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O Que É A Espiritualidade Cristã
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O Que É A Espiritualidade Cristã
E-book662 páginas7 horas

O Que É A Espiritualidade Cristã

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Sobre este e-book

Meu objetivo com este livro é entendermos o que realmente é ser espiritual e o como podemos desenvolver a nossa espiritualidade. Veremos que ser espiritual é ser humano. A teologia cristã reitera que, de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados. Veremos que desde o Éden, Satanás opera de modo a confundir o homem, fazendo com que pense que é mais ou menos do que foi criado para ser. Todavia, só poderemos viver uma vida plena ao entender nossa identidade em Deus, nada menos e nada além de seres que existem para glorificá-lo. Mas o que significa ser espiritual? Creio que essa pergunta pode gerar um debate bem grande, mas vamos respondê-la de uma maneira bem simples: ser espiritual é se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo. Ele é o nosso exemplo de ser humano, e a nossa meta a alcançar. Acredito também que ser espiritual não se restringe a uma proclamação pública da fé, ou a esgotar todo conhecimento que há para ser estudado. Vamos demonstrar que a principal forma de transmissão da espiritualidade se dá mediante nossas ações e nosso amor. Assim, uma pessoa espiritual permite que sua vida seja 100% conduzida pelo Espírito Santo. O ponto de partida da espiritualidade cristã, assim como a conversão é o início da vida para o cristão, é nela também que começa a se tornar espiritual. Por consequência, o novo nascimento nos permite reconhecer quem somos, e a entender quem precisamos nos tornar (não por nossa própria força, mas pela graça de Deus). Quando olhamos para dentro de nós, em um processo de interioridade, percebemos que somos pecadores e precisamos de um Salvador. Veremos que o primeiro passo para se tornar alguém completo, é reconhecer a nossa natureza caída. A Bíblia deixa bem claro o quão pecadores nós somos. Várias passagens nos mostram que não somos nada sem a graça e a misericórdia de Deus, durante o desenrolar de nosso texto iremos apresentando e meditando os diversos textos sobre espiritualidade. Jesus com uma linguagem simples, composta de exemplos práticos baseados no cotidiano dos ouvintes, em sua maioria adultos, apresentava seus ensinos por meio da metodologia da espiritualidade amorosa, especialmente andragógica, isto é, tendo por centro do aprendizado o adulto, na espera de um resultado que mostrasse a ressignificação do assunto para o aprendiz, ou seja, que aquele princípio de vida fosse aprendido de forma significativa. Nas últimas décadas, ocorreram transformações que atingiram todos os níveis da vida. A crise ecológica, social, e da civilização, a perplexidade diante dos complexos problemas da atualidade têm provocado a aproximação de diferentes áreas do conhecimento, procurando respostas, ações cooperativas, movimentos interdisciplinares. Nesta perspectiva, o paradigma ecológico-holístico emerge cada vez mais como uma nova forma de compreender o mundo, uma nova realidade científica e social. O holismo postula que há uma tendência, que se supõe seja própria do Universo, a sintetizar unidades em totalidades organizadas. O homem é um todo indivisível, que não pode ser explicado pelos seus distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico)considerados separadamente. O objetivo é um entendimento de conjunto, uma visão do todo que possui as características próprias e independentes das características de suas partes. A física quântica, os princípios de indeterminação de Heisenberg e de complementaridade de Niels Bohr, o desenvolvimento da ética ecológica e da educação ambiental, como também os conhecimentos de diferentes áreas abrem uma nova perspectiva para a ciência. Veremos que as estratégias docentes usadas por Jesus no ensino de seus discípulos e demais seguidores, podem ser usadas atualmente pelos docentes no ensino da espiritualidade, principalmente para
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de dez. de 2020
O Que É A Espiritualidade Cristã

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    O Que É A Espiritualidade Cristã - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 5

