A Sinfonia da Vida: Diálogos que uma Pandemia Escreveu
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Sobre este e-book
Um livro escrito nos dias turbulentos, distantes fisicamente e silenciosos que acompanharam o desencadear de um evento epocal inimaginável. Este não é um livro que pretende ser erudito ou propagandístico. Se assim o fosse, estaria cheio de citações e do academicismo típico das coisas ditas sérias.
Este é um livro de pulsações, uma obra de pessoas que se incomodaram, comoveram-se e reviraram-se nos e pelos eventos açabarcados da Covid-19. Esta é uma obra que nasce como qualquer outro feito intelectual, isto é: do espanto frente a uma realidade! Ao longo das páginas, você, caro conviva, encontrará reflexões sobre a vida e sobre os contextos e enredos de dias pandêmicos. Também, nestas linhas, você será convidado a participar das histórias destes dois autores que, como convivas, sentados à mesa do tempo e da vida, esperam-lhe como membro querido, felizes em saber que, com você, poderão partilhar as suas vidas.
A sinfonia da vida, aqui descrita, quer ser uma memória deste ato sempre inédito que insiste em viver a despeito das dores, sofrimentos, mazelas e quedas, deseja ser uma ode a todos aqueles que lutaram, que sucumbiram e que foram assolados pelos vários vírus destes dias nebulosos.
Por fim, esta é uma obra de buscadores da sabedoria, de pessoas que, cotidianamente, durante os dias pandêmicos, deram "bom dia" às suas angústias e inquietações. Sejam bem-vindos.
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A Sinfonia da Vida - Gillianno Mazzetto de Castro
Aos ceifados
pelo vírus da biologia;
da indiferença;
da irresponsabilidade.
LEMBRETE
Se procurar bem,
você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida.
(Carlos Drummond de Andrade)
APRESENTAÇÃO
A tarefa de apresentar um livro cuja melodia é estruturalmente construída em diálogos pode, à primeira vista, parecer estranho. Essa tarefa torna-se um tanto mais complexa quando esses diálogos são expressos em cartas. Cartas que traduzem e que buscam compreender o espírito do nosso tempo (Zeitgeist) sem perder o que há de melhor em nós e nele, a saber, a esperança. É um livro de diálogos, como bem dizem os autores, feito sob a forma de um impromptu. O encontro, físico ou não, é condição sine qua non à efetividade ética. Responsabilidade absoluta pelo outro. É um livro de diálogos, mas que, em nenhum instante, encerra o terceiro. Para dizer desde uma boa tradição dialética da qual somos em grande medida herdeiros, o dizer de Márcio e Gilllianno descoagula, ou melhor, suprassume sem anular, a imagem ética do terceiro. O terceiro é o fruidor. Não se trata mais de uma defesa de posições analisadas a partir de categorias referidas exclusivamente à existência, mas a partir de uma dimensão que para, Márcio, Gillianno e para nós, é radicalmente cara, leia-se, o encontro é aquele que se constrói como acolhimento e hospitalidade.
O encontro torna os autores anfitriões, conscientes da responsabilidade de permanecer com os Outros, de reconhecerem na condição humana a necessidade urgente da alteridade. O encontro refere-se à deliberação sobre si, mas é um retorno renovado que não nega a próxima saída. Os diálogos que compõem A sinfonia da Vida exigem um sujeito que não se acovarde na presença do Outro, mas opte por abrir a sua morada (ethos) e arriscar o encontro, que é um trabalho que visa à singularidade daquele que está próximo e que, aos poucos, aproxima-se e torna-se presente. O encontro não constitui outra expressão da egologia, mas nele o sujeito transcende a individualidade e oferece sua presença para a relação com o outro que lhe pede o diálogo. O olhar do rosto, que o torna singular, é particularmente responsável pelo resultado de pôr em movimento a alteridade. Quem acolhe põe-se em causa ao se doar na
hospitalidade, desnuda-se, mostra-se na obstinação pela relação humana sincera e honesta que implica abrir-se ao outro que chega para ser tratado com a doçura e exigência da alteridade. A sinfonia da Vida é mais que um convite ao encontro, é um chamado a (ar)riscarmos nossa própria partitura. Não se assustem se porventura o infinito que há em cada um e cada uma de vós explodir. Verão: restava-lhes apenas um impulso. Este livro é um impulso, uma pulsão à existência.
Prof. Dr. Fábio Caires Correia
PREFÁCIO
Es sabido que el contexto brutal de la pandemia de Covid19, desde que empezó a expandirse en 2020, está sacando a la luz lo mejor y lo peor entre los seres humanos. Es menos sabido que las pandemias tienen el don de escribir con los oídos. Sin embargo, no debería sorprendernos tanto, porque lo primero que invoca una enfermedad, y más aún cuando tiene pretensiones de ubicuidad, es la atención (aquella plegaria natural del alma que señaló Malebranche) y en el acto de atender los oídos tienen un papel protagónico.
El contrapunto de dos voces filosóficas (de Márcio Luís Costa y Gillianno Mazzetto de Castro) compone un preludio que invita a sumar voces (las de los lectores, que en estas páginas se presentan como convivas
) a la sinfonía de la vida. Al leerlo, entendí que, como lectora, estaba invitada a compartir un primer ensayo para un banquete sinfónico que se encuentra abierto a acoger un sinfín de sabores y saberes. Lejos de los volúmenes que, con mayor o menor lucidez, se apresuraron a sentenciar desde la filosofía nuestro amasijo de miedos e impaciencias, este libro se escribe en un tempo caracterizado por la paciencia.
Este primer ensayo de la sinfonía por venir (que responde al llamado poético de Carlos Drummond de Andrade y, desde la preocupación ética, está dedicada a aquellos cuyas vidas fueron segadas por tres virus: el de la biología, el de la indiferencia y el de la irresponsabilidad) está compuesta por ocho diálogos (o, quizás, duetos) que vienen desde muy lejos en la filosofía occidental y en el primero se esboza un recorrido que va de la esencia a la inter-habitación.
En estas páginas polifónicas la literatura y le filosofía se entonan mutuamente. El primer diálogo -heteronomía obliga- inicia con la voz de Márcio sobre la alteridad como condición de la existencia, mostrando la necesidad ontológica del otro. Luego, Gillianno provoca una reflexión que atañe a nuestro propio
obscurantismo: en la idea irreflexiva, que prevalece en el occidente americano, acerca del tan mentado obscurantismo medieval, hace brillar la figura de pericóresis cuya inter-habitación de los diferentes se figura como danza en círculo.
En segundo diálogo, que versa sobre las cosas mismas del ser, Márcio plantea el camino a seguir: un método dialéctico ascendente y descendente. Así, desde abajo, la voz del cuerpo se hace oír a través del sentido latino de experiencia (ex-perior: travesía del peligro), que significa atravesar y ser atravesado por los poros: Todo ser e fazer é uma porosa travessia de atravessamentos
. En contrapunto, en un viraje ético a la que Heidegger caracterizó como la posibilidad por excelencia (la de la propia muerte), Gillianno, el invitado que llegó después
, plantea la inquietud de cómo vivir bien para bien morir… En este camino, etimológicamente aproxima la percepción (per-capere: hecho para ser agarrado) al ser a la mano heideggeriano (Zuhandenheit) conduciendo así a la experiencia y al cuerpo.
En el tercer diálogo sobre os aís
Márcio explora otro modo en que la existencia, que se expresa en la llegada del otro, en tanto ex-essere,