Homo Parasitus ou Homo Ecologicus?: Repensando a Relação do Ser Humano com o Ecossistema Planetário
De Clélia Silva
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Homo Parasitus ou Homo Ecologicus? - Clélia Silva
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO ENSINO DE CIÊNCIAS
À Carl Gustav Jung (in memoriam) pela inspiração.
Aos nossos filhos, netos, sobrinhos e afilhados, nos quais temos a esperança que formem esta nova geração de Homo ecologicus.
Agradecimentos
Ao Valdir Almeida da Costa, que tem contribuído para entendimento das escolhas, das renúncias e das consequências de nossos atos na vida;
Ao professor Mauro Guimarães, pelo prefácio deste livro e pela aprendizagem em ComVivência pedagógica;
A Julia Faulhaber, aluna do programa de vocação científica da EPSJV, pela ajuda na busca dos discursos indiretos de parasitismo em livros didáticos;
Em especial, aos meus amigos, como a Ana Maria Nicoló, que tive e tenho o prazer de orientar na vida acadêmica.
Apresentação
Este livro nasceu de uma amizade entre uma bióloga parasitologista e uma psicóloga junguiana, e é fruto de nossos processos de reconstrução de conhecimentos e transformação de carreiras profissionais. A minha transformação se iniciou no pós-doutorado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da UFRRJ e a da Ana Maria, como uma onda, com a dissertação do mestrado em Ensino de Biociências e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, orientada por mim. Desse encontro sinérgico e do entrelaçamento de nossas áreas de conhecimento temos como resultado um fruto exótico, raro e muito saboroso.
Sob a égide de três áreas distintas que não dialogavam: Parasitologia, Psicologia Analítica e Educação Ambiental Crítica, este livro é uma jornada para o coração das áreas, os conceitos. Quem são os parasitos? Quem são os hospedeiros? O que é ambiente? Ambiente é o local onde se habita, é o lugar onde as espécies se relacionam com outras espécies e com os elementos da natureza. O ambiente dos parasitos do ser humano é o próprio organismo humano e o ambiente do ser humano é o planeta Terra. Somos ambiente e, ao mesmo tempo, convivemos em um ambiente com outros espécies em um ecossistema terrestre, um organismo vivo, sistêmico, que James Lovelock (2006) denominou de GAIA. Sempre focado na máxima da educação ambiental, somos natureza, somos convidados a uma mudança perceptual, quebrando paradigmas e crenças limitantes, pensando analogamente. Sair da posição de ambiente de parasitos e pensar na nossa relação humana com o macroambiente, o planeta. Repensar a relação dos seres humanos com o ecossistema terrestre. Com base na simbologia da Psicologia Analítica e nos pressupostos da Educação Ambiental Crítica, reconstruir, ressignificar essa relação, fazendo com que o ser humano se torne consciente do cuidado com o ambiente, com o planeta, sendo este lugar o habitat da sua sobrevivência como espécie.
Nesse sentido, somos Homo parasitus? Comportamo-nos como parasitos do planeta? O que entendemos por isso? Algo ruim? Parasitos ou Parasitas? Se pensamos que parasitos são espoliativos, o Homo parasitus destrói o planeta? Será que conseguimos nesta parada
forçada da humanidade, devido à pandemia do COVID-19, vivenciar um processo de individuação em busca da alteridade e aprender a ser Homo ecologicus? Um Homo ecologicus pré-ocupado com o coletivo, resgatando a relação de cuidado do ser humano com a mãe primordial, a Mãe Terra, Gaia, em uma relação simbiótica de solidariedade e de coparticipação evolutiva.
Este livro é motivado pela possibilidade de compreender a realidade e intervir no mundo, se apropriando de outras percepções, de outros paradigmas e princípios. Busca-se, por meio de atitudes reflexivas, construir uma nova sociedade, preocupada em lutar por qualidade de vida e qualidade ambiental para todos os seres vivos deste ecossistema planetário. Esperamos contribuir para novas reconstruções, para um novo normal, para um novo mundo, refletindo mais a natureza da nossa humanidade no compartilhar este habitat, esta casa comum em equilíbrio dinâmico.
Em isolamento social no distrito de Santo Aleixo/Magé/RJ, 13/06/2020.
Clélia Christina Mello Silva
Pesquisadora do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental e docente permanente das pós-graduações lato sensu em Malacologia de vetores (coordenadora adjunta) e strictu sensu em Ensino de Biociências e Saúde e Vigilância e Controle de Vetores, ambos do Instituto Oswaldo Cruz/ Fundação Oswaldo Cruz/ Rio de Janeiro
PREFÁCIO
Começo estes escritos manifestando a minha satisfação de ver neste livro um dos muitos resultados de uma fértil interlocução que se iniciou em uma imersão formativa em que pudemos estar juntos: eu, Clélia e Ana. Desse encontro desdobraram uma dissertação de Ana orientada por Clélia; uma pesquisa de pós-doutoramento de Clélia, que pude supervisionar, com produção de artigo conjunto; uma fértil parceria entre os Grupos de Pesquisa em Saúde e Educação Ambiental, com ênfase nas relações parasitárias da Fiocruz e o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental, Diversidade e Sustentabilidade da UFRRJ. E o fruto mais recente desses desdobramentos é este importantíssimo livro, contextualizado no agravamento da situação de crise sanitária, climática e socioambiental que vivemos e que as autoras se propõem a refletir.
Quero destacar um virtuoso encontro que este trabalho consolida: a interlocução entre as áreas da Parasitologia, Psicologia e Educação Ambiental, trazendo uma análise necessária e urgente sobre a complexa realidade e crise em que o mundo moderno está imerso.
Para entendermos o grau de degradação socioambiental, as causas que estão relacionadas a um modelo de vida, produção econômica e exploração de recursos naturais ‘esquizofrênicas’
(MELLO-SILVA; CONCATTO; 2020, p.18), como afirmaram no texto, a construção da integração de diferentes saberes é um exercício fundamental para rompermos com o paradigma epistemológico da modernidade. Paradigma que fragmenta e disjunta, disciplinarizando o conhecimento científico, aspecto que dificulta uma compreensão mais complexa da realidade. A produção interdisciplinar do conhecimento é uma abordagem inovadora que deve ser buscada e que se apresenta consistentemente neste estudo.
Trago a questão que nos provoca do início ao fim deste livro: somos Homo parasitus ou Homo ecologicus? Ao desenvolverem a ideia de parasitismo, evidenciam-nos