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Sluagh
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E-book283 páginas4 horas

Sluagh

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Sobre este e-book

Enquanto criança, Max Furman é vítima de abuso da sua mãe. O abuso e a negligência amortecem o seu coração. Quando a sua irmã Katie nasce, a mãe de Max dá-lhe o amor que ele deseja. O seu ódio pela mãe aumenta numa tarde quando mata a irmã. Max se transforma num serial killer de crianças. Por 18 anos, ele opera sem ser detetado, enterrando os corpos onde nunca são encontrados. Então Max comete um erro fatal. Ele começa a mostrar as crianças mortas. Agora o FBI está no rasto daquele que chama O Fantasma. Em busca de um lugar para se esconder, torna-se pastor da Igreja Batista de Waynesburg. Os anjos Andrew e Antoine eram melhores amigos. Cada um escolheu os lados. Andrew permaneceu leal ao Senhor enquanto Antoine se juntou às forças de Satanás. Depois da queda, eles se tornaram inimigos jurados a lutar uns contra os outros pelas almas dos homens. O tempo está-se a esgotar para Max e Antoine. Em breve eles vão pelos por seus crimes.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento3 de nov. de 2018
ISBN9781547541737
Sluagh
Autor

Darrell Case

Darrell Case grew up during a time when neighbors were respected friends and family was loved and cherished. From an early age his imagination ran wild. He roamed the pastures and fields as an explorer and built cabins out of 10-gallon milk cans and old sheets of tin. He played alone without being lonely. Never an “A” student, Darrell perfected the art of hiding a novel behind a textbook. While his classmates labored over equations, Darrell sailed the seven seas, climbed mountains and fought in foreign wars, all within the confines of the hot, stifling classroom. In high school, his favorite room (yes, he did make it that far) was the library. There he devoured such books as Big Red and Lad of Sunnybrook, among others. To Darrell, an author’s ability to transport his or her reader to another time and place made them larger than life. After high school, Darrell embarked on the lofty career of mowing graveyards. Spending hours alone, he dreamed of what life would hold for him. In 1994 he decided to try his hand at writing. As with most budding authors, Darrell didn’t know how to write. Despite his talent as a vivid storyteller, his lack of attention in school left him with a lot to learn about the technicalities of English usage. Published in 1996, his revised version of Never Ending Spring was one of the first eBooks. An earlier version of it sold six copies. That same year Darrell began writing for a daily devotional titled “Call to Glory.” Today that publication has grown to the point where it’s considered the standard of daily devotions. According to its website, “Call to Glory” prints and distributes well over 30,000 copies per month. Darrell’s time continues to be divided between jail and prison ministry and writing.

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    Sluagh - Darrell Case

    Prólogo

    O líquido quente espalhou-se debaixo do rapaz, acordando-o. O seu coração bateu. O suor frio misturado com a urina encharcou o lençol. O pânico tornou a sua respiração entrecortada. Lágrimas brotaram-lhe dos olhos. Tem que raciocinar. Pensa para si próprio. Ela avisou-o que se ele molhasse a cama novamente o chicotearia com o cordão da máquina de costura. As costas ainda lhe doem do último espancamento. Ela disse que o chicotearia ainda mais.

    Sabia que ela estava a falar a sério. Já suportara a sua ira antes. Na noite anterior, depois do banho, ficara de pé diante do espelho. Olhara por cima do ombro para as costas. As marcas vermelhas estavam a desaparecer, deixando longas cicatrizes irregulares. Virou-se; não suportava olhar a sua própria imagem. Era feio, dizia-lhe a mãe. A solidão e o desespero oprimiram a sua alma.

    No domingo passado tinha estado entusiasmado. A igreja na esquina fizera uma campanha de atendimento da catequese. Todas as crianças do bairro tinham sido convidadas. Alguém tinha deitado fora um panfleto a anunciar o passeio. Ele apanhara-o, olhando em volta para ver se alguém o tinha visto. Enfiara o papel dentro da camisa e correra para trás da garagem para o ler. Havia ouvido algo sobre o amor de Deus. Aqui, finalmente, talvez ele achasse isso.