    CAPÍTULO 1 O QUE É ESPIRITUALIDADE CRISTÃ 17

    CAPÍTULO 2 CORPO ESPIRITUAL QUE SE FAZ

    ORAÇÃO 30

    CAPÍTULO 3 O ESPÍRITO É O PRINCÍPIO DE

    CRIAÇÃO DE DEUS 40

    CAPÍTULO 4 O DIÁLOGO ENTRE A VISÃO DE MUNDO

    QUE SURGE DA CIÊNCIA E A PROVENIENTE DA REVELAÇÃO 60

    CAPÍTULO

    5

    A

    ESPECIFICIDADE

    E

    OS

    FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA ESPIRITUALIDADE

    CRISTÃ 91

    CAPÍTULO 6 CONFRONTO, SIMILARIDADES E

    DIFERENÇAS DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ E

    HOLISMO 137

    CAPÍTULO 7 A VIVÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE 170

    CAPÍTULO 8 FAZENDO A EXPERIÊNCIA DE

    ENCONTRO PESSOAL COM JESUS NO EXERCÍCIO

    ESPIRITUAL DO DIA-A-DIA 175

    CAPÍTULO 9 A DISCERNIR O PRINCÍPIO E

    FUNDAMENTO DA VIDA 210

    CAPÍTULO 10 APRENDENDO A DISCERNIR AS

    MOÇÕES DE CONSOLAÇÃO E DESOLAÇÃO E O

    PECADO 226

    CAPÍTULO

    11

    FAZER-NOS

    DISCÍPULO

    PELA

    CONTEMPLAÇÃO DOS MISTÉRIOS DE CRISTO 265

    CAPÍTULO 12 CONFIRMANDO A OPÇÃO DE VIDA NOVA NA PAIXÃO DE CRISTO 334

    CAPÍTULO 13 IDENTIFICANDO-SE COM A VIDA

    NOVA QUE A RESSURREIÇÃO NOS TRÁS 357

    EPÍLOGO 381

    BIBLIOGRAFIA 394

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 397

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço também aos Padres: Adroaldo, orientador do CEI, que me orientou nos exercícios espirituais, e me ajudou a construir toda experiência dos retiros, contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. Ao padre Chiquinho, Vitor e em especial Geraldo de almeida Sampaio, que ajudaram na minha formação religiosa e apostólica no movimento de Cursilhos de Cristandade que fiz em 1983. À

    Márcia, minha acompanhante nos exercícios, pelas suas inspiradas orientações, à Irmã Fátima que orientou nosso grupo de oração e discernimento e me orientou na busca de conhecer a minha personalidade através das tipologias e em especial o eneagrama.

    Irmã Zenaide, psicóloga que acompanhou o nosso grupo de partilha e melhoria da personalidade. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte. Ao Movimento de Cursilho de Cristandade, especialmente à Escola Vivencial, onde durante mais de 30 anos tenho recebido e compartilhado com amigos e irmãos de fé, a minha vida de cristão comprometido, procurando vivenciar o tripé: oração, formação e ação evangelizadora. Em especial à Canção Nova, especialmente ao Padre Léo, que já vive na eternidade, pelos ensinamentos e orientações nos muitos seminários de cura interior que tive oportunidade e a felicidade de participar, sob a orientação do nosso querido e cheio da Graça de Deus, Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, hoje a maior e mais efetiva comunidade de evangelização do mundo católico.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm 3

    afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, enfim vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    4

    INTRODUÇÃO

    Sim, que eu vos conheça Senhor e me conheça cada vez mais para que eu possa me tornar uma pessoa melhor e possa te servir como Tu queres!

    Quero iniciar este livro sobre espiritualidade cristã: como desenvolvê-la, afirmando que Jesus possuía um modelo de espiritualidade próprio, que observava a pessoa em seu contexto e forma de aprender. Ao escutarmos a palavra espiritualidade, uma enxurrada de coisas nos vêm à mente, por efeito de influências externas que condicionam a maneira como pensamos. Porém, estudando mais a fundo a espiritualidade cristã, somos confrontados com a percepção de que tudo o que entendemos como espiritual, na verdade não é. Particularmente, quando penso em alguém espiritual, imagino um monge, ou até mesmo uma entidade isolada, que não tem contato com a maldade ou o pecado.

    E você? O que vem a sua mente?

    Meu objetivo com este livro é entendermos o que realmente é ser espiritual e o como podemos desenvolver a nossa espiritualidade. Veremos que ser espiritual é ser humano. A teologia cristã reitera que, de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados.

    Veremos que desde o Éden, Satanás opera de modo a confundir o homem, fazendo com que pense que é mais ou menos do que foi criado para ser. Todavia, só poderemos viver uma vida plena ao entender nossa identidade em Deus, nada menos e nada além de seres que existem para glorificá-lo. Mas o que significa ser espiritual? Creio que essa pergunta pode gerar um debate bem grande, mas vamos respondê-la de uma maneira bem simples: ser espiritual é se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo. Ele é o nosso exemplo de ser humano, e a nossa meta a alcançar.

    Acredito também que ser espiritual não se restringe a uma proclamação pública da fé, ou a esgotar todo conhecimento que há para ser estudado. Vamos demonstrar que a principal forma de transmissão da espiritualidade se dá mediante nossas ações e nosso 5

    amor. Assim, uma pessoa espiritual permite que sua vida seja 100%

    conduzida pelo Espírito Santo. O ponto de partida da espiritualidade cristã, assim como a conversão é o início da vida para o cristão, é nela também que começa a se tornar espiritual.

    Por consequência, o novo nascimento nos permite reconhecer quem somos, e a entender quem precisamos nos tornar (não por nossa própria força, mas pela graça de Deus). Quando olhamos para dentro de nós, em um processo de interioridade, percebemos que somos pecadores e precisamos de um Salvador. Veremos que o primeiro passo para se tornar alguém completo, é reconhecer a nossa natureza caída. A Bíblia deixa bem claro o quão pecadores nós somos. Várias passagens nos mostram que não somos nada sem a graça e a misericórdia de Deus, durante o desenrolar de nosso texto iremos apresentando e meditando os diversos textos sobre espiritualidade. Jesus com uma linguagem simples, composta de exemplos práticos baseados no cotidiano dos ouvintes, em sua maioria adultos, apresentava seus ensinos por meio da metodologia da espiritualidade amorosa, especialmente andragógica, isto é, tendo por centro do aprendizado o adulto, na espera de um resultado que mostrasse a ressignificação do assunto para o aprendiz, ou seja, que aquele princípio de vida fosse aprendido de forma significativa. Nas últimas décadas, ocorreram transformações que atingiram todos os níveis da vida. A crise ecológica, social, e da civilização, a perplexidade diante dos complexos problemas da atualidade têm provocado a aproximação de diferentes áreas do conhecimento, procurando respostas, ações cooperativas, movimentos interdisciplinares.

