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Em Busca Da Verdade Ii
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E-book88 páginas1 hora

Em Busca Da Verdade Ii

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Sobre este e-book

Os caminhos da busca da verdade normalmente se entrecruzam com os caminhos do fazer diário. Atuamos nas mais diversas áreas por razões de sobrevivência, mas o que realmente buscamos é o sentido naquilo que fazemos. Minha pretensão é apresentar alguns questionamentos e hipóteses a respeito de algumas temáticas bem atuais tanto aqui no Brasil quanto no mundo: a bioética, a hipocrisia e o antipetismo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de ago. de 2019
Em Busca Da Verdade Ii

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    Em Busca Da Verdade Ii - Fabiano Viana Oliveira

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    Fabiano Oliveira

    Fabiano V. Oliveira

    Em Busca da Verdade II

    Bioética, Hipocrisia e Antipetismo

    Fabiano Viana Oliveira

    (direitos autorais, capa adaptada e diagramação)

    capa original

    Rafael Olivera Souza

    SUMÁRIO

    Introdução - 6

    ENSINAR BIOÉTICA NUM CONTEXTO DE CAPITALISMO PREDOMINANTE - 11

    HIPOCRISIA: POR IGNORÂNCIA E POR CONHECIMENTO - 43

    ANTIPETISMO: ÓDIO DE CLASSE OU FEZ A FAMA AGORA DEITA NA CAMA? - 74

    Conclusões - 102

    22/07/17

    INTRODUÇÃO

    Os caminhos da busca da verdade normalmente se entrecruzam com os caminhos do fazer diário. Atuamos nas mais diversas áreas por razões de sobrevivência, mas o que realmente buscamos é o sentido naquilo que fazemos.

    Desde a nossa última incursão em busca da verdade muitas coisas aconteceram que reforçaram as nossas crenças de então (OLIVEIRA, 2014) e muitas outras se deram para por em dúvida aquelas crenças construídas, num próprio refluxo epistemológico que nos serve a tentativa de falsear as descobertas, o que termina por muitas vezes a confirmar o que foi posto à prova pela evidência lógica ou empírica (POPPER, 1982).

    Nós, professores e acadêmicos, ainda temos de produzir e publicar trabalhos inéditos. O propósito da produção acadêmica é expressar resultados de pesquisas e reflexões sobre os mais diversos assuntos, mas a real utilidade da maioria de nossos trabalhos publicados é pontuar. Pontuamos individualmente em nossos Currículos Lattes.

    Essa plataforma foi criada para sintetizar e padronizar a produção e vida de nós acadêmicos de carreira. Então o que já de importante em nossa vida deve constar lá, isto é, o que importa para a carreira, pois isso vai se refletir em pontos nas avaliações no MEC, Inep e CAPES. Essa obrigação burocrática é impositiva tanto para professores de universidades públicas e privadas, mas se torna ainda mais relevante para a ascensão na carreira para os de universidades públicas. É claro que muitos professores de universidades privadas têm a pretensão de um dia ir para uma pública, via concurso, e novamente a manutenção de um currículo Lattes rico serve de validação futura do mérito e do reconhecimento da carreira. Enfim gira-se em torno do mesmo ponto. Mas novamente, como da vez anterior, perguntamos: produção do conhecimento é buscar a verdade?

    A resposta não é simples. Somos parte e somos peças de um jogo e como todo jogo há regras. Mas mesmo com toda exigência burocrática para se produzir conhecimento, acredito que pelo menos uma pequena parte dessa produção quer legitimamente buscar a verdade.

    Porém, apesar dessa afirmação soar otimista, há um grande desalento embutido nela: é uma (parece ser, pelo menos) pequena parte. O que pode se notar cotidianamente (o que se reflete na ciência também) é que há uma epidêmica despreocupação com a verdade. Não falo de verdade num nível epistemológico ou metafísico, que pode ser seriamente relativizado até um certo limite para não se tornar uma outra forma de dogmatismo. Falo de despreocupação com os fatos que sustentam verdades do senso comum e assim este se torna fundamentado em ficções ou como está na moda chamar: pós-verdades.