    A sua mãe nunca saberia. Desde que ele estivesse fora da casa e não a incomodá-la, ela não queria saber onde ele estava. Uma e outra vez ela gritava o seu ódio contra ele. És igual ao teu pai! Esse inútil deixou-me o seu fedelho para criar. Ela enfatizava as suas afirmações atirando-lhe o objeto mais próximo. Se estivessem na cozinha, poderia ser uma colher ou uma faca. Por diversas vezes, estivera prestes a ser cortado.

    Às 9 da manhã de domingo, caminhou até a igreja e entrou pela porta lateral. Todos os outros estavam a entrar pela porta da frente. Observou os rapazes e as raparigas a correrem pelo corredor. Eles olharam-no fixamente. Encolheu-se contra a parede, saindo do caminho dos outros. Não tinha certeza de que seria bem-vindo nesta casa de Deus. Afinal, ninguém lhe tinha enviado um convite, ele apenas o havia encontrado.

    Pensou em todas as festas de aniversário das quais havia sido excluído. Na escola, fingia não notar quando os outros apontavam para ele. Sussurravam e riam, os seus comentários desagradáveis escondidos atrás das mãos que cobriam a boca. Talvez isto seja diferente. Seguiu as crianças. Uma sala parecia estar-se encher com aquelas que tinham a sua idade.

    Uma mulher bonita num vestido florido estava atrás de um pequeno pódio. Saudou cada criança pelo nome. Ele sentou-se na parte de trás e manteve a cabeça baixa, esperando que ninguém o chamasse de intruso. Os outros estudantes afastaram as suas cadeiras dele, chegando-se uns aos outros. A professora, uma mulher de 20 e muitos anos, sorriu mesmo para ele, uma ou duas vezes. Isso o fez sentir quente lá dentro. A sua mãe nunca tinha sorrido para ele.

    No final quis falar com ela, para dizer-lhe o quão feliz estava por estar na sua classe e o quanto gostara das histórias que ela contara. Ficou lá fora, até que todos se foram embora. Pensando que ela deveria estar sozinha, aproximou-se da sala, e ficou parado, encostado à porta. Ouviu uma voz feminina diferente.

    Se esse maltrapilho vai frequentar esta igreja, o meu marido e eu vamos embora. Ele irá atrair outros do mesmo tipo. Não vou ter meu filho associado com crianças dessas.

    A voz da catequista soou abafada. Pareceu-lhe ouvi-la dizer a palavra Cristão, mas não tinha a certeza.

    Não quero saber, não vou ter meu Howie na mesma turma que aquele vagabundito nojento.

    Ele sabia que estavam a falar sobre ele. Saiu, para nunca mais voltar. Ninguém o seguiu. Ninguém veio a sua casa.

    Para além de um suspiro coletivo de alívio, a igreja na esquina estava em silêncio. Se este casal deixasse de ser membro da congregação, as suas finanças sofreriam. Qual era o custo de perder um pobre menino em comparação com a perda desta família rica?

    Envergonhado das suas roupas esfarrapadas, tentou fechar os buracos com pinos de segurança. Em dias chuvosos, cobria os sapatos com sacos de plástico. Estava ciente de que era diferente. As expressões de piedade dos professores, as provocações das crianças apenas tornavam-no bem claro.

    No final do primeiro dia de escola, voltou para casa sem querer voltar. A sua mãe riu-se e chamou-o de cobarde. Logo depois, ele começou a molhar a cama. A sua mãe ficara lívida. Sacudiu-o, acordando-o de um sono profundo e atirou-o ao chão.

    Tens seis anos, anormalzinho. Se fizeres isso novamente vou chicotear-te até à semana que vem! Gritou. Agora desce e lava estes lençóis. Ela arrancou a roupa molhada e atirou-a sobre ele. Debateu-se com os lençóis pelas escadas abaixo, tropeçou no tecido e quase caiu. Lutou com os lençóis ensopados para entrar na lavandaria. Enfiá-los na máquina de lavar era outro assunto. Mesmo com o banquinho Big Bird, ele teve que ficar em bicos de pés. Não conseguia alcançar o sabão.

