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Mestre De Estratégia
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E-book513 páginas4 horas

Mestre De Estratégia

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Sobre este e-book

O Poder Total Como operar comandos atrevidos, ousados, para controlar situações e pessoas. Com os estratagemas revelados ao longo desta obra, até um ingênuo pode arrombar a porta do sucesso de qualquer carreira. Conheça agudas ferramentas motivacionais para lança-lo na estratosfera do poder pessoal. As possibilidades de êxito, de vitória nos empreendimentos, sociais e empresariais, são totais. Conheça soluções ferozes para definir situações de relacionamento, no trabalho, na família, no relacionamento amoroso. Torne-se Homem ou Mulher Alpha, quem tem pleno domínio sobre os outros. Chegou a sua vez! Instruções de Miyamoto Musashi para vencer sempre, como estratégias para qualquer área: amor, arte, esporte, guerra, mercado, política...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de nov. de 2020
Mestre De Estratégia

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    Mestre De Estratégia - Carlos Araujo Carujo

    Trilogia – Livro 1

    Carujo

    Mestre de

    ESTRATÉGIA

    Shamballah

    2020

    Carlos Araujo Carujo

    PODER

    Sobre

    Pessoas

    As Táticas do Bispo

    para Conquistar, Vencer e Dominar

    2020

    ATENÇÃO!

    Leitura Obrigatória

    A prática da conquista do poder é para detonar um efeito eficaz sobre a sua vida. A principal tática, de múltiplos efeitos repentinos, é dominar o ser psicológico do oponente. Esta abordagem autoritária se dá sem o pudor nem a ética da postura acadêmica.

    Os comandos que você vai encontrar, aqui, são atrevidos e fazem com que, mesmo um ingênuo, arrombe a porta do sucesso de qualquer

    carreira,

    seja

    de

    liderança,

    empreendedorismo,

    política,

    amorosa,

    esportiva ou social.

    Avance nestas instruções e obtenha, gradativamente, por meio de deliberações arriscadas, mas eficazes, a aquisição de um poder arrebatador, sem que tenha de impor limites

    éticos

    para

    esta

    conquista.

    Fornecemos, aqui, uma aguda ferramenta motivacional, que trabalha com soluções ferozes, para definir qualquer situação de relacionamento.

    As regras são objetivas e sintéticas, mas que estão presentes na complexidade de

    muitos homens e mulheres de sucesso no mundo. Essas leis resumem-se a cinco regras: 1. Simular.

    2. Dissimular.

    3. Não fiar-se em nada.

    4. Dizer as coisas boas de todo mundo.

    5. Prever antes de atuar.

    Aqui está um livro inflamado, este que você tem em suas mãos. Ele foi escrito a partir do Breviário dos Políticos, famosa obra do Cardeal Giulio Mazarin.

    O título Breviário dos Políticos, bem que poderia ser um simulacro, uma dissimulação, para não fugir à Primeira Regra, porque não revela só a forma de agir dos políticos, exclusivamente, mas do homem como animal solitário e predador.

    O texto deste livro perigoso confidencia os recursos mais ousados da explosiva natureza humana, em sua busca obsessiva de domínio.

    O poder cobiçado é obtido, sobre as pessoas e sobre o mundo, por todos os meios.

    Para a ópera mazarínica, se conquistar qualquer coisa não for contra as leis dos homens e da Natureza, deve-se cometer!

    Advertência!

    Deve-se alimentar uma rejeição desprezível à boa reputação e à glória. Fama não representa nada, na vida, quando se pretende acercar-se do sólido poder. Esta é a recomendação de abertura, para seguir a a

    ópera mazarínica.

    O

    relacionamento,

    entre

    pessoas,

    é

    marcado por tensões de ódio e de amor. Você ama uns e outros te odeiam. Mas, os que te odeiam são sinceros e não podem ser falsos como aqueles que você ama.

