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Perfume
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E-book303 páginas3 horas

Perfume

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Sobre este e-book

Arraial D Ajuda é o distrito de Porto Seguro, um pequeno município que se caracteriza pelas suas praias paradisíacas, natureza exuberante e construções de estilo único, atrai turistas de todo o globo, mas por detrás dessa beleza engrandecida, guardam-se grandes segredos e uma zona cercada de mistérios: Pamela Monteiro está com o casamento marcado com um dos homens mais ricos da costa baiana, no entanto o seu coração pertence a outro, Jonatham Sampaio, o seu amor de infância. Para salvar as dividas em torno do patrimônio da família, efetuadas pela matriarca, terá que abrir mão da sua felicidade e se entregar por inteira a Miguel Xavier. Levi Monteiro é o líder do negócio ilegal de falsificação de produtos originais no Brasil, sua vida se resenha em viajar pelo mundo e fechar contratos com investidores. Conseguiu multiplicar a herança do patriarca, afastando-se da família e da terra natal, construindo um verdadeiro império. Levi está envolvido emocionalmente com a escritora de prestígio internacional, Barbara Novak. Milionário, frio e calculista. Essas três palavras resumem Miguel Xavier. Adentro do resort que é proprietário, administra o centro de prostituição e exploração sexual em torno do distrito, consegue controlar os passos de qualquer um ao redor, incluindo o da futura esposa, Pamela, o altar é o primacial objetivo. Em meio a um grande homicídio, cercados de suspeitos, são colocadas em evidência diversas peças chaves. A exatidão irá transparecer aos poucos, no fim das vertigens conseguirão sentir o doce perfume do assassino.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de dez. de 2021
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    Perfume - Luiz G. Teixeira

    Inspirado na música Perfume de Britney Spears e no filme Vertigo de Alfred Hitchcock.

    Capítulo 1: A Ilha dos Aquários – Parte I

    A mulher dona de cabelos brilhantes e escuros, dermas morenas e macias, aproxima-se lentamente da sacada no segundo andar de sua residência, para contemplar a paisagem de Arraial D’ Ajuda, a vista é simplesmente magnífica, digna de uma verdadeira obra de arte de Themistokles von Eckenbreche, Pamela Monteiro está utilizando uma calça jeans de cintura alta, acompanhada por uma camisa longa preta que compactua facilmente com a sua bota. Os seus pensamentos permanecem em desalinhos, em poucas horas a sua vida irá mudar para sempre, apenas um sorriso no dia do noivado é o suficiente, mas para a dama é feito uma facada no pescoço. 

    Ela esboça uma tristeza acompanhada de alegria, ao lembrar-se do irmão mais velho que sempre a protegeu, dos tempos em que brincavam na praia e jogavam-se na piscina daquele palacete de quase quatrocentos metros quadrado, que hoje é consumado apenas pela solidão, desde que o patriarca faleceu, acerca de cinco anos atrás. A divisão de bens chegou a ser justa, um milhão de dólares para cada herdeiro: Pamela, a filha mais nova, Levi, o filho mais velho e Amália, a matriarca da família. 

    Levi saiu pelo mundo e resolveu cortar relações com os parentes, seu vínculo afetivo com a mãe era de uma verdadeira ruína, mas certamente deve se encontrar melhor que a irmã mais nova, que atualmente não tem nada além de sua beleza e um ventre pronto para dar um golpe da barriga em um dos homens mais ricos de Porto Seguro. Amália conseguiu jogar dois patrimônios no fundo do poço, o dela e o da filha, o que resta agora são apenas sobras do que conseguiu movimentar a renda liquida do município e um sobrenome. 

    Pamela caminha em direção ao closet, se fosse se casar com uma pessoa que amasse de verdade, estaria contornada de maquiadores profissionais e estilistas de primeira linha, mas não estava se importando com o que a sociedade baiana pensaria daquela noite na Ilha dos Aquários. Ela havia escolhido um vestido vermelho rendado nas mangas e decote alto fechado e um salto fino de cerca de dez centímetros, estava pronta, sempre esteve, mas esse é o momento de colocar a máscara.

    Quando pôs as mãos no corrimão, os seus olhos castanhos chamaram mais atenção do que a cor do seu vestido ou o seu colar de rubis. O noivo a aguardava no pavimento, a cada passo nos degraus a feição de Miguel Xavier mudava, entre surpresa e ansiedade, certamente deve desejar o coração da moça, mas a reciproca não é verdadeira. Os dois ficaram frente a frente, Pamela estava na altura do homem que trajava terno e gravata, roupa tradicional em noivados e que descreve perfeitamente o empresário do ramo de hotelaria. 

