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Não Sem Inquietação: Poesia
Não Sem Inquietação: Poesia
Não Sem Inquietação: Poesia
E-book101 páginas45 minutos

Não Sem Inquietação: Poesia

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Sobre este e-book

Poesias ao sabor dos dias.
IdiomaPortuguês
EditoraM-Y Books
Data de lançamento10 de jul. de 2021
ISBN9781526046741
Não Sem Inquietação: Poesia

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    Não Sem Inquietação - Nelson Santrim

    NELSON

    SANTRIM

    NÃO SEM INQUIETAÇÃO

    (Poesia)

    nada em troca

    um remendo não faz o fato

    e isto é matéria de facto

    não podemos viver do acaso

    das migalhas que vão sobrando

    se nada ganho não invisto

    e se tudo parece um misto

    de esperteza e aproveitamento

    não espero sequer um momento

    não quero nada de tudo isso

    sem saúde sinto-me enfermiço

    a lágrima é um pus que rasteja

    sempre para o fundo pela face

    e eu só fico à espera que passe

    não venço quem não me dá luta

    se se recusam a dar resposta

    e então nada recebo em troca

    por ser um pouco valente e audaz

    sei que aos outros nunca se faz

    o que não queremos para nós

    e eu já confundo com que voz

    me fala quem nada tem para dar

    anda meio mundo a me enganar

    em dias tristes

    se me sinto sorumbático

    o sol brilha muito menos

    e o ar é pesado e bafiento

    respiro fundo com dificuldade

    adormeço obliviando a realidade

    as nuvens não parecem passageiras

    quando os dias estão tristes

    e demora o tempo a passar

    na ampulheta das minhas dores

    em dias tristes e infaustos

    regressa cedo o estupor

    para me indispor até ser tarde

    e eu a sentir-me à beira do enfarte

    a luz não aquece e o frio intensifica

    o remorso aparece e não se esquece

    um ressentimento vesgo sempre fica

    não consigo ver a direito a estrada

    num caminho que não leva a nada

    faço por levantar toda a poeira

    estes dias atiram-me aos olhos areia

    esperança sempre surge e frutifica

    na alvorada que abre e vivifica

    os dias tristonhos também passam

    acordo diferente com outra visão

    esqueço que o destino é tudo acabar

    se também a infelicidade vai findar

    advertência gélida

    algo não está bem

    dizem-mo gorado

    dízimo soletrado

    da carteira aberta

    a mente se fecha

    o coração dadivoso

    que ameaça raivoso

    romper o sacrário

    com punho sarcástico

    sem nenhum rasgo

    mandam-me calar em silêncio

    não me julgo um inocêncio

    vivo com a culpa

    ingénuo de tenaz madura

    conflituoso no ímpeto

    de fazer progredir a confusão

    dou de barato cada palavra

    vã receita do discurso

    que peca sempre na inacção

    irresoluto

    dou por mim abúlico

    sem me decidir o que fazer

    viver antes de morrer

    é algo factível e a fazer

    mas para quê é um sentido

    a dar ao porquê da intuição

    entre o sim e o dizer não

    vai a distância entre os pilares

    da ponte sobre o rio parado

    à espera de um milagre de peixes

    escamados pelas palavras santas

    de um homem-macho de saias

    enquanto se aguarda a decisão

    sobe uma erisão na atmosfera

    e rompe a fera em pranto súbito

    como quem geme num púlpito

    e amansa as crianças no recreio

    comendo bolachas com recheio

    na hora do penálti sem adivinhar

    a incerteza na bola que vou chutar

    insuficiência lamentável

    se não julgo conseguir

    logo hesito e me sinto

    insuficiente no agir

    estrangulo a paciência

    e mordo os lábios

    a raiva de sangue pisado

    esqueço o obscuro

    em que me obscureço

    e assim permaneço

    até me sentir seguro

    o olhar treme na visão

    do que é de achar importante

    para que haja razão

    no pingo da seiva restante

    enquanto amanhece

    amanso o meu orgulho

    vivo como posso

    rompo o tempo e nego

    caio sem fundo num poço

    de fel e amargura

    derreto a esperança no lume

    brando de ameaça sem meça

    ardo no breu do vivo ouro

    simples afirmações

    uma pessoa diz que disse

    e ninguém a ela ouviu

    ou deu mais importância

    que ao ovo e sua fragância

    estrelado com a gema azul

    de corante bem apetitoso

    que mais não é que tinta

    a servir com tainha do esgoto

    o que digo é fácil de esperar

    para entender o esclarecimento

    depois de depois

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