Mensagens Curtas 6
De Silvio Dutra
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Mensagens Curtas 6 - Silvio Dutra
Falando no Espírito a um Filho Amado
Deus é a fortaleza das nossas vidas.
Devemos sempre crescer na graça e no conhecimento de Jesus para que nossas vidas estejam inteiramente absorvidas nele e somente nele.
Deus nos criou para aumentar a Sua própria glória. Por isso devemos viver para Ele, porque somente pode ter satisfação em nós quando cumprimos este propósito para o qual fomos criados. Principalmente o de conhecer e viver o fruto do Espírito Santo, por meio da fé, e somente da fé, que deve ser exercitada continuamente pela oração e prática da Palavra.
Pena que tão poucos entendem e vivem a linguagem e a realidade das coisas espirituais e celestiais. Por isso louvo ao Senhor por tua vida, que podes compreendê-las bem. E esta é toda a alegria dele e nossa, porque nos sentimos muito solitários pela falta de alguém com quem possamos ter plena comunhão no Espírito.
Temos aprendido, pelo poder da graça, a nos gloriarmos nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas ofensas sofridas, nas ingratidões, enfim, em tudo o que antes nos oprimia, agora nos leva a exultar no poder do Senhor Jesus, que nos dá paz, alegria e longanimidade em meio a tudo isto.
E o poder do Espírito Santo se aperfeiçoa na nossa fraqueza quando nos dispomos a perdoar a todos e a dilatar o nosso coração para viver na mesma humildade que habitou e habita no Senhor Jesus.
Ele é o Criador, o Todo Poderoso, o Senhor de tudo e de todos, e ainda assim não se envergonha de nos chamar de irmãos. E tudo tem suportado de nós e por amor de nós, para nos aperfeiçoar à sua própria imagem, para aquele grande dia que se aproxima no qual seremos juntamente arrebatados com palmas nas mãos, com vestes brancas, cantando o novo cântico de Moisés e do Cordeiro.
A quem compararemos o Senhor? Para o qual vivemos ou morremos? Não importa o quanto sofremos aqui neste mundo. Tudo será contado para o nosso galardão, em ter suportado com paciência, no poder do Espírito Santo, toda sorte de tribulações, nas quais nos gloriamos, porque é por elas que temos sido transformados, e aprendido a paciência, a perseverança e a experiência, que não confunde, porque sabemos que toda a nossa esperança está no Senhor Jesus, no qual vivemos e viveremos para sempre pelo poder sustentador da Sua própria vida divina.
Ele é a Videira Verdadeira, a Árvore da Vida, o Príncipe da paz, o Deus Forte, o Pai da Eternidade, o Senhor de todos os senhores da terra e do céu, o Rei dos reis cujo reino é para sempre e de justiça e amor perfeitos.
Fica na paz do Senhor, meu filho amado!
Morreu... Acabou?
Se assim fora, no caso de seres morais, que têm plena consciência do valor do que é certo e do que é errado, e principalmente da sua existência, não haveria qualquer razão para temer um possível juízo futuro da parte de Deus.
Qual vantagem teria o que faz o bem sobre aquele que vive para praticar o mal?
Afinal, as vicissitudes da vida não atingem tanto a um quanto o outro?
Todavia, a nossa própria constituição moral e o tribunal instalado por Deus na nossa consciência, são os indicadores de um acerto de contas final, no qual haverá um julgamento de caráter eterno para recompensar os que praticam o bem com galardões e a vida eterna, e os que praticam o mal com castigos e uma condenação também eternos.
Concluímos então que não haveria qualquer sentido em sermos o que somos (seres morais) caso houvesse uma aniquilação total da nossa existência depois da morte física.
O espírito prossegue eternamente e comparecerá perante Deus para que suas obras sejam julgadas pela justiça perfeita divina.
Se não houvesse um juízo final de um Juiz perfeito, poderíamos dizer que isto configuraria a maior injustiça do universo, porque mesmo em nós, que somos imperfeitos, há uma clamor para que haja justiça tanto para recompensar o bem, quanto para punir o mal.
Por isso o próprio Deus puniu o pecado com um castigo de valor eterno e infinito, para que pudéssemos ser perdoados e satisfazer à demanda da justiça divina, quando Ele levou o seu próprio filho amado, Jesus Cristo, à cruz, para morrer no nosso lugar.
Verdades Ocultas na Parábola do Filho Pródigo
A Parábola do Filho Pródigo é realmente uma bela e profunda parábola, mas Jesus não a apresentou para ser uma espécie de resumo do que seja a vida cristã, mas para ilustrar uma parte do que significa esta vida.