    A limusine se deslocou facilmente no trafego do município em direção a balsa exclusiva para os dois pombinhos. Miguel observava a mulher a todo momento, deixando Pamela um pouco embaraçada, eles estavam noivos, mas ao menos se conheciam ou dialogavam, um jogo de aparências. Ele acariciou as pernas dela, mas ela afasta as mãos dele. 

    — Agora não, Xavier, o motorista pode escutar alguma coisa.

    — Você acha que me importo?

    — Não, mas preciso estar perfeita para essa noite. 

    — Mais bela do que tu, Pamela, apenas o raio de sol. 

    A festa estava apenas começando e os convidados formavam filas quilométricas para entrar no local, todos foram meticulosamente revistados pelos seguranças. 

    Pamela atraiu atenção, não apenas pelo fato de ser o centro do acontecimento social, também por seu encanto e magnetismo. Pela primeira vez naquele dia conseguiu avistar a matriarca, que passou muito tempo trabalhando naquele teatro, ela estava tomando um coquetel feito com gim e vermute seco, mais conhecido como martini, aquela não era a primeira taça, certamente. 

    Pamela puxa a mãe para que os convidados não pudessem escutar e a leva para o almoxarifado. 

    — Está gostando da festa, Pamela? Esse noivado vai ser uma loucura, o momento mais badalado do ano. Imagina amanhã, as colunas sociais, falando apenas da família Monteiro, somos verdadeiras fênix, retornarmos das cinzas, aquelas peruas nem falavam mais comigo, mas graças a você, querida, o mundo ainda é meu e circula na ponta dos meus dedinhos. 

    Amália Monteiro estava com bastante álcool no sangue, os cabelos escuros dela permanecem amarrados em um coque e o vestido bem colocado no corpo, valoriza sua idade, mas as palavras que saem da boca da senhora, parecem inúteis. 

    — Você me destruiu, Amália, eu podia estar feliz ao lado do homem que amo, mas graças a essa ambição demoníaca, vou me casar com o Xavier. 

    — E acha isso ruim? Ele é podre de rico. 

    — Não é apenas de dinheiro que o globo é feito. 

    — Devemos ser capitalistas, queridinhas, amor não enche barriga. 

    — Acho que por isso que a senhora brigava tanto com o papai, vai morrer seca. 

    — Respeite-me, Pamela, ainda continuo sendo a sua mãe.

    — Infelizmente. Retoque a maquiagem e vamos seguir para a segunda parte do show.

    — Isso mesmo, ninguém merece saber o que acontece nos bastidores. 

    O som estava alto demais, Pamela observa atentamente cada uma das pessoas ao redor, todos se divertindo e os seus olhos encontra os encantadores de um rapaz, Jonathan Sampaio, o seu verdadeiro príncipe, ele estava se formando em administração em uma grande faculdade federal, trabalhava nos negócios dos pais, que mesmo sendo conhecida em todo o distrito, não era tão opulenta. Agora está neste paradigma, um romance impossível, digno de um conto de fadas.

    Os dois seguiram para os fundos andando despercebidos no meio de todos os indivíduos, passaram por um corredor e encontraram um cômodo escondido, aonde ninguém poderiam os perceber, Jonathan fecha a porta no cadeado e a beija intensamente, Pamela tira cuidadosamente o vestido, mas a vontade era de arrancá-lo do corpo selvagemente, os cabelos dela estavam caindo sobre os seus ombros nus, a lingerie branca deixa enfatizado os seus seios fartos que eram mais interessantes do que qualquer joia preciosa, despertando o controle do rapaz adiante e ambos entregaram os corpos ao pecado, enquanto o mar se debatia contra a costa baiana, naquele colchão jogado no assoalho sujo e com apenas um lençol de quinta categoria. 

    Pamela teve alguns minutos para se arrumar e retocar o batom e a maquiagem, não teve tempo para conversas, quando retorna para a mesa principal, Miguel Xavier direciona um jeito maldoso para a mulher. Ela tenta apagar as últimas lembranças de prazer da cabeça.

    — Onde esteve esse tempo todo? 

    — Estava passando mal, apenas isso. 

