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As classes sociais em O Capital
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As classes sociais em O Capital
E-book88 páginas1 hora

As classes sociais em O Capital

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Sobre este e-book

O livro de Lucas Maia tem um objetivo claramente manifesto em seu conteúdo: demonstrar que a análise que Marx faz das classes sociais em O Capital não é nada simplista como muitas interpretações afirmam. Marx não elabora um modelo para discutir as classes sociais e depois o aplica à realidade. A sua concepção de classes sociais em nada se aproxima da ideologia da "estratificação social". Assim, a ideia de classe baixa, alta e média não está presente em seu pensamento. Também, a famosa distinção alfabética das classes sociais, ou seja, A, B, C, D, E etc. é, do ponto de vista da teoria marxista das classes sociais, algo completamente equivocado. Da mesma forma, a concepção leninista de classes sociais não é, em hipótese alguma, um aprofundamento da teoria de Marx, como alguns pensam. É, na verdade, um reducionismo economicista. Este livro refuta todas estas concepções. Diante disto, deve-se perguntar: como Marx aborda as classes em O Capital? Quantas classes ele identifica em sua análise do capitalismo do século 19? Será somente burguesia e proletariado? Há outras? Quais? Como ele concebe o relacionamento das classes umas com as outras? Como pensar uma teoria das classes sociais a partir das contribuições de Marx e alguns de seus continuadores? Tais questões são aqui abordadas e respondidas satisfatoriamente. Lucas Maia demonstra, a partir de um rigoroso estudo do texto de Marx, a extensão, complexidade e profundidade da teoria das classes sociais do revolucionário alemão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de out. de 2020
ISBN9786586705195
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    Um ótimo estudo para apontar tantos as classes básicas do Capitalismo identificadas por Marx em sua obra 'O Capital', assim como as subclasses. A apresentação das teses no fim do livro nos responde as perguntas feitas no início da obra assim como contextualiza as 'classes atuais', visto que conforme o desenvolvimento do Capitalismo não devemos nos apegar a dogmatismos, pois, ela é móvel e adaptativa, capaz de se transformar nos detalhes para manter o cerne: a máxima exploração do homem pelo homem.

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As classes sociais em O Capital - Lucas Maia

Referências

Prefácio à segunda edição

Ao pensar em fazer uma 2ª edição deste livro, publicado pela primeira vez em 2011 ¹, considerei inicialmente que as discussões aqui entabuladas estavam superadas pela aparição de outras obras sobre a temática ², tornando esta publicação desnecessária. Quando me coloquei no trabalho de revisar o manuscrito, percebi que, embora alguns elementos aqui somente delineados estejam amplamente desenvolvidos em outros livros, nosso texto ainda mantém sua validade, pois a análise que empreende de O Capital não aparece nas demais publicações.

Antes de mais nada, devo fazer um registro que não fiz na primeira edição. Em que pese o trabalho de leitura, pesquisa, seleção de trechos, análise do material etc. aqui presente seja de minha inteira responsabilidade e labor, um aspecto devo anotar: a forma de abordagem que empreendi derivou em grande medida de reflexões de Nildo Viana. Em 2010, fiz a disciplina Sociologia das classes sociais, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás - UFG, ministrada por ele. A partir dos debates e das reflexões sobre esta temática, foi-me possível realizar o trabalho de pesquisa na obra de Marx. Por exemplo, a distinção entre classes fundamentais do modo de produção e classes subsidiárias (termo que não emprego em meu livro, mas a ideia está aqui presente) deriva das discussões realizadas durante as aulas. Pelo que percebi depois, o conteúdo do debate e das reflexões ocorridas nas aulas eram resultado de pesquisas que o autor já vinha há algum tempo realizando e que vieram a público em 2012 em seu A Teoria das Classes Sociais em Karl Marx (VIANA, 2012).