    Existe, no pensamento de Giulio Mazarin, um preceito fundamental. Mas, antes de lançar esse fundamento, ele descreve duas filosofias antigas, que até hoje prevalecem, embora

    formuladas

    de

    outro

    modo.

    Antigamente dizia-se para ser tolerante e evasivo. Hoje isto se formula de uma maneira mais direta: simula e dissimula.

    O mestre da arte de conquistar o poder não abandona totalmente as antigas filosofias, regressando a elas ao longo do seu livro, mas prefere começar pelo que se formulou

    modernamente, quer dizer, na época dele.

    No entanto, quanto às aplicações, feitas as

    devidas

    adaptações,

    são

    perfeitamente

    válidas para os dias de hoje.

    O que vamos expor, aqui, segue o estilo de Mazarin. Ele não dá qualquer ordem às suas máximas uma vez que, segundo alega, a vida não é um simples caminhar.

    Apresentação

    O livro que terminei de traduzir, comentar e organizar é uma das joias da literatura popular universal. Parte dos conselhos do Cardeal Giulio Mazarin são preceitos óbvios, comuns a todo mundo, mas alhures encontramos indicações que nos surpreendem pelos detalhes originais.

    Em certos momentos as mazarínicas

    são afetadas pela formalidade de enunciados, mas outros são marcados pelo tom coloquial, como os conselhos de um pai, de um preceptor ou de um amigo muito chegado.

    Todos os enunciados, no entanto, são assinalados pela ambição de estar no controle.

    O

    resultado

    desta

    produção

    discursiva clássica, o direcionamento que cabalmente atinge é um só: a conquista e a manutenção do poder, por todos os meios e artifícios.

    Na tarefa de organizar o texto, gastei mais tempo e concentração do que na elaboração de vários outros livros juntos.

    Já havia tido uma primeira experiência, de tradução do Italiano, apesar de possuir pouca familiaridade com a língua, só com o auxílio on-line, ao trabalhar no livro A Arte da Prudência, de Baltazar Gracián. Embora esta obra de Gracián ainda não tenha sido concluída, totalmente, a parte que ficou pronta foi publicada por mim, no mês de agosto do ano de 2014, no pequeno formato do livro de bolso.

    O texto que obtive e que aqui comento, foi enriquecido por meio da transcrição, de origem latina, do Breviário dos Políticos, retirado da edição de Johannem Klammerum, esta que originalmente foi publicada na cidade de Colónia (em alemão Köln), atualmente a maior cidade do estado de Renânia. A edição a que tive acesso foi, realmente, a primeira, publicada no ano de 1723. Este texto, em latim, eu o verti para o Italiano clássico, daí o adaptei (ou subverti) para o Português.

    DOS RECURSOS DE TRADUÇÃO

    Quero pedir vênia para, neste ponto, falar dos recursos de tradução, para o Português, que utilizei e que foram vários.

    Em primeiro plano destaco o fantástico e utilíssimo Google Tradutor (por meio do link

    https://translate.google.com) na tarefa de tradução do Italiano para o Português.

    As frases clássicas em Latim, muito utilizadas por Mazarin na edição italiana, eu as conservei na forma original, dando e explicando sua tradução portuguesa em seguida. Nesta fase, de tradução do Latim para o Português, utilizei a ajuda de

    http://onlinetradutor.com.

    Também

    utilizei

    o

    Dicionário

    Latino-

    Português, publicado pelo Ministério da Educação e Cultura, de autoria do Professor Ernesto de Faria, para as palavras que não foram possíveis de traduzir no contexto das frases, para o Italiano e também para as traduções de expressões de dificuldades do Latim.

    Ver

    esta

    preciosidade

    no

    link

    https://archive.org/details/DicionarioEscolarLat

    inoPortuguesDoMecPorErnestoFaria1962.

    Como auxiliar, para deslindar as palavras incomuns e as intraduzíveis, do texto traduzido do Italiano para o Português, lancei mão do Dicionário Michaellis de Italiano Online,

    encontrado

    no

    link

    (http://michaelis.uol.com.br/escolar/italiano/).