    — Comeu alguma coisa?

    — Acho que foi uma dessas bebidas. 

    Ao se levantar novamente Pamela avista Jonathan retirando-se do local, continua triste, mas não pode voltar atrás, existe dívidas da sua família a serem pagas e apenas esse casamento é capaz.

    Um segundo é o suficiente para expor o seu destino em flashbacks, os reflexos do passado voltam em sua mente enquanto a música Secrets do One Republic começa a tocar, os dois haviam começado a se relacionar aos 15 anos de idade, ele usava óculos de grau devido a miopia e Pamela, era a garota mais cobiçada da escola e avistou em Jonathan um desejo incurável, uma paixão doce e inocente, posteriormente o garoto acabou por se tonar um homem, bonito e inteligente, ambicionado por várias mulheres. 

    Ela continuou a recepcionar os seus convidados, muitos conhecidos, mas a sua única amiga naquele ambiente é Evelyn, elas se conhecem desde pequenas. Os cabelos cacheados da dama estão amarrados em um rabo de cavalo com um acessório brilhante, nas mãos segura apenas um copo de suco de maracujá, destetava bebidas alcoólicas. 

    — Pam, tem certeza de tudo isso?

    — Até você contra minha decisão? 

    — Vai ter uma consequência muito grande!

    — Sei disso, Evelyn, mas infelizmente não tem outra escolha. 

    — O Jonathan está muito triste. 

    — Sim, conversamos agora pouco. 

    — Só conversaram? 

    Evelyn a encarou e deu uma pequena risada, sabia muito bem o que tinha acontecido. 

    — Você sumiu por muito tempo, os convidados notaram. 

    — Não ligo para ninguém desse ninho de cobra. 

    — Você deve saber com quem está jogando. 

    Os convidados esperavam uma dúzia de palavras dos noivos em um palco com telão onde ficava o DJ, que parou de reproduzir a música para Miguel Xavier fazer um anúncio. 

    É com grande honra do mundo que hoje, oficializo o noivado com a minha amada Pamela Monteiro, ao seu lado vou construir uma família, poderemos encontrar os nossos sonhos e visitar as estrelas, eu vou ser o seu homem e você será a minha mulher.

    Todos bateram palma e Pamela o beijou e sussurrou no seu ouvido:

    Eu não quero falar nada, Miguel, ainda não me sinto bem.

    Eles sorriam para as fotos de revistas e sites importantes, um barulho irritante começa a importunar a todos do salão, maior do que a música no lugar, acionando todos os convidados para o lado externo, um helicóptero circunda o espaço para finalmente pousar tranquilamente sem machucar ninguém, quando as hélices pararam de se movimentar, as portas do aparelho se abriram, para todos verem um homem de boa aparência, usando uma roupa social. 

    — Não pode ser... É o demônio! – Afirma Amália Monteiro. 

    — É o meu irmão, é o Levi. 

    Pamela solta um sorriso imaculado de liberdade. 

    Capítulo 2: A Ilha dos Aquários – Parte II

    Levi Monteiro colocou de lado a sua taça de champanhe, estava voando a 10 mil metros de altitude a caminho de um evento muito importante, na Ilhas dos Aquários. Tinha se notificado dos últimos acontecimentos em Arraial D’ Ajuda a respeito da farsa sobre o noivado da sua irmã. Pamela, irá se casar com um homem que ao menos deseja para quitar os débitos de uma herdade. Por sorte ele saiu daquele município antes da matriarca fazer algum tipo de lavagem cerebral e gastar um milhão de dólares em um piscar de olhos. 

    As maiores lições de sua vida tinham aprendido com o patriarca, Antônio Monteiro, de como guardar e fazer dinheiro, sem se perder em ambições frívolas. Ao receber a herança, tratou logo de multiplicá-la, mudando-se para o Rio de Janeiro e com alguns sócios investiram na falsificação de CDs, DVDs, brinquedos, medicamentos, softwares, perfumes, livros e relógio, controlando os negócios e distribuindo mercadorias para o restante do mundo. 

    Amália nunca apostou no futuro promissor do filho, o subestimando, como se não fosse fruto do casamento e sim uma criança adotada, um bastardo, segundo lugar em tudo, mas não existem remorsos ou algo procedente, na cabeça do dirigente. Levi sente uma conexão muito forte com a irmã mais nova.

