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Ezequiel
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E-book275 páginas4 horas

Ezequiel

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Sobre este e-book

O profeta Ezequiel foi juntamente com Daniel para Babilônia, na primeira leva de cativos para Babilônia, por Nabucodonosor. Deus providenciou para que Daniel servisse junto à corte do rei, enquanto Ezequiel profetizava junto ao povo. Neste livro estamos comentando a profecia de Ezequiel.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de dez. de 2015
Ezequiel

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    Ezequiel - Silvio Dutra

    Ezequiel 1

    O profeta Ezequiel foi juntamente com o Daniel para Babilônia, na primeira leva de cativos que se deu em 605 a.C, quando o rei Joaquim foi levado por Nabucodonosor para Babilônia.

    Ele afirma que no quinto ano do cativeiro de Joaquim, ou seja, 5 anos após terem sido levados para Babilônia, ele começou a ter visões de Deus.

    As citações aos anos em que recebera visões e revelações da parte Deus, ao longo de todo o seu livro, tem como referencial o início do seu cativeiro em Babilônia juntamente com o rei Joaquim, Daniel, muitos príncipes, nobres e outras pessoas do povo de Judá.

    Assim, quando ele diz sexto ano, significa que se encontrava no sexto ano do seu cativeiro, e dos demais judeus que se encontravam com ele em Babilônia.

    Ezequiel era filho do sacerdote Buzi, e portanto, também seria preparado para o sacerdócio, porque este cargo era vitalício, que passava de pai para filho, desde a descendência dos filhos de Arão.

    Todavia, o Senhor o chamou para o ofício profético quando se encontrava já em Babilônia há cinco anos, e a primeira visão e profecia que lhe vieram, descritas neste e nos próximos capítulos, lhes foram dadas quando se encontrava junto ao rio Quebar.

    Neste primeiro capítulo ele descreve a visão que tivera da glória celestial, e especialmente dos quatro seres viventes, ou querubins, sobre os quais estaremos falando mais especificamente neste nosso comentário, em conexão com os capítulos nono e décimo, nos quais eles são achados em ação, e vinculados ao propósito da visão que fora dada pelo Senhor a Ezequiel.

    Todavia, cabe ressaltar que as visões e profecias que tivera no quinto ano, encontram-se registradas do primeiro ao sétimo capítulo do seu livro; e as que tivera no sexto ano, estão contidas do oitavo ao décimo nono capítulo; as do sétimo ano, do vigésimo ao vigésimo terceiro; as do nono ano, no vigésimo quarto e vigésimo quinto capítulos; as do décimo primeiro ano do vigésimo sexto ao vigésimo oitavo, e trigésimo primeiro; as do décimo ano no vigésimo nono e trigésimo; as do décimo segundo ano, do trigésimo segundo ao trigésimo nono; as do décimo quarto ano, do quadragésimo até o último capítulo (quadragésimo oitavo).

    Assim, as visões que tivera dos querubins, registradas nos capítulos nono e décimo lhes foram dadas um ano após da primeira que é narrada por ele neste primeiro capítulo.

    Os quatro seres viventes, ou querubins, são citados em Gên 3.24; Êx 25.18-22; 26.1,31; 36.8,35; 37.7-9; Nm 7.89; I Sm 4.4; II Sm 6.2; 22.11; I Rs 6.23-35; 7.29,36; 8.6,7;  II Rs 19.15; I Cr 13.6; 28.18; II Cr 3.7-14; 5.7,8; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Ez 1.5-26; 9.3; 10 (todo o capítulo); 11.22; 28.14-16; 41.18-20,25; Is 37.16; Hb 9.5; Apo 4.6-9; 5.6,8,11,14; 6.1,3,5-7; 7.11; 14.3; 15.7; 19.4.

    A palavra Querubim significa guardar, cobrir, proteger o acesso etc (Êx 25.17-22).

