Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Gosto por Aprender e Ensinar
O Gosto por Aprender e Ensinar
O Gosto por Aprender e Ensinar
E-book266 páginas3 horas

O Gosto por Aprender e Ensinar

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

O gosto por aprender e ensinar surgiu das escolhas feitas durante a trajetória na vida acadêmica. É resultado das leituras, cursos, treinamentos, técnicas e práticas diárias. É a busca de conhecimento capaz de promover autoconhecimento e autodesenvolvimento, transformando-os em educação consciente e integral. Estudar é prazer, realização profissional e propósito.
Cada um sabe o que passa dentro. O universo interior é imenso. Quando os olhos permitirem perceber as cores do dia, é possível identificar o movimento de perto e de longe. Os espaços interagem e se complementam. Nada está vazio. O céu dá a noção de infinitude. O que vem da alma, é para sentir, deixar fluir e na quietude do ser entrar no movimento.
O movimento da obra está em conexão com a geografia, com a cultura, com as novas tecnologias, com as juventudes e com a sensação de estar contribuindo com o outro. As relações interpessoais são intensificadas no campo da educação, em todos os níveis, desenvolvendo talentos e qualidades - criatividade, comunicação, sensibilidade, intuição, amorosidade - intencionando contribuir para melhorar a vida de muitas outras pessoas.
Quando se ensina educação a uma criança ela se transforma e consegue ajudar a melhorar a vida de todos que encontrar pelo caminho.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de ago. de 2022
ISBN9786525013442
O Gosto por Aprender e Ensinar

Relacionado a O Gosto por Aprender e Ensinar

Ebooks relacionados

Métodos e Materiais de Ensino para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de O Gosto por Aprender e Ensinar

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Gosto por Aprender e Ensinar - Raquel Marmentini

    Raquel.jpgimagem1imagem2

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Ao meu pai, Antonio (in memoriam), e à minha mãe, Angelina, por tanto amor, atenção e cuidados a mim dispensados.

    AGRADECIMENTOS

    Quando penso em gratidão, percebo quão grandioso é o significado. Tempos atrás, quando tentava passar adiante o sentido de ser grata, encontrei alguns sentimentos contrários e desconexos.

    Gratidão às pedras colocadas no caminho, e pelos momentos de dificuldades por não compreender o porquê de elas estarem ali. É que o topo da vida exige dedicação, determinação, força e coragem para superar percalços.

    Nesse sentido, agradeço por todos os obstáculos em minha trajetória.

    Assim como na Geografia, podemos nos perceber nas formas de relevo. Em algumas, podemos nos movimentar com tranquilidade, são terrenos baixos e planos, já em outros, altos e cheios de curvas, o movimento pede cautela e criatividade.

    Para apreciar uma paisagem incrível é preciso vislumbrar o topo da montanha. E desejar chegar lá, independentemente da trajetória.

    Por tudo isso, a minha gratidão a cada pedaço de caminho e a todas as pessoas que compartilharam comigo suas vidas.

    Toda a energia do universo está uniformemente presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Não recebemos energia, nós liberamos energia. E o mecanismo de ativação para liberar energia é o desejo. Quando você tem um forte desejo de fazer algo, você sempre terá a energia para fazê-lo.

    (Bob Proctor)

    APRESENTAÇÃO

    Sou professora de Geografia desde 2005. Antes disso trabalhei em outras atividades. Desde o primeiro emprego, como digitadora em uma empresa de processamento de dados, foram várias outras experiências em corretora de valores, banco comercial, empresas de publicidade, de turismo, de confecções, de cosméticos, tanto na parte comercial quanto na administrativa. Sempre buscando aliar o trabalho aos cursos de formação pelos quais passei. Iniciei o curso de Administração de Empresas. Mudei de cidade, mudei de curso. Iniciei outro curso: Turismo e Hotelaria. Consegui aproveitar os estudos do curso anterior.

    Estou revivendo as memórias da década de 1990, período de muitas mudanças na economia do país. Hoje consigo entender melhor esse período e as situações vividas por mim e por tantos outros. Foi uma década que desestabilizou uma grande parte da população brasileira. Muitas empresas, no intuito de reduzir despesas, optaram por demissões em massa. E os que tentaram se tornar pequenos empreendedores levaram a pior quando os bancos cancelaram todas as linhas de crédito. Entre tantos altos e baixos, para aqueles que antes tinham oportunidades de trabalho ao sair de uma empresa, nesse momento, as oportunidades foram se afunilando e a exigência cada vez era maior. Já não havia mais oportunidades para pessoas sem formação superior.