    Envolvido com a escritora Barbara Novak, pretende se casar em breve, algo simples contemporaneamente, mas que para o varão permanece importante, continuar com os valores familiares. A cronista conhece os empreendimentos de Levi, mas é contra, sente na pele a desvalorização dos artistas e dos empresários, já que não recebem créditos e remuneração sobre as vendas. Os dois se conheceram em uma festa beneficente em São Paulo, há cerca de três anos e desde então, nunca se separaram, atualmente Barbara está em uma viagem de negócios, divulgando o seu último trabalho. 

    Na aeronave está acompanhado por um dos membros da organização, Tony Federline, o seu melhor amigo. Levi admira a inteligência dele, são poucas pessoas que se tornam bilionárias e mantém o pé no chão e o QI elevado, mas sente pena do rapaz. Tony tem poucos parentes e tenta buscar sua outra metade da laranja, mas assim como os homens, as mulheres também se colocam em primeiro plano e fazem de tudo por dinheiro e todos os seus relacionamentos caem em um luxuoso fracasso. 

    — Estamos chegando, Levi?

    — Parece que sim, amigo. 

    — É um pouco desconfortável viajar nessas geringonças. 

    — Concordo, mas foi a primeira opção. 

    Há cerca de mil e setecentos metros de elevação e uma hora e meia de locomoção, Levi reconhece a cidade, as pedras em meios ao oceano atlântico e a bela paisagem formada por florestas e as construções de estilo único, o piloto começa a pesquisar a área para que pudessem aterrissar sem ocorrer nenhum problema. 

    Os convidados formavam filas no lado externo do salão, todos curiosos, certamente deviam estar chamando mais atenção do que os noivos. Pamela esboçou uma alegria enorme ao divisar o irmão, usando calça de poliéster cinza no comprimento certo do corpo e o colete bem ajustado, com uma bela gravata, o cabelo preto dele está arrumado em um corte de origem francesa no melhor estilo Johnny Cash. 

    Pamela saiu correndo em direção ao irmão sem se atrapalhar na areia da praia, os dois se olharam enxergando toda uma história e se abraçaram, como se nunca tivessem se separado. O vento continua forte e o barulho das ondas chega a ser confortante para ambos. 

    — Você me abandonou, Levi. 

    — Me perdoa minha irmã, mas precisava sair dessa cidade e construir a minha vida, não imaginava que essa mulher ia fazer mal a você. 

    — Ela é a nossa mãe. 

    — Sim, mas te colocou nessa situação de risco.

    — Agora não tem mais voltas, é um jogo único. 

    — Não será bem assim a partir de agora. 

    A dama cumprimenta o amigo do irmão, que fica encantado com a beleza adiante, digna de uma imagem de filme americano, mas lamentavelmente encontra-se comprometida. Os três caminharam em direção ao salão de festas, todos ficaram perplexo com o retorno de Levi, inclusive Amália que continua calada, o álcool parece ter desaparecido do seu corpo. 

    — Sentiu saudades de mim, mamãe? 

    — Não, nunca passou essa ideia pela minha cabeça. 

    — Isso mostra o quanto a senhora é afeiçoada pelos seus filhos. 

    — E esse dinheiro? Roubou algum banco? 

    — Foi com um trabalho árduo e investimento e não em gastos supérfluos. 

    Levi segue adiante sem se importar com o primeiro obstáculo, abraçando alguns dos familiares presentes e congratulando Miguel Xavier, mas odiou o rosto daquele homem e seu nuance de ironia e mistério, os dois estavam no mesmo nível e jogando em torno de transações baixas, Pamela não merece aquelas midas, por ser apenas uma joia de forma condolente. 

    Tony se aproxima com um copo de uísque com gelo nas mãos e ambos seguiram para um local reservado. 

    — Gostou desse Miguel Xavier? 

    — Não, existe algo estranho no dinheiro desse homem. 

    — Tipo o quê? 

    — Ele consegue ser mais sujo do que o nosso. 

    — Mas ele não é dono de alguns hotéis e daquele famoso resort? 

    — Apenas uma fachada, existe algo envolvendo isso e a mamãe deve saber, não é possível que uma senhora experiente se deixou levar por apenas uma primeira impressão, a primeira impressão não é a que fica e assim a que indica.

    Levi permanece calado por alguns segundos com aquela questão no ar, tinha muitas coisas fora do lugar naquela cidade desde que foi embora e precisava amarrar essa cama de gato. 

