Mensagens Curtas 9
De Silvio Dutra
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Mensagens Curtas 9 - Silvio Dutra
Sim Sim, Não Não
Mateus 5:37 Seja, porém, a tua palavra: sim sim; não não. O que disto passar vem do maligno.
(palavras de Jesus Cristo)
"2Tm 4:2 prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.
2Tm 4:3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;
2Tm 4:4 e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." (palavras do apóstolo Paulo)
Quem deu ao homem o dom da Palavra foi Deus.
O próprio Deus é a Palavra. A melhor palavra. A palavra agradável, verdadeira, edificante, criadora, inspiradora, encantadora.
Veja como Ele arrazoou com Moisés no diálogo que teve com ele:
Êxodo 4:10 Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.
Êxodo 4:11 Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR?
Êxodo 4:12 Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.
Quão boa é a comunicação por meio da palavra!
Quanta alegria dá ao coração de Deus que nos comuniquemos com Ele, falando das coisas que lhe agradam.
Estaria Ele alegre com devaneios?
Com mistificações?
Com coisas ofensivas e amargas?
Do que está cheio o coração a boca fala.
Nossas mensagens são a expressão daquilo que somos no nosso interior.
Como diz o sábio no livro de Provérbios, que aquilo que o homem é em pensamentos em seu coração, é isso o que ele é na realidade.
Assim, como poderia exaltar a mentira, o erro, se amo a verdade?
Como poderia falar de ilusionismo, quando neste há engano e falsidade, e sabendo eu que Deus se agrada somente das coisas que são, e das que são aprovadas, boas e convenientes em sua própria natureza?
Ah! Possa o Senhor criar em mim um coração puro, e um espírito reto e inabalável, tal como lhe pedira um dia o rei Davi, para sentir e agir com sabedoria e verdade, em tudo.
Ah! Que me seja concedido jamais me desviar deste alvo, por causa da busca de reconhecimento e aplauso.
Que tenha sempre humildade para transferir todos os créditos a Jesus Cristo. A fonte de toda inspiração edificante e verdadeira, relativamente às coisas espirituais, celestiais e divinas.
Um Viver Fiel
Jamais poderemos ter a paz de Deus em nossas vidas e lares, se somos dados à prática de gritarias, provocações, irritações, permitindo que nossos corações sejam facilmente dominados pela ira e pela mágoa, sem que nos disponhamos à prática do perdão. E o único modo de se manter tal paz, é pela santificação, que consiste basicamente num caminhar contínuo no Espírito Santo, por uma real comunhão com Cristo.
Por isso se afirma no verso 14 de Colossenses 3 que o juiz do estado real em que se encontra o nosso coração é a paz de Cristo, ou seja, poderemos saber se nossas ações, reações e decisões têm sido corretas e aceitáveis a Deus, caso sejam feitas e tomadas quando a paz de nosso Senhor está reinando nos nossos corações.
É por isso que decisões tomadas debaixo de iras e aborrecimentos injustificados não podem contar com a aprovação de Deus, e na verdade, não permitirão que permaneçamos em comunhão com Ele, porque nos está ordenado o amor, a paciência e a paz.
Devemos vigiar portanto com todo o nosso empenho, porque o diabo procurará incansavelmente nos tirar da nossa posição de amor, paz e perdão, principalmente por nos provocar especialmente através das pessoas que fazem parte da nossa convivência diária.
Basta que alguém não esteja vigiando e se santificando, para se tornar um instrumento nas mãos do diabo para afastar o cristão santificado da presença de Deus, e roubar-lhe por conseguinte a sua paz.
E é tão vital para nós preservarmos a paz de Deus no nosso coração, que é melhor sofrermos e suportarmos danos, abrindo mão de nossos direitos em determinadas ocasiões, quando a reclamação deles nos conduzirá inevitavelmente à perda da referida paz.
Por isso a Bíblia ordena aos cristãos o dever de não conduzirem a litígio público, irmãos em Cristo, na presença dos juízes de tribunais terrenos, onde o julgamento não será realizado segundo as leis de Deus, mas segundo as leis dos homens, conforme lemos em I Cor 6.1-8:
"1 Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos?
2 Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?
3 Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!
4 Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja.
5 Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?
6 Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos!
7 O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos!" (I Cor 6.1-8)
Como a vida cristã nos impõe renúncias como esta citada, dentro do mandamento geral de nosso Senhor em Lc 14.33: Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo
, necessitamos então nos santificarmos diariamente, e caminharmos segundo tal santificação para que possamos fazer tais renúncias com alegria e paz em nossos corações.
E é importante sabermos que a santificação é operada pela Palavra de Deus aplicada em nós pelo Espírito Santo, e é tanto santificação do espírito, quanto da alma, incluída aí a razão, a mente, a vontade, os sentimentos e as emoções, como também é santificação do corpo, como lemos em I Tes 5.23.