    Nesta perspectiva, o paradigma ecológico-holístico emerge cada vez mais como uma nova forma de compreender o mundo, uma nova realidade científica e social. O holismo postula que há uma tendência, que se supõe seja própria do Universo, a sintetizar unidades em totalidades organizadas. O homem é um todo indivisível, que não pode ser explicado pelos seus distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico)considerados separadamente. O objetivo é um entendimento de conjunto, uma visão do todo que possui as características próprias e independentes das características de suas partes. A física quântica, 6

    os princípios de indeterminação de Heisenberg e de complementaridade de Niels Bohr, o desenvolvimento da ética ecológica e da educação ambiental, como também os conhecimentos de diferentes áreas abrem uma nova perspectiva para a ciência.

    Veremos que as estratégias docentes usadas por Jesus no ensino de seus discípulos e demais seguidores, podem ser usadas atualmente pelos docentes no ensino da espiritualidade, principalmente para o ensino dos adultos, visto que as técnicas, os recursos e a metodologia usadas, continuam pertinentes e atuais.

    Jesus nos deixa o legado de ensinar de uma forma que auxilie os indivíduos a disseminarem o conhecimento adquirido, portanto mais que preocupação com o conteúdo e distribuição de informações, o ensino espiritual envolve mudanças de valores e atitudes, os quais se tornam testemunho influenciando outros para também aprender.

    Ao observar o método de ensino de Jesus nota-se a variação desenvolvida por ele conforme o ambiente e o público ouvinte. Por exemplo, com a mulher samaritana, usou método de perguntas, com os discípulos, a caminho do Jardim das Oliveiras, usou o de preleção. Iniciou uma palestra com um jovem doutor e perguntou: como lês? (Lucas 10.26). Filipe, o evangelista, iniciou a sua fala com o auto funcionário de Candace, e perguntou:

    entendes o que lês?(Atos 8.30). Jesus usou o método audiovisual em Mateus 6.26 (olhai para as aves do céu), Mateus 6.28 (olhai para os lírios dos campos), João 10.9 (eu sou a porta); João 15.5 (eu sou a videira verdadeira, vós as varas). O método de narração. Para ensinar certa lição a Pedro usou método de tarefas. Mateus 17.24-27. Aprofundando-se nos evangelhos outros métodos podem ser encontrados.

    Este livro focaliza a ação da pedagógica espiritual de Jesus, mostrando a importância desse ensino para todas as gerações. Visa, portanto, identificar a metodologia didático-pedagógica usada por Ele, como pedagogo espiritual.

    Veremos também que todos aqueles que procuram buscar para a sua vida, estes ensinamentos de Jesus, que lhes possam dar um sentido mais nobre à sua vida em sabedoria, neste livro 7

    encontrarão respostas para iniciar este caminho de espiritualidade, bem como programar sua vida conforme o chamado, vocação que escutar nas orações, meditações e exercícios que iremos proporcionar nestes estudos. Precisamos redescobrir uma pedagogia que nos conduza até o mais profundo de nossa intimidade, onde o Espírito ativa a originalidade de nosso ser único, através de uma fonte que nunca se esgota. Para conduzi-lo no caminho de Jesus vamos propor os exercícios espirituais de Santo Inácio, fundador dos Jesuítas.

    Somos um mistério no meio de mistérios, em um mundo de surpresas e de assombros. Cada um de nós é uma fonte inesgotável de prodígios, uma reserva insondável de recursos e possibilidades. Nós, seres humanos, somos os únicos que podemos lavrar nosso futuro, que podemos inventar-nos a nós mesmos. Somos seres históricos, nascemos como projeto de existência; a vida nos é oferecida como a tarefa apaixonante de chegar a ser pessoa.

    Somos criadores de nós mesmos, dotados da capacidade de nos transformar interiormente, de modificar nossa maneira de pensar e de viver, de entrar em sintonia com os outros e com a realidade. Como dinamismo humanizador, a interioridade é mola mestra que movimenta grandes intuições e sonhos, retira-nos do individualismo, cultiva a solidariedade, corrige rotas de vida, excita a imaginação, realça o poder criativo, desperta inspirações...

    Interioridade é experiência vital; ela estimula o autoconhecimento, as viagens interiores, a superação de conflitos, a resistência interna.

    Quem tem vida interior nunca está sozinho. A solidão habitada carrega presenças, lembranças, afetos, utopias, esperanças...

    Através dela podemos educar nossa capacidade de pensar antes de reagir; ela possibilita uma existência riquíssima e desenvolve uma personalidade plena de prazer e inventividade.

