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Poemas de Álvaro de Campos
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Poemas de Álvaro de Campos
E-book141 páginas1 hora

Poemas de Álvaro de Campos

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Sobre este e-book

'Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim
todos os sonhos do mundo.'

Álvaro de Campos foi o heterônimo mais produtivo da obra conhecida de Pessoa. Ao que parece, o poeta muitas vezes o utilizou como um alter ego, além de mero heterônimo. Disto resultou uma obra muito extensa em que se entrecruzam temas e estilos de escrita por vezes dissonantes entre si, próprios da mente de um poeta que se dividiu em muitas personalidades distintas.

Esta edição não trará **todos** os poemas de Álvaro de Campos, dentre outras razões pelo fato de que há muitos que simplesmente são dissonantes demais dos outros para que coubessem numa mesma linha poética. O que tentei fazer aqui, então, foi uma seleção dos melhores poemas de Álvaro. Para tal, procurei privilegiar sua fase final, onde se aproximou quase que definitivamente do próprio Pessoa, enquanto ignorei boa parte de sua fase inicial, principalmente os poemas demasiadamente longos.

Aos que se preocupam se alguns poemas clássicos foram deixados de fora, quero lembrar que 'Tabacaria', 'A partida', 'Poema em linha reta', 'Lisbon revisited' e todos os demais que seguem este mesmo estilo se encontram todos aqui.

Na medida do possível, procurei ordenar os poemas selecionados por ordem cronológica. No entanto, sabemos que o próprio Pessoa costumava assinar alguns poemas com datas fictícias, então não há como se ter certeza absoluta de que todos foram efetivamente escritos nesta ordem.

Espero que minha seleção lhe agrade...

O editor.

***

[número de páginas]
Equivalente a aproximadamente 146 págs. de um livro impresso (tamanho A5).

[sumário, com índice ativo]
- Introdução
- Sinais usados na transcrição do texto
- Nota preliminar
- Poemas de Álvaro de Campos (*)
- Epílogo: Opiário
- Apêndice
- Agradecimentos finais

(*) O sumário no interior do livro contém links para cada poema em separado, o que pode ser conferido na amostra gratuita.

[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi - saiba mais em raph.com.br/tpr ]
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de mar. de 2023
ISBN9781526023179
Poemas de Álvaro de Campos
Autor

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa, one of the founders of modernism, was born in Lisbon in 1888. He grew up in Durban, South Africa, where his stepfather was Portuguese consul. He returned to Lisbon in 1905 and worked as a clerk in an import-export company until his death in 1935. Most of Pessoa's writing was not published during his lifetime; The Book of Disquiet first came out in Portugal in 1982. Since its first publication, it has been hailed as a classic.

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    Poemas de Álvaro de Campos - Fernando Pessoa

    Sumário

    Introdução

    Sinais usados na transcrição do texto

    Nota preliminar

    Poemas de Álvaro de Campos

    Acordar de Lisboa

    Dá-nos a Tua paz

    A partida

    Arco de Triunfo

    Com as malas feitas e tudo a bordo

    A melhor maneira de viajar é sentir

    Uma vontade física de comer o Universo

    Poema em linha reta

    Lisbon revisited I

    O que é haver ser

    O horror e o mistério de haver ser

    Perante esta única realidade, que é o mistério

    Cristãos, pagãos, maometanos

    Quando nos iremos de aqui?

    Ver as coisas até ao fundo...

    Lisbon revisited II

    Se te queres matar

    Tabacaria

    Escrito num livro abandonado em viagem

    Adiamento

    Às vezes medito

    Na noite terrível

    Insônia

    Acaso

    Abram-me outra realidade!

    Quase

    Poema de canção sobre a esperança

    P-há

    Há tantos deuses!

    A rapariga inglesa

    Não tenho compaixão que te dar

    A liberdade

    Grandes são os desertos, e tudo é deserto

    Começo a conhecer-me

    Tenho escrito mais versos que verdade

    Notas sobre Tavira

    A alma humana é porca como um ânus

    Costa do Sol

    Realidade

    Que somos nós?

    Penso em ti no silêncio da noite

    Faze as malas para Parte Nenhuma!

    Magnificat

    Pecado original

    Datilografia

    Não ter emoções, não ter desejos, não ter vontades

    Lisboa com suas casas

    Esta velha angústia

    Na casa defronte de mim e dos meus sonhos

    Saí do comboio

    Não tenho problemas, tenho só mistérios

    Começa a haver meia-noite

    Depus a máscara e vi-me ao espelho

    Là-bas, je ne sais où...

    Cansaço

    À memória de Soane Jenyns

    As Musas

    Não sei se os astros mandam neste mundo

    O sono que desce sobre mim

    Todas as cartas de amor são ridículas

    Epílogo: Opiário

    Apêndice

    Agradecimentos finais

    Todo conteúdo é de autoria de Fernando Pessoa e se encontra em domínio público.

    Pequenas adaptações foram feitas na gramática, observando as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

    Organização e comentários: Rafael Arrais.

