Responsabilidade social
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Responsabilidade social - Sergio de Goes Barboza
Editora Appris Ltda.
1ª Edição – Copyright© 2015 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
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Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO - POLÍTICAS E DEBATES
AGRADECIMENTOS
A Deus, que nos dá o privilégio de fazer nossa história, a liberdade de fazer escolhas, e a sabedoria para escolher e trilhar o caminho da vitória. A Ele que em todos os dias da minha vida me deu sabedoria e forças para nunca desistir.
Ao meu orientador, Professor Dr. Lourenço Zancanaro, por seu apoio e amizade, além de sua dedicação, competência e especial atenção nas revisões e sugestões, fatores fundamentais para a conclusão da dissertação de Mestrado, o que posteriormente possibilitou a continuação e a publicação deste livro.
Aos professores membros titulares, que participaram na banca de qualificação e que deram boas sugestões para melhorar este trabalho: Dra. Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes, da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), e Dr. Clodomiro Bannwart, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
A todos os professores, desde os primeiros anos do Ensino Fundamental até o Ensino Superior entre Graduação e o programa de Mestrado da UEL, por toda paciência e amor, por tudo que foi plantado e que germinou durante todos esses anos, dos quais hoje estou colhendo os frutos.
À minha mãe, Anna Giufrida, por sua forma de educar seus filhos, que sempre me deu forças desde os primeiros anos de meus estudos e que hoje me causa contemplação pela sua coragem, persistência e por suas boas atitudes.
À Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), pelo trabalho exercido como professor de Ética e Responsabilidade Social no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que me despertou para a ideia de um projeto em Responsabilidade Social da Educação Escolar.
Enfim, a todos aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para o meu sucesso e que foram importantes para a minha vida pessoal e profissional. Que ajudaram a construir minha história até aqui, proporcionando uma estrutura forte e dando condições para continuar construindo e escrevendo o roteiro de minha vida.
Sem o perfume deontológico da profissão não se entra no reino da
pedagogia.
Agostinho Reis Monteiro
Lisboa – Portugal
Dedico este trabalho à consciência dos que exploram a natureza e a
humanidade clamando para que se atente à Responsabilidade Social
e que se possa buscar a sustentabilidade em que se dê a todos a
oportunidade de sonhar, às gerações atuais e às futuras gerações...
APRESENTAÇÃO
Esta obra tem como proposta refletir sobre o conceito da responsabilidade social na educação escolar tendo como percepção as questões ética ou estética. Mostrarei, a partir da essência deste conceito, uma proposta para o sistema educacional.
É a partir deste contexto que se deve pensar uma nova ética na perspectiva de uma nova estética educacional, considerando que grande parte dos problemas da educação escolar é proveniente de questões externas a ela, e ao mesmo tempo o descompasso entre a teoria e a prática social.
O PROFESSOR
Uma das indagações nesta obra refere-se à pergunta, por que o professor perdeu o respeito que tinha em épocas passadas? O que está por trás da desvalorização do professor? Cabe refletir, na perspectiva dessas duas dimensões, a resolução dos problemas educacionais. Comecemos por dizer que o professor não é qualificado para fazer o que as outras instituições têm obrigação de fazer. Porque bem comenta Postman: o professor não pode fazer o trabalho de todo mundo
(CALDEIRÃO, 2009, p. 60).
Outros profissionais devem participar da equipe pedagógica, cada um responsável pela sua especialidade deixando o professor fazer o seu trabalho. Os termos mediador, auxiliador, facilitador refere-se apenas ao ensino pedagógico, portanto, o que se propoe nesta obra é demonstrar que o professor, enquanto profissional não pode ser visto em uma relação simétrica entre educador e educando, como se não houvesse nenhuma diferença entre ambos.
De acordo com Furrow (2007, apud CALDEIRÃO 2009, p. 60), "as pessoas individuais têm um status especial, e devido a este status, lhes devemos respeito que não deve ser violado independentemente das consequências".
Neste trabalho pretendo mostrar que o professor enquanto profissional, não pode ser considerado um meio para atingir um fim, mas ele próprio também é um fim. Na atualidade, a ação do educador está apenas como executora do processo ensino-aprendizagem. E o professor é muito mais do que um simples executor, é um profissional, um especialista. Portanto, o nosso objetivo é propor uma base para uma lei de responsabilidade social educacional visando uma aproximação entre a consciência e a prática.
É necessário estudar mecanismos para um acompanhamento melhor dos professores. Uma deontologia pedagógica condizente com a realidade do professor. É preciso um código de ética da educação escolar e um código de ética do profissional de educação em que não se enfatizem apenas os deveres, que os tornam mero executores de políticas educacionais, mas também os direitos estabelecidos constitucionalmente, em que o profissional possa perceber sua importância reconhecida em todo o processo educativo.
Lembrando o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, é preciso defender novos ideais de educação, é preciso lutar contra o empirismo dominante. As soluções dos problemas escolares devem ser transferidas do terreno administrativo para os planos político-sociais.
