Como Eu Estou Passando

De Valerie Hockert

O que aconteceu com a perma-press? Tina pergunta a si mesma enquanto está passando um par de capris de linho e está tendo dificuldades para tirar as rugas. Ela passa pela história dos tecidos, da perma press, ao enrugamento, às fibras naturais, àqueles que hoje precisam de passar roupa, exatamente quando a vida deveria ser mais simples.

Enquanto Tina passa a camisa de vestir do marido, ela questiona por que o marido está firme em usar um terno com camisa e gravata no negócio de corretor da bolsa. Ela também reflete sobre como ele é uma pessoa bem-humorada e como tudo deve estar em ordem, e quando as coisas ficam fora de ordem, isso o deixa louco. Falando em loucura….

Enquanto Tina passa um vestido que usava para uma festa em que compareceu com o marido, ela reflete sobre os bons tempos que costumavam ter juntos e se perguntava o que havia acontecido entre eles.

• Idioma: Português
• Editora: Reality Today Forum
• Data de lançamento: 14 de jul. de 2020
• ISBN: 9781071555897

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Como eu estou aqui passando

Por Valerie Hockert

Valerie Hockert

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Como sempre, Tina deixou a roupa de passar roupa até não poder mais adiar. A pilha fica em um ângulo estranho como a Torre Inclinada de Pisa. Tina sempre dizia a Torre Inclinada de Pizza quando era mais jovem e sorria com ironia diante desse pensamento antes de puxar o primeiro item do topo da pilha.

Como sempre, após o primeiro par de camisas, ela encontra sua mente começando a vagar.

O que aconteceu com a perma-press? Tina se pergunta em voz alta enquanto está passando uma calça capri de linho e tendo dificuldade em tirar as rugas.

Ela se lembra de ter um filho de oito ou nove anos, e seu pai lhe disse que as rugas são causadas por moléculas nos tecidos que se movem quando molhados.

À medida que o tecido seca, as moléculas de água evaporam e as ligações de hidrogênio se reformam para manter o tecido na nova forma que geralmente é enrugada, explicou ele. O calor pode ser usado para alterar as ligações de hidrogênio e achatar o tecido, de modo que, quando o material esfriar, a forma achatada e sem rugas seja mantida.

Tina ouviu, fascinada enquanto o pai lhe dizia que os cientistas trabalhavam na tentativa de encontrar maneiras de fazer as ligações de hidrogênio permanecerem juntas para que as roupas nunca enrugassem.

Eles achavam que tinham quebrado na década de 1930, disse o pai, sorrindo para ela enquanto observavam a mãe passando uma camisa. A Perma-press foi quando eles embeberam a roupa em um produto químico chamado formaldeído para manter sua forma, para que não amasse.

O que aconteceu? Tina perguntou, sempre curiosa, especialmente em coisas de natureza científica.

Vou lhe contar o que aconteceu, sua mãe disse, irritada por os dois estarem olhando para ela passar ferro, sem dúvida. "Fedia! É o que eles usavam em cadáveres e todos andavam cheirando a cadáveres!

Não exatamente, mas sua mãe está certa, tinha um cheiro distinto e também causava dermatite a todos, acrescentou o pai. Além disso, a gravata que eles alegaram não iria enrugar, enrugada.

Enquanto Tina passava, imaginou as moléculas de hidrogênio em todas as suas roupas como correntinhas, todas inchadas, e imaginou aplainá-las cada vez que seu ferro descia. Quem sabia que os cientistas estavam trabalhando em algo tão trivial como tirar rugas das roupas? Ela sempre pensou que todos estavam tentando encontrar curas para doenças como câncer e outras. Por outro lado, ela se lembrou vagamente de que o formaldeído causava câncer, então talvez os dois estejam ligados. Talvez eles curem câncer e rugas nas roupas ao mesmo tempo! Tina torce o nariz com o pensamento. Isso é bobagem, Tina, ela disse para si mesma.

Não é tão ridículo. Se ela se lembrou corretamente, o químico que fez o primeiro corante sintético já fez isso enquanto tentava curar a malária e produziu acidentalmente uma bagunça escura e espessa. Quanto mais ele olhava, mais ele via uma cor bonita. Acabou sendo um corante muito mais vibrante e brilhante do que qualquer outro da natureza, e não desbotou nem desapareceu. Em seguida, inspirou um cientista alemão que usou os corantes como pioneiro na quimioterapia, para que talvez moda e doenças estivessem ligadas, afinal.

Tina sempre quis ser cientista quando criança, ou talvez professora. Seu pai costumava senta-la para uma de suas pequenas conversas sobre o que o futuro lhe reserva.

Você pode ser o que quiser ser Tina, ele costumava dizer a ela. Não deixe ninguém fazer você pensar o contrário.

Sempre sonhe grande. Essa foi mais uma de suas frases favoritas. Tina adorou essa expressão quando era mais jovem. Ela fechava os olhos e imaginava seus sonhos como edifícios, altos como arranha-céus.

O que aconteceu? ela se perguntou agora. Ela sonhou grande? Seus sonhos desmoronaram quando o pai morreu, deixando-a com a mãe. Ela queria continuar na escola e ir para a universidade, mas sua mãe disse que não podia pagar. Tina sabia que seu pai havia guardado dinheiro em um fundo fiduciário em algum lugar para sua educação universitária, mas também sabia que não devia perguntar à mãe sobre isso. Ela provavelmente estragou tudo com vinho, uísque e Deus sabe o que mais. Em vez disso, Tina saiu da escola assim que possível, pois teve que cuidar de sua mãe. Isso envolvia principalmente prender o cabelo para trás quando ela bebia demais e estava vomitando sobre a pia, ou limpar a casa de cima para baixo para que sua mãe não precisasse e, é claro, cuidar do irmãozinho a quem sua mãe adorava. Ela já havia arruinado sua carreira e figura de modelo, então não tinha mais nada a perder quando deu à luz o irmão mais novo de Tina. Era assim que Tina via