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Josué
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E-book205 páginas12 horas

Josué

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Sobre este e-book

Este é o nosso comentário sobre o livro de Josué. Caso lêssemos a Bíblia a partir do livro de Josué, desconsiderando tudo o que está escrito nos cinco livros que o precedem, poderíamos pensar que todas as ações que se desenrolarão com os israelitas sob Josué, e a maneira como ele foi extraordinariamente capacitado por Deus para a tarefa que realizou, se deram exclusivamente em razão das promessas feitas a ele e também pelo motivo da sua determinação em obter bênçãos de Deus, para si, e para todo o povo de Israel. Não podemos esquecer que Abraão, Moisés e Josué, dentre outros, foram os personagens escolhidos pelo Senhor, para levar a cabo o plano de redenção da humanidade, que Ele estabeleceu antes mesmo da criação de todas as coisas, e que passaria antes pela formação de uma nação (Israel), através da qual Ele se revelaria ao mundo. Eles estavam debaixo do cumprimento de uma diretriz que o Senhor traçou nos Seus conselhos eternos. Os israelitas deveriam conquistar e tomar posse de Canaã com Josué, porque isto fora determinado pelo Senhor, e revelado e prometido a Abraão, cerca de seiscentos anos antes dos dias de Josué.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de nov. de 2015
Josué

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    Josué - Silvio Dutra

    Josué 1

    Caso lêssemos a Bíblia a partir do livro de Josué, desconsiderando tudo o que está escrito nos cinco livros que o precedem, poderíamos pensar que todas as ações que se desenrolarão com os israelitas sob Josué, e a maneira como ele foi extraordinariamente capacitado por Deus para a tarefa que realizou, se deram exclusivamente em razão das promessas feitas a ele e também pelo motivo da sua determinação em obter bênçãos de Deus, para si, e para todo o povo de Israel.

    Não podemos esquecer que Abraão, Moisés e Josué, dentre outros, foram os personagens escolhidos pelo Senhor, para levar a cabo o plano de redenção da humanidade, que ele estabeleceu antes mesmo da criação de todas as coisas, e que passaria antes pela formação de uma nação (Israel), através da qual ele se revelaria ao mundo.

    Eles não eram, portanto, homens tentando fazer prevalecer a própria vontade e ministérios diante de Deus.

    Não estavam agindo por conta própria e de acordo com os seus próprios planos.

    Eles estavam debaixo do cumprimento de uma diretriz que o Senhor traçou nos seus conselhos eternos.

    Os israelitas deveriam conquistar e tomar posse de Canaã com Josué, porque isto fora determinado pelo Senhor, e revelado e prometido a Abraão, cerca de seiscentos anos antes dos dias de Josué.

    Assim, este livro não começa com a história da vida de Josué (há muitas passagens que se referem a ele no Pentateuco), mas com o seu governo, dando seguimento ao cumprimento do desígnio de Deus, que havia começado desde os patriarcas.

    Por isso se destaca logo no primeiro versículo do livro, que Moisés era servo do Senhor, e que Josué era servidor de Moisés; indicando que Josué deveria dar sequência ao que Deus havia começado com Moisés, e indica-se também que tudo o que Moisés havia feito, foi realizado pelo mandado e pela vontade de Deus.

    Embora as palavras usadas neste primeiro versículo, para indicarem a condição de serviço de Moisés a Deus, e de Josué a Moisés, serem de raízes diferentes no hebraico (ebed, servo, para Moisés, em relação a Deus, e sharath, servidor, para Josué, em relação a Moisés) ambas indicam a condição de estar a serviço de alguém.

    De igual modo, os verdadeiros ministros do evangelho, que têm sido chamados por Deus para o ministério, não estão fazendo uma obra que é propriamente deles, mas estão cumprindo algo que ele havia determinado fazer antes dos tempos eternos.

