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De Olinda A Olanda
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E-book311 páginas3 horas

De Olinda A Olanda

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Sobre este e-book

Romance baseado na história da invasão holandesa ao nordeste brasileiro no século XVII. Acompanha a saga de três personagens fictícios que se relacionam com nomes da história real durante os anos do governo holandês no Brasil.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de out. de 2019
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    De Olinda A Olanda - Ricardo Osvaldo De Souza

    DE OLINDA A

    OLANDA

    Livro Um – Zuikerland

    Ricardo Osvaldo de Souza

    DE OLINDA A

    OLANDA

    Livro Um – Zuikerland

    1ª Edição

    Belo Horizonte - MG

    2019

    DE OLINDA A OLANDA

    Livro Um - Zuikerland

    © 2019

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia ou gravação, sem a autorização do autor ou da editora.

    Referências Bibliográficas:

    Invasão a Pernambuco - Aydano Roriz

    O Brasil holandês - Evaldo Cabral de Mello

    Fatos Históricos Do Brasil – Faria Guerra Holandesa – Ministério da Defesa – Exército Brasileiro

    Síntese Histórica de Porto Calvo sob o domínio Holandês - Levy Pereira

    De Olinda a Olanda não há mais que a mudança de um i em a, e esta vila de Olinda se há de mudar em Olanda e há-de ser abrasada pelos olandeses antes de muitos dias; porque pois falta a justiça da terra há-de acudir a do céo.

    Frei Antônio Rosado.

    UM

    O marinheiro espreguiçou-se como pode tentando esticar-se dentro da gávea. Sua estatura não era compatível com as dimensões do cesto o que fazia com que suas juntas já estivessem doloridas após quatro horas de vigília. A noite estava escura, sem lua.

    Céu limpo e estrelado com uma leve brisa refrescante após um dia de muito calor próprio do verão dos trópicos.

    Seguindo as ordens do Comandante Rui Borges, a imensa nau de guerra chamada Évora1, com seus cinco conveses e quarenta metros de comprimento, seguia liderando uma frota de seis caravelas em direção ao arquipélago de Fernão de Noronha.

    O motivo daquela viagem era a retomada do arquipélago por parte dos brasileiros. No fim de dezembro, dois navios holandeses haviam expulsado os brasileiros da ilha e tomado posse do ancoradouro principal, na baía de Santo Antônio, montando ali um posto avançado.

    Matias de Albuquerque, o Capitão-Mor da Capitania de Pernambuco encarregou então o Comandante Rui Calaza Borges de liderar uma pequena frota e atacar os invasores retomando o território

    pertencente a coroa Luso-Espanhola. Encabeçando a frota estava o maior navio de guerra português navegando em terras brasileiras, o Évora.

    Como havia sido determinado, os capitães das seis caravelas se dirigiram para o Évora e se reuniram na cabine do Capitão Marcos Dias Vieira. Era uma cabine simples levando-se em consideração o tamanho e a importância do navio. Apenas uma cama, uma escrivaninha e um armário mobiliavam o recinto de aproximadamente dezesseis metros quadrados. Ao fundo ficavam as duas escotilhas em forma de semiarco, com vitrais coloridos.

    Apesar de ser um dos principais comandantes da esquadra lusitana de sua época, o Capitão Marco Vieira era um homem de hábitos simples. Gostava de fazer suas refeições na cabine preferindo viver uma vida reclusa, o que contrastava com sua história rica de façanhas militares, conquistas marítimas e condecorações.

    Nunca havendo casado, nem tampouco tendo filhos, diziam as más línguas que toda sua fortuna, amealhada por uma carreira brilhante, estaria guardada em um convento e que, na ocasião de sua morte, seria doada às freiras.

    Uma mesa grande foi improvisada no centro da cabine para acomodar todos.

    - Muito bem senhores, começou o comandante Rui Borges, vamos deixar claras as funções de cada navio no ataque de amanhã. Sentem-se, por favor.

    Os oito capitães acomodaram-se em suas cadeiras depois de Rui Borges já estar sentado.

    - Pelas informações que temos, a baía de Santo Antônio, principal ancoradouro da ilha principal estará guardada por oito bocas de fogo e dois navios de médio porte. Sendo assim, primeiro teremos que tirar os navios de lá atraindo-os na direção sul, do outro lado da ilha, onde o Évora os esperará. Senhor Bernardo e Senhor Manoel, seus navios farão o papel de isca para atrair os barcos deles.

    - Sim senhor! Concordaram em uníssono os Capitães citados.

    - Precisaremos incapacitar as bocas de fogo por terra, continuou o comandante. Não podemos expor as embarcações ao fogo deles. O Capitão Pedro Teixeira comandará um ataque partindo da retaguarda da ilha no intuito de eliminar o poder de fogo dos canhões de terra.

