Tecnologias e Cognição: Aprimorando Habilidades e Saberes Docentes Com Jogos Digitais
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Sobre este e-book
Além disso, esses jogos têm potencial para adentrar as instituições educacionais tornando-se um recurso digital lúdico à disposição para aprimorar a cognição de professores e estudantes. Tratando-se dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio isso é providencial, pois diante das demandas de estudos diárias, objetivando o preparo para o mercado de trabalho, um ótimo desempenho no Enem e em vestibulares, bem como o desenvolvimento de habilidades e competências, todo recurso que venha a contribuir positivamente para a cognição é sempre bem-vindo.
Dentro desse panorama o docente tem um papel fundamental, afinal como o professor orientarará o estudante no que tange ao seu desenvolvimento cognitivo se não faz isso em sua própria vida? Por isso, as temáticas abordadas neste livro, a partir de recursos como informações, conceituações, pesquisas científicas, orientações, reflexões, recomendações, inspirações e ilustrações, são essenciais para a compreensão acerca dos benefícios do treinamento com jogos digitais para o aprimoramento das habilidades cognitivas docentes.
Ao adquirir o hábito diário de realizar as tarefas de treinamento disponíveis pelo jogo digital, será possível ao professor, a partir da transferência de efeitos, desenvolver sua cognição, aumentar sua qualidade de vida e, por consequência, beneficiar suas práticas docentes e seus saberes experienciais.
Shall we play a game?
Vamos jogar?
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Tecnologias e Cognição - Cristina Pereira Chagas
Medeiros⁴
Sumário
1. Educação, ensino médio e docência: reflexões
1.1 Educação brasileira: sobre o educare e o educere, considerações
1.2 Ensino médio brasileiro: percepções sobre os desafios discentes e docentes
2. Saberes e habilidades cognitivas docentes: imbricações
2.1 Saberes docentes: muito além da transmissão de informações
2.2 Habilidades cognitivas: cognição a serviço das ações
3. Tecnologias digitais, jogos digitais e aprendizagem baseada em jogos – evoluções
3.1 As tecnologias digitais na educação: e (in?)voluções
3.2 Jogos digitais e aprendizagem baseada em jogos digitais: possíveis (r)evoluções
4. Treinamento cognitivo e o L – conceituações
4.1 Treinamento cognitivo: ressignificações
4.2 O treinamento cognitivo com o jogo digital L: definições
4.3 Treinamento cognitivo L e a cognição: comprovações
5. Jogo digital L e a importância das emoções e do sono - comprovações
5.1 O treinamento L e cognição docente: o papel das emoções
5.2 O treinamento L e o sono: conscientizações
6. Os benefícios do jogo digital L para as habilidades e saberes experienciais docentes - aplicações
6.1 O treinamento cognitivo L e a memória: consolidações
6.2 O treinamento cognitivo L e as habilidades de atenção, flexibilidade, solução de problemas e velocidade: transferências
CONSIDERAÇÕES FINAIS
APÊNDICE
ILUSTRAÇÕES
REFERÊNCIAS
CAPÍTULO 1
Educação, ensino médio e docência: reflexões
Antes de iniciar este capítulo, tire alguns minutos para refletir sobre as questões abaixo indicadas.
A educação, a estrutura física das instituições de ensino, os desafios da Sociedade da Informação e da Comunicação, o ensino médio atual, as tecnologias nas escolas e o papel docente na atualidade. Essas são as principais temáticas abordadas neste capítulo. O objetivo deste não é dar as respostas, mas, a partir das informações, ilustrações e inspirações presentes nele, promover a reflexão para que você possa encontrá-las.
1.1 Educação brasileira: sobre o educare e o educere, considerações
É inegável o poder da educação. Desde a formação de um único indivíduo até a constituição de uma nação. Nas mídias, muito se fala sobre educação. Incontáveis publicações debatem seu poder e valor. No entanto, antes de qualquer coisa, é primordial a reflexão: o que é a educação?
Grinspun (1999) afirma que a palavra educação
provém das palavras latinas educare e educere. Podemos considerar que educare refere-se ao ato de guiar um indivíduo do ponto em que este se encontra, até aonde deseja chegar e educere refere-se ao ato de promover e aperfeiçoar as potencialidades já existentes em um indivíduo. Nessa perspectiva, a educação deve não somente auxiliar um indivíduo a chegar de um ponto ao outro, mas deve ocupar-se de aprimorar o potencial dele durante a caminhada. Sendo assim, o ato de educar implica aos professores não somente ensinarem os conteúdos presentes nos componentes curriculares, mas também utilizarem estratégias que possibilitem aos estudantes desenvolverem seus potenciais cognitivos e sua formação integral.
Quando nos apropriamos da história da educação brasileira, observamos que há séculos o sistema educacional enfatiza o educare, objetivando a formação acadêmica e o preparo para o mercado de trabalho. Nesse processo, valorizam-se o cumprimento dos conteúdos que fazem parte das grades e componentes curriculares. Por consequência, enfatizam-se os saberes e as metodologias que venham a aprimorar o ensino e a aprendizagem dos conteúdos curriculares.
Não nos cabe condenar o educare, pois este é fundamental nas instituições de ensino nas quais os indivíduos ingressam para adquirir sua formação acadêmica e sua educação continuada. Porém esse processo não deve ser valorizado em excesso, resultando no detrimento do educere, pois se isso ocorrer, não será possível a formação integral do cidadão. Além disso, engessam-se as possibilidades de inovação e renovação dos elementos que compõem um sistema educacional.