    Também foram consultados textos de obras e de cursos sobre a Compreensão e Análise de Textos em Língua Italiana, para a elaboração

    dos

    materiais

    escritos

    originalmente

    em

    Latim,

    como

    Língua

    Estrangeira Clássica.

    MATURIDADE INTELECTUAL

    A leitura das mazarínicas não implica, de modo

    nenhum,

    num

    estreitamento

    da

    perspectiva

    política,

    ou

    das

    relações

    humanas, como sendo umas coisas velhas, mofentas. Mas não se pode estudar política, como parte da Cultura, da Filosofia ou da Literatura, sem um sólido conhecimento do pensamento clássico. Não é possível estudar o pensamento político contemporâneo sem os modelos históricos. O Cardeal Giulio Mazarin é um desses paradigmas necessários.

    Conforme ia me aprofundando, descobri que estudar o texto de Mazarin também serve para aprender a pensar com eficácia. A fórmula da escrita em Latim é um evento feliz, pois, como se dizia antigamente no Seminário Salesiano onde estudei, o Latim era a matemática das letras. Trata-se de uma justa comparação quando, na verdade, esta língua exige apreciável agilidade mental.

    Em certo momento de meu trabalho, à medida que eu ia avançando no texto, com paciência, perpassando por cada palavra, frase e parágrafo, desenvolvia a habilidade de compreender

    trechos

    cada

    vez

    mais

    complexos. A certa altura, o raciocínio rápido e o discernimento se transformaram em ferramentas que não pude mais dispensar.

    Com a gradativa compreensão do texto original, fui aprofundando o pensamento de Mazarin

    em

    nossa

    língua,

    captando

    momentos opostos às traduções comerciais que mantinha sobre minha mesa de trabalho.

    Acredito que, depois dessa incursão pelo Latim e Italiano, acabei por descobrir uma perfeita fórmula de aprender a escrever melhor em Português.

    Desenvolvi uma capacidade para brigar com

    um

    grande

    volume

    de

    dados,

    conhecimento advindo da pesquisa em bibliotecas na Internet. Tive, por esse meio virtual, a facilidade de lidar com bibliografias de várias línguas estrangeiras, com as páginas traduzidas em tempo real na tela do meu computador. Este recurso é, na verdade, uma competência que aprendi a utilizar em minha atividade profissional de escritor. A tendência é melhorar, cada vez mais, o desempenho.

    Com o estudo da obra de Mazarin, da forma obsessiva como fiz pude, como você também pode, ganhar experiência e maturidade. No meu caso, embora me sinta acalentado pelo tirocínio alcançado aos 66 anos, o contato com essa obra fez-me sentir mais maduro intelectualmente.

    A abrangência das teses de Mazarin, tive oportunidade de assinalar com distinção, desencadeia uma perspectiva de vida, quando estuda a origem mesmo do fenómeno psicológico humano. Esta abordagem se dá sem

    a

    complexidade

    das

    matérias

    acadêmicas relacionadas. As indicações

    mazarínicas permitem, mesmo a um leigo na vida, enveredar por qualquer carreira política, empresarial, social enfim.

    Tenho absoluta convicção de que, por meio dos textos do Breviário dos Políticos, atinge-se a excelência na conquista do poder, sem que haja limites para tal conquista. É uma extraordinária ferramenta para qualquer área de relacionamento.

    Mas, atenção! Não é necessário que tenha de aplicar, ao pé da letra, as táticas imorais ou demasiadamente

    morais,

    segundo

    a

    conveniência de cada um, porque o mau uso pode resultar em verdadeiros desastres vivenciais, como já presenciei acontecer.

    Pode destruir empreendimentos, famílias e toda uma experiência de vida.