    Tony observa atentamente o amigo, antes de soltar algumas palavras. 

    — Sua irmã é linda, se fosse solteira, seria um forte pretendente. 

    — Eu apoiaria o namoro e quem sabe um futuro casamento, mas o coração da Pam tem dono, ele se chama Jonathan Sampaio. Lembro-me perfeitamente desses dois quando começaram a namorar, um sentimento resistente não se apaga assim. 

    Tony seca o copo e continua a contemplar as mulheres do salão, em especial a irmã do melhor amigo, mas essa não é para o seu extenso currículo. Uma garçonete chama sua atenção, ele coloca um bilhete no bolso da calça da garota, com o seu número de telefone acompanhado de uma nota de cinquenta reais, Levi repele a atitude dele. 

    — Saiba tratar uma mulher, Tony. 

    — Elas só querem o meu dinheiro mesmo. 

    É só isso que você sabe apresentar, cadê o homem inteligente? Não é só o capital que movimento uma relação de corações, mude essa atitude antes que se arrependa e seja tarde demais e não irá conseguir realizar nenhum dos seus desejos. 

    Levi retorna para o restante das pessoas que continuam animados na festa, ele chama Pamela da mesa principal para poderem parlamentarem na varanda, a lua iluminava o mar, enquanto os dois irmãos se encaram um pouco intimidados, então, Levi saca um envelope e entrega para irmã que fica meio desentendida enquanto a maresia bate entre as suas madeixas negras. 

    — Pode abrir. 

    Pamela retirou o papel com várias palavras transcritas, o irmão havia pago todas as dívidas da família nos últimos anos feitas por Amália Monteiro, essa é a independência da dama.   

    Capítulo 3: A Ilha dos Aquários – Parte III

    Às sete horas da manhã as portas do elevador se abriram lentamente e Miguel Xavier saiu na recepção primorosamente decorada do Resort Arraial. A recepcionista não está presente no momento, o empresário havia chegado um pouco mais cedo do que o habitual, a ansiedade tomava conta do seu intelecto por inteiro, hoje é o dia do seu noivado, um dos eventos mais aguardados do ano. Ele percorreu os corredores largos, virou à direita e depois à esquerda entrando na sala principal, o da presidência. 

    O homem se acomoda na poltrona de couro e escreve uma senha no teclado, abrindo o programa do computador, onde controla os seus imóveis em todo o país e ao redor do planeta, os mais importantes situa-se no litoral baiano. Miguel Xavier, nasceu em berço de ouro e conseguiu ampliar os negócios dos falecidos patriarcas, Conrad Xavier e Hilary Aguiar, encontrados mortos misteriosamente em um iate na Austrália, desde então ele assumiu o controle das empresas, tornando-se um dos milionários mais novos do país.

    Hilary Aguiar era uma belíssima baiana com ascendência americana, morena de olhos azuis uma combinação quase impossível, morou grande parte de sua vida em Salvador, aonde casou-se com Conrad Xavier e resolveu por adotar o sobrenome do marido e posteriormente, mudaram-se para o distrito de Porto Seguro, construindo um império no ramo de hotelarias, no mesmo lugar teve Miguel, o filho único. 

    O telefone começa a tocar, mas Xavier desliga o aparelho. Ele está quase tornando-se balzaquiano e sente que este é o momento ideal para uma união matrimonial e com uma moça cinco anos mais nova, a belíssima Pamela Monteiro, o amor é construído aos poucos, mas sabe que esse relacionamento tem como base o seu dinheiro, para pagar as dívidas da família da dama, no entanto, não pode se render a total exílio.

    Ele se levanta lentamente e observa um ônibus escolar liberando os alunos ao lado dos professores para uma excursão, completamente gratuita, Xavier precisa manter a imagem de bom samaritano para a mídia global e deixar aqueles pobres indivíduos, conhecerem um pouco a história do seu grandioso e requisitado hotel. 

    Na escrivaninha de madeira de jacarandá do Resort Arraial, monitora o sistema de prostituição em torno do município, um dos maiores motivos de ter continuado com os negócios dos pais e com absoluto sucesso, é ter estabelecido o turismo sexual como meta, sendo a principal condição das pessoas viajarem atualmente. No Brasil o meretrício é legalizado, sendo que todos são donos do próprio corpo e pode usá-lo para o que quiser, mas Xavier, tira proveito da situação e com a ajuda dos funcionários acabam

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