    Correu para a casa de banho e pegou no sabonete líquido. Estava em cima banquinho a empurrar a bomba quando as costas da mão dela bateram de lado na sua cabeça. Voou, batendo com a cabeça na parede. Lágrimas encheram-lhe os olhos. Ela agarrou numa embalagem de detergente da prateleira superior e agachou-se diante dele enquanto ele esfregava a cabeça. O seu rosto era uma máscara de fúria assustadora. Levanta-te e dorme no chão e, se molhares o tapete, eu esfrego-o no teu rosto. Ele correu pelas escadas, o coração a bater. Enrolou-se no chão, a tremer na sua roupa interior molhada.

    A cama ficou seca na noite seguinte e na próxima e a outra depois disso. Uma semana depois, ele subiu para a cama sentindo-se confiante, mas acordou horrorizado. A sua mãe ficou sobre ele, a apertar-lhe ombro. Os seus dedos cravaram-se na carne como garras de gato. A poça de urina debaixo dele estava a ficar fria. Ela empurrou-o da cama e deixou-o cair no chão. Enrolou a ponta do cabo elétrico da máquina de costura em volta da mão. Paralisado de medo, ficou desamparado enquanto ela o fazia cair sobre as suas costas. Berrou e contorceu-se de dor. Mais cinco vezes ela o atingiu, o fio a retalhar a sua carne.

    Ela ficou sobre ele, a ferver de raiva, enquanto ele se dobrava no chão, com as costas a escorrer sangue. Limpa essa porcaria e vai para a cama, e livra-te de sujares os lençóis com sangue. Então ela se foi, deixando o seu filho a chorar de dor e tormento.

    Agora, cinco semanas depois, ele acordou a tremer de medo numa cama molhada. Saltou, arrancou os lençóis e escondeu-os debaixo da cama. Correu para a cómoda no corredor e tirou uns lençóis lavados. Esticou-os o melhor que pode e enfiou-se entre eles.

    Ouviu a mãe a subir as escadas. Os seus passos aproximaram-se do quarto. Virou-se, encarou a parede e fingiu estar a dormir. Ela abriu a porta de rompante. Levanta-te e vai para a escola. Bateu com a porta e desceu abruptamente de volta para o hall. Ele suspirou aliviado. Ela estaria no trabalho quando chegasse a casa. Podia lavar os lençóis depois e ela nunca saberia.

    Naquela tarde, correu para casa, atalhando pelo pátio do velho Bleven. Ao contornar a casa, estacou. O carro dela estava na entrada. Silenciosamente entrou pela porta da frente e subiu as escadas em bicos de pés. Lá fora, um trovão ressoou, sacudindo a casa. Ele desejou que abafasse o chiar do quinto degrau sob o peso do seu corpo.

    No quarto, caiu de joelhos e olhou para baixo da cama. O seu coração quase parou. O espaço estava vazio. De repente, uma mão fechou-se em volta do seu braço. Ouviu-se um som de algo a rasgar quando ela arrancou a camisa esfarrapada das suas costas.

    Nos cinco minutos seguintes, ele sofreu o pior golpe da sua jovem vida. O sangue escorria pelas suas costas e juntava-se no cós das calças. Gritou em agonia e terror.

    Não pensaste que eu os encontrava, pois não? És pior que inútil! Gritou ela, batendo-lhe de um lado e doutro na cara. Devia ter-te morto à nascença! Devia ter-te abandonado na rua numa caixa. Agora já és demasiado crescido, já ninguém te quer. Agarrando o cabo da máquina de costura, ela terminou com uma pancada sobre o ombro que chegou até ao estômago, atingindo o umbigo. Ela atirou-o para o lado. Sai da minha frente. Enquanto ele lutava para se levantar, ela chicoteou-o com cabo, apanhando-o nas pernas.

    Meio a correr, meio a tropeçar, subiu as escadas. Cambaleando, com as pernas a arder. A meio caminho, tropeçou e caiu no chão. Sacudiu a cabeça, obrigou-se a levantar e saiu de casa, sem parar até estar atrás da garagem. Deitou-se no chão, enrolado sobre si próprio e soluçou. Chuva fria salpicou-lhe as costas. Ele mal a sentiu.