    Os quatro querubins, que proclamam dia e noite, sem descanso que Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir, são chamados também de seres viventes, pelo profeta Ezequiel e pelo apóstolo João, em Apocalipse (Apo 4.8); quando derem glória, honra e ações de graças a Deus (Apo 4.9) os 24 anciãos se prostrarão diante do Senhor e o adorarão (Apo 4.10,11); os 4 querubins também se prostram e adoram a Deus juntamente com os 24 anciãos e todos os anjos (Apo 7.11; 19.14);  são eles que chamam, respectivamente, os 4 cavaleiros quando os 4 primeiros selos do livro são abertos (Apo 6.1,3,5,7); e são eles que dão aos sete anjos, as sete taças cheias da ira de Deus (Apo 15.7).

    Ezequiel os viu quando Deus manifestou ao profeta a Sua glória,  estando eles sob o firmamento celestial (Ez 1.1,5-26), e posteriormente os viu no templo em Jerusalém (Ez 10.1-22). A glória do Senhor estava sobre os querubins e se dirigiu para a entrada do templo (Ez 9.3; 10.4). Depois a glória do Senhor saiu da entrada do templo e parou sobre os querubins, e estes levantaram suas asas e se elevaram da terra (Ez 10.18-20).

    Na visão de Ezequiel, os quatro seres viventes ou querubins (Ez 10.20), tinham quatro rostos  e quatro asas, cada um, e a semelhança de mãos de homens debaixo das asas (Ez 1.6,8; 10.21), sendo parecidos com os serafins da visão de Is 6.2,3 sendo que estes tinham seis asas cada um, como os quatro seres viventes de Apo 4.8, tendo também estes seis asas, cada um em vez de quatro.

    A forma dos querubins é como de homem (Ez 1.5). A cabeça possui quatro faces, sendo rosto de homem na frente, rosto de leão, à direita, rosto de boi, à esquerda, e rosto de águia na parte de trás (Ez 1.10).

    O apóstolo João teve a visão dos seres quanto à forma do rosto, como tendo cada um, respectivamente, rosto de homem, leão, boi e águia (Apo 4.7) e os viu cheios de olhos por dentro e por fora, em todo o seu redor (Apo 4.6,8). Já quanto aos olhos, Ezequiel viu que além dos olhos em todo o corpo dos querubins, inclusive nas asas e mãos (Ez 10.12) havia uma roda ao lado de cada querubim e estas também estavam cheias de olhos ao redor (Ez 1.15-18; 10.12) e estas seguiam os querubins aonde quer que fossem. Havia algo semelhante ao firmamento sobre a cabeça dos querubins, brilhante como cristal (Ez 1.22), e sobre o firmamento que estava sobre as suas cabeças, havia algo semelhante a um trono, como uma safira, e sentado no trono alguém semelhante a um homem (Ez 1.26; 10.1);  e o tatalar das asas dos querubins fazia um estrondo semelhante ao tropel de um exército e como o som de muitas águas (Ez 1.24). No meio destas visões o Espírito de Deus entrou em Ezequiel e o Senhor lhe falou enviando-o como profeta à casa de Israel (Ez 2.1-7).

    O aspecto deles é como o de carvão em brasa, semelhante a tochas, e ziguezagueavam como relâmpagos, como também saiam relâmpagos entre eles (Ez 1.13,14).

    Os querubins com as rodas formavam uma carruagem sobrenatural para o trono de Deus, que era carregado pelos seres viventes.

    A aparição deles a Ezequiel tinha a ver com os juízos que seriam ainda despejados sobre Judá, especialmente com a destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C., portanto cerca de sete anos depois da visão dada ao profeta. Este juízo está descrito no Novo Comentário da Bíblia, da seguinte forma: "O incêndio de Jerusalém (Ez 10.1-22): O trono (v 1) estava vazio (cfr 9.3), os querubins aguardavam Jeová para alçar vôo e partir.

    O destruidor da cidade era o homem vestido de linho (v 2), que anteriormente havia feito uma marca nos fiéis, separando-os para a preservação; todos os sete anjos. Dessa forma, eram ministros vingativos, como em Apo 8.1-11.15.