    Esta é uma edição de Textos para Reflexão

    Para conhecer outras obras, visite o blog: textosparareflexao.blogspot.com

    Design e diagramação: Ayon

    Copyright © 2013 por Rafael Arrais (eBook para eReaders v1.0)

    Todos os direitos reservados (apenas para os comentários e a introdução)

    Não sou nada.

    Nunca serei nada.

    Não posso querer ser nada.

    À parte isso, tenho em mim

    todos os sonhos do mundo.

    Introdução

    8 de março de 1914. Faz quase um século que Fernando Pessoa viveu o dia triunfal de sua vida, segundo ele mesmo confessou.

    Durante este dia, escreveu em poucas horas cerca de trinta dos quase cinquenta poemas da série O Guardador de Rebanhos, ao mesmo tempo em que criava o famoso heterônimo responsável por ela, Alberto Caeiro, o único ao qual seus demais heterônimos se referiam como mestre.

    Em seguida, e quase em resposta a Caeiro, escreveu em seu próprio nome os seis poemas de Chuva oblíqua. Inventou, sucessivamente, dois de seus principais heterônimos, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

    Nesta edição tratarei exclusivamente da poesia de Álvaro de Campos.

    Segundo Pessoa, ele nasceu em 1890 em Tavira e foi engenheiro de profissão. Estudou engenharia na Escócia, formando-se em Glasgow, em engenharia naval. Visitou o Oriente e retornou desiludido, ainda em busca de um sentido para a existência (o Epílogo traz um longo poema escrito durante a viagem a bordo de um navio, chamado Opiário). Numa outra viagem mais próxima, dentro de Portugal, conheceu Alberto Caeiro, o poeta neopagão, e se tornou um discípulo entusiasmado.

    Porém, se distanciou muito da poesia de Caeiro ao se aproximar de movimentos modernistas do início do séc. XX, como o futurismo. Abraçou a civilização moderna e sua energia e movimento; em suma, toda a sua vida frenética. Por fim, se tornou um poeta sensacionalista, no sentido de compor poemas totalmente focados nas sensações subjetivas, em oposição a um mundo objetivo que se torna cada vez mais turvo e indefinido com o passar dos anos.

    Álvaro foi, enfim, o heterônimo mais produtivo da obra conhecida de Pessoa. Ao que parece, o poeta muitas vezes o utilizou como um alter ego, além de mero heterônimo. Disto resultou uma obra muito extensa em que se entrecruzam temas e estilos de escrita por vezes dissonantes entre si, próprios da mente de um poeta que se dividiu em muitas personalidades distintas.

    Esta edição não trará todos os poemas de Álvaro de Campos, dentre outras razões pelo fato de que há muitos que simplesmente são dissonantes demais dos outros para que coubessem numa mesma linha poética. O que tentei fazer aqui, então, foi uma seleção dos melhores poemas de Álvaro. Para tal, procurei privilegiar sua fase final, onde se aproximou quase que definitivamente do próprio Pessoa, enquanto ignorei boa parte de sua fase inicial, principalmente os poemas demasiadamente longos.

    Aos que se preocupam se alguns poemas clássicos foram deixados de fora, quero lembrar que Tabacaria, A partida, Poema em linha reta, Lisbon revisited e todos os demais que seguem este mesmo estilo se encontram todos aqui.

    Na medida do possível, procurei ordenar os poemas selecionados por ordem cronológica. No entanto, sabemos que o próprio Pessoa costumava assinar alguns poemas com datas fictícias, então não há como se ter certeza absoluta de que todos foram efetivamente escritos nesta ordem.

    Espero que minha seleção lhe agrade.

    Rafael Arrais, Outubro de 2013

    Quem foi Fernando Pessoa?

    Quero crer que a maioria de vocês já faz ideia, então se seguirá somente um breve resumo:

    Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português.

    É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um legado da língua portuguesa ao mundo (em entrevista a revista Época, 03/02/03).

    Por ter sido educado na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu perfeitamente o inglês, língua em que escreveu poesia e prosa desde a adolescência. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras inglesas para português e obras portuguesas para inglês.

    Ao longo da vida trabalhou em várias firmas comerciais de Lisboa como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, publicitário, astrólogo e místico; ao mesmo tempo em que produzia a sua obra literária em verso e em prosa. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterônimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra:

    "Tive sempre, desde criança, a necessidade de aumentar o mundo com personalidades fictícias, sonhos meus rigorosamente construídos, visionados com clareza fotográfica, compreendidos por dentro de suas almas. Não tinha eu mais que cinco anos, e, criança isolada e não desejando senão assim estar, já me acompanhavam algumas figuras de meus sonhos – um capitão Thibeaut, um Chevalier de Pás – e outros que já me esqueceram, e cujo esquecimento, como a imperfeita lembrança daqueles, é uma das grandes saudades da minha vida.

    [...] Esta tendência não passou com a infância, desenvolveu-se na adolescência, radicou-se como crescimento dela, tornou-se finalmente a forma natural de meu espírito. Hoje já não tenho personalidade: quanto em mim haja de humano, eu o dividi entre os autores vários de cuja obra sou o executor. Sou hoje o ponto de reunião de uma pequena humanidade só minha.

    [...] Médium, assim, de mim mesmo, todavia subsisto. Sou porém menos real que os outros,

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