    Ninguém gostava dele. Ninguém se importava. A sua própria mãe desejava que estivesse morto. Felizmente adormeceu. Uma hora depois, acordou no crepúsculo. A chuva ainda caia. Penetrava no seu âmago. Estremeceu violentamente. Algo havia mudado. Já não era mais o rapazinho torturado e inconsolável. Dentro de si não sentia nada, nenhuma dor, nenhum medo, nenhum amor, nenhum anseio. Nada. Ela podia espancar o seu corpo e os outros podiam rir, apontar e desprezá-lo, mas nunca lhe tocariam no âmago. Ele nunca mais seria torturado. O seu coração era insensível, despreocupado, morto.

    Calmamente, o demónio, o Sluagh, entrou na sua alma.

    Capítulo 1

    28 anos mais tarde

    Andrew não iria permitir que isso acontecesse. A ordem que recebera do Senhor era clara. Tem que proteger a criança a todo o custo. Os seus olhos varreram a paisagem. O demónio estava perto; ele podia sentir o mal. Ficou tenso, preparando-se para a batalha. A sua mão agarrou a espada ornamentada. Ao longo dos séculos, a espada de Andrew havia obrigado as legiões de emissários de Satanás a retirarem-se de um ser humano protegido.

    Sem se preocupar com o perigo, Joshua Moore, de cinco anos, pegou no seu camião da Tonka e trotou até ao limite do jardim. O sol da primavera aqueceu-o; uma leve brisa despenteou-lhe os caracóis dourados. Ajoelhou-se no chão onde a relva estava desgastada e as pequenas rodas do camião viravam com facilidade. Empurrando-o para frente, fingiu estar a conduzir numa autoestrada deserta. Pegou num punhado de areia e despejou-o na cama. Colocou as garrafas de refrigerante vazias que seu pai lhe dera. Empurrou alguns ramos que havia quebrado do fundo de um ligustro pelas aberturas. Agora, o camião percorria o espaço entra as árvores, a caminho do local de entrega.

    O predador sorriu e agachou-se, preparando-se para saltar. O garotinho em breve seria seu, para dele fazer o que quisesse. Iria brincar com ele por horas, e depois matá-lo-ia. Hoje, a força que flui através das veias de cinco anos, o amor no seu coração e sua própria alma pertenceriam a’O Fantasma, o Sluagh.

    Josh rastejou até ficar a dois metros dos lilases que haviam escondido Max Furman. Arrastou os pés descalços pelo pó; o seu colete azul estava completamente empoeirado. Esta noite, a sua mãe o banharia, lavando suavemente a criança por quem rezara durante tanto tempo. O amor da sua mãe aquecia o rapazinho mais do que o sol alguma vez conseguira. Max queria esse amor. Desejava-o.

    Tirando uma bolsa de plástico do bolso, o predador retirou um pano do interior. O prurido na mão estava a enlouquecê-lo. Tentou ignorá-lo. Impossível. Em breve ele teria essa criança e a comichão passaria, pelo menos durante um tempo. Estava tenso, mas permaneceu paciente, como um leão que persegue a sua presa. A criança era dele. Nada poderia salvá-la.

    Desembainhando a espada, Andrew moveu-se entre Josh e o homem. O seu roupão luminoso tocou o rosto de Josh. A criança sentiu algo e olhou para cima. Sem ver nada, continuou a brincar tranquilamente com o camião.

    Escorregando atrás do homem, o demónio desembainhou a espada. Passando por Max para o pátio, Antoine balançou a lâmina em direção à cabeça de Andrew. Mergulhando, o anjo trouxe a espada ao seu encontro. A três quarteirões de distância, o ruído metálico ensurdecedor obrigou a Mrs. Springer a olhar para o céu. Deve ter sido um troar sónico.

    Retrocedendo, o demónio gritou. Vamos, anjo, não te escondas atrás de uma criança!

    Com o rosto determinado e os olhos colados no demónio, Andrew mudou de posição. Manobrando entre o anjo e o rapazinho, Antoine zombou, Não podes detê-lo. Ele terá a criança.

    Deus protegerá esta criança, retrucou Andrew. Eles giraram, cortando-se um ao outro uma e outra vez. O choque das suas espadas ecoou como um trovão. Anjo e demónio lutaram, Antoine amaldiçoando o seu inimigo, Andrew conservando as suas forças durante a escaramuça. Nuvens escuras passaram pelo sol.