    - Aproximarei meu navio da ilha às escuras durante a madrugada senhor, explicou o Capitão Pedro Teixeira tomando a palavra. Desembarcaremos em botes. Quando atacarmos a fortificação eles não saberão o que está acontecendo.

    - Muito bem, voltou Rui Borges, quando os canhões de terra estiverem incapacitados, as três caravelas restantes se aproximarão e desembarcarão seus homens para tomar a ilha. Alguma dúvida senhores?

    Ouviu-se um não senhor de todos os oficiais.

    - Senhor Pedro, volte para seu navio e vá a todo pano.

    Nossa missão depende de seu sucesso no desembarque na ilha.

    - Senhor Comandante, pediu a palavra o Capitão Vieira.

    - Sim Vieira.

    - Se me permite, gostaria de mandar um homem meu com o Capitão Pedro. O nome dele é Karnak. Ele será muito útil em terra.

    - Conheço o negro, senhor Capitão, disse Pedro levantando-se. Tem a força de dez homens. Sem dúvida gostaria de tê-lo a meu lado neste ataque.

    - Leve-o então, concordou Rui Borges.

    - Obrigado senhor! Senhor Capitão Vieira! Reverenciou Pedro. Com a licença de todos.

    Dizendo isso ele deixou a cabine.

    - Capitão Vieira, voltou-se Rui Borges novamente, mais alguma recomendação?

    - Não, senhor comandante! Acho que o planejamento está correto. O Évora está pronto para dar o apoio necessário no momento da batalha.

    - Pois bem senhores. Voltem para seus navios e instruam seus homens com as funções aqui determinadas. Amanhã o arquipélago de Fernão de Noronha será da Coroa Espanhola novamente.

    Os Capitães se levantaram, reverenciaram o Comandante Borges e o Capitão Vieira e deixaram a cabine.

    - Estarei em minha cabine, disse Rui Borges antes de sair. Não conseguirei dormir, então, não se preocupe em me incomodar quando quiser.

    Vieira apenas acenou com a cabeça e fechou a porta após a passagem do comandante. Pensativo, ele caminhou até as escotilhas da popa e ficou a fitar a escuridão do mar e o rastro de espumas deixado pelo deslizar do barco. Seus pensamentos foram interrompidos por toques na porta.

    - Entre!

    Era o imediato Giuliano. Descendente de italianos, ele nascera em Lisboa há duas décadas e meia e, por isso, resolveu alistar-se na frota portuguesa. Mostrando competência e inteligência conquistou a confiança do capitão Vieira chegando ao cargo de imediato. Sua voz firme e rigidez nas atitudes impunham respeito na tripulação do Évora, mantendo a disciplina necessária para o bom serviço da embarcação.

    - Temos nossas ordens, Capitão?

    - Karnak foi com Pedro?

    - Como ordenou, senhor.

    - Muito bem. Sim, temos nossas ordens. Vamos ancorar ao sul da ilha principal, longe o suficiente para não sermos vistos.

    Dois navios vão atrair o inimigo até nós e então abriremos fogo.

    Mantenha todos os canhões preparados com munição suficiente para uma batalha mais demorada. Não sabemos o que vamos encontrar.

    - Pode deixar senhor. Os homens estão preparados e os canhões prontos.

    - Quero dois vigias nas gáveas. Não quero ser pego de surpresa por um navio patrulha ou algo parecido.

    - Será feito.

    ***

    Na madrugada escura sem lua, os três escaleres partiram da caravela, carregando dez homens cada, rumo à ilha principal do arquipélago. Sob o comando do Capitão Pedro Teixeira, tendo o gigante negro Karnak a seu lado, os homens remaram por trinta minutos até avistarem o vulto da massa de terra à frente.

    Mantendo total silêncio, o grupo desembarcou e embrenhou-se na mata rastejando até o alto da colina onde pode avistar a bateria holandesa postada na baia de Santo Antônio, litoral norte da ilha.

    Não havia como atacar naquele momento, pois a escuridão não permitia que pudessem avaliar totalmente as defesas holandesas. Apenas algumas luzes de vigilância em terra e as luzes de dois barcos ancorados podiam ser vistas naquela hora. Pedro Teixeira preferiu então aguardar o sol despontar no horizonte para planejar a

    abordagem. Não muito longe dali, as duas caravelas designadas como iscas se aproximavam sem emitir qualquer luz a fim de só aparecerem ao inimigo quando os primeiros raios solares surgissem.

    ***

    De vez em quando o marinheiro da gávea do navio holandês Hawick, ancorado no porto da baia, puxava a luneta e perscrutava o horizonte, cumprindo sua missão de vigia. A claridade do raiar do dia começava a trazer uma visão mais ampla do mar aberto e, numa dessas passadas de luneta, o homem já ia continuando seu giro quando voltou rapidamente na direção de dois pequenos vultos despontando ao longe. Forçando mais a vista, ele então certificou-se de que se tratava de duas caravelas se aproximando.