Por exemplo: ela não faz qualquer alusão à expiação do pecado pelo sangue de Cristo, mas sabemos que foi esta expiação que possibilitou que o pai, que representa Deus na parábola, corresse para o filho e pudesse perdoá-lo e recebê-lo para estar reconciliado com ele, apesar de toda a sua dívida de faltas e pecados cometidos contra o seu pai.
Fazer portanto, desta parábola um resumo de todo o cristianismo é incorrer em grande erro, porque o amor de Deus pelos pecadores perdidos não se fundamenta em mero sentimento ou emoção.
Seu amor se funda na eleição incondicional na qual não conta qualquer mérito da nossa parte.
O pai não recebeu o filho pelo fato de reconhecer que havia algo de valor no rapaz, ou então porque houvesse da sua parte bons atos praticados no passado que deveriam ser recompensados com o seu acolhimento.
Ele fora filho no coração do pai antes mesmo de ter sido criado, mas importava que esta filiação se confirmasse pelo arrependimento e busca do pai para compartilhar da sua intimidade.
Isto a parábola revela, ainda que não de modo direto.
Esta verdade está ali nela contida, sublinhada com a declaração do pai de que o pródigo se achava morto e perdido, antes de retornar ao lar.
E o que permitiu o seu acolhimento foi o arrependimento e fé na bondade e misericórdia do seu pai.
Outro ponto essencial do cristianismo que não é citado nesta parábola é a ação do Espírito Santo na nossa conversão e transformação, e o esforço empreendido por Deus na sua busca incansável dos perdidos.
Por isso, temos nas duas outras parábolas que nosso Senhor apresentou na mesma ocasião (Ovelha Perdida e Dracma Perdida), o esforço anteriormente citado.
Sem o todo da revelação que temos em outras partes das Escrituras, e caso nosso Senhor tivesse contado a Parábola do Filho Pródigo para ser um resumo do cristianismo, o que não é o caso, nós poderíamos afirmar que se alguém está afastado de Deus, por sua própria iniciativa, como foi o caso do pródigo, então estaríamos autorizados a não fazer qualquer esforço com nossas orações intercessórias, e outros meios, para trazer o perdido de volta à vida.
Todavia, sabemos claramente que não temos nenhuma autorização das Escrituras para adotarmos este tipo de comportamento.
Por isso o propósito da parábola é exatamente o de demonstrar que há grande alegria no céu pela conversão dos pecadores, e que Deus está plenamente disposto a receber todos os perdidos que vierem a Ele em busca de reconciliação.
A parábola tem este grande objetivo de incentivar os pecadores a buscarem refúgio em Deus, com plena confiança de que não serão rejeitados.
Nosso Senhor havia afirmado em outra ocasião que não rejeitaria a qualquer pessoa que viesse a Ele em busca de salvação, e que jamais a lançaria fora.
Nada e ninguém poderá impedir que o pai receba o filho no lar celestial, nem mesmo os que tentarem impedi-lo sob a alegação de estarem servindo a Deus fielmente, como se destaca na parábola no procedimento do irmão mais velho do pródigo.
Um pecador pode ser muito vil para toda e qualquer outra coisa, mas ele não pode ser muito vil para a salvação.
Estas verdades podem ser vistas de modo muito claro na Parábola do Filho Pródigo.
Consciência Aperfeiçoada pela Liberdade
Sem o devido conhecimento da justificação e da consequente liberdade cristã que dela decorre, não é possível ter uma boa consciência que não somente não nos acuse mais, e que também não hesite quanto às coisas que devem ser feitas sem hesitação e com constância, pela plena certeza de que somos aprovados por Deus, na liberdade que temos em Cristo Jesus.
É portanto crucial conhecer o que significa esta liberdade para que possamos adquirir a citada consciência por meio da educação recebida da graça.
Antes de tudo é necessário saber que há uma grande diferença entre justiça legal e justiça evangélica.
A justificação que recebemos em Cristo não é de caráter segundo a lei, mas segundo o perdão e misericórdia do evangelho.
Os cristãos devem observar a lei, mas não é dela que obtêm a sua liberdade, mas por simplesmente olharem para Cristo.
Porque o assunto em questão, quanto à liberdade que alcançamos pela fé, não é como podemos ser justos, mas como, embora indignos e injustos, podemos ser considerados justos.
Para o cristão a lei serve apenas para lembrá-lo do seu dever de ser santo e puro diante de Deus e dos homens.
Mas isso não lhe virá pelo mero esforço em cumprir os mandamentos, mas em andar com constância no Espírito Santo, em submissão ao poder da graça operante em seu coração.
A lei exige total perfeição e condena qualquer imperfeição, mas a graça nos liberta porque se baseia na promessa de Deus, na dispensação do evangelho, de nos perdoar e ser misericordioso para com todos os nossos pecados e iniquidades.
Não por nos dar licença para vivermos em pecado, mas por compreender que não há quem não peque, enquanto estiver neste