Nesta 2ª edição, realizei uma ampla revisão formal de vários problemas que estavam na edição anterior. Do ponto de vista estilístico, em vários momentos reescrevi alguns parágrafos, ora inteiramente, ora somente alguns trechos. Isto com a intenção de deixar mais claro o conteúdo expresso no livro. Apesar destas revisões formais e de estilo, o conteúdo de uma e outra edição é inteiramente o mesmo.

Algumas adequações de linguagem foram realizadas, a fim de incorporar também nosso desenvolvimento no conhecimento da matéria. Na primeira edição, em vários momentos, eu empregava o termo sociedade capitalista como sinônimo de modo de produção capitalista. O Capital de Marx não analisa a sociedade capitalista, mas sim o modo de produção capitalista. O termo sociedade é mais amplo e incorpora aquele, mas não se confunde com ele. Enquanto o conceito de modo de produção leva em conta o processo de produção, distribuição, circulação etc. dos bens materiais e o conjunto de relações sociais a isto relacionadas, o de sociedade, além de levar em conta isto, também considera as formas de regularização (superestrutura), como estado, cultura, instituições, valores, formas de consciência etc. Tendo em vista isto, os termos modo de produção e sociedade foram, nesta segunda edição, devidamente empregados, salvo em algum lapso que possa ter ocorrido no processo de revisão.

Outra alteração de linguagem é no uso do termo mais-valor. Na primeira edição empreguei a tradução usual mais-valia. Como já se tornou, nos dias de hoje, corrente a crítica desta tradução, incorporei-a nesta nova edição. Assim, onde aparecia, na primeira edição, o uso da palavra mais-valia, aparece agora mais-valor. A crítica à tradução da expressão alemã mehrwert para mais-valia é, de nosso ponto de vista, bem apropriada. Marx emprega mehrwert com a intenção de salientar que no processo de trabalho no modo de produção capitalista, há a produção de um valor (wert) maior do que aquele que o trabalhador recebe em troca. Por isto, traduzir mehrwert para mais-valia é algo sem sentido, pois coisifica, algo que é uma relação social. Mehrwert, ou seja, mais-valor, não é uma coisa, mas uma relação social de exploração. A concepção de Marx segundo a qual o capital é valor que se autovaloriza, ou seja, um valor que, após a realização do processo de exploração torna-se um valor a mais, ou melhor, um mais-valor, é melhor expresso nesta tradução do que na usual mais-valia.

Estas são as alterações que diferenciam esta edição da primeira. Em tudo o mais, o texto é exatamente o mesmo.


1 MAIA, Lucas. As Classes Sociais em O Capital. Pará de Minas: Virtualbooks, 2011.

2 Uma discussão mais ampla e abrangente é certamente Viana (2012). Sobre classes sociais específicas, cito: lumpemproletariado (BRAGA, 2013; 2016); intelectualidade (BRAGA & MARQUES, 2013), (VIANA, 2015), burocracia (MAIA, 2013), (VIANA, 2012) etc.

Introdução

O Capital , de Karl Marx, é uma obra de grande expressividade. É resultado de décadas de pesquisas realizadas pelo autor. Mesmo assim, ficou incompleta. É dividida em três livros: Livro I - O Processo de Produção do Capital; Livro II - O Processo de Circulação do Capital; e Livro III – O Processo de Produção Global do Capital. Como se sabe, o subtítulo da obra é Crítica da Economia Política, Marx não intencionava, portanto, criar uma escola de economia política marxista. Ambicionava, isto sim, submeter à crítica, tanto o modo de produção capitalista como um todo, quanto os ideólogos (os economistas) que de uma ou outra maneira o justificam. Em vida, Marx publicou somente o Livro I, o qual ele mesmo prefaciou várias edições bem como algumas traduções, as quais ele mesmo revisou. Já os livros II e III foram publicados postumamente por Engels, anos depois da morte de Marx. Há também um livro IV, o qual foi editado por Karl Kautsky e trata da história das teorias sobre o mais-valor, intitulado aqui no Brasil de Teorias da mais-valia.

O Capital é uma volumosa obra que visa analisar a totalidade do modo de produção

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