    Foi então que surgiu a decisão de voltar para a universidade e a opção pelo curso de Geografia. Essa decisão aconteceu após um curso técnico de guia de turismo, num encontro apaixonante com um livro didático de Geografia do ensino fundamental. Quando me deparei com todos os conteúdos que a Geografia estaria abordando na escola, fez brilhar o meu olho. Em uma reflexão entre eu mudar de cidade novamente e concluir o curso de Turismo e Hotelaria e o curso de Geografia oferecido na universidade da cidade onde eu residia, optei por permanecer na cidade e cursar Geografia, que nesse período, início dos anos 2000, oferecia uma grade curricular com ênfase em turismo. Fechou. Consegui aproveitar vários componentes curriculares e concluí o curso em menos tempo.

    E deu super certo. Esse tempo que ganhei me deu oportunidade de fazer o concurso para professora da rede pública estadual de Santa Catarina. Passei no concurso e estou na mesma escola ensinando e aprendendo conteúdo da Geografia, da Sociologia, e do universo da educação escolar. Muitos desafios. Muitas alegrias. Muitas realizações. Estou encantada por ser professora de Geografia. Sou uma buscadora curiosa pela ciência. Os estudantes me motivam a seguir nessa busca. O mundo segue sua evolução. Os mapas da antiguidade são desenhos abstratos comparando-os com toda tecnologia atual.

    O movimento de um observador consciente se expande cada vez mais para fora do planeta. Olhar-se de fora, perceber a trajetória cíclica, impulsiona o pensamento para o alto, e novos questionamentos provocam a curiosidade. Professora de Geografia que aprendeu sobre as teorias que explicam o surgimento do planeta Terra, o tempo geológico, o surgimento do homem e o tempo histórico, as relações entre as civilizações, todos estudos e descobertas relatadas pelos cientistas, astrônomos, matemáticos, físicos, filósofos, historiadores, geógrafos..., tudo é muito grandioso. Seguir toda evolução vai além da capacidade racional.

    Diante disso, minha curiosidade também se expande. A Física Quântica está trazendo outras teorias que colocam num degrau abaixo tudo o que já se confirmou sobre o que aprendemos. O questionamento agora é: você já pensou que nosso universo pode ser apenas uma pequena parte de um enorme multiverso? Para mim, que preferia histórias da vida real, essa provocação me leva para a ideia de uma série de ficção científica de gosto duvidoso. Mas não é, não. O livro Ponto de mutação, de Fritjof Capra, foi o primeiro que li sobre essa mudança de paradigma. E na verdade é uma teoria científica que está ganhando cada vez mais força.

    Atualmente, por intermédio da internet tem acesso aos novos físicos teóricos que, baseados na Física Quântica e em outros princípios, como a teoria das cordas, propõem novos olhares para o universo. Eles acham que há vários universos desconectados, chamados de bolhas, os quais formam um todo, denominado de multiverso. Essa situação e a quantidade de energia escura que o nosso universo tem, torna a teoria dos multiversos mais provável. Se a teoria do multiverso for real, essa quantidade de energia não só se torna explicável como é inevitável.

    Ou seja, se a teoria do multiverso prega que o universo em que vive não é o único que existe, e tudo o que existe no planeta Terra está em sincronia, o universo eu pode ser apenas um entre um número infinito de universos que compõe o multiverso eus? Sigo investigando, registrando e os convido a fazer o mesmo. Vamos expandir a consciência? Até imagino que você esteja duvidando da minha lucidez, mas embora a ideia realmente parece algo saído da mais barata ficção científica, há uma física bastante razoável por trás dela.

    PREFÁCIO

    A leitura deste livro da Raquel, assim como a oportunidade de ser coordenador da Especialização em Mídias na Educação, na qual a autora relata muito bem sua participação, foi um presente que recebi na minha formação profissional!

    Em 34 anos de atuação como docente da rede pública, nada foi fácil, nada... e nos tempos atuais, cada vez mais algumas situações exigem que os docentes se reinventem, como o exemplo vivo da própria autora.

