Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Corvos cobras chacais
Corvos cobras chacais
Corvos cobras chacais
E-book45 páginas15 minutos

Corvos cobras chacais

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

'Corvos Cobras Chacais' nasceu de uma sequência alargada de poemas em prosa e constituiu um capítulo participante da antologia 'A dor concreta' (ed. Tinta da China) do poeta António Carlos Cortez, em uma prévia de um livro futuro, este que agora se nos apresenta. Bem reconhece Pedro Mexia quando diz que 'depois de Daniel Faria não houve na poesia mais recente em Portugal quem arriscasse em construir um tom elevado e ao mesmo tempo realista e concreto, algo em que Cortez é exímio'. Em 'Corvos Cobras Chacais', Cortez maneja a forma poética para falar de uma forma inesquecível, indelével, daquilo que mais nos assombra: da crueldade da vida e da passividade dos homens.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de mar. de 2022
ISBN9788556620859
Corvos cobras chacais

Leia mais títulos de António Carlos Cortez

Relacionado a Corvos cobras chacais

Ebooks relacionados

Poesia para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Corvos cobras chacais

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Corvos cobras chacais - António Carlos Cortez

    Sumário

    I

    II

    III

    IV

    V

    VI

    VII

    VIII

    IX

    X

    XI

    XII

    XIII

    XIV

    XV

    XVI

    XVII

    XVIII

    XIX

    XX

    XXi

    XXIi

    XXIIi

    XXIv

    XXV

    XVi

    xXVIi

    xXVIIi

    XXix

    XXx

    XXXi

    XXXIi

    xxxiii

    xxxiv

    xxxv

    xxxvi

    xxxvii

    xxxviii

    xxxix

    I

    tinha começado a reabrir feridas. O que espantava não era o foco de luz que elas emitiam, mas sim o pulsar de cada cratera que vibrava, mostrando mais vincados os sons da gangrena interior. A dor era-lhe familiar. Mas por esses dias o gosto do sangue era-lhe estranho, metalizado, de ferrugem. Talvez fosse do cianeto ingerido anos antes ou da sensação de ter falhado a um qualquer encontro dentro de si – com quem, não sabe.

    II

    no sonho, a afasia era o que melhor ouvia. O homem tinha escavado um buraco para lá meter o seu rosto após uma lenta operação de desparafusar o tronco da cabeça e vice-versa. Agora que só pescoço e rosto estavam unidos, pensava: que parte irá sozinha para o fundo da terra? O rosto, para que os olhos vejam os círculos do inferno ou a garganta, em cujas cordas poderão vibrar os sons que vêm das gargantas emudecidas dos desesperados de que eu serei a voz? Partiu em pedaços tudo – apenas as retinas podiam ser a metonímia do rosto

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1