    A santidade exige sempre o que é correto em nosso comportamento. As pernas dos querubins eram direitas (Ez 1.7). Não se viravam em seu movimento, sempre indo para a frente, indo para onde o espírito havia de ir (Ez 1.9,12). Quem lança mão do arado não deve olhar para trás. Não deve servir a Deus com o olhar voltado para o mundo, para a vida que tinha antes da conversão. E deve estar sob governo do seu espírito e não da sua alma, tal como os querubins.

    A santidade é progresso contínuo.

    É uma caminhada em busca da perfeição divina, fazendo o que agrada a Deus. Se o crente pára em sua caminhada, ele começa a cair.

    A carne o vencerá porque a antiga natureza sobrepujará a nova, recebida na regeneração. As rodas e os querubins sempre se movimentavam para a frente, nem para trás, nem para a direita, nem para a esquerda. O caminho é Cristo. É estreito e reto. É neste caminho que o crente deve andar, e é nisto que consiste a sua santificação.

    "1 Ora aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.

    2 No quinto dia do mês, já no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim,

    3 veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar; e ali esteve sobre ele a mão do Senhor.

    4 Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com um fogo que emitia de contínuo labaredas, e um resplendor ao redor dela; e do meio do fogo saía uma coisa como o brilho de âmbar.

    5 E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem;

    6 cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas.

    7 E as suas pernas eram retas; e as plantas dos seus pés como a planta do pé dum bezerro; e luziam como o brilho de bronze polido.

    8 E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e todos quatro tinham seus rostos e suas asas assim:

    9 Uniam-se as suas asas uma à outra; eles não se viravam quando andavam; cada qual andava para adiante de si;

    10 e a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e à mão direita todos os quatro tinham o rosto de leão, e à mão esquerda todos os quatro tinham o rosto de boi; e também tinham todos os quatro o rosto de águia;

    11 assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas em cima; cada qual tinha duas asas que tocavam às de outro; e duas cobriam os corpos deles.

    12 E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando andavam.

    13 No meio dos seres viventes havia uma coisa semelhante a ardentes brasas de fogo, ou a tochas que se moviam por entre os seres viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos.

    14 E os seres viventes corriam, saindo e voltando à semelhança dum raio.

    15 Ora, eu olhei para os seres viventes, e vi rodas sobre a terra junto aos seres viventes, uma para cada um dos seus quatro rostos.

    16 O aspecto das rodas, e a obra delas, era como o brilho de crisólita; e as quatro tinham uma mesma semelhança; e era o seu aspecto, e a sua obra, como se estivera uma roda no meio de outra roda.

    17 Andando elas, iam em qualquer das quatro direções sem se virarem quando andavam.

    18 Estas rodas eram altas e formidáveis; e as quatro tinham as suas cambotas cheias de olhos ao redor.

    19 E quando andavam os seres viventes, andavam as rodas ao lado deles; e quando os seres viventes se elevavam da terra, elevavam-se também as rodas.

    20 Para onde o espírito queria ir, iam eles, mesmo para onde o espírito tinha de ir; e as rodas se elevavam ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas.

    21 Quando aqueles andavam, andavam estas; e quando aqueles paravam, paravam estas; e quando aqueles se elevavam da terra, elevavam-se também as rodas ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas.

    22 E por cima das cabeças dos seres viventes havia uma semelhança de firmamento, como o brilho de cristal terrível, estendido por cima, sobre a sua cabeça.

    23 E debaixo do firmamento estavam as suas asas direitas, uma em direção à outra; cada um tinha duas que lhe cobriam o corpo dum lado, e cada um tinha outras duas que o cobriam doutro lado.

    24 E quando eles andavam, eu ouvia o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, o ruído de tumulto como o ruído dum exército; e, parando eles, abaixavam as suas asas.

    25 E ouvia-se uma voz por cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças; parando eles, abaixavam as suas asas.