E a meta desta santificação é a de nos transformar à imagem mesma moral de Cristo, como se vê nos versos 8 a 10 do terceiro capítulo da epístola aos Colossenses.
No privilégio e dever da santificação não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre, porque Cristo é tudo em todos, uma vez que não há para aqueles que estão nEle qualquer diferença diante de Deus.
Deus santificará pelo Espírito Santo, do mesmo modo, tanto a ricos quanto a pobres, pessoas de qualquer nacionalidade ou condição, desde que elas estejam convertidas e unidas a Cristo.
Esta santificação não consiste somente no despojamento ou mortificação do pecado, das obras da carne relacionadas aqui por Paulo dentre tantas outras, mas principalmente na prática das virtudes que estão em Cristo.
Por isso, a vida cristã não é algo fácil, porque somente pode ser manifestada em nós pela difícil e dolorosa crucificação do nosso ego carnal, coisa que muitos poucos estão dispostos a fazer, porque nos chama a tratar honesta e sinceramente com aquilo que somos de fato, e isto é algo humilhante para o nosso orgulho natural pecaminoso, e depois disso, demanda que sejamos de fato transformados à imagem e semelhança de Cristo.
Daí o Espírito Santo ter afirmado pela boca do apóstolo Paulo que os últimos dias seriam tempos difíceis, não propriamente pelas dificuldades que os cristãos encontrariam no mundo, mas porque haveria uma tendência muito forte na maioria dos cristãos a rejeitarem o modo de se viver em Cristo, pela falta de obediência à sã doutrina bíblica (II Tim 4.1-4), em troca de um viver segundo o mundo e inclinações da sociedade corrompida e sensual dos últimos dias, conforme as características que predominariam nas pessoas em geral, conforme descritas em II Tim 3.1-5.
Superando os Melindres
Se alguém decidir viver por sentimentos, certamente terá muitos problemas, porque a carne e o diabo sempre acharão ocasião para lhe ferir com suscetibilidades, ou seja, com melindres, amuos e sensibilidades, que são muito pertinentes à nossa natureza terrena.
Então, para o propósito de vencer estes e outros tipos de problemas, é ordenado aos cristãos que aprendam a viver pela nova natureza que têm em Cristo, e não pela antiga natureza carnal e terrena.
O amor que tudo sofre, suporta, espera e perdoa, e que é paciente e benigno, é sempre exercitado, quando não nos deixamos vencer por nossos sentimentos melindrados, e triunfamos pela prática da Palavra de Deus, que nos ordena nunca termos um coração ressentido ou magoado, seja contra quem for.
Honrar não depende de gostar.
Fazer o bem não depende de sermos aceitos, aplaudidos e louvados.
Respeitar não depende de sermos também respeitados.
Entender não depende de sermos entendidos.
Amar não significa necessariamente gostar de algo ou alguém.
É terrível manter uma atitude de defesa dos nossos sentimentos contra tudo e contra todos.
É muito contrário ao amor que tudo sofre e suporta a atitude de tentarmos nos poupar a nós mesmos, fugindo de nos relacionarmos com os outros, pelo temor de sermos feridos por alguma palavra ou ação, que possa nos atingir e fazer com que fiquemos magoados.
Não é este o tipo de prudência que nosso Senhor nos ordena, porque isto não é prudência, mas fuga e temor de viver.
Por isso a Bíblia nos ordena que deixemos as coisas próprias de crianças quando chegamos a ser adultos. Crianças não podem enfrentar desafios pesados e encarar de frente as vicissitudes da vida, mas toda pessoa verdadeiramente adulta, está capacitada a fazê-lo.
Pessoas maduras não vivem se justificando de tudo o que pensem estar lhe contrariando, por estar em desacordo com o seu modo de pensar e sentir.
Aitofel era tão fraco emocionalmente se falando que se enforcou quando o parecer que dera a Absalão foi rejeitado em face da aceitação do que lhe fora dado por Husai.
Saul procurava se vingar de todo aquele que lhe contrariasse, por discordar dele, mas Davi raramente deixava de agir segundo a vontade de Deus, mesmo quando era contrariado e aborrecido.
Quanto não teve que suportar da parte de Joabe? Com que grande dignidade suportou e enfrentou a rebelião de seu próprio filho Absalão!
Mas o exemplo máximo do espírito de paciência e tolerância que devemos ter especialmente em face dos ataques do reino das trevas, com o intuito de nos roubar a paz, encontramos no próprio Senhor Jesus Cristo, que jamais se deixou governar por sentimentos melindrados, senão exclusivamente pela vontade de Deus Pai.
Importa termos sempre a atitude do apóstolo Paulo, conforme ele se expressou em