    Capítulo 1

    O Homem mais Astuto do Mundo

    No ano de 1723 começou a circular, na Alemanha, o livro Breviarium Politicorum, uma obra que, sem muita certeza, se atribuiu ao Cardeal Mazarino, ou Mazarin como prefiro grafar, uma vez que entendo ser Mazarin diminutivo de Mazar (ou Mazzar).

    O Breviário dos Políticos, com este título publicado até hoje, foi imputado a Giulio Raimondo Mazzarin e tomado como um manual perfeito para a consecução do poder.

    Ele contém, em tese, instruções de como alcançar e conservar essa conquista.

    A maior parte dos políticos de hoje, seguindo as pegadas de Mazarin, quer atingir os objetivos pessoais passando por cima de qualquer consideração de ordem moral.

    Os estudiosos são quase unânimes em

    afirmar que o pequeno livro foi redigido por alguém, da nobreza, que conhecia bem ao Cardeal, em sua intimidade até. Aquele

    admirador reuniu uma coleção de seus conselhos, de suas ideias, além de preceitos deduzidos da maneira de ser e agir, de Mazarin.

    O livro foi escrito originalmente em Latim e rapidamente obteve várias edições, com traduções para o vernáculo em muitos países.

    Esta é uma obra muito apreciada e estudada por cientistas políticos, psicólogos e empreendedores.

    Mas

    os

    políticos

    profissionais, de nosso país atual, podem aprender muito pouco com ela, porque tudo sabem sobre corrupção e fraude.

    As

    gerações

    de

    políticos

    contemporâneos cultivam uma transmissão tradicional de práticas imorais, de pai para filho, de mestre à discípulo, que fariam o Cardeal corar de vergonha: trampos, traições, simulações, astúcia, vigarice, roubos, espionagem. Levando em conta tudo isto, conhecendo os políticos como os conhecemos pelos escândalos de hoje, podemos concluir, após conhecer o pensamento de Mazarin, que este não sabia da missa a metade.

    Mas o famoso Breviário dos Políticos, que seria uma sinopse de um texto mais longo,

    tomo

    predileto

    dedicado

    aos

    ambiciosos do mundo, livro em cabeceira dos poderosos, não se destina, exclusivamente, a entender a forma de agir dos ricos, mas compreender a natureza humana como um

    todo, em sua busca de domínio sobre as pessoas e sobre o mundo – custe o que custar.

    Giulio

    Raimondo

    Mazarino,

    ou

    simplesmente Mazarin, em francês Jules Mazarin Raymond, nasceu em Pescina, parte do Reino de Nápoles (atualmente província de L'Aquila), dia 14 de julho 1602. Veio a falecer em Vincennes, no dia 09 março de 1661.

    Foi falso clérigo, porque nunca obteve a ordenação

    sacerdoteal,

    embora

    tenha

    estudado em seminário de formação católica.

    Mas esta passagem lhe valeu, apenas, como referência de ter sido educado em colégio de padres.

    Destacou-se, também, como diplomata e homem de Estado. Em 1641 recebeu o capelo cardinalício das mãos do papa Urbano VIII, na verdade Maffeo Barberini, um personagem histórico corrupto e nepotista, que sob seu pontificado teve lugar o processo contra o cientista Galileu Galilei.

    Em 1642 Mazarin foi investido como Ministro

    Principal

    de

    Luís

    XIII,

    por

    recomendação do sublime gangster Richelieu.

    Em 1643, quando morre o Rei, sua viúva Ana de Áustria o eleva a Primeiro Ministro, cargo que exerceu até o fim de seus dias.

    Mazarin governa o país no período da regência

    da

    vallisoletana,

    durante

    a

    menoridade de seu afilhado, o futuro Rei Luís XIV. A despeito do purpurado, na prática foi

    péssimo cristão, mas hábil político, muito se destacando por ser um tenaz agitador. Teve incontáveis inimigos, sobre tudo entre a alta nobreza da França. Por ocasião da Cabele des Importants (1643) houve uma conjura para assassiná-lo, mas que foi desarticulada.