    Eles foram chamados para cumprirem o ministério que o Senhor designou para cada um deles, antes mesmo que lhes tivesse formado no ventre, tal como se deu com Jeremias, com Paulo, João Batista, e todos os que são chamados para serem os guias do rebanho do Senhor, em sua caminhada rumo à Canaã celestial.

    Um ministro autêntico deve ter sido, portanto, chamado a partir do céu. Ninguém que tenha sido feito líder pela mera vontade dos homens estará fazendo de fato o que se pode chamar de a obra de Deus, porque os que a conduzem devem ter sido chamados, obrigatoriamente, do alto, e cumprirem fielmente as ordens do grande General ao qual estão servindo.

    Ora, ninguém toma para si esta honra, senão quando é chamado por Deus, como o foi Arão. (Hb 5.4).

    E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, (Ef 4.11).

    Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. (At 20.28).

    A propósito, cabe destacar que em razão da natureza terrena, sujeita ao pecado, e especialmente ao do orgulho, tem-se perdido de vista o verdadeiro significado da chamada ao ministério, que não é para dominar, senão para servir.

    O próprio Senhor Jesus Cristo deu o exemplo máximo de serviço a Deus e aos homens, tendo tomado a forma de um servo. E ele se colocou também debaixo da Lei de Moisés e a cumpriu como um servo completamente obediente a Deus.

    Foi por conhecer perfeitamente esta realidade relativa ao Senhor e à sua Igreja, que o apóstolo Pedro disse o seguinte aos presbíteros da Igreja: Aos anciãos, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou ancião com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho. (I Pe 5.1-3).

    Assim, quando Deus falou com Josué para lhe dar instruções e palavras de encorajamento, para cumprir a missão de ser sucessor de Moisés, da qual havia sido encarregado antes mesmo da sua morte, Ele chamou Moisés de meu servo (v. 2), indicando assim a Josué que ele também estaria a seu serviço, tanto quanto estivera Moisés.

    Haveria uma tarefa grandiosa a ser cumprida, e Josué deveria se cuidar, e guardar-se principalmente do espírito de exaltação, permanecendo todo o tempo em humildade diante do Senhor, para poder conhecer e cumprir a sua vontade.

    Esta é uma tentação à qual estão sujeitos todos os que estão investidos de posição de autoridade, seja em seus próprios lares como cabeças de família, seja na Igreja, como oficiais e obreiros; pois não podemos esquecer o exemplo que nos foi deixado por Jesus e pelos apóstolos, e tudo quanto o Senhor nos tem ordenado em sua Palavra, acerca deste assunto.

    Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos. (Mt 20.25-28).

    Este ensino de Jesus foi ensejado pelo pedido equivocado da mãe de Tiago e de João, que desejava que seus filhos ocupassem uma posição de mando e de destaque em relação aos demais apóstolos.

    O Senhor ensinou que há uma posição de autoridade em seu corpo que é determinada previamente por Deus Pai, mas que esta posição não é de dominação, mas de serviço em amor e humildade àqueles sobre os quais Deus nos tenha constituído como ministros.

    A propósito, a palavra para ministério, no original grego, na maior parte de suas ocorrências, vem de diakonia, que significa serviço (At 1.17; Rm 11.13; II Cor 6.3 etc). Assim, até mesmo o ministério de governo da Igreja, é um ministério de liderança com o caráter de serviço debaixo do governo de Deus, a quem todos os ministros terão que prestar contas da sua fidelidade.

    Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. (Hb 13.17)

    Josué foi dado por Deus como guia do povo de Israel, no lugar de Moisés, e os israelitas deveriam obedecê-lo em tudo, porque lhes estaria servindo, para fazerem não a sua própria vontade pessoal, mas a de Deus, a quem ele estava servindo, e a quem ele prestaria contas de todos os seus atos.

    É exatamente a colocação destas verdades da parte do Senhor a Josué que nós encontramos neste primeiro capítulo até o nono versículo.

