Convergências na assistência espiritual hospitalar multirreligiosa: é possível?
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Sobre este e-book
Nesse emaranhado de perguntas, existe uma busca constante: a Religião e a Espiritualidade! São muitas as referências teóricas que podemos utilizar para tentar, de modo tímido, não conceituar, mas tentar entender esse fenômeno ou processo, e por isso o objetivo principal deste livro será abrir as possibilidades diversas de entendimento.
Hans Greschat cita acerca da religião o seguinte: "O fato de não termos uma definição universal de religião é um defeito, mas não uma catástrofe, uma vez que o objeto permanece, e a qualidade das palavras inventadas, ou a serem inventadas, atinge o objeto, apenas marginalmente". Assim é com a espiritualidade. São transcendências totalmente indefiníveis de modo coletivo absoluto, mas sentido em cada ser humano ou em seus grupos. Cada qual com sua perspectiva. O material a ser apresentado representa uma proposta alternativa e moderna de constituir novos grupos de assistência espiritual ou religiosa, usando metodologias da Qualidade Total e indicadores para aferição do tema e que acaba por gerar um estudo de caso. Os resultados ficam abertos à discussão, porém propõem a discussão de um suporte multirreligioso ou espiritual, sem a proposta de capelania ou supremacia de qualquer tipo de crença e de trabalho conjunto, e diferente, porque, apesar de existirem diferentes propostas para conceituar e oferecer o suporte sobre Espiritualidade, Religião e Crenças, nenhuma nunca será suficiente, porque o metafísico não se ajusta às realidades cotidianas.
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Convergências na assistência espiritual hospitalar multirreligiosa - José Adalberto F. Oliveira
1- Introdução
As religiões, em sua maioria, pregam o amor, a fraternidade, a caridade e o respeito humano (KÜNG, 2004; TERRIN, 2003). Contudo, quando se parte para a prática, as ações de seus fiéis e dirigentes ao longo dos tempos representam, em geral, exatamente o contrário: exclusão, falta de compreensão, de compaixão, de fraternidade e de caridade. Mesmo entre as igrejas cristãs, esse sectarismo é forte, contudo esse fato não é muito diferente em relação às religiões não cristãs. O problema se agrava quando se pretende competir
pela assistência religiosa em ambientes hospitalares, ou em outros ambientes quaisquer (BALDESSIN, 2012).
No Brasil, as primeiras preocupações em nível social com o câncer tiveram seu início no princípio do século XX. Na década de 30, foram as Ligas de Combate ao Câncer que assumiram fortemente o papel social e filantrópico. Por decisão da ONU, 2001 foi definido como o Ano Internacional do Voluntariado, em face à grande importância social desse segmento no mundo (INCA, 2005).
A Constituição define o Estado brasileiro como laico, (porém não como ateu), e no capítulo I do artigo 5º, inciso 7, garante tal liberdade de expressão religiosa. E, por conseguinte, deve-se garantir a acessibilidade dos pacientes internados em unidades de saúde ao suporte religioso, independentemente de qual seja seu credo. A prestação de assistência religiosa tem caráter voluntário e está assentada nos moldes das leis que a regulam. A Lei Federal 9.982/2000 estabelece que a assistência religiosa deve ocorrer de acordo com o regimento interno do estabelecimento (grifo meu), sendo esse trecho o grande diferenciador para o ordenamento do serviço a ser prestado.
Em 12 de novembro de 2007, tiveram início as conversações para reorientar o atendimento religioso na unidade I do maior hospital de oncologia do Rio de Janeiro, referência nacional e internacional, situado na Praça da Cruz Vermelha. Inicialmente, buscava-se apenas uma saída administrativa que organizasse a assistência, até então muito conturbada.
Depois de muito pesquisar e de serem realizadas muitas reuniões (dezoito meses de reuniões semanais), tiveram início as bases dessa experiência de procurar meios de conseguir pavimentar o caminho para um trabalho plurirreligioso conjunto. E hoje, treze anos depois, parece já existirem condições de desenvolver e aprofundar a busca pelos possíveis pontos de convergência entre as religiões integrantes lá em ٢٠١٧ e até os dias atuais. Esse encontro de trabalho já é, primordialmente, respeitoso e cordial. Eventualmente, é necessário recordar a um ou outro integrante as bases da proposta de trabalho. Porém, já existem dias em que se conta com equipes que, de fato, promovem o trabalho inter-religioso devidamente integrado. Uma das dificuldades é conseguir número equivalente de voluntários para montar as equipes plurirreligiosas, evitando que pessoas de um mesmo credo estejam formando duplas de atuação. Algumas religiões são mais disponíveis para esse trabalho do que outras. A hipótese é a de que, uma vez que se consiga demonstrar de maneira concreta as similaridades entre as religiões presentes, se possa criar as condições necessárias para se estabelecer uma aproximação mais integralizadora, que realize a ponte para uma abertura ao diálogo inter e transreligioso, intrainstitucional e até mesmo extrainstitucional, baseado em fatos e dados pesquisados no próprio grupo.
As experiências mundiais evoluem cada vez mais para o foco na assistência espiritual plurirreligiosa (KOENING, 2012), tendo sido essa a decisão tomada nessa unidade hospitalar. Essa forma de atuar pode até ser geradora de algumas tensões entre as denominações religiosas envolvidas, em um primeiro momento. Cada uma com sua forma de encarar o suporte a que o paciente tem necessidade e sua forma de levar sua religiosidade pessoal aos outros.
Essa unidade hospitalar trata de pacientes oncológicos. Seguindo determinação legal, a atividade é aberta a qualquer denominação religiosa, desde que respeitados os regimentos e normas da instituição federal e do Núcleo de Assistência Voluntária Espiritual - NAVE, como determina a lei.
O grande desafio é identificar as condições para estabelecer, pela pesquisa, qual é o nível de percepção dos pontos de convergência existentes entre as crenças religiosas das diversas religiões atuantes na unidade I e, em especial, a respeito da interferência da espiritualidade/religiosidade sobre a recuperação da saúde.
Esses pontos convergentes, uma vez identificados, passarão a ser discutidos, concretamente apresentados e expostos à reflexão de modo metodologicamente claro e não tendencioso. A pretensão é de que com isso se consiga a experiência de uma pedagogia reversa, em que os voluntários, diante desses dados levantados, e admitidos como resultado franco e verdadeiro de suas interações uns com os outros levantados pela pesquisa de campo, levem essa discussão e compreensão para dentro de seus templos e comunidades, abrindo possibilidade de fazer chegar esse diálogo inter-(trans)religioso para fora dos muros hospitalares.
Também é importante identificar os motivos e crenças que mobilizam essas pessoas a se tornarem voluntárias na área hospitalar e oncológica, prestando serviços de grande utilidade junto aos pacientes, familiares e até mesmo aos funcionários.
Uma vez identificada a existência de pontos de convergência, a próxima atitude será a elaboração dos meios de análise para que essa identificação aproxime mais os voluntários a partir da melhor compreensão dos fatores encontrados.
Nenhum estudo se apresenta como adequado sem que seja fundamentado por uma revisão bibliográfica pertinente e análise metodológica adequada. Em termos de método de pesquisa, a opção é por uma modalidade quantitativa e qualitativa (ALVES-MANZOTTI & GEWANDSZNAJDER, 1999), realizada através de questionário semi-estruturado, acrescido de dados sociodemográficos básicos, que serão submetidos posteriormente à análise dos dados, primordialmente pelo método da Teoria da Ação Racional - TAR (FISHBEIN & AJZEN, 1975), em que se definem