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O Ethos e o Poder Simbólico do Jornalismo Policial: Perspectivas críticas em um jornal impresso do Estado de Pernambuco
O Ethos e o Poder Simbólico do Jornalismo Policial: Perspectivas críticas em um jornal impresso do Estado de Pernambuco
O Ethos e o Poder Simbólico do Jornalismo Policial: Perspectivas críticas em um jornal impresso do Estado de Pernambuco
E-book168 páginas1 hora

O Ethos e o Poder Simbólico do Jornalismo Policial: Perspectivas críticas em um jornal impresso do Estado de Pernambuco

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Sobre este e-book

Este livro compreende a cobertura policial dada às notícias do Caso Serrambi em um jornal impresso de grande circulação no estado de Pernambuco. Trata-se de um crime ocorrido contra duas adolescentes de classe média no mês de maio de 2003, e sua cobertura jornalística estendeu-se por vários anos posteriores. O período de análise aqui foi de 2003 a 2004 e teve como paralelo a investigação de como outras notícias policiais envolvendo pessoas de classes populares foram noticiadas no mesmo período supracitado. Investigou-se a diferença no tratamento dado a notícias policiais que envolvem vítimas de classes sociais distintas. Na análise, foram comparadas notícias policiais presentes na seção "Grande Recife", relacionadas ao Caso Serrambi e no encarte "Polícia", relacionadas à população moradora de bairros periféricos da Região Metropolitana do Recife. A sustentação teórica deste trabalho foi fundamentada nos conceitos Poder Simbólico (BOURDIEU, 2004) e Ethos (MAINGUENEAU, 2001). A análise mostrou que tanto o Poder Simbólico quanto o Ethos da notícia policial na Folha de Pernambuco são influenciados pelas diferentes classes sociais abordadas. No capítulo 1, foram traçadas considerações teóricas acerca do Poder Simbólico, Jornalismo Policial e os fait-divers na Folha de Pernambuco. Buscou-se em Bourdieu (2004) a base teórica para o desenvolvimento da noção de Poder Simbólico. A descrição do que é um fait-divers, a partir de Barthes (1999), esteve associada à ideia de que uma notícia de assassinato, com caráter de fait-divers, pode tornar-se um "Caso" de investigação policial, que aqui tem como exemplo o Caso Serrambi. As vítimas envolvidas no Caso Serrambi, que pertenciam a uma classe social elevada dentro da cidade de Recife, tornam-se, dentro da produção jornalística, "personagens que ilustram" um crime que se revelou como inédito para a sociedade pernambucana. Em seguida, apresentou-se o conceito de jornalismo policial, e procurou-se mostrar como, na Folha de Pernambuco, é formada a equipe que acompanha as ocorrências na Região Metropolitana do Recife (RMR) e nas cidades do interior do estado. Essa análise envolveu, a priori, uma avaliação geral do Poder Simbólico do Caso Serrambi em comparação com outras notícias policiais publicadas particularmente no encarte "Polícia". A posteriori, uma avaliação das notícias do corpus restrito em relação à classificação e análise das notícias por tópicos (desaparecimento de pessoas, aparecimento de corpos, sepultamentos dos corpos e suspeitos de crimes). No capítulo 2, apresentou-se como ponto de partida a noção de Ethos, vista em Maingueneau (2001), utilizando o discurso jornalístico das notícias policiais para extrair o Ethos no enunciado dessas notícias. A base teórica para análise pragmática do discurso foi fundamentada de acordo com a perspectiva adotada por Maingueneau (2001), observando as condições determinadas do Ethos discursivo de notícias policiais.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de dez. de 2021
ISBN9786555232493
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    O Ethos e o Poder Simbólico do Jornalismo Policial - Giovanna de Araújo Leite

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    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

    A Deus, suprema força espiritual.

    Ao meu pai, Lauro de Aguiar Leite (in memoriam), eterno incentivador dos meus estudos e inspiração constante por me mostrar, por meio de suas atitudes, sua luta em prol de melhores condições de trabalho, desde que foi membro do sindicato de professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em meados de 1990.

    À minha mãe, Ozilene de Araújo Leite, minha guru intelectual, sempre disposta a ler meus textos e a dialogar sobre meus estudos.

    À irmã primogênita, Luciana de Araújo Leite (in memoriam), que estará sempre em meu coração, por ter participado em tudo na minha vida, saudades eternas!

    À irmã Fabíola de Araújo Leite, que se dispôs a ler e a fazer seus comentários construtivos, meu muito obrigada! Te amo!

    A todas(os) as(os) jornalistas que amam o ofício de escrever a notícia.

    A todas as vítimas de violência, independentemente de que classe social pertencer.