    Os exemplos dados com relação ao ensino de Geografia podem ser revisitados em todas as disciplinas da formação geral. Confirmamos isso após a observação das mais de 300 especializações defendidas no programa de formação continuada em Mídias na Educação. O programa (lato sensu) foi uma parceria firmada entre a Secretaria de Educação a Distância – Seed/MEC e Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), por meio da utilização do seu Portal Educacional Eproinfo. Além das formações completas defendidas com sucesso, tiv aproximadamente mil certificações intermediárias que fornec aos docentes das redes públicas do estado de Santa Catarina.

    A inquietação da autora, a sua trajetória profissional, as políticas públicas de formação docente com uma visão aprofundada no estado de Santa Catarina, tudo isso nos é apresentado no Gosto de aprender e ensinar. E assim se apresenta esta obra... um livro de quem realmente atuou e atua para modificar a sala de aula para melhor! Vamos em frente e convido aos leitores para conhecerem uma obra de uma grande educadora catarinense.

    Com carinho,

    Prof. Alexandre Jesus da Silva Machado

    Coordenador da Especialização em Mídias na Educação/FURG-2008/2012

    Professor e atualmente diretor-geral do Campus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS.

    Sumário

    1

    A geografia culturaL no ensino fundamental 19

    1.1 O QUE É CULTURA? 19

    1.2 CULTURA E SOCIEDADE 23

    1.3 A GEOGRAFIA CULTURAL LOCAL NO ENSINO, POR QUÊ? 26

    1.4 UMA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL: O Município de Erechim sob a perspectiva do turismo 36

    1.5 Geografia cultural: município Erechim – ano 2004 48

    2

    MÍDIAS NA EDUCAÇÃO PARA ENSINAR GEOGRAFIA 51

    2.1 O Projeto Do giz ao notebook: A Geografia aliada às mídias – um desafio para o professor do ensino público 53

    2.2 A importância das TIC’S na Escola pública 55

    2.3 A importância de novas tecnologias para o ensino da Geografia. 57

    2.4 A Geografia aliada às mídias 60

    2.5 Novas tecnologias exigem profissionais renovados 61

    2.6 Do Giz ao notebook 63

    2.7 Inserindo novas tecnologias NAs aulas de geografia 67

    3

    mestrado em educação 71

    3.1 DOS Fundamentos teórico-metodológicos da pesquisa 83

    3.1.1 Delimitação do campo do conhecimento 84

    3.1.2 Quadro teórico 87

    3.1.3 Metodologia da pesquisa 105

    3.2 DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR comunitárias catarinenses: contexto histórico 109

    3.2.1 Universidades comunitárias no oeste catarinense: origem e trajetória 113

    3.2.2 Universidade do oeste catarinense: histórico e perspectivas 120

    3.3 DO Prouni na Região Oeste de Santa Catarina 126

    3.3.1 O Prouni: histórico e evolução 127

    3.3.2 Prouni: desafios e (im)possibilidades 135

    3.4 DA Área das ciências humanas Na UNOESC e o Prouni 144

    3.4.1 Origem e trajetória 144

    3.4.2 O Prouni na Unoesc: critérios de seleção para distribuição de bolsas de

    estudos 148

    3.4.3 Área das ciências humanas da Unoesc: situação das bolsas distribuídas 155

    3.4.4.Prouni: política de acesso e permanência na área de ciências humanas da Unoesc 159

    4

    CONSIDERAÇÕES FINAIS 163

    REFERÊNCIAS 173

    1

    A geografia culturaL no ensino fundamental

    Para concluir o curso de Licenciatura Plena em Geografia era necessário um trabalho de pesquisa. O meu pautou-se em uma tentativa de conhecer a Geografia Cultural de um lugar, para ensiná-la nas séries finais do ensino fundamental, dada sua contribuição na formação da cidadania. Para atender aos objetivos, inicialmente a busca foi na Antropologia, com o conceito de cultura e a relação existente entre cultura e sociedade, nos pressupostos antropológicos de que o homem é um ser predominantemente cultural. Sabendo-se, também, que a Ciência Geográfica está amparada nos elementos de comprovação de cientificidade e sua preocupação explícita com um certo grupo de fenômenos, de acordo com suas relações e suas conexões, e atendendo a uma abordagem científica por meio da Fenomenologia, em seguida, partiu-se para a epistemologia da Geografia Cultural.

    A partir desses fundamentos teóricos bibliográficos especializados, em fontes vivas do município de Erechim, em seus historiadores, foi possível delimitar uma área de estudo, para percorrê-la e coletar os dados empíricos necessários, envolvendo o imaginário e o simbólico da Geografia para, finalmente, concluir o trabalho, expondo o resultado da pesquisa, com algumas considerações finais.