    Amargou a vida de milhões de

    franceses com suas abusivas medidas fiscais, a pretexto de estar usando de austeridade.

    Porém ele, pessoalmente, juntou uma colossal fortuna, ao ponto de esta riqueza, de sua casa, se confundir e misturar com as arcas do próprio Reino.

    O Cardeal Mazarin virou personagem de dois livros de Alexandre Dumas: Vinte Anos Depois e O Visconde de Bragelonne.

    Estas obras são continuações do clássico Os Três Mosqueteiros. Nos romances de Dumas ele é apresentado em luta contra Fronda. Este partido político francês se rebelou contra Mazarin durante a menoridade de Luís XIV e precipitou a guerra civil na França. O Cardeal também é um personagem do romance histórico, de Alexandre Dumas, denominado

    Colar, ou O Colar da Rainha (Maria Antonieta).

    Cresceu na Capital da Itália, estudou no Colégio Romano dos jesuítas, mas nunca viria a se tornar membro daquela ordem religiosa embora lhe tivesse absorvido os princípios.

    Depois de ter parado seus estudos de

    seminário, no nível de diaconato, se tornou um religioso, mas não um sacerdote.

    Também estudou Direito Canônico na Universidade de Alcalá de Henares, na Espanha, uma instituição que hoje pertence à Universidade de Madrid. Quando voltou à Roma, prestou serviço militar para o Papa. Em 1628, com apenas 26 anos de idade, tornou-se diplomata papal.

    Exerceu a missão, assumida em 1630, de negociações de paz juntamente com o Cardeal de Richelieu, na Guerra da Sucessão de Mântua. Esta missão diplomática evitou que os exércitos da França e da Espanha se confrontassem em Casale Monferrato.

    Foi vice-legado do Papa Urbano VII, em Avinhão e núncio extraordinário em Paris, até que Armand Jean du Plessis, o Cardeal Richelieu, o convocou para o serviço junto ao Rei Luís XIII. Seu grande prestígio, perante Richelieu e Luís XIII, fez com que ele ganhasse, em 1639, a nacionalidade francesa.

    Suas ações internas levaram os nobres franceses a se submeterem à autoridade da monarquia absolutista. Teve que sufocar muitas revoltas, principalmente relacionadas ao aumento de impostos escorchantes para serem gastos com a Guerra dos Trinta Anos.

    Conseguiu sair vitorioso nessa guerra, em 1648, que transformou a França na maior potência da Europa.

    Com uma nova elevação de impostos a nobreza e o povo se rebelaram pelo país, tendo o Cardeal que fugir da França em 1651.

    Em 1659 Luís XIV controlou a rebelião e restaurou seu ministério. No seu retorno, Mazarin formou a Liga do Reno contra a Áustria, com a ajuda da Inglaterra à qual entregou Dunquerque.

    Venceu

    a

    Espanha

    em

    1659,

    responsabilizou-se pela educação do futuro Rei Luís XIV, seu afilhado e promoveu o casamento deste com a infanta Maria Teresa, além de assinar a paz no norte da Europa graças aos tratados de Copenhagen (1660), Oliva e Kardis.

    Quando morreu teria concretizado, astutamente, grande parte dos objetivos do Cardeal Richelieu: a modernização do Estado Francês, a transformação da França em principal potência europeia, a restauração do absolutismo, a subjugação da nobreza francesa, além de concretizar o declínio do poder dos Habsburgos na Europa, que governavam a Espanha, a Áustria e os Países Baixos. Também criou a Imprensa Real, iniciou a construção de um Jardim Botânico e fundou a Academia Francesa de Letras.

    As suas sobrinhas, denominadas de Mazarinettes, casaram com membros da alta aristocracia francesa e italiana. Foram elas: Duquesa de Modena (Laura Martinozzi), Princesa de Conti (Anna Maria Martinozzi),

    Duquesa de Mercoeur (Laure Mancini), Condessa de Soissons (Olimpia Mancini), Princesa de Paliano (Maria Mancini), Duquesa de La Meilleraye (Hortense Mancini) e a Duquesa de Bouillon (Maria Ana Mancini).