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço primeiramente a Deus, ser supremo que cuida diariamente de cada detalhe de nossas vidas e que nem sempre nos damos conta disso.

    À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Isaltina Maria Azevedo Gomes, pelos seus inesquecíveis ensinamentos, indicações bibliográficas, correções textuais e analíticas, meu muito obrigada!

    Ao Prof. Dr. Wellington Pereira, pelo incentivo desde o início. Você impulsionou meu crescimento intelectual desde quando eu era estudante de pós-graduação.

    Ao amigo Prof. Dr. Samuel Barbosa e à amiga Prof.ª Dr.ª Lindinês Barros, pelas contribuições analíticas neste trabalho.

    Ao meu amado e inesquecível pai, Lauro de Aguiar Leite (in memoriam), que sempre me acompanhou nos meus estudos e na minha vida: te amo, pai, para sempre!

    À minha mãe, Ozilene de Araújo Leite, grande mulher, que me inspira a estudar sempre mais e a refletir sobre os problemas sociais. Àquela que sempre dialoga comigo e lê meus textos com curiosidade e crítica.

    À minha irmã primogênita (in memoriam) Luciana de Araújo Leite, responsável pela digitação de todo meu trabalho durante a dissertação de mestrado: muito obrigada! Te amo e te amarei para sempre!!!

    À minha irmã, Fabíola de Araújo Leite, que leu atentamente cada parágrafo deste texto, contribuindo bastante para o meu amadurecimento científico.

    Aos meus sobrinhos, Fábio de Araújo Leite Medeiros e Fabrício de Araújo Leite Medeiros, que nasceram em meados de 2004 e 2008, respectivamente, e que acompanharam desde crianças a minha pesquisa e esta publicação agora em 2020.

    Às amigas, aos amigos, às(aos) funcionárias(os) do Programa de Pós-Graduação em Comunicação – PPGCOM, da Universidade Federal de Pernambuco. Vocês serão para sempre inesquecíveis.

    À Editora Appris, por me convidar a publicar este livro, que com certeza foi fruto de muita labuta e pesquisa.

    Enfim, a todas(os) que contribuíram direta e indiretamente para a realização desta obra, meu muito obrigada!

    Ethos de classe (para não dizer ‘ética de classe’), quer dizer um sistema de valores implícitos que as pessoas interiorizaram desde a infância e a partir do qual engendram respostas a problemas extremamente diferentes.

    (Pierre Bourdieu).

    PREFÁCIO

    O livro de Giovanna Leite é um convite para refletirmos sobre o discurso do jornalismo policial. Nele, é possível compreender a lógica do Poder Simbólico que perpassa a produção jornalística policial e como ela é materializada nas notícias e nas imagens construídas de acordo com a perspectiva do veículo

    de comunicação.

    De cunho analítico, este livro, resultado de uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE, revela-se como um importante material, tanto para jornalistas como para professores universitários, pois mostra aspectos do jornalismo impresso policial que merecem ser discutidos na sociedade contemporânea. A partir deste trabalho, é crucial que jornalistas e professores universitários reflitam sobre a escrita do jornalismo policial, a fim de que não haja construções discursivas pautadas em estereótipos sociais. Para que não haja perpetuação de preconceitos, é preciso discutir sobre o tratamento que é dado às classes sociais nas notícias policiais.

    O estudo que deu margem a este livro aborda conceitos como o Poder Simbólico e a violência simbólica, teorizados pelo sociólogo Pierre Bourdieu, e o Ethos, apresentados pelo analista do discurso Dominique Maingueneau. A pesquisadora conseguiu reunir notícias policiais sobre um crime praticado no litoral sul de Pernambuco contra duas adolescentes de classe média, publicadas no período de maio de 2003 a dezembro de 2004, e comparou-as a outras notícias policiais envolvendo pessoas de classes menos favorecidas economicamente. A análise mostrou que tanto o Poder Simbólico quanto o Ethos da notícia policial são influenciados pelas diferentes classes sociais abordadas.

    Prof.ª Dr.ª Isaltina Mello Gomes (UFPE)

    Professora Titular da UFPE

    http://lattes.cnpq.br/3715206085360657

    APRESENTAÇÃO

    Os estudos sobre o Ethos permanecem cruciais para a compreensão crítica e analítica dos fatos, especialmente do jornalismo policial, pois, diante da infinidade de notícias desse segmento jornalístico, transfigura-se, muitas vezes, uma busca incessante de leitores curiosos que se interessam por fatos sobre crimes em geral e acontecimentos inusitados. Percebe-se, contudo, que as notícias policiais acabam constituindo-se como um espaço em que o sofrimento das pessoas é

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