    Vamos verificar que Jesus ensinava com métodos e técnicas variadas, o mais comum observado nos evangelhos são as parábolas, pois ao contar parábolas, Jesus desenhava quadros verbais que retratavam o mundo ao seu redor. Ensinando por meio de parábolas, ele descrevia o que acontecia na vida real". Jesus identificava símbolos relevantes no contexto dos ouvintes para 8

    ensinar os princípios de vida desejados, ele usava uma história tirada do cotidiano, para, por intermédio de um fato já aceito e conhecido, ensinar uma nova lição. Essa lição, na maior parte das vezes, vinha no final da história e provocava um impacto que precisava de tempo para ser entendido e assimilado". Após essa tomada de ressignificação a história tornava-se significativa e as pessoas passavam a viver e disseminar as verdades conhecidas.

    Jesus ainda deixa uma fundamentação bíblica com sua afirmação em Marcos 4:11 quando fala: A vós outros vos é dado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se ensina por meio de parábolas. As parábolas é um recurso que cabe a todos os níveis de intelecto, cultura e social pois, normalmente atraem os ouvintes, provocam reflexões e geram ação. Para a aplicação da Palavra de Deus na vida dos seus discípulos, as parábolas aplicadas de forma andragógica poderá ter os resultados de transformação de vida esperada.

    Veremos as outras formas Jesus usou para ensinar: perguntas, preleções, histórias, conversas, parábolas, discussões, dramatizações, lições objetivas, planejamentos e demonstrações.

    Ensinou multidões, grupos, e pessoas individuais. Ensinou no templo, nas sinagogas, nas casas, nas praças, nas estradas, no deserto e na praia. Porém, o que se observa em comum é a forma andragógica que ministrou com cada ferramenta de ensino.

    Algumas parábolas foram apresentada na forma de relatos detalhados, e outras foram resumidas em um ou dois versículos pequenos. Algumas aparecem isoladas, e outras ganham força por causa do seu contexto imediato. Algumas fazem parte de séries de ensinamentos sobre o mesmo tema, e outras são únicas. Lemos no Evangelho que Cristo ensinou algumas coisas privadamente a seus Apóstolos, mas ordenando-lhes que as pregassem depois publicamente: O que eu vos digo na obscuridade, dizei-o às claras, e o que é dito ao ouvido, pregai-o sobre os telhados (Mt 10, 27).

    Outras vezes, porém, o Senhor ensinou por meio de parábolas, que ele explicava depois aos seus discípulos, mas cujo sentido escapava à maior parte de seus ouvintes. Os próprios Apóstolos perguntaram ao Senhor a razão dessa maneira de pregar, 9

    e obtiveram uma resposta cuja interpretação exata é um tanto obscura e difícil:

    "Chegando-se a ele os discípulos, disseram-lhe: 'Por que razão lhes falas por meio de parábolas?' Ele respondeu-lhes:

    'Porque a vós é concedido conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem lhe será dado (ainda mais), e terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo em parábolas, porque vendo não veem, e ouvindo não ouvem nem entendem.

    E cumpre-se neles a profecia de Isaías (6,9-10), que diz: Ouvireis com os ouvidos, e não entendereis; olhareis com os vossos olhos, e não vereis. Porque o coração deste povo tornou-se insensível, os seus ouvidos tornaram-se duros, e fecharam os olhos, para não suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam com o coração, e se convertam, e eu os sare"

    (Mt 13, 10-15).

    Não eram capazes de receber abertamente essa doutrina por conta de seus prejulgamentos messiânicos, completamente opostos à realidade evangélica. Eles imaginavam um Messias em forma de rei temporal, forte e poderoso, que esmagaria todos os inimigos de Israel e os encheria de felicidades e prosperidades temporais. Frente a esta concepção, tão arraigada no povo, a doutrina evangélica, orientada inteiramente ao Reino dos Céus e ao desprezo das coisas da terra, era demasiado sublime e elevada para que pudessem captá-la exposta em toda a sua nudez. Cristo lhes dá o pão da verdade na forma que então podiam compreendê-la, deixando a seus discípulos o cuidado de expô-la com toda claridade à medida que fossem capazes de assimilá-la. Di-lo expressamente São Marcos (4, 33-34): Assim lhes propunha a palavra com muitas parábolas como estas, segundo podiam entender. Não lhes falava sem parábolas; porém, tudo explicava em particular a seus discípulos.

    Jesus disse que há um tesouro precioso, que carrega em si um grande desejo: produzir alegria em quem o encontra. Portanto, aqueles que o encontram podem encher-se de alegria. O tesouro existe e a alegria é manifestada em quem o encontra. Ele contém a capacidade de produzir automaticamente essa alegria. Assim como 10

    quem tem uma habilidade, quer prová-la por intermédio do que faz, esse tesouro demonstra quem é pela alegria que produz em quem o encontra.

    Afinal, quem é esse precioso tesouro e como encontrá-lo?

    Como é possível ter a garantia de que ele, de fato, produz alegria?

    Essa certeza nos foi dada pelo próprio Jesus: O Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo (Mateus 13,44).

    Jesus garante que quem o [tesouro] encontra fica cheio de alegria. Quando esse tesouro produz alegria? O próprio Senhor responde: quando é encontrado. Caso não o seja, não consegue dar o fruto da alegria a quem deseja. Esse tesouro é o Reino dos céus.

