dia da sua morte. Quando recebeu a carta do avô, Pieretta foi até a sua costureira favorita para encomendar alguns trajes de viagem para ir para a França. Não tinha ideia do que era a moda atual e pensou que mais vestidos poderiam ser feitos quando chegasse à propriedade do avô.
Além disso, não havia muito o que fazer para deixar um vestido preto bonito...
Estava tentando ser prática, e Grand-père não se importaria. Ele quereria que