    No final do livro de Deuteronômio nós vimos que o povo se encontrava acampado nas campinas de Moabe, na Transjordânia, e que Moisés morreu no monte Nebo, que ficava situado naquela região.

    E agora, talvez logo depois do luto de trinta dias que os israelitas guardaram pela sua morte, é ordenado pelo Senhor a Josué que atravessasse o rio Jordão (v. 2), e esta ordem, em si mesma, era um desafio à fé de Josué, porque não havia como atravessar o Jordão, pelo menos não naquela época, conforme se descreve em Js 3.15, quando eles atravessaram o rio: e quando os que levavam a arca chegaram ao Jordão, e os seus pés mergulharam na beira das águas (porque o Jordão transbordava todas as suas ribanceiras durante todos os dias da sega),.

    Não restava pois a Josué a alternativa de crer que Deus proveria para eles um modo de atravessar o rio, assim como havia feito nos dias de Moisés, para atravessarem o Mar Vermelho.

    Eles poderiam ter passado para o outro lado do Jordão, contornando o Mar Morto ao Sul, mas teriam que empreender uma grande viagem, e retornando para o local de onde haviam partido.

    Todavia, a ordem de Deus indicava que eles deveriam seguir adiante e vencer, com o seu auxílio, os obstáculos que estavam diante deles, de modo que isto serviria para fortalecer a sua fé no Senhor, especialmente quanto a que estaria com eles nas batalhas que teriam que empreender em Canaã.

    Nos versos 2 e 3 Deus fala a Josué da terra que deu aos filhos de Israel, e que lhes daria todo lugar que pisasse a planta dos pés deles.

    Deus dá porque é a ele que pertencem todas as coisas.

    Deus dá bens, saúde, alegria, paz, enfim, todas as coisas boas, sejam elas materiais ou espirituais.

    Ninguém entraria na posse de cousa alguma se não lhe fosse concedida ou permitida a posse por Deus.

    É neste sentido que ele disse ao primeiro casal que lhes estava dando o governo sobre todos os seres da terra que ele havia criado.

    É muito fácil esquecermos que até mesmo o ar que respiramos nos foi dado por Deus, assim como a capacidade de respiração, e deveríamos ser-lhes gratos por isto e por tudo o mais.

    Os males que deixamos de receber porque ele nos concedeu livramento pela sua bondade e misericórdia, deveria ser motivo para uma permanente gratidão e adoração.

    O homem racionalista excluiu Deus daquilo que chama de mundo material e natural, na criação, como que se Deus não se ocupasse em cuidar e governar tudo aquilo que criou.

    Muitos destes vêm a se converter depois, e por isso o Senhor se ri do endurecimento deles, não por forma de escarnecimento, mas de compaixão por sua cegueira, endurecimento e ignorância, que perdurariam caso não tivesse misericórdia de se lhes revelar, pelo Espírito.

    Até mesmo sobre os pássaros do céu ele mantém permanente vigilância, não permitindo que nenhum deles caia sem a sua permissão.

    Até os cabelos das nossas cabeças estão contados, e Jesus disse isto para revelar o cuidado minucioso que Deus tem relativamente à sua criação.

    A posse de Canaã foi dada aos israelitas por promessa de Deus aos patriarcas, e assim, ele mesmo se empenharia em lhes dar o que havia prometido (v.2 a 6).

    É um grande erro tomar as promessas feitas nestes versículos a Josué como sendo aplicáveis particularmente a ele.

    Muito se tem pregado sobre estes versículos do primeiro capítulo de Josué como exemplo de uma vida particular bem-sucedida.

    As pessoas são encorajadas a serem como Josué, simplesmente para obterem as mesmas bênçãos que ele recebeu, como por exemplo: Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo dei, como eu disse a Moisés. (v.3).

    Veja que aqui a promessa seria cumprida conforme foi dito a Moisés, isto é, a posse da terra de Canaã, nos limites que foram determinados por Deus, e que estão descritos no verso 4.

