O obscurantista: Das Memórias De Um Tenaz Moribundo
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O obscurantista - W. M. Torquato
I
Narrarei um evento inacreditável para muitos e do qual eu mesmo sou testemunha, apesar de minha idade avançada pesar sobre o julgamento daqueles que encontraram estas folhas. No entanto, não os culpo por isso, eu mesmo desconfio de estranhos que falam absurdos. Mas, apesar da dúvida, o evento tem, talvez, valor para os poucos homens cujo espírito continua aberto ao que se encontra além da lógica humana. Para mim, um homem há poucos dias dos seus noventa anos, acredito, cujas vistas perderam grande parte da luz, quem sabe, não há nenhuma vantagem com este relato, uma vez que minha presença neste mundo deixará de existir quando for revelado. A pura e estrita verdade guiou o meu lápis, portanto, peço aos senhores e as senhoras um primeiro e último voto de confiança, além de um pouco de paciência apenas.
***
É inverno quando retorno de minha visita rotineira à cidade de N* onde costumo comprar alguns suprimentos. A casa onde morávamos, meu único filho e eu, não é tão distante da cidade e podíamos ir a pé. Por desejar não permanecer muito tempo na cidade, evitei alguns conhecidos e suas conversas enfadonhas sobre o novo prefeito, o Sr. B*, ou pior, sobre o ocorrido com meu filho. Impaciente, esbarrei em alguém ao dobrar a esquina, suplicando a Deus para o farmacêutico não olhar para o lado. Perdi o equilíbrio, e por pouco não fui jogado ao chão, mas o cesto com os mantimentos tombou da minha mão, arremessando algumas frutas para longe. Perdão, meu senhor!
, faço uma reverência. Não foi minha intenção
, disse, constrangido, exibindo um tímido sorriso. Fique calmo, meu bom homem!
, pediu, acariciando a longa e sedosa barba, revelando um vivo sorriso. A voz do desconhecido é bastante melodiosa e alegre, agradável de ouvir. Não é nada imperdoável.
, gargalhou apoiando a mão em meu ombro. Anda! Deixa que eu te ajudo!
, disse inclinando-se para frente, recolheu algumas frutas, limpando uma por uma com extremo cuidado antes de devolver ao cesto.
Permaneço impassível enquanto ele fala; é bem educado e seus gestos são espontâneos, típicos de um nobre. Fui capaz de continuar a conversa sem ressalvas apenas porque não vi qualquer sinal claro de irritação sobre o ocorrido. Na verdade, estou aliviado, tão aliviado que esqueci totalmente o constrangimento de minutos atrás. De repente percebo uma atmosfera exótica o envolvendo, principalmente em sua fisionomia, o que é estranho, porque olhei para ele quando nos esbarramos e não lembro de ter percebido qualquer diferença alarmante.
Os olhos são o chamariz do seu rosto, jamais vi pessoa com olhos iguais por aquelas bandas, apontavam para o céu de tão angulares e estreitos, como em estado de sonolência; tão negros e brilhantes quanto os olhos é sua barba, esvoaçando junto ao vento de tão fino e longos que são os fios, um completo contraste com suas roupas chamativas. Seu porte inspira respeito; seus trajes são simples, porém refinados e vivos, revelando um rico e extravagante cavalheiro.
Agradeço a gentileza.
, faço um aceno com a cabeça. Então ele me olha diretamente nos olhos:
Pode me chamar de Barão de H**.
, pediu entre sorrisos. Um homem que não pratica a virtude da humildade
, olhou-me com ternura, chegará ao fim da vida sozinho e assombrado
. Mantive o silêncio, mais por não saber o que dizer do que pela verdade contida nas palavras. A elegância do Barão ao