    1.1 O QUE É CULTURA?

    Cultura é uma palavra de origem latina, seu significado está ligado às atividades agrícolas e vem do verbo latino colere, que significa cultivar.

    Uma preocupação da cultura é entender os muitos caminhos que conduziram os grupos humanos e suas perspectivas de futuro. Como registra a História, são muitas as transformações em relação à cultura, pois expressam diferentes tempos e espaços, portanto, contextos diferenciados.

    Assim, a cultura diz respeito à humanidade como um todo, e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades, e grupos humanos. De fato, entender isso é uma preocupação importante da conquista contemporânea.

    As diferentes formas de organização familiar, por exemplo, ou as maneiras de habitar, de se vestir ou de utilizar os produtos do trabalho não são em vão. Assim, cada cultura é o resultado de uma história particular, e isso inclui também suas relações com outras culturas, as quais podem ter características bem diferentes.

    A diversidade das culturas existentes acompanha a variedade da história humana, expressa as possibilidades de vida social organizada e registra graus e formas diferentes de domínio humano sobre a natureza.

    Não há superioridade ou inferioridade de culturas ou traços culturais de modo absoluto, não há nenhuma lei natural que diga que as características as façam superior a outras culturas. Existem, no entanto, processos históricos que as relacionam e estabelecem marcas verdadeiras e concretas entre elas.

    As culturas e sociedades humanas se relacionam de modo desigual. As relações internacionais registram desigualdades de poder em todos os sentidos, as quais hierarquizam de fato os povos e nações. É necessário reconhecer a cultura predominante e buscar sua continuidade ou não. Se se pensa, por exemplo, na sociedade brasileira, ver-se-á que ela tem traços culturais únicos e próprios, originários de sua forma de agir e pensar, dos costumes e tradições do seu povo, como o carnaval, o futebol, a forma de vestir, o gosto musical, a alegria...

    Esses traços têm relação com as classes e grupos sociais, com a região, com a população, com a idade, com o grau de escolarização; todos esses aspectos refletem o quadro cultural do Brasil.

    A cultura envolve basicamente duas concepções: a primeira remete a todos os aspectos de uma realidade social, sua história; a segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, às ideias e crenças de um povo, às manifestações culturais e artísticas.

    Cultura envolve um conceito amplo e global das sociedades, enfatizando relações miúdas de significado; assim só se entende a importância das brincadeiras infantis, por exemplo, estudando toda formação cultural que se dá às crianças e localizando-as dentro desta. Precisamos, portanto, considerar que a própria cultura é um motivo de conflitos de interesses nas sociedades contemporâneas, um conflito pela sua definição, pelo seu controle, pelos benefícios que pode assegurar.

    Cultura, portanto, é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não diz respeito apenas a um conjunto de práticas e concepções, como, por exemplo, poder-se-ia dizer da arte. Não é apenas uma parte da vida social, como se poderia falar da religião. Não se pode dizer que cultura seja algo independente da vida social, algo que nada tem a ver com a realidade na qual exista. Cultura, assim, envolve todos os aspectos da vida social, e não se pode dizer que ela existe em alguns contextos e não em outros.

    O todo, como a ciência moderna está insistindo em muitos campos, não é meramente a soma de todas as suas partes, mas o resultado de um arranjo único e de uma inter-relação das partes, o que constitui uma nova entidade (BENEDICT, 1934 apud HOEBEL; FROST, 1976 p. 21).

    Cultura é uma construção histórica, seja como concepção ou como dimensão do processo social. Cultura não é um processo natural e biológico, é um produto coletivo da vida humana, que tem como objetivo impulsionar a vida das sociedades em favor do progresso social e da liberdade, em favor da luta contra a exploração de uma parte da sociedade por outra, em favor da superação da opressão e da desigualdade.

    A cultura em nossa sociedade não é imune às relações de dominação que a caracterizam. Mas é ingênuo pensar que se a cultura comum é usada para fortalecer os interesses das classes dominantes, ela deve ser por isso jogada fora. O que interessa é que a sociedade se democratize e que a opressão política, econômica e cultural seja eliminada. A cultura é um aspecto de nossa realidade e sua transformação, ao mesmo tempo, a expressa e a modifica.

    É por isso que as lutas pela universalização dos benefícios da cultura são ao mesmo

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1