    Esse tesouro é Jesus.

    Quantos ainda não O encontraram! Quantos ansiosamente vivem buscando essa alegria! Encontram outros falsos tesouros, com aparência de verdadeiros, mas falsos. Alegram-se quando os encontram, mas essa alegria é efêmera, passageira. São tesouros ocos, vazios. São os ídolos. Tesouros que não são capazes de preencher o vazio, mesmo depois de terem sido encontrados. São os tesouros do prazer, do dinheiro, do ter a roupa ou o tênis de marca. Ou, ainda, os tesouros da droga, da bebida, do sexo. A alegria que produzem, infelizmente, logo a seguir pode transformar-se em tristeza.

    Caros leitores/as como aprendi no cursilho e confirmei em minha vida: o tripé Oração, Estudo e Ação Apostólica. Buscando usar a máxima de Santo Inácio de Loyola: "em tudo amar e servir para a maior glória de Deus". Novo convertido ou não, todo cristão verdadeiro precisa crescer no conhecimento de Jesus Cristo, a fim de desenvolver as características do verdadeiro cristianismo. É

    urgente que aprendamos mais da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo hoje em dia, pois infelizmente muitos falsos cristãos tem surgido, enquanto isso muitos outros não estão amadurecendo na vida cristã, e por isso não dando frutos com esmero no reino de Deus. É quase impossível ser um cristão ideal.

    Mas um cristão melhor! Esse deve ser o objetivo de todo aquele que crê em Cristo. Mas como se faz isso? Trabalhando em si 11

    mesmo, melhorando sua comunidade inteira e colocando ênfase na sua fé, você pode ser o tipo de cristão que inspira todo mundo ao seu redor. Convido vocês a rezarem este livro, pois teremos oração, contemplação e meditação, e especialmente de cura interior. Mas, na verdade os verdadeiros cristãos não precisam ser cobrados a obedecer as Escrituras Sagradas, pois por amor ao Senhor Jesus estes leem, estudam de boa vontade e com alegria obedecem. Veremos que cada espiritualidade, ou carisma tem a sua maneira de rezar, uns contemplativamente, outros na leitura orante, mas todos na busca de se encontrar com Deus Criador, Seu filho Salvador e do Espírito Santo orientador e que nos dá ardor para sempre e cada vez mais buscar fazer a vontade de Deus!

    Um dia destes um amigo me perguntou porque eu estava escrevendo, o que havia me motivado a escrever. Na hora fiquei um pouco chateado pela pergunta, mas logo veio a resposta em meu coração: estou escrevendo para levar os outros a não errarem como eu errei até hoje!

    Minha vida profissional na Força Aérea e na indústria, como um profissional de engenharia de manutenção e segurança de voo e de segurança no trabalho, me fizeram aprender uma regra: existem duas maneiras de aprender: errando ou vendo os outros errarem, isso é aprendendo com o erro dos outros. Quando acontece um problema, um desacerto pessoal ou familiar, ou mesmo um acidente, a resposta que muitas vezes escutamos, ou até damos é: o que eu tenho com isso! É amigo, talvez esta seja sua resposta. Por causa de uma resposta como esta, já aconteceram muitos problemas e acidentes, muitas vidas foram perdidas e com certeza enormes foram os prejuízos. As pessoas ainda reagem ao termo segurança, associando-o com palavras de sentido negativista ou restritivo, tais como: não entre n’água você pode afogar-se, pare, fique quieto, não faça isso, é muito perigoso, e tantas outras.

    Todas essas imposições são limitações que se tornam inaceitáveis por serem contrárias ao natural desejo do homem, causando traumas ou fortes reações de oposição. Mas veja bem amigo, há sempre uma perspectiva adequada para realizar-se uma tarefa ou tomarmos uma atitude de forma mais segura e eficiente.

    Podemos correr, subir e nadar, falar e agir sob condições de menor 12

    riscos, traumas, atitudes ou perigos. A conscientização de como somos limitados, de características, tipos de personalidade e temperamentos diferentes, certamente ajudará a que você tome decisões seguras e sensatas, evitando, ou ajudando a evitar problemas, situações difíceis, tanto pessoais, como familiares e até acidentes.

    Nestes anos tenho aprendido que nós somos responsáveis por tudo que acontece à nossa volta. Através dos nossos pensamentos, emoções e palavras, criamos situações ao longo de nossas vidas que poderão ser destrutivas ou construtivas. Todos os acontecimentos em nossas vidas até o momento em que nos encontramos foram criados por nossos pensamentos e crenças que tivemos no passado, pensamentos estes que usamos ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado e durante toda nossa vida. O que passou não pode ser modificado, mas, o importante é o que estamos escolhendo pensar agora, porque o pensamento sim pode ser modificado, pois todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade.