    Antoine riu. Deus é fraco. Ele não pôde sequer proteger o seu próprio filho. A criança vai receber o mesmo destino. Este homem o usará e jogará fora seu cadáver como fez com os outros.

    O Senhor censura-te, demónio! Gritou Andrew. A sua raiva fê-lo balançar a espada imprudentemente. O demónio de repente sentiu-se fraco, mas rapidamente recuperou. Andrew balançou a espada, e falhou a orelha de Antoine por pouco. O demónio respondeu, atacando Andrew no tronco e catapultando-o várias milhas de distância.

    O predador saltou. Sentindo o movimento, Josh virou a cabeça. Abriu a boca para gritar. Agarrando a criança aterrorizada, Max rapidamente colocou o pano sobre a boca e recuou para trás do arbusto. Josh lutou, os seus pequenos punhos batendo nos braços que o seguravam. Os seus pequenos pés descalços chutaram Max no estômago. O predador segurou o pano firmemente sobre a boca da criança, silenciando-o até este ficar inerte.

    A casa estilo rancho dos Moores estava situada na margem sul de Morgantown, na Virgínia Ocidental. A casa fora construída a 500 metros da autoestrada e dissimulada por um renque de árvores. Quando se mudaram nove anos antes, Julie e Ron Moore adoraram a casa, mas ela odiara o jardim. Está tão nu. Não tem personalidade. Não há nem uma flor.

    Colocando um braço sobre o seu ombro, Ron tentou aliviar a frustração da sua mulher. Pensa nisso como uma tela em branco, querida, disse-lhe com um sorriso encorajador, apenas à espera do teu toque.

    Então Julie foi trabalhar, preenchendo a extensão estéril com flores, arbustos e árvores, praticamente pintando com as mãos até que o jardim inteiro ganhasse vida em cor e forma. Inspirados pela paisagem exuberante, o casal prosseguiu para a remodelação da casa, transformando a propriedade numa atração que o antigo proprietário não teria reconhecido.

    Quando se casaram 15 anos antes, Ron e Julie tinham imaginado uma casa cheia de filhos. As suas noites seriam cheias de jogos, trabalhos de casa, risos e alegria. Não estava destinado. Haviam tentado durante dois anos antes de consultarem um médico. Os testes voltaram negativos. Não haveria filhos na família Moore.

    Ron tentara em vão confortar a sua mulher. Houve mais testes, mais procedimentos. Eles estavam a ficar mais velhos. Começaram os procedimentos com vista a adoção e tomaram o seu lugar no final das longas listas de espera. Muitos casais solitários queriam bebés.

    Então, um domingo, o pastor de sua pequena igreja pregou Samuel. O coração de Hannah estava partido, disse ele, levantando a voz. Ela queria um filho mais do que a própria vida. Com lágrimas no rosto e na alma, ela prometeu a Deus que se Ele lhe desse uma criança, ela o devolveria ao Senhor. A lição aqui, amigos, é que receberemos do Senhor o que desejamos quando os nossos corações desejam a Sua glória mais do que a nossa .

    Naquela tarde, Julie ajoelhou-se junto à sua cama e de Rony e prometeu ao Senhor que, se Ele lhes desse um filho, ela devolver-Lhe-ia aquele filho, para que Ele fizesse o que quisesse. Cinco meses depois, ela quase desmaiou quando o teste de gravidez caseiro deu positivo. O teste do médico confirmou que estava de três meses. Assim como com Hannah, Deus encheu o coração de Julie de alegria. A gravidez correu bem, com poucas complicações. Todos os dias a Julie e o Ron erguiam os seus corações em agradecimento ao Senhor.

    No dia do parto, Julie acordou às duas da manhã. Embora as dores de parto ainda não estivessem presentes, a sua intuição estava. Acordou Rony. Quando chegaram ao hospital, a enfermeira estava relutante em admiti-la. No entanto, o médico concordou que estava quase na hora. Mal se instalou na cama da maternidade, as águas rebentaram. Duas horas mais tarde, às 5:45 da manhã, nasceu Joshua Samuel Moore. Quando a criança abriu os seus olhos azuis, Julie apaixonou-se de imediato. Alisando um tufo de cabelos loiros, ela disse com a voz embargada pelas lágrimas: Senhor, aqui está o teu filho. Eu o criarei para ti e só para ti.