Infelizmente, o sistema que estabeleceu a priorização do educare sobre o educere tornou-se um paradigma e manteve-se durante séculos. Este foi metaforizado na obra A Máquina das Crianças, de Papert, no qual este conta a seguinte parábola:
Imagine um grupo de viajantes de um século anterior, entre eles um grupo de cirurgiões e outro de professores primários, cada qual ansioso por ver o quanto as coisas mudariam em sua profissão a[daqui a] cem anos ou mais no futuro. Imagine o espanto dos cirurgiões ao entrarem numa sala de operações de um hospital moderno. Embora pudessem entender que algum tipo de operação estava ocorrendo e até mesmo serem capazes de adivinhar o órgão-alvo, na maioria dos casos seriam incapazes de imaginar o que o cirurgião estava tentando fazer ou qual a finalidade dos muitos aparelhos estranhos que ele e sua equipe cirúrgica estavam utilizando. Os rituais de antissepsia e anestesia, os aparelhos eletrônicos com seus sinais de alarme e orientação e até mesmo as intensas luzes, tão familiares às plateias de televisão, seriam completamente estranhos para eles. Os professores viajantes do tempo responderiam de uma forma muito diferente a uma sala de aula de primeiro grau, moderna. Eles poderiam sentir-se intrigados com relação a alguns poucos objetos estranhos. Poderiam perceber que algumas técnicas-padrão mudaram e provavelmente discordariam, entre si, se as mudanças que observaram foram para melhor ou para pior, mas perceberiam plenamente a finalidade da maior parte do que se estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade, assumir a classe. (PAPERT, 1994, p. 9).
Essa parábola, embora fictícia, nos leva a refletir acerca das diferenças estruturais, físicas, tecnológicas, metodológicas e dos saberes dos profissionais que trabalham em ambos os ambientes: o médico e o professor. Enquanto os cirurgiões tiveram dificuldade não somente em reconhecer o hospital, bem como em atuar nesse local, o professor poderia, se assim o desejasse, realizar suas práticas docentes na instituição educacional retratada, bastando apenas algumas adaptações e ajustes em ambas.
Embora a busca por inovação na educação seja uma expressão tão ouvida nos discursos na atualidade e até mesmo uma meta a ser alcançada em algumas instituições, é fato que o educare, no entanto, ainda permanece em grande parte das escolas.
Mudar é um processo difícil para o ser humano em todos os âmbitos. Nas instituições educacionais isso não é exceção. As mudanças ocorrem, porém algumas são bem mais lentas. Um exemplo disso é o mobiliário. Observe a ilustração abaixo com atenção.
Ilustrações:
Sala de aula no século XXI
IMAGEM 1: SALA DE AULA, MOBILIÁRIO E TECNOLOGIAS PRESENTES NO SÉCULO XXI.
FONTE: Cristina Pereira Chagas, acervo pessoal.
Faça uma pausa em sua leitura, acesse um site de busca, digite Sala de aula no século XIX
e observe as imagens que aparecerão como resultado. Agora anote abaixo: em se tratando de recursos didáticos, mobiliário e o posicionamento deles, o que as salas de aula do século XIX e XXI têm em comum e o que há de diferente.
Neste momento, você pode estar se perguntando: Mas o que o mobiliário e a disposição deles tem a ver com os saberes docentes e a educação?
Para Kenski (2012), a disposição dos mobiliários é um indicador claro das relações e interações estabelecidas entre professores e estudantes, e entre estes e seus pares. Considerando o papel essencial das interações para a aprendizagem, podemos afirmar que impactam significativamente os saberes discentes e docentes.
Nessa configuração, os saberes utilizados nas práticas docentes têm um objetivo claro: atuar em uma instituição educacional na qual o professor ensina e o estudante aprende. Também para Kenski, A arquitetura das salas de aula e a disposição dos móveis (mesas, carteiras, cadeiras, armários e lousas) definem o tipo de proposta teórico-metodológica vigente
. (2012, p. 108). Quando posicionado em frente da turma, o professor torna-se o protagonista e o estudante, o coadjuvante; e em sistemas educacionais tradicionais esses papéis são inflexíveis. Os alunos exercem papéis secundários; em muitos casos, são seguidores, coadjuvantes, participantes sem direito a voz, sem falas ligadas aos enredos das aulas.
(KENSKI, 2012, p. 108).
Historicamente o sistema educacional educare teve origem na Revolução Industrial e atendeu às necessidades da nossa sociedade naquela época. Para Tardif (2011), escolas e indústrias tinham muito em comum, tanto em estrutura física, quanto em processos como, por exemplo: arquitetura similar, sinal sonoro estabelecendo inícios, pausas e encerramento de atividades, uniformização dos indivíduos, divisão de tarefas, entre outros. A finalidade da educação era preparar o estudante para trabalhar nas indústrias. Da mesma maneira, as práticas e saberes docentes foram configurados para atenderem às demandas do educare.
Entretanto, no século XXI, em plena Sociedade da Informação e do Conhecimento [SIC], na qual existe complexidade (MORIN, 2002) em todos os sistemas e âmbitos, um sistema educacional fabril
não se aplica, nem se justifica, pois não contempla o educere, não estimula nem desenvolve os potenciais cognitivos tanto de estudantes quanto de docentes, tornando-se assim, desmotivante.
Conforme Moran et al. (2006), as aulas convencionais são pouco motivantes, pois nestas se perde tempo demais e, por consequência, aprende-se menos. De acordo com pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, os "Professores no Brasil declaram gastar 20% de seu tempo de aula mantendo a ordem em sala (comparado com 13% em média nos países da Talis) (OCDE, 2013, p. 3).
Em se tratando de práticas docentes tradicionais, considerando a disponibilidade atual de livros didáticos impressos, digitais e dos estudantes com seus dispositivos móveis com acesso à internet em mãos, um professor que ainda exija a cópia manuscrita de uma grande quantidade de textos torna a sua aula desmotivante e sem sentido aos estudantes – fatores estes que prejudicam a