    Muitos vivem irados, com raiva, e essa atitude é um dos maiores empecilhos para atingirmos o estado de liberdade interior, que é onde reside a felicidade. A raiva é tida como a mais hedionda das emoções, ela perturba nosso discernimento, nos causa desconforto e consegue devastar nossos relacionamentos pessoais com a força de um furacão, que põe abaixo ou pelos ares tudo que se interpõe à sua passagem. Estudos comprovam que a raiva, a fúria e a hostilidade são prejudiciais ao sistema cardiovascular, causando aumento de colesterol, de pressão alta e até de mortes prematuras.

    Muitas pessoas têm ânimo instável e atuam

    impulsivamente, duvidando de sua identidade e sofrendo explosões de violência contra ela mesma e contra os demais. Essas pessoas padecem de um transtorno que conduz ao abatimento e desesperança, caracterizada pela instabilidade emocional. Sem conseguir se controlar contra o abandono, ataques de ira, sensação de vazio interior e impetuosidade. Suas relações, seu sentido de si mesmo e o seu ânimo, se tornam muito instáveis. Muitos têm impulsos de gastar, ter relações sexuais abusivas e descontroladas, 13

    abusar de substâncias e comidas ou dirigir de forma temerária e incontrolável. Suas possibilidades de continuar estudando, ter um emprego ou estabelecer uma relação sentimental, casamento ou namoro se tornam difíceis. Essas pessoas tendem a experimentar longos períodos de abatimento e desilusão, interrompidos às vezes por breves episódios de irritabilidade, atos de autodestruição e cólera impulsiva. Estes estados de ânimo costumam ser imprevisível e parecem ser desencadeados menos por fatos externos do que por fatores internos da pessoa

    Fique certo caro amigo, pois estes sentimentos destrutivos quando brotam dentro de nós, acabam nos dominando de tal forma que destroem nossa paz mental e por isso são corretamente considerados como os nossos inimigos internos. Esses nossos inimigos internos só têm uma função, a de nos destruir e muitas vezes envolver também quem está a nossa volta, especialmente nossos familiares e amigos, exatamente os que mais amamos ou que deveríamos amar. Nossa presença de espírito e nossa sabedoria desaparecem, sentimos uma ansiedade que nos sufoca. Acabamos perdendo a capacidade de distinguir o que é certo ou errado, e aí, somos lançados num estado de confusão tamanha que agrava ainda mais nossos problemas e dificuldades. Você já deve ter percebido que quando isto acontece nossa tensão tende a aumentar, nosso nervosismo e nossa fisionomia também se transformam, e emanamos, desprendemos uma vibração tão hostil que todos se afastam. Até os nossos animais de estimação, como o gato ou cachorro, podendo mesmo nos transformar em autores ou vítimas de crimes hediondos contra pessoas próximas, ou mesmo contra nosso próprio ser.

    Quantos suicídios e vidas autodestruídas eu tenho visto nestes últimos anos. Quantas tristezas geram! Casais se separam de uma união que deveria ser indissolúvel, filhos matam pais, pais matam filhos, amigos se distanciam, pessoas perdem o emprego.

    Quanta angústia e desolação!

    A ira, a raiva, a depressão, o mau humor constante, a indolência e muitos outros problemas. São todos inimigos tão poderosos, que podem ficar atuando somente por instantes ou passar de geração para geração. Em alguns casos temos até raiva 14

    de pessoas que já faleceram há muito tempo, e assim o inimigo interno continua ativo com toda a sua força. Em outros casos mantemos raiva por desastres financeiros ou relacionamentos que já acabou há muito tempo.

    Francamente caros amigos, eu já passei por muito disso, e ainda hoje luto contra minhas instabilidades, temperamento difícil, impaciência e intolerância. Porém tenho descoberto, juntamente com minha querida esposa, que todos estes sentimentos podem ser construtivos, quando os utilizamos para detectar o que está dentro de nós como inimigos e com isso enxergar nossos egoísmos, nossas críticas, nossas lamentações, nossa falta de fé, ou sentimentos de culpar os outros por nossas mazelas, etc.

    Por mais de 20 anos fui instrutor e trabalhei na coordenação de ensino na maior escola de aeronáutica da américa latina: a escola de Especialistas da Aeronáutica, como engenheiro de voo dava instrução de voo e controle de manutenção aeronáutica e segurança de voo, como já falei anteriormente, pois sempre fui agente do CENIPA, que é o Centro Nacional de Segurança de Voo. Mas como era uma Escola tinha as funções de planejamento e avaliação que me obrigaram, além da engenharia, administração e economia, entender de psicopedagogia. Para poder chefiar a área de psicopedagogia tive de fazer um curso de pedagogia, com ênfase na Administração de Ensino e na psicopedagogia, na Universidade da Força Aérea, para poder ajudar os alunos a escolherem suas profissões, nas 28

    especialidades que a escola oferecia. Além de ajudá-los nos problemas ligados a aprendizado e dificuldades de aprendizado.

    Temos aprendido que devemos usar a força das nossas emoções para destruir os maus sentimentos que habitam em nossa alma e impedem que nossa vida, e a de todos aqueles que dela participam desfrutem de alegria, paz e amor. Para conseguirmos dominar esses inimigos internos, temos descoberto algumas ferramentas que são acessíveis a cada um de nós, basta força de vontade e perseverança em aplicá-los e transformarmos para melhor, nossas vidas e a vida daqueles com os quais convivemos.