    Capítulo 2

    Conhece-te a ti mesmo

    Na vida cotidiana, no seu desempenho social, você decide se é inferior ou superior.

    Para

    conhecer-se,

    é

    preciso

    saber,

    inicialmente, quais as grandes qualidades e dons naturais que você possui em sua vida pessoal. Quais os predicados que julga ter: sorte, inteligência, memória, virtudes, força de caráter e ainda outro de qualquer natureza?

    Você acha que poderá ter um surto de cólera ou emoção de raiva, está inclinado a sentir medo, será capaz de cometer ações audaciosas impensadas? Que outra paixão arrebatadora julga fazer parte de sua natureza?

    A autoanálise a ser feita por você deve partir, inicialmente, sobre quais são os pontos negativos que pode detectar em seu caráter.

    Tente descobrir quais os erros que existem, em seu comportamento e as falhas que está

    inclinado a cometer. Observe como se porta na igreja e também à mesa. Como age durante uma conversação, ou quando está jogando ou, ainda, em outras atividades semelhantes. Como se conduz, quando frequenta as rodas sociais?

    No momento seguinte, deve fazer um exame físico detido. Acredita que a sua maneira de olhar é arrogante? Quando anda, seu passo é muito rijo. Os seus movimentos são fáceis ou precipitados? Olhe-se no espelho e repare se o seu pescoço é torto, se as comissuras de sua boca são fletidas para baixo, se a testa vive enrugada. A seguir, procure sorrir: o seu sorriso é artificioso?

    Pode ser que você venha frequentando pessoas afortunadas, de boa reputação, mas é de muito bom alvitre ficar cauteloso. Diante de pessoas e de situações importantes, é muito fácil perder o controle dos atos, das palavras inclusive e cometer erros grosseiros de linguagem ou de conduta. Em determinado momento, dada à empolgação, você pode se tornar por demais exibicionista e isto o conduzirá a desprezar o seu interlocutor.

    Devemos ter em mente, sempre, que nunca vamos saber o que acontecerá no futuro: " as almas dos mortais são vulneráveis".

    Na vida cotidiana, no seu desempenho social, você decide se é inferior ou superior.

    Portanto, não se habitue a frequentar lugares suspeitos, ambientes vulgares, locais mal

    afamados, se é que você os acha indignos de você. Frequente os melhores ambientes, sempre.

    Desde que levanta até se deitar, deve exercer vigilância constante em todas as suas ações. Não deve se descuidar, nem relaxar a guarda, em um só momento. É como se isso dependesse a sua sobrevivência.

    O Cardeal Mazarin alerta para o fato de que a leitura de seu livro prepara o candidato ao poder a refletir, incessantemente, sobre o local onde essa pessoa se encontra, as circunstâncias nas quais a mesma está envolvida e a classe social dele, de quem está junto e com que trata.

    Recomenda ele que, quando você estiver vivendo alguma circunstância de perigo pessoal, deve pensar rapidamente no que fazer enquanto refreia a própria língua.

    Porque, da forma como te pronunciares, os outros te julgarão. Lembre-se do ditado de Cícero: "quoties aliquid aut dicimur aut loquimur toties de nobis judicatura" (somos tantas vezes julgados por algo que tantas vezes falamos).

    Em sua conversação, abstenha-se de fazer autopromoção, não se gabe, porque as pessoas

    o

    detestarão,

    tomando-o

    por

    arrogante, até mesmo por inveja de você. Da mesma forma não faça trocadilhos, porque é uma vulgaridade que as pessoas não gostam.

    O Cardeal até exagera, em determinado ponto do seu texto, quando pede ao pupilo que faça um exame de consciência e anote os detalhes de suas culpas. Pede para que tome nota de tudo o que é culpado. Esta seria uma fórmula para não perder de vista os seus defeitos. E estabelece uma disciplina: toda vez que cometer um erro deverá se beneficiar como sendo este erro uma penitência.

