A Triste Vida De João Chapecó
De Benjur
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A Triste Vida De João Chapecó - Benjur
BENJUR.
A TRISTE VIDA DE JOÃO
CHAPECÓ
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benjur@uol.com.br
Direitos Reservados
25/05/2009
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PRÓLOGO
Novamente me coloco à frente de meus amigos; mas des- ta vez com uma proposta diferente. A história que preenche este livro é semelhante a centenas de outras que retratam a peregrinação dos nossos irmãos do nordeste, migrando para as regiões do sul em busca de melhores condições de vida. Seu desenrolar e as principais personagens atuantes no seu conte- údo são tão reais como eu ou você. Esses dois homens, irmãos de raça, existiram de fato. As interações havidas entre ambos, que verdadeiramente deram origem ao livro foram testemu- nhadas por inúmeras pessoas que, talvez ainda hoje frequen- tem a velha padaria do Vavá. Por uma questão de respeito à pessoa humana e às disposições legais vigentes, as personagens tiveram seus verdadeiros nomes omitidos. Embora inspirada na realidade, a história não obedece rigorosamente a cronologia dos fatos. A forma escolhida pelo Doutor Ventura para nos con- tar a vida de João Chapecó constante da segunda parte da obra, aproxima-se um pouco daquilo que é conhecido como Poesia Matu ta.
Para salvaguardar responsabilidades, prevalece para o presente trabalho o velho discurso: Qualquer seme lhança com pessoas ou fatos reais será mera coincidência
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Muito Obrigado
Benjur
A TRISTE VIDA DE JOÃO CHAPECÓ
No início na década de quarenta, enquanto a segunda grande guerra espalhava horrores pelos países da Europa, na favela do Encantado, que ocupava grande área junto ao bairro de Santo Amaro, Dona Filó, parteira mais bem preparada do lugar foi chamada às pressas para ajudar Dona Ifigênia, viúva do Cabo Ventura, a colocar neste mundo o último filho do seu ca- samento. O pobre do Cabo Ventura depois de morto virou sar- gento; morreu há seis meses, após ter sido ferido num tiroteio entre a polícia e uns bandidos, que assaltavam uma loja na principal praça do bairro; ela era casada no cartório e teve qua- tro filhos deste casamento. Esse último, que acabara de nascer, foi batizado com o nome de Nonato.
Com poucos meses de vida a criança foi entregue a um casal amigo, que não tendo filhos, contribuiu para que o meni- no pudesse ter uma infância feliz, crescendo num ambiente mais saudável do que aquele da favela onde nasceu. Seus pais adotivos eram pessoas simples e de poucos recursos; mas en- xergavam a vida de forma diferente. O menino aprendeu cedo, que para ter sucesso na vida duas coisas são necessárias: um trabalho honesto e estudar sempre.
Mesmo ainda criança, o pequeno Nonato montou sua própria caixa de engraxate; esta foi a primeira forma de ganhar algum dinheiro honestamente. O tempo foi passando, ele foi 4
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crescendo sem nunca deixar de trabalhar e estudar; com isto, conseguiu realizar um de seus sonhos: concluir o curso de direi- to na Faculdade do Largo São Francisco. Durante grande parte de sua vida, enquanto exercia com dedicação a advocacia, aproveitava as horas de lazer para testar suas qualidades de escritor, que talvez fosse o seu maior sonho. Por vários anos ele escreveu muito, muito mesmo. Mas nessa atividade não encontrou um retorno feliz; não conseguiu publicar um livro sequer, entre vários que havia escrito; tornou-se um homem revoltado contra o próprio destino. Com o passar do tempo e a própria experiência que a vida nos proporciona, ele soube rea- valiar aquela sua posição e voltou a ser a pessoa que todos seus amigos admiravam. Hoje, o Dr. Ventura, beirando os setenta, procura viver com simplicidade junto aos amigos que conquis- tou pela vida. No entanto, sempre que procurado como advo- gado, não mede esforços para ajudar aos mais humildes, dei- xando de lado sua vida ociosa de aposentado. Fora isso, man- tém uma rotina diária, que já é bem conhecida pelos frequen- tadores da padaria da esquina da Praça da Sé. Toda manhã ele sai de sua casa que é ali bem perto, sobe a ladeira e vai tomar seu café na padaria da esquina da praça; aí, ele possui mesa cativa bem no centro do salão de refeições.
Numa dessas manhãs iguais a muitas outras, o Doutor Ventu- ra, cumprindo sua rotina diária encontrava-se lendo seu jornal, enquanto tomava café na mesa daquela padaria. Sem que es- perasse, foi interrompido por um senhor idoso, negro como
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ele, vestindo um chapéu de couro e um gibão esfolado pelo tempo - traje típico de um cangaceiro do nordeste.
O visitante inesperado, embora tivesse pedido licença, não aguardou a resposta para puxar uma das cadeiras e sentar- se bem à frente do Doutor Ventura. O garçom que estava por perto e a tudo observava, não entendeu muito bem o que esta- va ocorrendo, e discretamente indagou ao Doutor Ventura, se a pessoa que sentou-se a sua frente o estava perturbando. De- pois de olhar bem de frente aquele cangaceiro da cidade, o Doutor assinalou com o polegar, confirmando ao garçom, que tudo estava bem. Antes que