    26 E sobre o firmamento, que estava por cima das suas cabeças, havia uma semelhança de trono, como a aparência duma safira; e sobre a semelhança do trono havia como que a semelhança dum homem, no alto, sobre ele.

    27 E vi como o brilho de âmbar, como o aspecto do fogo pelo interior dele ao redor desde a semelhança dos seus lombos, e daí para cima; e, desde a semelhança dos seus lombos, e daí para baixo, vi como a semelhança de fogo, e havia um resplendor ao redor dele.

    28 Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí com o rosto em terra, e ouvi uma voz de quem falava." (Ezequiel 1)

    Ezequiel 2

    Como Ezequiel ficou prostrado com a glória da visão que tivera, o Senhor lhe ordenou que ficasse de pé para que pudesse lhe falar, e ao ter ouvido tal ordem, o Espírito Santo entrou nele e o fortaleceu e o colocou de pé, e então pôde ouvir e entender o que Deus lhe falava.

    O Senhor disse que lhe estava enviando aos filhos de Israel, às duas casas (Israel e Judá) que Ele chamou de nações rebeldes, porque estavam transgredindo contra Ele, tal como haviam feito os seus antepassados.

    Seria a um povo endurecido e obstinado de coração que Ezequiel teria que profetizar, mas atendessem ou não às palavras que o Senhor lhe daria para serem pregadas a eles, saberiam que houve um profeta entre eles, porque o Senhor mesmo seria com Ezequiel e falaria através dele, de modo que não deveria temê-los, ainda que fossem para ele como espinhos e escorpiões, por causa da sua rebeldia.

    Ezequiel deveria ser diferente deles, porque importava que fosse sensível e receptivo ao Senhor, à Sua vontade e Palavra, para que pudesse se comunicar com Ele, e assim cumprir o ministério para o qual estava sendo designado.

    Então, o que deveria falar lhe foi mostrado como um rolo escrito por dentro e por fora, o qual lhe foi ordenado que o comesse, e o livro continha lamentações, suspiros e ais, porque consistia em  repreensões e visões de Deus relativas aos pecados de Israel, e o próprio profeta lamentaria, suspiraria e se afligiria diante de tais repreensões e visões, porque este era o mesmo sentimento de Deus diante das transgressões do Seu povo.

    "1 E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.

    2 Então, quando ele falava comigo entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé, e ouvi aquele que me falava.

    3 E disse-me ele: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais têm transgredido contra mim até o dia de hoje.

    4 E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração. Eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus.

    5 E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta.

    6 E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que estejam contigo sarças e espinhos, e tu habites entre escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com os seus semblantes, ainda que são casa rebelde.

    7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.

    8 Mas tu, ó filho do homem, ouve o que te digo; não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a tua boca, e come o que eu te dou.

    9 E quando olhei, eis que tua mão se estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de livro.

    10 E abriu-o diante de mim; e o rolo estava escrito por dentro e por fora; e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros e ais." (Ezequiel 2)

    Ezequiel 3

    Talvez não haja capítulo que tenha servido à formulação de uma falsa doutrina sobre justificação na própria Igreja de Cristo, do que este, em conjunto com o que se afirma no capítulo 18, por causa da sua incorreta interpretação.

    Antes de tudo, devemos ter em perspectiva permanentemente no estudo destas passagens, que Ezequiel fora enviado aos israelitas e a nenhum outro povo, conforme o próprio Deus afirma neste texto (v. 5 e 6).

    Tão endurecidos eles estavam no pecado, especialmente de idolatria, que foram conduzidos ao cativeiro. Este endurecimento aqui referido pelo Senhor no livro de Ezequiel, pode ser visto em todos os seus detalhes e nuances no livro do profeta Jeremias.

    Então o próprio Ezequiel fora feito enrijecido (não quanto ao pecado, mas quanto à coragem e firmeza) pelo Senhor, para poder suportar a dureza dos israelitas, a qual ele teria que enfrentar.

