Vicissitudes
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Sobre este e-book
Qual a relação entre um girassol e o amor? Entre a música e as batidas de um coração? Uma plantação de trigo e a condição humana? O medo de água e todos os mistérios no profundo imenso azul do oceano?
Uma narrativa de quatro histórias sobre a subjetividade dos sentimentos humanos e sobre como a vida é contínua, mutável, imprevisível e cheia de vicissitudes.
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Vicissitudes - Gustavo Gregório M. Mello
Vicissitude
Parte I: O Fazendeiro
Certa vez, quando ainda era criança, viajei com meus pais para uma cidade afastada, no interior, uma pequena cidadezinha em uma zona rural; era um lugar bem bonito, com suas vastas colinas e florestas, era facilmente preenchido por um verde-vivaz e por um claro céu azul.
Encontrei um velho fazendeiro rastelando terra em uma pequena plantação, trabalhando incessantemente com sua enxada, fincando a ferramenta na terra uma vez após a outra, continuamente, escolhendo as sementes com todo o cuidado do mundo, colocando-as na terra e cobrindo novamente, com as mãos, com a mesma terra, e dessa forma seguia. Estava tão concentrado em sua interminável tarefa, que nem ao menos percebia que eu estava ali, curioso, olhando.
Quando finalmente percebeu minha presença, o velho homem me segurou com os braços e me colocou sentado em cima de algumas caixas, cheias de sementes, que estavam ali na plantação.
Eu então perguntei a ele:
— Quem é o Senhor?
Ele me respondeu, com sua voz rouca:
— Sou um fazendeiro. — E continuou com sua enxada, fazendo o mesmo processo repetitivo, enquanto eu, sentado sobre as caixas, observava atentamente, tentando entender o que o homem fazia naquele lugar.
— Eu planto — disse ele.
— Planta o quê? — perguntei, curioso.
— De tudo um pouco — respondeu.
— Planta cenoura? — perguntei, novamente.
— Sim.
— Alface?
— Sim.
— Cebola?
— Também.
— Algodão-doce?
— Isso também.
— Mas isso não se planta! — confrontei o homem.
— Mas é claro que se planta! — disse ele, ainda arando a terra.
— Não se planta não, eu vi o moço fazendo na máquina. — Eu, com a sabedoria de uma criança pequena, afrontei o homem.
— Veja bem, garotinho, eu planto a cana, e da cana se faz o açúcar, e do açúcar se faz seu algodão; então se tu come, é porque sou eu que planto, ora!
Como não queria enfurecer o homem, resolvi ficar quieto por um instante e comecei, então, a prestar mais atenção nele: era um homem velho, suas barbas e cabelos eram grisalhos, sua pele era morena e queimada de sol; o caboclo velho tinha suas mãos cheias de calos e cicatrizes, ao que parecia, seu trabalho era realmente muito árduo.
Com o passar do tempo, as nuvens foram se juntando, e o céu, azul e limpo, foi virando um mosaico. O homem então colocou sua enxada sob os ombros e disse:
— Sabe, garoto, você me faz lembrar de meus filhos!
Eu olhei para ele, então minha curiosidade novamente surgiu:
— Por quê? — perguntei.
— Ora! Cê não cansa de perguntar o porquê de tudo, não? — perguntou.
— Não! — respondi, com todo o meu entusiasmo infantil.
O homem respirou profundamente.
— Meus filhos sempre foram curiosos que nem você, queriam entender tudo sobre tudo — disse.
— Sério? — perguntei a ele, animado.
— Sério, tenho até um neto que virou biólogo, só para tentar entender o meu trabalho, acredita? — disse ele, sorrindo.
— E ele conseguiu? — perguntei, com meus pequenos olhos brilhando.
— Não exatamente — respondeu, coçando a cabeça. — Sou um sujeito simplista, sabe, garoto, não me preocupo muito com o porquê das coisas, eu só planto, um pouco de tudo, e espero crescer. Meus filhos me questionam o tempo todo, Como isso cresce?
, Como isso nasce?
, O que é fotossíntese?
, Como funciona?
, Como o pássaro voa?
, Por que o céu é azul?
, Por que o senhor não nos visita?
. E olha… para mim, isso não importa muito… Gosto das coisas simples, sem muita explicação: o céu é azul porque não é amarelo, o pássaro voa porque tem asas para voar, é tudo mais simples assim