    - Chamem o senhor Hendrick, gritou ele aos marinheiros que já transitavam pelo convés.

    O imediato surgiu questionando seu chamado.

    - Navios se aproximando a boreste, senhor!

    - Pode ver de que bandeira são?

    - Ainda não, senhor.

    Não demorou muito e a pergunta do imediato teve sua reposta. Uma salva de tiros de canhão fez chover balas sobre o mar nas proximidades do porto, porém sem causar nenhum dano.

    - Icem as velas, ordenou o imediato aos berros. Homens aos seus postos de batalha. Levantar âncora. Leme a toda na direção daqueles malditos.

    Ouvindo a correria que se estabeleceu no convés, o Capitão Bratner deixou sua cabine subindo as escadas do tombadilho.

    - O que está acontecendo senhor Hendrick?

    - Estamos sendo atacados senhor. Duas caravelas estão se aproximam a boreste e abriram fogo.

    - E quanto ao Otter? Perguntou o Capitão se referindo ao outro navio holandês ancorado no porto.

    - O Capitão Stander também está se preparando para ir interceptá-los, senhor.

    - Muito bem. Vamos a todo pano.

    - Homens, bradou Hendrick do alto do tombadilho, a todo pano na direção do inimigo.

    Os dois navios batavos levantaram âncora e começaram a navegar na direção das duas caravelas que continuavam a disparar tiros a esmo sobre as águas da encosta da ilha.

    Enquanto isso, no alto da colina, o Capitão Pedro Teixeira sentiu que era hora de atacar. Aproveitando a presença de poucos soldados em terra, o grupo investiu contra eles sem dar tempo de reação. Usando de sua força descomunal, Karnak investia contra dois ou três homens de uma vez atirando-os longe com seus golpes de

    braço. Em poucos minutos, as oito peças de artilharia estavam sob o domínio brasileiro.

    No mar, as caravelas lusitanas deram meia volta e foram seguidas pelos dois navios holandeses. A armadilha estava funcionando. Não demorou muito e eles já estavam ao alcance visual do Évora.

    - Lá estão eles Capitão, informou Giuliano passando a luneta a seu comandante.

    - Muito bem homens, bradou Vieira do alto do castelo de proa2. A seus postos de batalha. Leme, toda força avante. Vamos interceptá-los antes que alcancem nossas caravelas.

    - A todo pano! Ordenou Giuliano. Canhões de proa a postos!

    A aparição do Évora trouxe espanto aos tripulantes dos navios holandeses.

    - Olhe o tamanho daquela coisa, senhor! Espantou-se o imediato Hendrick a seu Capitão a bordo do Hawick. E ele está vindo na nossa direção.

    - Não temos como lutar contra um monstro daquele, senhor Hendrick. Sem contar as outras caravelas. Vamos voltar.

    - O Capitão Stander está avançando contra eles, senhor.

    Realmente o outro navio, Otter, continuava sua perseguição às caravelas como um Dom Quixote a investir contra os moinhos gigantes.

    - Içar bandeira de chamada. Avise Stander que vamos voltar.

    - Içar bandeira de chamada para o Otter! Ordenou Hendrick.

    A bordo do Otter, o imediato avisou o Capitão Stander sobre a bandeira de chamada.

    - Como assim? Irritou-se o Capitão Stander. Temos que defender a ilha.

    - Senhor, ponderou o imediato, eles são muitos. Não somos páreo para enfrentar um navio daquele tamanho.

    - Não seja covarde, senhor Letrevj. Se Bratner está se acovardando, eu não o farei. Vamos avançar e levar para o fundo do mar o maior número de inimigos que pudermos.

    - Mas senhor...

    - É uma ordem, senhor Imediato!

    Mesmo demonstrando grande receio, cumprindo seu dever de soldado, o imediato ordenou ao leme que continuassem avante.

    - Canhões de proa, disparar a toda!

    Dezenas de disparos despejaram balas de canhão como se fosse uma chuva sobre as caravelas que seguiam na direção do Évora.

    - Fogo naquele navio! Bradou Vieira sendo ecoado por Giuliano.

    Como fogos de artifício no réveillon, os canhões de proa do Évora dispararam todos ao mesmo tempo fazendo chover bolas incandescentes sobre o convés do Otter, provocando destruição e correria intensa.

    A batalha desigual durou apenas alguns minutos.

    Tentando salvar suas vidas, os marujos saltavam ao mar procurando se agarrar aos pedaços do casco do navio que, aos poucos, ia se desfazendo em chamas.