    Minha pretensão é apresentar alguns questionamentos e hipóteses a respeito de algumas temáticas bem atuais tanto aqui no Brasil quanto no mundo: a bioética, a hipocrisia e o antipetismo. É claro que a hipocrisia é algo tão velho quanto a humanidade, mas no momento atual ela tem contornos novos e aparentemente inéditos, talvez pelo próprio limite que nos encontramos como espécie, ou como diria Nietzsche (2012) nA Gaia Ciência: faz parte do eterno retorno.

    A bioética é um ramo novo da Ética, que é tão antiga quanto a religião, que se dedica a questionar a ciência, seus avanços e consequências para a vida das pessoas. Repeti essa definição em aula uma centena de vezes ao longo de cinco anos ministrando a disciplina para estudantes de Psicologia e sempre surgia uma questão por trás da definição oficial: é possível o questionamento ético numa área de tão vasta expansão? Expansão no sentido comercial mesmo. Toda conquista da biomedicina e da biotecnologia está à venda, protegidas por leis de patentes de amplitude mundial, resultantes de pesquisas financiadas por organizações super interessadas em nada mais que um produto novo, altas margens de lucro e só. Só? E a geração de empregos, movimentação de capital e o estímulo à descoberta? Que seja! É a busca da verdade, afinal? Então resolvi transpor os questionamentos para cá.

    A hipocrisia está presente aqui também. E talvez seja o conceito mais constante no livro. O ser humano precisa ter sentido em sua existência, então tudo que põe em risco os sentidos estabelecidos é uma ameaça. Age-se hipocritamente quando reconhecemos algo de errado no outro justamente porque também praticamos tal ação. Parece estranho, mas é a comum incongruência entre modo de falar e modo de agir.

    Na história recente do Brasil podemos destacar os eventos que levaram ao Golpe de Estado que derrubou a Presidenta Dilma. O discurso dos golpistas e das pessoas que apoiaram o golpe era de luta contra a corrupção, mais honestidade e transparência na política e justiça. Analisando parte por parte, que será o objetivo do capítulo 2 e de parte do 3 também, temos que se havia corrupção no governo da petista isso não era exclusividade de seu partido e os detentores do discurso, dentro e fora das esferas políticas, demonstraram apenas fazerem parte do mesmo sistema corrupto, daí a presença da hipocrisia: partidos e políticos de fora do governo praticaram, praticavam e continuam a praticar as mesmas ações corruptas que acusavam ser exclusivamente petistas. Do lado de fora, a parte da população que apoiava o golpe também demonstrava a todo o momento agir de maneira corrupta nas pequenas ações do dia a dia, como furar uma fila, sonegar renda, se dar bem nas pequenas situações e que terminam por anestesiar a capacidade de discernimento moral quando algo mais vultoso acontece. E finalmente o antipetismo, essa nova modalidade de discriminação que na verdade sempre existiu por uma série de razões, que serão mais bem apresentadas no capítulo, mas que nos últimos quatro anos (2013-2017) tem se transformado numa espécie de epidemia, nos moldes similares aos comportamentos anti-semitas nos anos que precederam da 2ª Guerra Mundial. Na verdade essa é apenas a minha hipótese inicial, já que minha intenção é investigar o antipetismo dentro do cenário geral da hipocrisia, para melhor entender o conceito e assim possibilitar a mim mesmo e aos possíveis leitores uma visão mais apurada do que ocorre em nossa sociedade no momento, especialmente se isso contribuir para prevenir danos maiores no futuro.

    ENSINAR BIOÉTICA NUM CONTEXTO DE CAPITALISMO PREDOMINANTE

    Minha formação é em Comunicação, Filosofia e Sociologia, basicamente conhecimentos humanistas. Quando assumi a disciplina de Bioética no curso de Psicologia estava focado apenas na parte da Ética e da cidadania. Como muitos professores no setor privado, temos que aceitar ministrar disciplinas que não são exatamente nossas, fora de nossa zona de conforto. Por um lado é ruim, pois expõe nossa submissão ao sistema; mas por outro é bom porque temos

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