    O telefone tocou uma segunda vez. Secando as mãos, Julie alcançou-o. Olhou pela janela da cozinha. Josh ainda estava a brincar com seu camião. Cega para o mal escondido atrás dele, Julie virou as costas para a janela. Olá?

    Olá, Julie, é a Mary. Estava a pensar no que vai levar para a reunião no domingo à noite. Eu não quero levar o mesmo.

    Julie sorriu. Ela e Mary tinham partilhado receitas no passado e mais de uma vez apareceram em reuniões da igreja com a mesma sobremesa. Oh, não se preocupe. Vou experimentar um prato que vi no Top Chef. Se gostar, dou-lhe a receita no domingo à noite.

    Falaram por alguns minutos, discutindo sobre a família e a igreja. Com o telefone ainda encostado à orelha, Julie voltou-se para a janela. Os seus olhos cruzaram o jardim das traseiras. O camião de Josh estava abandonado entre as garrafas de refrigerante tombadas.

    Sentindo o pânico a subir pela garganta, a voz de Julie cedeu. Ligo-lhe de volta. Levando o telefone sem fios com ela, saiu a correr para o jardim e contornou a casa. Não se via o menino em lado nenhum.

    Josh! Josh! Gritou Julie. Nada. Correu para a frente da casa. Os seus olhos procuraram a linha de árvores no limite da propriedade e varreram a estrada na frente. Certamente ele não iria para perto da autoestrada. Ela constantemente o advertira sobre os carros a alta velocidade e, embora não tão frequentemente, sobre estranhos.

    A sua cabeça virou-se em direção ao som dos galhos que caíam na beira da floresta. Vislumbrou um lampejo de branco ao lado da estrada, uma carrinha com as letras AT & T. Correu na sua direção, enquanto uma seta de horror dilacerou o seu coração. Um homem corria ao longo da linha de árvores em direção ao veículo. Carregava Josh com ele!

    O casaco do homem abria-se atrás dele como uma capa.

    O seu braço estava em redor do meio do menino. O corpo macio da criança flutuava como uma boneca de trapos. O seu rosto estava pendurado para baixo. Parecia estar morto.

    Josh, Josh! Deixe-o em paz, largue-o! Julie gritou histericamente enquanto corria para o homem com as lágrimas a escorrer pelo rosto.

    Ponha-o no chão! Deixe-o em paz! A mãe está aqui, Josh! Largue-o! Aproximou-se do homem e a mão livre que tinha livre agarrou-o, com a intenção de arrancar o filho das mãos do predador. Ela mataria ou seria morta a proteger Josh.

    Julie, Julie, o que se passa! Mary gritava através do telefone. "Julie responda-me!

    Parando abruptamente, Max virou-se para encarar a mulher que gritava, a mãe desta criança. Riu-se dela. A única arma que ela empunhava era um telefone. Ela o levantou ameaçadoramente. A sua longa barba e cabelos e óculos escuros obscureciam as suas feições. O pouco que ela conseguiu ver de seu rosto parecia diabólico sob o boné vermelho de basebol demasiado grande, puxado sobre a testa.

    Sacando de um revólver prateado do cinto, Max apontou para ela. Ele nunca disparava sobre crianças, apenas em adultos. Max preferia uma morte lenta para as crianças. Afinal, ele era a morte. Ele era O Fantasma.

    Ignorando a ameaça, Julie investiu sobre ele. Ela iria atacar esse homem com as mãos nuas, se isso fosse necessário para proteger seu filho. De bom grado morreria para salvar o seu filho. Mas antes que o fizesse, arrancaria os olhos deste monstro.

    O impacto da primeira bala fê-la girar sobre si próprio. Sentiu-se a cair. Lutou para se levantar, mas não conseguiu. Outra bala acertou no chão a centímetros do seu rosto. Ela lutou para manter a consciência. Josh, Josh, oh Joshie, murmurou ela, as lágrimas e o sangue a misturarem-se com a poeira. Uma sirene soou ao longe.

    Lançando a criança na parte de trás da carrinha, Max atirou um cobertor cinza sujo sobre ele. Subindo pelo lado do motorista, saltou para dentro da carrinha, ligou o motor e

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