Quer que desenhe: Um estudo sobre jornalismo em quadrinhos
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Quer que desenhe - Cristian Barbosa
Se existe algo que todo colecionador de quadrinhos sabe, é que a melhor forma de encontrar gibis antigos e baratos é garimpando sebos pela cidade.
Eu fazia isso pelo menos uma vez por mês, depois do trabalho, pelo centro de São Paulo. Enquanto vagava pelo bairro da República, passava de sebo em sebo olhando quadrinhos e discos antigos, até que encontrei uma banca de jornal tão cheia que era impossível ver o que tinha lá dentro.
Do lado de fora estava um homem alto, de olhos grandes, barba por fazer e cabelo na altura dos ombros, parecia ser o responsável pela banca. Enquanto eu observava os quadrinhos pelo lado de fora, passei os olhos por um exemplar de Maus – a história de um sobrevivente. Já tinha ouvido falar daquele quadrinho, mas não conhecia muito bem a história.
Naquela época, os quadrinhos de super-heróis já não me cativavam tanto quanto antes. Eu ainda era um fã da Marvel e da DC Comics, mas sentia que precisava expandir meus horizontes.
Decidi que levaria o Maus; tirei meu cartão de débito do bolso e quando mostrei para o dono da banca:
— Putz! Você não consegue pagar em dinheiro? Se conseguir, me ajuda, porque aí, se alguém vier vender alguma coisa aqui, eu tenho a grana para pagar na hora.
— Não tenho aqui mano, só se eu for sacar. Tem algum Bradesco aqui perto?
— Tem um virando a esquina ali.
— Beleza, vou deixar o livro aqui então e vou lá sacar.
— Não cara, pode levar, você saca e me traz o dinheiro.
Convenhamos, esse tipo de confiança entre estranhos não é normal. Aquele cara que nunca me viu na vida confiou a mim um quadrinho de 50 reais. Ele só podia ter algum problema.
Virei à esquina, fui até o banco, pensando em como aquele cara era louco em me confiar o livro, saquei o dinheiro e voltei para pagar.
Ele me olhou e disse:
— Eu sabia que ia voltar, você ganhou minha confiança, quando estiver sem grana pode passar aqui e levar o que quiser, depois paga, porque eu sei que você é honesto.
Aquilo era um teste de caráter, e eu passei.
Talvez ele estivesse apostando em mim por precisar sentir que ainda existiam pessoas honestas neste mundo, e fico feliz de ter mostrado que ele estava certo.
Em seguida, iniciamos uma longa conversa sobre quadrinhos underground, que durou vários minutos.
Assim adquiri Maus e, enquanto conversava sobre quadrinhos com o dono de um sebo no centro de São Paulo, eu nem imaginava que em minhas mãos estava a porta de entrada para o trabalho de conclusão do curso que só iniciei em agosto daquele mesmo ano de 2016.
Naquele dia, tive o meu primeiro contato com o jornalismo em quadrinhos.
A Harlot’s Progress
(William Hogarth, 1697 – 1764)
Os quadrinhos começam justamente com uma história de não ficção, desenhada pelo inglês William Hogart em 1731 e publicada na imprensa britânica com o nome de A Harlot’s Progress (O progresso de uma prostituta). A série de seis gravuras, sem nenhuma palavra, narra a chegada da jovem Moll Hackabout a Londres, onde passa a se prostituir.
A sequência da narrativa acaba com a morte da moça, vítima de uma doença venérea, aos 23 anos.
Les Amours de Monsieur Vieux Bois
(Rodolphe Töpffer, 1799 – 1846)
De acordo com Scott McCloud, em seu livro Desvendando os quadrinhos, Rodolphe Töpffer foi o primeiro a utilizar a combinação de palavras e figuras em uma história, quando, em 1827, criou Les Amours de Monsieur Vieux Bois, um livro de caricaturas que mostra detalhes da vida na Europa durante o século 19. Como diz a sinopse da obra: Monsieur Vieux Bois comete desatinos em busca de seu amor, uma mulher que não tem nome, sendo apenas chamada de Objeto Amado
.
Embora tenha sido uma grande contribuição para a evolução dos quadrinhos, Rodolphe tratou sua criação como apenas um hobby qualquer.
The Yellow Kid
(Richard Felton Outcault 1863 –