Tem-se neste sentido como proposta, também, a autorregulação da profissão de professores, em que a participação seria através de uma organização ou associação dos próprios especialistas da área. Tendo como perspectiva a autonomia profissional da mesma maneira como é idealizada por diversas outras profissões. Como, por exemplo, um arquiteto ou engenheiro, na construção de um edifício, não perguntam ao Governo quantos sacos de cal e de cimento devem ser utilizados para sustentação e infraestrutura do edifício, mas na sua autonomia e especialidade decidem o que é mais adequado para manter a boa qualidade do empreendimento. Neste sentido, jamais poderiam tomar atitudes diferentes do mínimo necessário para se manter a qualidade e a estrutura, caso contrário colocariam em risco todo o projeto. Da mesma forma considero que as matérias de efeitos educacionais têm que ser discutidas por especialistas da área sem relação com as concepções políticas partidárias, que constantemente as regulam por interesses políticos e não pelos que se referem à própria especificidade da educação e seus colaboradores.
Neste contexto, a educação não pode estar condicionada às convicções puramente do governante e condenada às pretensões alheias ao verdadeiro propósito do sistema educacional. É necessário um código deontológico para que o professor possa existir enquanto profissional, portanto um novo estatuto quanto à sua carreira docente. Cabe ao Estado apenas supervisionar e não regular.
É importante salientar que a referida autonomia não exime a responsabilidade do poder público quanto às suas obrigações à manutenção e à fiscalização quanto ao cumprimento das regras estabelecidas, considerando que a função do governante é a de representar e dar subsídios para a concretização dos ideais surgidos no interior do corpo social.
O ALUNO
Outra proposta desta obra, tão importante quanto a anterior, refere-se à formação do indivíduo. Juntamente ao código de ética do professor, deve ser acoplado um código de ética do discente, em que se valorize o respeito mútuo e se facilitem as condições de ensino-aprendizagem.
É importante preparar o educando, por exemplo, para o mercado considerando que estamos num sistema capitalista e o trabalho é um dos caminhos para encontrar a dignidade, porém a pergunta que se faz é: que tipo de trabalhadores estamos formando? Uma máquina utilizável? Precisamos entregar ao mercado trabalhadores com sentimentos, senso prático e ético acima de tudo. Portanto, as áreas humanas têm uma particularidade relevante na formação do profissional.
É esta a reflexão que pretendo fazer. O modelo educacional brasileiro precisa se ater à formação universal. As instituições necessitam de homens de caráter, personalidade, pois as consequências negativas da falta destes podem retornar ao próprio mercado e consequentemente à sociedade. É notório o déficit na formação afetiva. A ausência de valores afetivos, no meu entendimento, reproduzirá um vazio axiológico. A crise de valores, onde tudo é valor, acaba consequentemente por inexistir quanto ao seu próprio significado.
Tem-se um modelo educacional influenciado pela revolução industrial. A escola é apresentada como uma linha de montagem cujas disciplinas são apenas parte de uma formação, mas sem uma unificação interdisciplinar em que, no final, o educando saia como um produto para atender às exigências do mercado.
Estas, portanto, são as principais razões de transformar em livro a referida obra com o objetivo de disseminar este projeto, sensibilizando as instituições e a sociedade de forma geral à importância e ao compromisso com uma educação de qualidade.
PREFÁCIO
Quando fui convidado a prefaciar esse livro pensei: que tarefa difícil o Professor Sergio está me confiando; afinal, apresentar o resultado de um trabalho que demandou tantas horas de dedicação em apenas poucas linhas me perece realmente um desafio. Que responsabilidade!
Confesso que, apesar de considerar um grande desafio, aceitei de pronto o convite, não porque estivesse seguro sobre o conteúdo da obra que ainda não tinha lido na íntegra, mas porque conheço a seriedade e empenho com que ela foi elaborada em seus mais importantes aspectos e detalhes, afinal tive o prazer de acompanhar nos bastidores parte dessa construção.
O Professor Sergio Goes, além da dedicação e seriedade no exercício profissional da docência, se caracteriza por apaixonar-se por seus textos de forma a construí-los e reconstituí-los quantas vezes forem necessárias para que estes comuniquem a seus leitores exatamente aquilo que ele espera. Esse processo implica mais do que construções e reconstruções, às vezes demanda desconstruções de parágrafos completos até que se faça emergir o significado desejado por esse nosso apaixonado professor e escritor.
Percebemos o cuidado com a construção dos significados quando analisamos os resgates teóricos que o livro nos proporciona. Quando li o texto original para compor este prefácio, pude perceber que seu conteúdo procura transcender as discussões sobre a forma. Ele propõe uma visão holística sobre o papel da escola e dos demais agentes da educação no exercício da cidadania e da responsabilidade social educacional.
A contextualização que o livro traz aponta para uma sociedade dinâmica e complexa que demanda repensar os meios capazes de proporcionar a motivação e o engajamento de nossos estudantes nos processos de ensino-aprendizagem. Destaca ser necessário reconhecer a realidade desses alunos acostumados a velocidade, diversidade e alto volume informacional proporcionados pelas tecnologias que lhe são atualmente bastante acessíveis. Fica evidente, ao se efetuar a leitura dessas discussões, a presença de outra característica marcante de nosso apaixonado autor, a sua multidisciplinaridade, aliás, tão necessária à profissão docente.
Neste sentido o Professor Sergio enfatiza a importância das ações práticas como meios mais eficazes do que os discursos para que se atinja a eficácia educacional. Trata-se do duelo entre o discurso e a ação que, no contexto do livro, contempla os aspectos da ética como exercício da cidadania – portanto a prática – em contraponto a uma estética que estaria apenas em função de atender aos interesses de uma pequena parcela da sociedade.
A interdisciplinaridade bem como a defesa de uma identidade cultural são alguns dos aspectos apontados pelo Professor Sergio e que precisam estar contemplados nas práticas educacionais para que estas possam ser consideradas