    Assim, os ímpios que deveriam ser admoestados pelo profeta, seriam os próprios israelitas, o próprio povo de Deus na Antiga Aliança, que apesar de estarem aliançados com Ele, em decorrência daquela aliança que foi feita com todos os descendentes de Jacó, a grande maioria deles não tinha o Seu temor e não O conhecia, apesar de ter se revelado a eles, e lhes escolhido, dentre todas as nações da terra, para ser o Seu povo particular.

    Justamente eles haviam se endurecido totalmente contra Ele, aos quais se encontrava aliançado, tanto que o Senhor afirma que caso tivesse enviado Ezequiel a qualquer outra nação da terra, ele seria ouvido por eles, mas Israel se recusaria a ouvi-lo (v. 6).

    Ezequiel não falaria por si mesmo, e nem mecanicamente sendo um mero repetidor de palavras que Deus lhe dissesse, mas o faria pelo testemunho do Espírito Santo que o tomara (v. 12 e 14), tendo as suas entranhas cheias da Palavra de Deus (v. 1 a 3), o efeito disso foi que ele pôde experimentar, conduzido pelo Espírito, e cheio da Palavra de Deus, a amargura e a indignação de Deus contra o pecado do Seu povo, em seu próprio espírito. E Ezequiel se sentiu inteiramente tomado pelo poder de Deus (v. 14).

    Logo, o que será dito por Deus adiante, depois de ter dado tal experiência ao profeta, não seriam conceitos teológicos sobre o modo da salvação da alma, especialmente do modo da justificação dos ímpios, mas um toque de trombeta poderoso nos ouvidos rebeldes da própria nação judaica que estava no cativeiro, para que nenhum deles viesse a ser destruído pelo juízo do Senhor, mesmo já se encontrando debaixo de um juízo que viera da Sua parte, de terem que viver numa terra estranha por setenta anos.

    Aqueles que dessem ouvidos a Ezequiel preparariam um bom caminho diante do Senhor para o retorno de Babilônia, quando fossem libertados por Ciro, mas os que se endurecessem e permanecessem na prática da idolatria, receberiam os juízos descritos neste livro, em continuação a tudo que lhes havia sido sucedido, e conforme fora profetizado especialmente por Jeremias, com morte pela espada, pela peste e pela fome.

    Assim, Ezequiel foi conduzido pelo Espírito a viver no meio do povo que estava cativo, na região em que eles estavam morando junto ao rio Quebar, e ainda se encontrava pasmado no meio deles por causa das revelações que lhe haviam sido feitas (v. 15) e pela dureza da missão que ele teria que cumprir junto a eles.

    Passados os sete dias de pasmo, o Senhor tornou a falar a Ezequiel dizendo que lhe havia constituído por atalaia (vigia, sentinela) sobre os judeus, e como sentinela de Deus, seu dever seria alertá-los sobre tudo o que lhe dissesse, especialmente, quanto aos perigos que estavam correndo, por permanecerem na prática da impiedade.

    Então Ezequiel seria posto no ofício profético para o próprio bem deles, assim como a sentinela que guarda a cidade para avisá-la do perigo da destruição que se aproxima, de maneira que seus habitantes possam se defender a tempo.

    Deus estava em guerra com os ímpios do Seu povo, mas lhes deu um sentinela para avisá-los, antes de submetê-los a um juízo de destruição (v. 17).

    Então, para o cumprimento fiel da sua missão, Deus impôs a Ezequiel o jugo da responsabilidade de não deixar de avisar a todos os ímpios de Israel sobre a condição deles perante Ele, sob pena, de o Senhor demandar das próprias mãos do profeta, a destruição de morte que traria sobre tais rebeldes que não fossem avisados por Ezequiel.

    Eles deveriam morrer pelos juízos do Senhor, mas era da vontade do Senhor que lhes fosse dada antes a oportunidade para se arrependerem, de modo que desviaria tal juízo daqueles que se arrependessem.

    O mesmo sucede com o

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