    É destas ferramentas que iremos desenvolver nossos estudos e reflexões

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    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de como se encontrar com Deus através da oração e do discernimento diário. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, pérola preciosa, nosso Mestre e Senhor. E assim sermos bons cristãos e discípulos missionários de Jesus Cristo!

    No próximo capítulo iremos abordar algumas ideias sobre A teologia cristã que reitera, que de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados.

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    CAPÍTULO 1 O QUE É ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

    Ao escutarmos a palavra espiritualidade, uma enxurrada de coisas nos vêm à mente, por efeito de influências externas que condicionam a maneira como pensamos. Porém, estudando mais a fundo a espiritualidade cristã, somos confrontados com a percepção de que tudo o que entendemos como espiritual, na verdade não é. Particularmente, quando penso em alguém espiritual, imagino um monge, ou até mesmo uma entidade isolada, que não tem contato com a maldade ou o pecado.

    E você? O que vem a sua mente?

    Meu objetivo com este livro é entendermos o que realmente é ser espiritual e o como podemos desenvolver a nossa espiritualidade. Veremos que ser espiritual é ser humano. A teologia cristã reitera que, de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados. Desde o Éden, Satanás opera de modo a confundir o homem, fazendo com que pense que é mais ou menos do que foi criado para ser. Todavia, só poderemos viver uma vida plena ao entender nossa identidade em Deus, nada menos e nada além de seres que existem para glorificá-lo. Mas o que significa ser espiritual? Creio que essa pergunta pode gerar um debate bem grande, mas vamos respondê-la de uma maneira bem simples: ser espiritual é se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo. Ele é o nosso exemplo de ser humano, e a nossa meta a alcançar.

    Acredito também que ser espiritual não se restringe a uma proclamação pública da fé, ou a esgotar todo conhecimento que há para ser estudado. Vamos demonstrar que a principal forma de transmissão da espiritualidade se dá mediante nossas ações e nosso amor. Assim, uma pessoa espiritual permite que sua vida seja 100%

    conduzida pelo Espírito Santo. O ponto de partida da espiritualidade cristã, assim como a conversão é o início da vida para o cristão, é nela também que começa a se tornar espiritual.

    Por consequência, o novo nascimento nos permite reconhecer quem somos, e a entender quem precisamos nos tornar (não por nossa própria força, mas pela graça de Deus). Quando olhamos 17

    para dentro de nós, em um processo de interioridade, percebemos que somos pecadores e precisamos de um Salvador. Veremos que o primeiro passo para se tornar alguém completo, é reconhecer a nossa natureza caída. A Bíblia deixa bem claro o quão pecadores nós somos. Várias passagens nos mostram que não somos nada sem a graça e a misericórdia de Deus, como por exemplo: Rm 3:10-23 10 Como está escrito:

    "Não há um justo, nem um sequer.11 Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.

    12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.13 A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;14 Cuja boca está cheia de maldição e amargura.

    15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.16 Em seus caminhos há destruição e miséria;17 E não conheceram o caminho da paz.18

    Não há temor de Deus diante de seus olhos.

    19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

    20 Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

    21 Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.23

    Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Outros textos nos orientam para isto que vocês podem meditar: Rm 7:14-1; 1 João 1:8-10; Isaías 64:6.

    Graças a Deus por ter enviado a Jesus, porque a partir dEle podemos nos tornar mais espirituais, visto que não nos encontramos mais debaixo do poder do pecado. A santidade é um processo, caminhando um pouco mais, chegamos no processo de santidade. Não é chamado de processo à toa, pois deve ser desenvolvido pelo resto de nossas vidas. Se ser santo é um mandamento direto do Senhor, a santidade é algo que devemos buscar diariamente.

    Vocês serão santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus. (Lv 20:26) 18

    Diferentemente do que muitos possam pensar, ser santo não é se isolar de tudo e todos, sem ter contato com ninguém para se manter puro. Jesus quando ora por nós em João 17 diz:

    Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. (Jo 17: 15)

    Essa passagem pode resumir o significado de santidade.

    Não é fugir de tudo e se isolar. Não é se fechar em uma bolha gospel/evangelho. Na verdade é se encontrar em Cristo, ter sua identidade fixa em Deus e ir em direção ao mundo levando a boa notícia de que fomos salvos.

    Gosto do exemplo de Daniel para definir isso: ele morava na grande Babilônia, mas se diferenciava dos demais, desde sua dieta até a sua religião. Desse modo, sua história nos traz a confirmação e a esperança de que é possível viver em meio ao mundo, sem deixar de ser luz. Sem deixar de ser espiritual. As pessoas ao redor dele enxergavam o Deus de Israel em tudo que ele fazia.

    No decurso da história da igreja cristã é possível observar que, em diversos momentos, houve distorções, equívocos e limitações na compreensão e prática da espiritualidade. Uns transformaram a devoção cristã numa experiência meramente contemplativa, enquanto outros fizeram dela uma prática especulativa, com obsessão por questões teológicas e doutrinárias.