    Se alguém te ofender, refreie a língua e não diga nada naquele momento. Não deve demonstrar nenhum sinal de raiva ou de ressentimento. Porque, naquele momento, você estará envolto numa circunstância em que a manifestação da cólera é inútil. Deve minimizar isto e esperar pela oportunidade certa. Não procure imediatamente a vingança, mas

    dissimule

    com

    a

    ausência

    de

    ressentimento,

    de

    rancor.

    Espere

    pela

    oportunidade adequada, a hora exata. Aquele desgraçado terá sua hora e local: "est vindicta bonum, vita iucundius ipsa" (esta é a vingança sobre o bem, mais doce do que a própria vida).

    Se já foi posta em execução uma vingança, relacionada a uma antiga ofensa, você não deve se atirar para obter outra nova. Se fizer isso,

    pode

    se

    transformar

    em

    um

    compromisso de espalhar o terror entre as pessoas, fazendo com que você se esquive de tudo e de todos, pois assim você ficará sozinho. O exercício de dominar sua própria

    raiva, a todo custo, ajuda a manter, sob controle, também, os seus oponentes e inimigos.

    A pessoa que elogia o impulso para a vingança é como quem elogia uma doença, como quem manipula animais peçonhentos ou cultiva ervas venenosas, porque qualquer coisa letal pode ser menos perigosa. Aquele que incendeia sua casa pode ser tomado por um cão raivoso, mas o que dizer de quem incendeia a sua alma?

    Santo Agostinho disse que a ira corrompe as pessoas, assim como o vinagre azeda todo o navio que o transporta. Em vez de arquitetar vingança, como disse Isidoro, conseguirá um grande sucesso se forçar a louvar a você mesmo aquele que o tem ofendido, porque poderia ter batido nele em vez de o ter perdoado.

    Trate para que seu rosto não tenha que trazer outra máscara senão a da cortesia e se puder, da afabilidade. Mas não se exponha ao ridículo, à frivolidade, rindo com facilidade.

    Não dê informações àqueles que querem saber de ti, aos que perguntam diretamente a ti, porque estes são tolos ignorantes. Há sempre um riso falso e servil no rosto daquele que é despojado de gravidade e que se comporta como um palhaço.

    Adota, como uma regra permanente, sempre investigar, minuciosamente, a todos os que se acercam de ti. E quanto você vai

    guardando, enterrando bem enterrado, seus próprios segredos, vá cavando fundo os segredos dos outros.

    Não diga ou faça qualquer coisa indecorosa ou indecente quando estiver em presença de algumas pessoas, em público, mesmo que se tratem de comentários naturais e corriqueiros que as pessoas costumam empregar sem malícia. É certo que teus inimigos, das coisas espontâneas que dirás, destacarão elementos de malícia e desprezo e acrescentarão outros mais graves.

    Deve observar tudo de um ponto seguro, conservando-se parado e reservado. É bom estar alerta sobre tudo o que ocorre ao seu redor. Seu olhar deve ser sagaz ao ponto de captar tudo, de entender tudo, sem a necessidade de fazer perguntas. As pessoas que

    agem

    dessa

    forma

    são

    sábias,

    inteligentes e cuidadosas.

    Capítulo 3

    Conhece aos Outros

    As mentiras que nós dissermos, iremos esquecê-las imediatamente.

    Para o Cardeal, há muito a aprender sobre as pessoas quando elas estão doentes, bêbadas, na folia, quando estão lutando com grandes perdas ou ganhos, no jogo, durante as viagens ou quando são esmagadas pelo infortúnio. Estas circunstâncias fazem abrir as portas do coração e ainda fazem emergir as bestas negras que estão escondidas no íntimo. São oportunidades que não se deve perder, se você quiser ter

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