    Deus não lhes dera o mundo todo.

    Não temos, portanto, diante de nós, nenhuma promessa para alguém em particular, ou mesmo grupo de pessoas, que aleguem que pela fé em Deus, todo o lugar em que pisarem, passa a ser do domínio delas.

    Veja que a promessa do verso 3 é específica e se referia à ocupação de Canaã pelos israelitas.

    Aquilo que Deus tiver designado como nossa possessão é nosso de fato, por direito divino, mas veja bem: aquilo que Deus tiver designado, e não aquilo que nós tivermos simplesmente desejado.

    Isto se aplica inclusive a áreas de abrangência ministerial, pois até mesmo para os seus ministros, Deus tem delimitado as áreas de atuação dos respectivos ministérios.

    Paulo tinha um pleno conhecimento desta verdade e faz referência a ela em suas epístolas, como vemos por exemplo em Rm 15.20: deste modo esforçando-me por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;.

    Ainda, quando Deus está falando com Josué, quanto às promessas  e encorajamentos que lhe fizera, nos versos 5 a 9, o que estava em vista não era, primariamente, o sucesso pessoal de Josué na vida, senão o que seria necessário para que fosse cumprida a sua vontade em relação ao que havia determinado fazer em Israel.

    Consequentemente, ninguém poderia resistir a Josué todos os dias da sua vida (v. 5a), porque o Senhor confirmaria a sua liderança, não somente entre os opositores que se levantassem dentre os próprios israelitas, como venceria através dele todas as nações inimigas em Canaã.

    Deus prometeu que nunca lhe deixaria e desampararia, tal como agira em relação a Moisés (v. 5b). E não podemos olhar para esta promessa fora do seu contexto de aplicação, porque isto seria uma condição necessária para que Josué pudesse cumprir a missão gigantesca da qual estava sendo incumbido por Deus.

    A parte dele seria, portanto, esforçar-se e ter bom ânimo em meio a todas as grandes dificuldades com que se depararia, porque o propósito de Deus não poderia ser frustrado de modo algum.

    Josué e todo o povo de Israel veriam a poderosa mão de Deus lutando a seu favor e realizando milagres tremendos para que pudessem entrar na posse da terra prometida, mas teriam que permanecer debaixo das ordens do Senhor, especialmente observando e cumprindo os seus mandamentos, que lhes havia dado através de Moisés (v. 6, 7, 9).

    Daí ter sido ordenado a Josué que não deixasse de ensinar a Lei ao povo, e nem de meditar no livro da Lei dia e noite, para que tivesse o cuidado diligente de dirigir os israelitas seguindo estritamente tudo o que era ordenado a Israel na Palavra de Deus dada a Moisés.

    Então, não seria apenas Josué que seria bem-sucedido nas suas realizações, mas toda a nação israelita, porque o sucesso de Josué seria medido pelo sucesso de Israel em cumprir o que foi ordenado pelo Senhor.

    Portanto, a promessa de ser bem-sucedido por onde quer que andasse (v. 7b), porque Deus seria com ele em sua caminhada (v. 9), era uma promessa cujo cumprimento estava associado à obediência da nação aos seus mandamentos, e ela se dirigia particularmente às muitas jornadas e campanhas de guerra que os israelitas teriam em Canaã, até conquistarem a terra por completo.

    Precisamos da presença de Deus não somente quando estamos começando o nosso trabalho, mas também quando este está progredindo, para ter uma ajuda ininterrupta.

    Muitos fracassam no ministério porque buscaram a ajuda de Deus somente para ingressarem nele, e não fizeram como Paulo, que sempre pedia oração à Igreja, e orava muito, para que nunca ficasse privado da presença poderosa e abençoadora do Senhor, que faz a sua obra através dos seus ministros.

    Se Deus é por nós, quem será contra nós? Se ele vai conosco, quem poderá nos resistir? Se a obra que fazemos não

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