    A prática de uma espiritualidade equilibrada e saudável, segundo o exemplo de Jesus, continua a ser um desafio a todos nós. Especialmente nestes dias, em que os extremos tanto atraem as pessoas, necessário se faz buscar o equilíbrio na experiência religiosa, mediante a prática de uma espiritualidade verdadeiramente bíblica e saudável.

    A Bíblia não favorece a ideia de uma espiritualidade verticalista e individualista, que leva em consideração apenas a busca da comunhão pessoal com Deus ou o cumprimento de preceitos e normas. A espiritualidade cristã inclui nossos relacionamentos com o próximo. Segundo o ensino de Jesus, a verdadeira religião se resume no amor: amor a Deus sobre todas as 19

    coisas e ao próximo como a si mesmo. A qualidade dos nossos relacionamentos com o próximo e com o mundo constitui-se num importante critério para se avaliar a veracidade e intensidade de nossa espiritualidade.

    Quando o indivíduo assume posturas egoístas e individualistas, a espiritualidade é empobrecida e até anulada. A indiferença para com o próximo e suas necessidades é incompatível com a verdadeira espiritualidade. A atitude de Caim em relação a seu irmão Abel comprovou a falsidade da espiritualidade que ele tentava evidenciar quando ofertava ao Senhor.

    A espiritualidade cristã inclui nossos relacionamentos com o próximo; e depende do grau de envolvimento e compromisso que temos para com ele. Em sua primeira Carta, o apóstolo João recomenda: aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão (I Jo 4.21). Outro aspecto a ser ressaltado é que a espiritualidade cristã abrange a totalidade de nossa vida neste mundo.

    Comumente, a ideia que se tem de espiritualidade é que ela está relacionada tão somente à vida religiosa do indivíduo, limitando-se a práticas devocionais, no contexto do templo ou do silêncio do quarto. Porém, a abrangência da espiritualidade cristã vai muito além. Para o cristão, nenhuma área da vida está isenta de obrigação para com Deus:

    E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus... (Cl 3.17).

    A espiritualidade cristã tem a ver com o todo da vida. Está relacionada às questões sociais e éticas que envolvem a humanidade. Nessa perspectiva, pode-se dizer que, na experiência do cristão, os anseios pelas delícias do céu não ofuscam os sonhos de um mundo melhor; a celebração pela conquista da salvação não abafa os gemidos dos que não têm esperança; e a visão da glória de Deus não impede um olhar misericordioso para as mazelas deste mundo.

    Portanto, a espiritualidade cristã se desenvolve no contexto deste mundo; e deve se manifestar em cada experiência nossa: seja na igreja, em casa, no trabalho, no lazer, nas festas, na escola, na participação política, na expressão da cultura, enfim, tanto nos 20

    compromissos religiosos quanto no exercício da cidadania. A vida secular do cristão não pode ser menos espiritual do que a sua vida religiosa.

    É importante ressaltar também que a espiritualidade cristã busca a transformação da realidade. A eficácia da nossa comunhão com Deus é comprovada nas consequências que ela produz. Não há como separar espiritualidade e missão. Está em voga, hoje, um tipo de espiritualidade que faz muito barulho, mas não produz nada. É a espiritualidade do espetacular, dos chavões, do emocionalismo, advinda de uma subcultura alienante, marcada pelo legalismo. Esse modelo deformado de espiritualidade, além de não produzir transformação social no contexto em que é praticada, ainda tem levado muitos de seus praticantes a sérios desajustes psicológicos.

    Por outro lado, constata-se também um modelo de espiritualidade baseado no academicismo teológico, que suprime o amor e idolatra a verdade. A Palavra de Deus recomenda:

    seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4.15).

    O resgate da espiritualidade cristã, segundo o modelo de Jesus, além de transformar a nós mesmos, é capaz de transformar o meio em que vivemos: cada vez mais e para melhor!

    Os dias de hoje são cheios de intranquilidades e angústias no cenário mundial. Em todas as nações, das mais às menos desenvolvidas, existem problemas ligados à falta de amor, paz, justiça, entendimento, humildade, dentre outros valores. Percebe-se que há uma supremacia dos valores materiais sobre os espirituais, e em consequência disso, o ‘caos’ que envolve todo o mundo. Em nossa sociedade hodierna encontramos clamores que anseiam por paz e amor, mas não se percebe uma iniciativa da própria sociedade pra promover tais valores. A questão da espiritualidade é muitas vezes confundida com a religião, doutrina, dogma ou seita.

    A espiritualidade não é vista como algo de suma importância, pois alguém que tenha a sua ‘espiritualidade’ em dia será uma pessoa consciente dos valores necessários para o bem comum. Ser espiritual não é o mesmo que ser religioso, mas ser 21

    revestido como uma ‘luz’ que clareia a escuridão das ‘trevas’ que nossas angústias e aflições nos causam. Uma ‘luz’ acintosa no ‘fim do túnel’ para quem deseja encontrá-la. Desse modo, perguntamos: O que é espiritualidade? Como podemos desenvolvê-la? Qual a sua importância para nós?

    Traremos algumas respostas para tais questões a fim de que as pessoas, sejam quem for e qual situação enfrentam no presente momento de suas vidas, possam ter

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