    De longe, os tripulantes do Hawick viram o Otter ir a pique sem poder fazer nada.

    - Não podemos fazer mais nada por eles, lamentou o Capitão Bratner.

    - Não podemos voltar para a ilha também, senhor, avisou Hendrick. Eles tomaram a baía com mais três caravelas.

    Bratner olhou para o Évora como se tentasse olhar seu capitão nos olhos.

    - Vamos para o leste a todo pano, senhor Hendrick. Se tivermos sorte aquele monstro não nos seguirá. A intenção era retomar a ilha e conseguiram. Não temos por que continuarmos aqui.

    Vamos tentar alcançar nossa frota.

    - Leme a todo pano a estibordo, ordenou o imediato.

    Içar a grande3.

    Do castelo de proa do Évora, Giuliano observava o navio holandês se distanciar da ilha.

    - O outro navio está fugindo, senhor.

    - Deixem-no ir. Não temos tempo para persegui-lo.

    Mande resgatar os sobreviventes do mar e coloque-os a ferros.

    - Sim senhor.

    - Leme, voltou-se Vieira para o timoneiro, rumo à ilha.

    Vamos encontrar o comandante Borges e avisá-lo que estamos voltando para o Recife. Nossa missão aqui está cumprida.

    Enquanto o timoneiro rumava o navio para a ilha principal, uma dúzia de tripulantes do Otter foi resgatada do mar. Os ilesos foram colocados a ferros enquanto os feridos acomodados para tratamento. Entre eles, o imediato Letrevj. O Capitão Stander havia sucumbido na batalha.

    DOIS

    A pequena vila de pescadores do Recife ficava lotada naquela época do ano. O congestionamento de navios no pequeno porto, estrategicamente fincado entre os dois fortes, era a principal dor de cabeça para os capitães e mercadores de açúcar que ali buscavam seu precioso produto. Centenas de sacas eram carregadas nas costas de escravos enfileirados como formigas abastecendo os conveses dos cargueiros que logo partiam rumo aos mercados europeus.

    Naqueles dias as pequenas casas da vila se transformavam de simples moradias em tabernas, hospedarias e casas de prostituição, dependendo da vontade e disponibilidade do morador, para atender os marinheiros que procuravam um desses caminhos. O

    dinheiro farto que circulava era bem aproveitado por cada morador que oferecia todo tipo de serviço para os forasteiros que ali desembarcavam.

    No meio da multidão de homens barbudos e sujos, que caminhavam de um lado para o outro carregando sacas de açúcar, grãos e peixes, o garoto Franco Almeida contemplava estático o enorme gigante de madeira estacionado no cais, perscrutando cada

    mastro com seus cordames emaranhados, as velas recolhidas em gigantescas travessas, as dezenas de escotilhas por onde surgiriam potentes canhões em caso de necessidade. Era o gigante Évora que voltara há pouco da conquista no arquipélago de Fernando de Noronha.

    Não demorou muito e Franco resolveu subir a rampa embrenhando-se no meio da fila de marujos que subiam e desciam de bordo.

    O convés superior estava igualmente apinhado de marujos. Todos executavam algum tipo de tarefa. A movimentação era frenética. Franco passeou pelo convés contemplando cada centímetro daquela nau fabulosa. Suas mãos deslizavam pela balaustrada como se acariciasse a pele de um animal selvagem. Olhou para o alto do tombadilho e viu o capitão, imponente, trajando seu fardão azul, chapéu com longa pena agitada ao vento, a observar a movimentação de sua tripulação.

    - Um dia estarei ali! Sonhou vendo-se no lugar daquele homem velho que certamente já navegara por todos os mares conhecidos.

    - Quem é vosmecê? Perguntou uma voz jovem vinda de sua retaguarda.

    Franco virou-se e avistou dois garotos idênticos pouco maiores que ele. Um segurava um esfregão e o outro um balde.

    - Quem deu permissão pra vosmecê vir a bordo? Indagou provavelmente o outro pois a voz era diferente.

    - Meu nome é Franco. Sou filho de Antônio de Almeida.

    - Quem é Antônio de Almeida? Não conheço nenhum marujo com esse nome.

    - Ele não é um marujo, respondeu Franco esboçando um sorriso, é o líder dos pescadores.

    - E por que o filho de um pescador estaria a bordo de um navio de guerra? Perguntou um dos gêmeos circulando em volta de Franco.

    - Peço desculpas. Não sabia que não era permitido entrar no navio. Só vim admirar mais de perto. E vossas mercês, o que fazem aqui?

    Os dois garotos se entreolharam antes de responder.

    - Ora bolas, filho do pescador, somos grumetes do Évora.

    Franco fez um pequeno silêncio demonstrando não entender a resposta.

    - Vosmecê não sabe o que é um grumete? Perguntou um dos garotos com expressão de

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